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Classificação da Manutenção

No documento UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA (páginas 53-56)

3.3. Definição dos Principais Conceitos

3.3.1. Manutenção

3.3.1.2. Classificação da Manutenção

Existem essencialmente dois tipos de intervenções de Manutenção: Manutenção correctiva e Manutenção preventiva (Pinto, 1999). Na realidade numa percentagem significativa das indústrias continuam a prevalecer as intervenções com carácter correctivo, quer porque nem todas as avarias são previsíveis ou susceptíveis de serem evitadas, quer por falta de implementação de metodologias de análise de histórico de falhas que permitam uma Manutenção de carácter preventivo.

A Manutenção tem registado uma grande evolução do ponto de vista orgânico. Foram criadas filosofias e metodologias de trabalho que, com a sua evolução, possibilitaram classificar os diferentes tipos de intervenção na actividade da Manutenção. A figura 3.1 representa a classificação dos diferentes tipos de Manutenção na actualidade mais evidenciados.

Figura 3.1 – Classificação dos tipos de Manutenção

Quanto à forma de actuar perante uma determinada avaria ou anomalia, as intervenções da Manutenção podem ser não planeadas, se as avarias ocorrem de forma imprevista, ou planeadas quando o equipamento permite o planeamento das acções de Manutenção para o momento mais oportuno.

A Manutenção correctiva, tal como o seu nome indica, tem por objectivo a correcção de avarias ou deficiências do sistema. Quando ocorre, na maioria dos casos, não é

Manutenção

Preventiva Correctiva

Planeada Não Planeada

Correctiva

programada e na maioria das situações é a forma mais tradicional de fazer Manutenção (Dias, 2002).

A Manutenção correctiva é o conjunto das actividades realizadas após a ocorrência de uma avaria ou degradação do sistema, para desempenhar a função requerida. A Manutenção correctiva compreende a localização da avaria e o seu diagnóstico, a reposição do funcionamento com ou sem modificação e o controlo de bom funcionamento. Dias (2002) refere que para acções de Manutenção correctiva em equipamentos de laboração contínua, é exigido um esforço adicional da equipa de Manutenção pois, normalmente, obriga a meios de intervenção nem sempre disponíveis no momento da falha. As acções de Manutenção correctiva deverão ser reduzidas ao mínimo através da racional gestão e planificação das tarefas de Manutenção.

A Manutenção preventiva é realizada em intervalos de tempo pré-determinados ou de acordo com critérios prescritos. Ferreira (1998) considera que a Manutenção preventiva pressupõe a intervenção do serviço de Manutenção num momento devidamente preparado e programado antes da data provável do aparecimento de uma avaria. Um programa de Manutenção preventiva deverá ser definido com o objectivo de reduzir a probabilidade de avaria ou de degradação do sistema ou do serviço por si prestado. Pinto (1995) refere que o conceito de Manutenção preventiva fundamenta-se no estudo da Fiabilidade dos equipamentos. Dias (2002) refere que a Manutenção preventiva tem sido reconhecida como uma actividade extremamente importante para os sistemas em geral pois, para além de reduzir os custos de Manutenção, permite aumentar a Fiabilidade do sistema.

Existem essencialmente dois tipos de Manutenção preventiva, compreendidos também como tipos de Manutenção:

- Manutenção sistemática, que segundo Ferreira (1998), é uma Manutenção preventiva efectuada segundo um plano estabelecido segundo o tempo ou número de unidades de utilização, tendo por objectivo manter o sistema num estado de funcionamento equivalente ao inicial. As intervenções sistemáticas deverão ser programadas, tendo em atenção os dados do fabricante do

equipamento e os resultados operacionais evidenciados. Contudo, Xia (1998) refere que se a Manutenção preventiva for executada com demasiada frequência os sistemas perderão disponibilidade para a produção, o que contribui para consequentes perdas de produção. Assim, a preocupação principal no planeamento da Manutenção preventiva deverá ser determinar os intervalos óptimos para as acções de Manutenção preventiva;

- Manutenção condicionada é um tipo de Manutenção subordinada à evolução de parâmetros e condições funcionais de um determinado equipamento ou sistema para decidir o momento de uma determinada intervenção. Neste tipo de Manutenção (Ferreira, 1998), a decisão de intervenção preventiva é tomada quando existe evidência experimental de avaria iminente ou que se aproxima do limite de degradação admissível pré-determinado. Segundo Cabral (1998), o sucesso deste tipo de Manutenção depende da eficácia dos recursos e da metodologia para vigiar o estado do equipamento e a sua funcionalidade dentro dos limites aceitáveis. Pinto (1995) refere que este tipo de Manutenção obriga, em geral, à aplicação de aparelhagem complexa e bastante dispendiosa que, dificilmente, as empresas conseguem rentabilizar, exceptuando nas empresas de grande dimensão em que se justifica economicamente a aplicação de tal aparelhagem. Muitas empresas subcontratam este tipo de Manutenção para determinados equipamentos, pois nem sempre é justificável para a totalidade dos equipamentos (ex: medição e análise de vibrações, análise de óleos lubrificantes, termografia, entre outros). Esta Manutenção é por vezes designada Manutenção baseada na condição.

Em Xia (1998) é descrita uma outra modalidade da Manutenção denominada por oportunista. Poder-se-á descreve-lo como um caso especial da Manutenção preventiva mas, executada perante uma intervenção correctiva. Para Xia (1998), a Manutenção oportunista é um tipo especial de Manutenção preventiva que é executada quando outros sistemas ou equipamentos estão submetidos a acções de Manutenção correctiva ou preventiva. Este tipo de Manutenção é normalmente

praticado em sistemas de laboração contínua, de modo a garantir a sua maior disponibilidade para a produção.

O termo conservação deverá ser diferenciado de Manutenção. No entanto, para muitas empresas não existe qualquer distinção entre estes. Poder-se-á definir conservação como o conjunto de acções destinadas a manter os bens armazenados em condições de operacionalidade. Este termo deve empregar-se para referir a Manutenção dirigida ao material em armazém, seja ele um equipamento ou uma peça de reserva. Utiliza-se mais genericamente o termo Manutenção para o parque de máquinas e instalações em funcionamento. No entanto, Ferreira (1998) estabelece uma distinção entre os dois termos (Manutenção e conservação), com base numa evolução de conceito, que divergem do raciocínio anterior. Para a conservação, Ferreira (1998) atribui uma função de “desenrascar” e reparar um parque material a fim de assegurar a continuidade da produção, já a Manutenção é escolher os meios de prevenir, de corrigir ou renovar um parque material, seguindo um critério económico, a fim de optimizar o custo global de posse do equipamento.

No documento UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA (páginas 53-56)