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Norma Brasileira ABNT NBR9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e

2.1 NORMAS LEGAIS RELATIVAS A CIRCULAÇÃO DE PEDESTRES E CICLISTAS

2.1.2 Norma Brasileira ABNT NBR9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e

A norma brasileira ABNT NBR9050 traz recomendações a fim de garantir acessibilidade às pessoas com restrições físicas. Para esse trabalho, interessam os itens relativos a circulação em áreas externas.

O item 6 trata de acessos e circulação, estipulando primeiramente condições gerais de circulação, como pisos, que devem: “ter superfície regular, firme, estável e antiderrapante sob qualquer condição, que não provoque trepidação em dispositivos com rodas (cadeiras de rodas ou carrinhos de bebê).” A declividade transversal deve ser no máximo 3% para calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres. A inclinação longitudinal deve acompanhar as vias lindeiras, sendo recomendado para áreas de circulação exclusivas de pedestres 8,33% (1:12) no máximo.

São ainda normatizados piso tátil de alerta, utilizado para sinalizar situações que envolvem riscos de segurança; piso tátil direcional, utilizado quando não há uma linha guia ou quando houver caminhos preferenciais de circulação.

Desníveis de 5 a 15mm devem ser tratados como rampas, com inclinação máxima de 1:2. Desníveis superiores a 15mm devem ser considerados degraus e sinalizados adequadamente. Grelhas e juntas de dilatação devem ser colocadas transversalmente à via com dimensão máxima de 15mm. Tampas e caixas de inspeção e de visita devem estar niveladas com o piso e eventuais frestas devem ter no máximo 15mm.

Ainda no item 6, é recomendado que áreas de descanso sejam previstas a cada 50m para piso com até 3% de inclinação, ou a cada 30 m para piso de 3% a 5% de inclinação. A referida norma também estabelece limites para inclinação das rampas, reproduzidos na Tabela 2-1. A aplicação dos critérios está ilustrada na Figura 2-8.

Figura 2-8 - Dimensionamento de rampas (Fonte: ABNT NBR9050 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, 2004)

Tabela 2-1 - Dimensionamento de rampas (Fonte: ABNT NBR9050 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, 2004)

A largura das rampas deve ser estabelecida de acordo com o fluxo de pessoas. A largura livre mínima recomendada pela norma é 1,50m, sendo admissível 1,20m. As rampas devem ainda ter guias de balizamento com altura mínima de 0,05m. Para rampas em curva, a inclinação máxima admissível é 8,33% e o raio mínimo, 3,0m, medido no perímetro interno à curva No início e no fim da rampa, assim como entre os segmentos de rampa, devem ser previstos patamares com comprimento longitudinal recomendado de 1,50m, sendo o admissível 1,20m. É recomendado para calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres uma faixa livre com largura mínima de 1,50m, sendo admissível de 1,20m e altura livre mínima de 2,10 m. Estes aspectos estão ilustrados na Figura 2.6.

Ainda segundo a referida norma, no caso de estacionamento transversal à via de pedestres, os veículos devem estar inteiramente dentro do imóvel de forma a não criar degraus ou desníveis abruptos nos passeios, como ilustrado na Figura 2-8.

No caso de obras no passeio, considera de extrema importância que haja sinalização adequada, e que haja uma largura mínima de 1,20m para circulação. Se não houver, deve ser feito desvio

Figura 2-9 - Exemplo de interferência do veículo no passeio (Fonte: ABNT NBR9050 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, 2004)

pelo leito carroçável da via, com rampas provisórias, com largura mínima de 1,0m e inclinação máxima de 10%, como mostrado na Figura 2-10.

Para o dimensionamento das faixas livres, é considerado confortável um fluxo de 25 pedestres por minuto, em ambos os sentidos, a cada metro de largura. Dessa forma, a largura da faixa livre:

L = F/K + Σ i ≥ 1,20 onde:

L: largura da faixa livre;

F: fluxo de pedestres estimado ou medido nos horários de pico (pedestres por minuto por metro);

K: 25 pedestres por minuto;

Σ i: somatório dos valores adicionais relativos aos fatores de impedância.

- 0,45 m junto a vitrines ou comércio no alinhamento; - 0,25 m junto a mobiliário urbano;

- 0,25 m junto à entrada de edificações no alinhamento.

A NBR9050 recomenda que as faixas de travessia de pedestres sejam executadas de acordo com o CTB1997, devendo ser utilizadas onde houver demanda de travessia, junto a semáforos,

Figura 2-10 - Rampas de acesso provisórias (Fonte: ABNT NBR9050 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, 2004)

focos de pedestres, no prolongamento das calçadas e passeios. A largura da faixa de travessia de pedestres é calculada conforme segue:

L = F/K > 4 onde:

L: largura da faixa (m);

F: fluxo de pedestres estimado ou medido nos horários de pico (pedestres por minuto por metro);

K: 25 pedestres por minuto.

A norma incorpora o uso de faixa elevada (ver Figura 2.9). A faixa elevada, quando instalada no leito carroçável, deve ser sinalizada e dimensionada da mesma forma que a faixa de pedestres, mais as rampas para veículos, com declividade transversal máxima de 3%.

A NBR9050 limita o uso da faixa elevada nas seguintes situações:

“a) em travessias com fluxo de pedestres superior a 500 pedestres/hora e fluxo de veículos inferior a 100 veículos/hora;”

“b) travessia em vias com largura inferior a 6,00 m.”

Figura 2-11 - Faixa elevada (Fonte: ABNT NBR9050 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, 2004)

Nos locais de travessia de pedestres no nível da via as calçadas devem ser rebaixadas, com inclinação constante de no máximo 8,33% (1:12). Sendo ainda que rebaixamentos em lados opostos da via devem estar alinhados. Quando o fluxo de pedestres for maior ou igual a 25 pedestres/min/m a largura dos rebaixamentos deve ser a mesma das faixas de travessia. Caso contrário, admite-se rebaixamento da calçada em largura inferior, de no mínimo de 1,20m. Quando a faixa de pedestres estiver alinhada com a calçada da via transversal, deve ser feito o rebaixamento total da calçada na esquina. Se a largura do passeio não for suficiente para acomodar o rebaixamento e a faixa livre (recomendado 1,20m, aceitável 0,80m), deve ser feito o rebaixamento total da largura da calçada.

Devem ser consideradas abas laterais nos rebaixamentos com projeção horizontal mínima de 0,50m e inclinação máxima recomendada de 10%. Caso haja obstáculos ao lado dos rebaixamentos, as abas podem ser dispensadas, devendo assim ser garantida uma faixa livre de no mínimo 1,20m, sendo recomendado 1,50m.

Diversos exemplos de travessias no nível das ruas da referida norma estão reproduzidos nas Figuras 2-12, 2-13 e 2-14 a seguir.

Figura 2-12 – Exemplos de rebaixamento de calçada (Fonte: ABNT NBR9050 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, 2004)

Figura 2-13 - Exemplos de rebaixamentos em esquinas (Fonte: ABNT NBR9050 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, 2004)

Figura 2-14 - Exemplos de rebaixamentos em meio de quadra (Fonte: ABNT NBR9050 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, 2004)

A NBR9050 traz ainda recomendações para passarelas de pedestres, que devem ter rampas e eventualmente elevadores para sua transposição. A largura da passarela deve ser calculada com o mesmo critério recomendado para largura das faixas de travessia.

Para semáforos ou focos de pedestres, caso haja o acionamento manual, o dispositivo de acionamento deve estar a uma altura entre 0,80 m e 1,20 m do piso. Se forem instalados em vias de grande volume de tráfego ou concentração de passagem de pessoas com deficiência visual, devem estar equipados com mecanismos que emitam um sinal sonoro entre 50 dBA e 60 dBA.

2.2 METODOLOGIAS PARA SELEÇÃO E PROJETO DO TRATAMENTO MAIS