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2.7 PARÂMETROS DE PROJETO PARA CICLISTAS

2.7.2 Ciclofaixa

a) Largura

Segundo a AASHTO (1999), ciclofaixas unidirecionais, com estacionamento proibido, a largura recomendada é 1,50m do meio fio à demarcação, sobrando um mínimo de 0,90m para o ciclista. Se não houver meio fio e sarjeta, a largura mínima passa a ser 1,20m. Se o estacionamento é permitido, a ciclofaixa deve estar entre a faixa de estacionamento e o fluxo veicular, com largura mínima de 1,50m. Onde o estacionamento é permitido, mas não demarcado, a área compartilhada deve ser 3,30m sem meio fio e 3,60 com meio fio. Ainda se o volume de estacionamento é substancial, ou a quantidade de manobras alta, uma largura adicional de 0,30 ou 0,60m é desejável. Ciclofaixas bidirecionais não são recomendadas quando resultam em ciclistas trafegando contra os veículos. A Figura 2-37 ilustra essas situações.

Figura 2-37 - Seções transversais típicas de ciclofaixas (Fonte: Guide for Development of Bicycle Facilities, AASHTO, 1999)

O GEIPOT (2001), de forma similar, recomenda para ciclofaixas unidirecionais, usualmente, 1,40m, sendo: 1,20m (interna) + 0,20m (meio fio), sendo muitas vezes, necessário 1,80m, sendo: 1,20m (interna) + 0,40m (zebrado) + 0,20m (meio fio). Quando há estacionamento a ciclofaixa deve estar entre a faixa de estacionamento e a de tráfego, com largura de 2,0m. Ciclofaixas bidirecionais não são recomendadas.

b) Tratamentos nas interseções

As interseções são locais que devem ser tratados com bastante cuidado, pois o número de conflitos entre ciclistas e veículos é grande.

Segundo a AASHTO (1999), na maioria dos casos, a ciclofaixa não deve continuar em interseções. Quando necessário alguns detalhes devem ser observados. A Figura 2-38 ilustra algumas situações.

Em interseções semaforizadas com conversão à direita de veículos, a linha sólida na aproximação deve ser substituída por uma linha seccionada (0,60m o traço e 1,80m o espaçamento)., sendo o comprimento da linha seccionada usualmente de 15m a 60m. A ciclofaixa não deve ser colocada em faixas de pedestres. Se não houver faixa de pedestres, a linha da ciclofaixa deve parar antes da interseção e continuar logo após.

Em interseções não sinalizadas, como o volume de conversões à direita é usualmente baixo, a faixa sólida pode continuar por todo o cruzamento. Entretanto, se houver ponto de ônibus, a faixa sólida de 150mm deve ser substituída por uma seccionada com 0,60m o traço e 1,80m o espaçamento, pelo comprimento do ponto de ônibus.

Figura 2-38 - Sinalização horizontal típica para ciclofaixas em vias de duas mão (Fonte: Guide for Development of Bicycle Facilities, AASHTO, 1999)

Em interseções T sem faixa de pedestres, a linha sólida deve continuar sem interrupção na face oposta. Se houver faixa de pedestres pintadas, a faixa na face oposta deve ser interrompida apenas nas travessias, como mostra a Figura 2-39.

Figura 2-39 - Sinalização horizontal típica em interseções T (Fonte: Guide for Development of Bicycle Facilities, AASHTO, 1999)

Para faixas de conversão à direita e à esquerda, configurações de sinalização que encorajam o entrelaçamento antes do cruzamento são desejáveis. O mesmo é válido para motoristas virando à esquerda, em menor grau, quando também é possível realizar o movimento com a travesssia de pedestres posterior ao cruzamento, como mostrado na Figura 2-40. Orientações gerais para marcação no pavimento seguem o MUTCD. Em interseções com alargamento para acomodar faixas exclusivas de conversão à esquerda e à direita, na falta de espaço para a ciclofaixa, ela deve ser interrompida e o ciclista mesclado com o fluxo de veículos, como na Figura 2-41.

Figura 2-40 - Ciclofaixas em aproximações de faixas de conversão à direita (Fonte: Guide for Development of Bicycle Facilities, AASHTO, 1999)

Figura 2-41 - Ciclofaixa em aproximação de interseção com alargamento (Fonte: Guide for Development of Bicycle Facilities, AASHTO, 2004)

O GEIPOT (2001) recomenda, para circulação compartilhada nos cruzamentos, o uso de canalização dos ciclistas onde a área lateral na via é mínima ou há opção por retirar espaço da via destinada ao tráfego geral para se criar ilhas direcionais para os ciclistas.

Princípios Básicos:

a. Diminuição da largura das faixas de tráfego. Em vias de 12m: 2 faixas de 3 m, uma de 3,50m, ilha de 1m e ciclofaixa canalizada de 1,5m. Onde uma das faixas é usada para estacionamento sua largura pode ter 2m, e a primeira faixa pode passar a ter 4m (as demais 3m);

c. Pintura de faixa vermelha, em cruzamentos de ciclovias com faixas de pedestres. Pintura de bicicletas no solo para orientar ciclistas e motoristas; eventualmente pode se estender a pintura de solo na ciclofaixa percorrendo a área interna do cruzamento;

d. No caso de estacionamento permitido, pode ser conveniente o uso de avanço de calçada nas esquinas dos cruzamentos adjacentes à ciclofaixa;

e. Implantação de área de retenção privilegiada para bicicletas à frente da faixa de retenção dos veículos motorizados, com extensão de 3m (estaria implícita a existência de semáforo; eventualmente com estágio exclusivo para conversões à esquerda dos ciclistas).

Em aproximações de cruzamentos, a GEIPOT (2001) reproduz arranjos esquemáticos do documento Bikeway Planning and Design, California State Department of Transportation –

Highway Design Manual (HDM).

Figura 2-42 - Ciclofaixas em aproximações de cruzamentos (Fonte: Bikeway Planning and Design, California State Department of Transportation – Highway Design Manual, HDM. Apud: Manual de Planejamento Cicloviário, GEIPOT, 2001)

1 - Conversão à direita de somente uma faixa, com faixa de desaceleração

b. Interrupção das marcas no pavimento, para que os veículos possam acessar a faixa de desaceleração para realizar conversão para via à direita da via principal;

c. É exigível, para a ciclofaixa, na área imediatamente anterior a faixa de retenção, que ela tenha 1,20m de largura.

Figura 2-43 - Ciclofaixas em aproximações de cruzamentos (Fonte: Bikeway Planning and Design, California State Department of Transportation – Highway Design Manual, HDM. Apud: Manual de Planejamento Cicloviário, GEIPOT, 2001)

2 - Conversão à direita de somente uma faixa, sem faixa de desaceleração

a. Troca de posição entre a ciclofaixa e a faixa de veículos motorizados;

Figura 2-44 - Ciclofaixas em aproximações de cruzamentos (Fonte: Bikeway Planning and Design, California State Department of Transportation – Highway Design Manual, HDM. Apud: Manual de Planejamento Cicloviário, GEIPOT, 2001)

3 - Conversão à direita opcional para a segunda faixa, com sobrelargura na faixa da direita

a. Os ciclistas não tem uma ciclofaixa antes da faixa de rentenção; b. Estocagem dos ciclistas deve ocorrer na segunda faixa, obrigando-os a trocar de posição com os motoristas que pretendem realizar conversão à direita.

Figura 2-45 - Ciclofaixas em aproximações de cruzamentos (Fonte: Bikeway Planning and Design, California State Department of Transportation – Highway Design Manual, HDM. Apud: Manual de Planejamento Cicloviário, GEIPOT, 2001)

IV - Conversão á direita de somente uma faixa ciclofaixa na pista central

a. Similar ao II, com menos espaço e menor número de faixas.