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1.2.1 | CITÉRIOS PARA A SUSTENTABILIDADE SEGUNDO O SISTEMA LEED

No documento O espaço agrícola em contexto urbano (páginas 32-35)

Segundo o Sistema LEED, existe um conjunto de seis grandes categorias que constituem os parâmetros necessários para que um determinado projeto possa ser considerado sustentável. Englobados nessas categorias encontram-se uma série de critérios, alguns dos quais de cumprimento obrigatório, outros facultativos avaliados segundo um sistema de pontos, que definem a classificação ou não do projeto como sustentável e, nesse caso, a sua classificação. (Council, 2002 p. 3)

1.2.1.1. | Localização

Para a classificação ou não de um projeto como sustentável, a sua localização assume-se como um dos pontos de maior importância. Para que um local seja considerado, a priori, sustentável, este deverá estar consolidado, isto é, ter uma erosão controlada de maneira a reduzir os impactos negativos na qualidade das águas e do ar, estar localizado fora de zonas inapropriadas para a construção (como sendo bacias de cheias a 100 anos, linhas de água), ser acessível através de uma rede alternativa de transportes, nos quais se incluem transportes públicos (autocarro, ferrovia, entre outros) e/ou de combustíveis alternativos (veículos elétricos, ciclovias). Aquando do projeto, outras atitudes podem ser tomadas de maneira a garantir a sustentabilidade do local, como garantir a acessibilidade ao local através de meios públicos de transporte (caso estes ainda não existam), proceder a uma densificação da construção e ao aproveitamento de infraestruturas já existentes, preservando os recursos naturais e libertando a maior quantidade possível de solo; garantir apenas o mínimo de estacionamento público regulamentar, incentivando assim ao uso do transporte público e à redução da utilização do automóvel individual; conservar áreas naturais existentes e restaurar áreas naturais danificadas; proceder ao controlo, tratamento e aproveitamento de águas pluviais; tentar reduzir para um número mínimo a quantidade de luz artificial necessária; (Council, 2002 pp. 3-15)

Fig.5 Academia de Ciências da Califórnia, RPBW;

http://www.gosolarcalifornia.ca.gov/photoDB/cor e/userimages/1278457323CalAcademy.jpg_002. jpg

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1.2.1.2. | Consumo de água

Para que um projeto seja considerado sustentável, deverá existir um controlo da utilização da água, principalmente após a sua conclusão. As medidas para garantir que o projeto, nesta categoria, é sustentável, passam pela limitação a 50% ou total eliminação do uso de água potável para rega, devendo utilizar-se apenas água recolhida da chuva ou reciclada; reduzir a quantidade de água potável utilizada; rentabilizar a quantidade de água potável utilizada no interior dos edifícios (que não para irrigação). (Council, 2002 pp. 16-20)

1.2.1.3. | Consumo de energia

Para que a sustentabilidade seja atingida, deverá ser exercido um controlo e gestão da energia utilizada no controlo atmosférico do mesmo. Assim, deverá ser garantido que os elementos fundamentais para o correto funcionamento de um edifício estão corretamente instalados e calibrados; tentar atingir o nível mínimo de consumo de energia no edifício sem comprometer o correto funcionamento do mesmo; reduzir a produção e libertação de dióxido de carbono por parte do edifício (através do controlo e correta utilização de sistemas AVAC entre outros); proceder à produção e possível utilização de energia renovável, reduzindo a utilização e consequentemente o impacto provocado pelo consumo de combustíveis fosseis. (Council, 2002 pp. 21-32)

1.2.1.4. | Materiais e recursos naturais

A correta escolha e posterior utilização dos materiais na construção, poderá tornar um projeto sustentável ou não. Assim, deverá ser tido em conta a necessidade de reduzir a quantidade de desperdício gerado na construção; em caso de reabilitações preservar e prolongar o ciclo de vida dos elementos já existentes (como paredes, coberturas, etc), estruturais ou não, na maior quantidade possível; reutilização e reciclagem de possíveis materiais (desperdícios, entulhos de demolições, etc), diminuindo a necessidade de

Fig.7 Estádio de Energia Solar de Taiwan, Toyo Ito Arcjitects; https://lh6.googleusercontent.com/GAmOUHZB_cvs OwP9Q1AlbKgJM2WMuINhorZfm7- qVIGdSVkrl4AVgrfvZ_unpTUt5mCfY8XucpLfmDLi2 pTaXoZKFcr63eDqOT3vUyYs88A504zFze4pJjAmy Q

Fig. 6 Edificio Harmonia 57, Triptyque; http://triptyque.com/wp-

content/uploads/2014/12/triptyque_150728_triptyq ue_011_ricardo-bassetti_8903.jpg

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recorrer a novos materiais; a utilização de materiais regionais, produzidos até cerca de 800km, de maneira a que não se torne insustentável o transporte da zona de produção para a zona de obra; a utilização de materiais renováveis, e de preferência de rápida renovação; quando a utilização de madeira, esta ser certificada, garantido uma gestão florestal responsável. (Council, 2002 pp. 33-42)

1.2.1.5. | Qualidade do ambiente interior

O controlo ambiental do interior dos edifícios e a sua correta adaptação e utilização apresentam-se como um importante parâmetro para a sustentabilidade ambiental. Para atingir esses objetivos, medidas como o estabelecimento de valores mínimos da qualidade do ar interior de maneira a evitar o desenvolvimento de problemas ambientais no interior dos edifícios, resolvido através do correto desenvolvimento dos sistemas AVAC por exemplo; a capacidade de monotorização e controlo da quantidade de dióxido de carbono no interior, garantindo assim um maior conforto dos ocupantes; a capacidade de assegurar uma ventilação correta dos vários espaços interiores, natural ou mecanicamente; a utilização no interior de materiais com poucas emissões para a atmosfera, tendo tal aspeto em conta em situações como tintas, polímeros, pavimentos industriais, entre outros; a capacidade de controlo de exposição dos vários espaços, tanto termal, como de ventilação e iluminação; a possibilidade de conectar os espaços interiores diretamente com espaços exteriores, potencializando assim a introdução de luz natural e de possíveis vistas. (Council, 2002 pp. 47-65)

1.2.1.6. | Inovação no Design

A inovação no projeto poderá contribuir para ser atingido mais facilmente o caminho da sustentabilidade, devendo ser incorporada no desenho dos edificios. Para tal, poderá contribuir a incorporação e sua correta utilização de estratégias passivas, como a orientação solar, a ventilação cruzada, controlo acústico através do desenho, etc, devendo ser pensadas e incorporadas numa fase de projeto. (Council, 2002 p. 67)

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No documento O espaço agrícola em contexto urbano (páginas 32-35)