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A transformação de uma planta em um medicamento deve visar a preservação da integridade química e farmacológica do vegetal, garantindo a constância de sua ação biológica e a sua segurança de utilização, além de valorizar seu potencial terapêutico (TOLEDO et al., 2003).

No antigo Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF), atual Centro de Biotecnologia (CBiotec), da Universidade Federal da Paraíba, uma das espécies vegetais mais estudadas, tanto do ponto de vista fitoquímico, quanto de suas ações farmacológicas é a

Cissampelos sympodialis Eichl, da família Menispermaceae, que possui uma série de ações

farmacológicas que a colocam em posição de destaque para a terapia da asma.

A família Menispermaceae, composta por cerca de 70 gêneros (BARROSO, 1978) e 420 espécies (PORTO et al., 2008), está representada no Brasil por cerca de 12 gêneros e 106 espécies (BARROSO, 1978; MARINHO, 2008; PORTO et al., 2008). Tal família é caracterizada fitoquimicamente pela presença de alcaloides (FREITAS et al., 1995), havendo relato de isolamento de 1522 destas moléculas entre 1970 e 1997, em 160 espécies diferentes, sendo os bisbenzilisoquinolínicos, os aporfínicos e os protoberberínicos os tipos de alcaloides mais representativos, com, respectivamente, 604, 303 e 275 moléculas isoladas nesse período (MARINHO, 2008).

Na natureza, os alcaloides representam um diverso grupo de compostos relacionados à ocorrência de um ou mais átomos de carbono num anel heterocíclico, que torna esses compostos básicos, tornando possível sua existência nas plantas na forma de sais. Os alcaloides de origem vegetal possuem estrutura complexa, frequentemente são tóxicos e são também amplamente distribuídos, ocorrendo numa estimativa de 12000 moléculas, classificadas segundo seu esqueleto carbônico (AMEH et al., 2010).

O gênero Cissampelos é composto por 19 espécies (RHODES, 1975), sendo 9 encontradas no Brasil e destas, 3 na Paraíba: C. sympodialis, C. glaberrima e C. ovalifolia, com semelhanças anatômicas, mas distinguíveis após exame minucioso de suas folhas e habitat. É caracterizado pela presença de alcaloides derivados do núcleo isoquinolínico, com

sete tipos de esqueletos diferentes (RHODES, 1975; STEVENS, 2001; JACQUES e BERTOLINO, 2008).

Alcaloides bisbenzilisoquinolínicos (BBI) são biossintetizados a partir do aminoácido tirosina, vindo da via metabólica do chiquimato, derivados do núcleo isoquinolínico (Figura 4) e formados por dímeros dos núcleos benzilisoquinolínicos (BRUNETON, 1991; YUNES e CECHINEL-FILHO, 2009) e estão relacionados a diversas atividades farmacológicas, como inibição da acetilcolinesterase (INGKANINAN et al., 2006; COMETA et al., 2012); atividade antibacteriana, antifúngica e citotóxica (LOHOMBO-EKOMBA et al., 2004); antinociceptiva, anti-artrite (AMRESH et al., 2007);e anti-helmíntica (AYERS et al., 2007).

A espécie Cissampelos sympodialis Eichl é uma trepadeira (Figura 5) encontrada nas regiões nordeste e sudeste do país, do Ceará a Minas Gerais (MARINHO, 2008), sendo predominantemente tropical (PORTO et al., 2008). É popularmente conhecida no Brasil como “jarrinha”, “orelha-de-onça”, “abuteira” e “milona” (CORREA, 1984; PORTO et al., 2008). A germinação das sementes ocorre em 18 a 25 dias e a floração após cerca de 150 dias do plantio, havendo maturação dos frutos após os próximos 26 dias (FONSECA e FIGUEIRÊDO, 1999).

O uso popular do gênero Cissampelos remete ao tratamento de doenças cardíacas, genitais, urinárias, diarreia, resfriados e asma. Há relato de que a infusão das raízes e folhas de Cissampelos sympodialis é utilizada no nordeste para o tratamento de asma, bronquite,

A

B

Figura 4 – Fórmula estrutural dos núcleos isoquinolínico (A) e benzilisoquinolínico (B) de onde derivam os alcaloides bisbenzilisoquinolínicos

resfriado, reumatismo e outras doenças inflamatórias (CORREA, 1984; BARBOSA-FILHO

et al., 1997; ALEXANDRE-MOREIRA, PIUVEZAM, et al., 2003; BEZERRA-SANTOS et al., 2006; CORRÊA et al., 2008).

Figura 5- Foto da espécie Cissampelos sympodialis na sua forma adulta (A) e seus frutos (B)

Essa espécie proporcionou o isolamento dos seguintes alcaloides (Figura 6): warifteína (CORTES et al., 1995), metillwarifteina (BARBOSA-FILHO et al., 1997), laurifolina, simpodialina (ALENCAR, 1994), milonina (FREITAS et al., 1995), roraimina, liriodenina (LIRA et al., 2002), e desmetilroraimina (MARINHO, 2011).

Figura 6 - Quadro com alcaloides isolados de Cissampelos sympodialis

Estrutura/Composto Atividade farmacológica Parte da planta

Laurifolina

Inibição da transcriptase reversa do vírus da mieloblastose aviária, sendo potente antiviral (JUCÁ, 1998).

Folhas de Cissampelos sympodialis, tendo sido isolada também de Hypserpa nitida, Menispermaceae (CHENG et al., 2007).

Simpodialina

Não relacionada Raízes de Cissampelos sympodialis (ALENCAR, 1994).

Milonina

Efeito hipotensor e vasorrelaxante em ratos normotensos (CAVALCANTE et al., 2011);

Ação espasmolítica (FREITAS et al., 1996; MELO et al., 2003);

Efeito citotóxico em culturas de hepatócitos e fibroblastos (MELO et al., 2003);

Contribui com o efeito anti-alérgico de Cissampelos sympodialis (BEZERRA-SANTOS et al., 2012).

Folhas de Cissampelos sympodialis, tendo sido isolada também de Dehaasia longipedicellaata (MUKHTAR et al., 2004).

Metilwarifteína

Atividade inibitória contra cultura de células de carcinoma humano (KUPCHAN et al., 1965).

Raízes e folhas de Cissampelos sympodialis, tendo sido isolada de C. ovalifolia (BORKAKOTI e PALMER, 1978); Aristolochia

ridicula, Aristolochiaceae (MACHADO e LOPES, 2010).

Warifteína

Atividade espasmolítica (CORTES et al., 1995; FREITAS et

al., 1996; MELO et al., 2003);

Citotoxicidade em linhas celulares de fibroblastos (V79); inibição da degranulação de mastócitos e de liberação de histamina (MELO et al., 2003);

Ação antialérgica (BEZERRA-SANTOS et al., 2006); Inibe a atividade da fosfodiesterase AMPc (THOMAS, BURNES, et al., 1997);

Atividade relaxante em músculo liso (FREITAS, 1994; CORTES et al., 1995);

Ação anti-inflamatória, anti-alérgica e imunomoduladora (PIUVEZAM et al., 1999; ALEXANDRE-MOREIRA, PIUVEZAM, et al., 2003; BARBOSA-FILHO et al., 2006; BEZERRA-SANTOS et al., 2006).

Raízes e folhas de Cissampelos sympodialis, tendo sido isolada também de C. ovalifolia (BORKAKOTI e PALMER, 1978).

Liriodenina

Atividade antitumoral, antibacteriana, antifúngica e tripanomicida (LIU et al., 2011);

Atividade larvicida contra Aedes aegypti (FEITOSA, 2009).

Folhas de Cissampelos sympodialis, tendo sido isolada também de Annona crassiflora, Annonaceae (GONÇALVES et al., 2009), Annona foetida, Annonaceae (COSTA et al., 2011), Zanthoxylum nitidum, Rutaceae (CHEN et al., 2012), Rollinia leptopetala, Annonaceae (FEITOSA, 2009).

Roraimina

Contribui com a ação antialérgica de Cissampelos

sympodialis (BEZERRA-SANTOS et al., 2012).

Raízes de Cissampelos sympodialis ((LIRA et al., 2002).

Desmetilroraimina

Não relacionada Raízes de Cissampelos sympodialis (MARINHO, 2011)

Há poucos estudos toxicológicos, mas todos indicam que é segura a utilização da fração aquosa do extrato hidroalcoólico das folhas (AFL) de Cissampelos sympodialis, forma utilizada nos ensaios biológicos dessa espécie. Estudos de toxicidade aguda em camundongos, ratos e cães demonstraram a inocuidade da utilização do extrato hidroalcoólico das folhas de

Cissampelos sympodialis, mesmo que os resultados devam ser confirmados através de análise

histopatológica (DINIZ, 2000; DINIZ et al., 2002). Baseado em informações sobre o uso popular, um estudo avaliou e sugeriu que a dose terapêutica humana de preparações com essa planta é de 9 mg/kg/dia (MAIOR et al., 2003). Os alcaloides isolados, warifteína e milonina, também tiveram sua toxicidade avaliada em cultura de hepatócitos de ratos, sendo a milonina menos tóxica do que a warifteina (MELO et al., 2003). No entanto, tais efeitos tóxicos não foram verificados na administração de AFL, e ainda há o fato de que a concentração desses alcaloides nesse extrato é bem inferior às concentrações avaliadas nos estudos de toxicidade avaliados.

Foi também estabelecida a dose letal média (DL50) para a administração

intraperitonial do extrato hidroalcóolico de folhas de C. sympodiallis como sendo de 1818 mg/kg, sendo verificado também que, para administração por via oral, a dose letal média foi de 5 g/kg, aparentemente atóxica para camundongos, ratos e cães, embora demonstrando alterações hepáticas transitórias (VIEIRA, 2008). Outro estudo toxicológico envolvendo ratas prenhas, monitorou 3 grupos de doses: 9 mg/kg (uso popular); 45 mg/kg (5X uso popular) e 225 mg/kg (25x uso popular), confirmando-se a segurança, em doses terapêuticas por via oral, durante período gestacional de ratas, havendo necessidade de estudos mais específicos de embrio e fetotoxicidade (MAIOR et al., 2003).

Os metabólitos secundários das plantas, por possuírem uma enorme diversidade química, atuam em diferentes fases do processo asmático, desde a produção de eicosanoides e leucotrienos até fatores envolvidos na produção e ativação de citocinas e células inflamatórias (CORRÊA et al., 2008).

Dentre os estudos farmacológicos in vitro, tem-se que o efeito relaxante em vários tecidos do músculo liso foi comprovado tanto para o extrato hidroalcoólico das raízes quanto para AFL (FREITAS, 1994). Tem-se ainda a comprovação do efeito relaxante na musculatura lisa de traqueia de cobaias pelo extrato hidroalcoólico bruto das raízes de C. sympodialis (ARAÚJO et al., 1995), havendo aumento de AMPc em culturas de células de musculatura lisa de traqueia (THOMAS, BURNES, et al., 1997). Houve ainda a comprovação de inibição tanto de bronco-espasmo induzido por histamina em cobaias normais como a resposta anafilática induzida por antígeno em cobaias sensibilizados com ovalbumina (THOMAS,

ARAUJO, et al., 1997), corroborando sua ação anti-anafilática. Esses estudos foram delineados para comprovar a ação espasmolítica em músculo liso, o que contribui para a atividade antiasmática dessa espécie vegetal.

Além disso, AFL inibiu a degranulação dos neutrófilos humanos induzida por N- formilmetionil-peptidase, associada a um aumento na atividade de proteína-quinase A, dependente de AMPc (THOMAS et al., 1999). A dose eficaz de AFL para inibir a edema da pata de rato induzido por carragenina foi de 50 mg/kg (24%) . Resultados preliminares de experiências sobre a migração de células mostraram que a administração (via subcutânea ) de AFL a 100 e 200 mg/kg em ratos inibiu o medida a migração de neutrófilos induzida por carragenina (53 e 50 % , respectivamente), após a administração de o irritante (BARBOSA- FILHO et al., 2006), corroborando sua ação anti-inflamatória (AMRESH et al., 2007).

O aumento de IL-10 e IL-4 em células esplênicas de camundongos BALB/c estimuladas com concanavalina-A inibiu a proliferação da resposta das células-T (PIUVEZAM et al., 1999), sendo ainda verificado aumento de IL-10 em macrófagos infectados por T. cruzi, inibindo assim a atividade fagocitária dos macrófagos peritoniais normais ou recrutados, corroborando sua atividade anti-alérgica e efeito imunomodulador (ALEXANDRE-MOREIRA, FREIRE-DE-LIMA, et al., 2003; BEZERRA-SANTOS et al., 2006).

A warifteína, principal alcaloide bisbenzilisoquinolínico isolado de C. sympodialis é capaz de inibir tanto o influxo de eosinófilos quanto a produção de leucotrienos cisteínicos, desencadeados pelo processo alérgico da asma, tornando-o potente agente terapêutico (CORRÊA et al., 2008). A sua ação na função dos linfócitos B, também foi estudada e os resultados indicam que é um potente inibidor de resposta de células B, tanto in vitro como in vivo, e que este efeito pode ser devido à indução de um aumento dos níveis de AMPc intracelular, o que sugere que esta substância pode ser útil como um modulador da função das células B (ROCHA et al., 2010).

Em relação a estudos in vivo, a administração por via oral do extrato hidroalcoólico das folhas demonstrou efeito anoréxico em ratas Wistar e alterações comportamentais, além de ganho de peso em camundongos BALB/c, mas não há indicação de toxicidade (VIEIRA, 2008).

Em estudos que avaliaram o efeito de AFL do extrato hidroalcoólico de folhas de C.

sympodialis em modelo farmacológico de alergia, houve inibição de IgE total e IgE OVA

específica em camundongos BALB/c sensibilizados com OVA, sendo ainda verificado o aumento de INF- e IL-10 e inibição de resposta proliferativa de células esplênicas. O efeito

imunomodulador em modelo de asma inibiu ainda o choque anafilático antígeno-induzido (BEZERRA-SANTOS et al., 2004). O pré-tratamento via oral com C. sympodiallis reduz eosinofilia e neutrofilia pleural após 24h de desafio alérgico, de maneira dose-dependente (BEZERRA-SANTOS et al., 2006). Como eosinófilos e leucotrienos estão envolvidos como mediadores importantes das desordens alérgicas, a espécie em estudo pode ser uma boa escolha para o desenvolvimento de um medicamento fitoterápico, assim como seu alcaloide isolado, a warifteína, como potencial fitofármaco para o tratamento da asma (BEZERRA- SANTOS et al., 2006).

A ação anti-alérgica foi investigada através de modelo envolvendo o ácaro Blomia

tropicalis, através do qual foi verificada a diminuição da alergia por AFL através da

diminuição de IgE, aumento de eosinófilos, inibição da migração de eosinófilos, e aumento de IL-10, podendo ser este último o principal contribuinte da ação anti-alérgica (CERQUEIRA- LIMA et al., 2010; VIEIRA et al., 2013).

Um estudo recente (BEZERRA-SANTOS et al., 2012) avaliou a eficácia de C.

sympodialis na hiper-reatividade das vias aéreas e na produção de muco. Para esta finalidade,

tanto o extrato hidroalcoólico padronizado das folhas de C. sympodialis (0,95 % em peso de warifteína ) , bem como warifteína foram testados modelo de inflamação pulmonar induzida por OVA. Foi observada uma redução significativa de IL-13, inibição significativa da hiperreatividade das vias aéreas e redução de produção de muco (BEZERRA-SANTOS et al., 2012).

Ainda em relação à ação anti-alérgica, houve estudo em modelos de alergia alimentar induzida por OVA onde foi verificada a diminuição dos níveis de IgE tanto por AFL quanto pelos alcaloides warifteína e metilwarifteína, que aumentaram os níveis de células T reguladoras em linfonodo mesentérico, modulando a resposta imunológica independente dos perfis Th1 e Th2 (COSTA et al., 2013).

Outras atividades farmacológicas foram relacionadas à AFL das folhas de Cissampelos

sympodialis, como ação anti-depressiva (ALMEIDA et al., 1998; MENDONCA-NETTO et al., 2008); efeitos cardiovasculares (MEDEIROS et al., 1998; KNIGHT e YAN, 2012); no

tratamento da psoríase, graças à ação imunomoduladora (FEILY e NAMAZI, 2009); ação antinociceptiva (OLIVEIRA-JÚNIOR et al., 2011); ainda havendo estudos da ação antiparasitária contra Leishmania (L) chagasi da warifteína (SILVA et al., 2012).

De um modo geral, o estudo farmacológico dessa espécie já demostrou seu potencial de interferir em muitos alvos importantes (Figura 7) relacionados ao processo fisiopatológico

da asma. Seu efeito anti-inflamatório foi demonstrado contra uma variedade de agentes flogísticos, sendo mediado pela sua interferência com o óxido nítrico (NO) por macrófagos.

Os efeitos imunomodulador e antialérgico da fração aquosa do extrato etanólico das folhas e do seu principal alcaloide, a warifteína, envolvem diversos tipos de células que participam no processo asmático e se relacionam à diminuição da migração de neutrófilos e degranulação mediada pela fosfodiesterase; à inibição (PDE); diminuição da infiltração de eosinófilos nos pulmões mediadas pela inibição da produção de citocinas quimiotáticas; à diminuição de imunoglobulinas específicas e proliferação celular pelos linfócitos B, ao aumento da produção citocinas anti-inflamatórias como IL-10 e IFN- ; à diminuição tanto da degranulação dos mastócitos e da secreção de histamina; e à diminuição da produção de muco (CAVALCANTI et al., 2013).

Figura 7 – Ilustração com resumo dos alvos terapêuticos de Cissampelos sympodialis

Adaptado de (BEZERRA-SANTOS et al., 2012)

Mesmo com as diferentes abordagens terapêuticas existentes para o tratamento da asma, a terapia atual ainda é inadequada e a grande maioria apresenta uma série de efeitos

colaterais. O uso de plantas para aliviar os sintomas da asma é tão antigo quanto os primórdios da humanidade. Há mais de 5000 anos, o chá da espécie Ephedra sínica já era utilizado na medicina tradicional chinesa (CORRÊA et al., 2008) para o tratamento da mesma. Assim, a possibilidade de desenvolvimento de novo fitoterápico a base da fração aquosa do extrato das folhas de Cissampelos sympodialis é justificada tanto pelo seu potencial quanto pela necessidade de novas opções terapêuticas para o tratamento da asma. A transformação de uma planta em um medicamento deve visar à preservação da integridade química e farmacológica do vegetal, garantindo a constância de sua ação biológica e a sua segurança de utilização, além de valorizar seu potencial terapêutico (TOLEDO et al., 2003).