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A co-criação diz respeito ao trabalho coletivo entre todos os envolvidos em processos criativos, tanto dos contratantes como dos contratados, tratando de um modelo em que o conhecimento de todos são envolvidos em prol de um bem comum, que venha buscar um resultado de sucesso.

Assim, todos os produtos vindos de um processo, onde os integrantes fizeram parte do que foi criado, trazem com eles algum sentimento desses envolvidos. Esse produto ainda promove sentido aos que o desenvolveu, indo além da satisfação por fazer parte dessa construção, mas também criando uma consciência de que são realmente partes do resultado.

O desenvolvimento integrado de produto considera que esse processo de transformação e geração de informações deva ser efetuado por uma equipe multidisciplinar, ou melhor, que os requisitos do produto e soluções, ao longo de todas as fases do processo, devam ser considerados ou pensados simultaneamente (Back et al, 2008, p.4).

A metodologia de projeto é considerada por Back et al (2008) como a organização dos conhecimentos, métodos e ferramentas utilizados para o desenvolvimento de produtos em que a eficiência e eficácia deles necessita saber o que fazer, para quem fazer, quando fazer, com que fazer e como fazer.

Lana (2007) coloca que projeto participativo consiste no processo em que as decisões tomadas durante as atividades são compartilhadas entre o arquiteto e/ou uma equipe junto do usuário consumidor do produto final.

É deste modo que esse tipo de processo tem um papel ativo para elaboração de projetos, que pode ser denominado social, se diferenciando dos processos mais tradicionais, conhecidos como comercial, cujo cliente emprega a função do desenvolvimento dos seus espaços a um profissional que, junto a um escritório, repassa a ideia somente depois de concluída para este usuário final (LANA, 2007).

Gonçalves (2005) coloca, em tese, que projeto participativo em arquitetura se apresenta muitas vezes com denominações diferentes:

“Projeto participativo” ou “desenho comunitário” são expressões cunhadas para designar um método de trabalho de projetar no qual os envolvidos (usuário, moradores de certa vizinhança, participantes de clubes, adultos, seniores, ou crianças) sejam ouvidos em suas demandas para o projeto (GONÇÃLVES, 2005, Pag. 55)

O mesmo autor reflete que, estudadas as publicações de origens norte-americanas e inglesa, nota-se experiências com projetos participativos de naturezas diversas, envolvendo técnicos arquitetos, paisagistas e os clientes, contando, às vezes, com equipes mistas de

educadores, economistas, administradores, psicólogos, sendo estes projetos tanto de construção ou requalificação de algum espaço livre, de edifícios para uso comunitário, conjuntos habitacionais, escolas, praças e parques (GONÇALVEZS, 2005).

A co-criação envolve profunda democratização e descentralização da criação de valor; a criação sai do modelo concentrado na empresa e passa para integrações com clientes, comunidades de clientes, fornecedores, parceiros e empregados, bem como para interações entre indivíduos. (GOUILLART, 2011, p.6)

Sendo assim, pode-se entender, em design e ciências administrativas, esse mesmo sentido participativo pela expressão co- criação, que é a teoria que tem por premissa a integração dos envolvidos em qualquer conteúdo criativo, com o intuito de que o grupo promova um desenvolvimento conjunto das idéias para um resultado democrático. Esta, se bem direcionada, resulta numa eficiência muito maior para com as problemáticas de como o profissional pode interferir de maneira qualitativa na relação com que o usuário terá com os ambientes e vice- versa (GOUILLART, 2011).

A diretriz da co-criação se adapta perfeitamente ao processo de projeto de espaços, onde faz-se possível a orientação dos trabalhos a um resultado que tenha os anseios da maioria. “Cada oportunidade de co- criação (e de integração com o cliente) pode ser vista como projeto especifico” (PRALAHAD, KRISHNAN, 2008, P.188) quando existe a oportunidades de projetar, incluindo os diversos envolvidos, tende a uma busca por resultado de maior sucesso para o projetista e de maior satisfação para o cliente/consumidor/usuários do espaço.

Na co-criação, os clientes são parte integrante da criatividade investida no processo de transformação e em seu desenho, porque isso atende ao interesse de cada um. Por meio da co- criação de novas interações, eles ganham experiências de melhor qualidade e aprimoram os aspectos econômicos envolvidos. (GOUILLART, 2011, p.165)

O trabalho co-criativo esta apoiado na transformação do comportamento humano e nas relações sociais, ainda que as pessoas tenham muita dificuldade para aceitar as mudanças elas estão sempre involuntariamente presentes, e a co-criação se encaixa perfeitamente ao método para projetos, fazendo com que todos participem das mudanças, com seus desejos e suas opiniões. “O projeto participativo exige uma equipe composta por elementos, cuja soma de competências seja complementar e supra a maioria das demandas” (GONÇALVES, 2005, p. 56). Deve-se, mediante essas teorias, direcionar atenções aos acontecimentos atuais como uma forma de apoiar o trabalho de cada um pra melhorar as atividades profissionais (HANSEN, 2010).

As informações estão pulando em nossa vida sem a menor possibilidade de filtro. Então, agora é a hora de fazer uso dessas possibilidades do conhecimento para interagir com os consumidores do design, de uma maneira a qualificar os projetos.

A digitalização, conectividade e o acesso aberto e livre à informação e às redes sociais estão impulsionando o desenvolvimento de uma base ativa de consumidores, dispostos a participar e a co-criar suas próprias experiências personalizadas. (PRALAHAD, KRISHNAN, 2008, p.203) Fazer uso dessas informações não tem somente fatores positivos, como afirmado acima, acontece sem critérios de seleção. Inúmeras informações chegam a todo momento e “o excesso de informações dificulta a busca em virtude do ruído de informações – relação entre quantidade total de informações disponíveis e a quantidade de informações úteis” (HANSEN, 2010, p.64). E não somente isso, mas, como supracitado, existe uma insegurança social sobre esses aspectos de mudança.

2.5 DEFINIÇÃO DE ESPAÇO E O SENTIDO DA DIMENSÃO