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O estudo foi desenvolvido em três etapas consecutivas e interdependentes, a saber:  Seleção dos dados de identificação da puérpera, dos indicadores empíricos de NHB e

estruturação da primeira versão do instrumento;

 Validação de conteúdo (dados de identificação e indicadores empíricos) da primeira versão do instrumento por enfermeiras da clínica obstétrica do HULW/UFPB e sua posterior correção;

 Seleção dos diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem, com base nos indicadores validados e estruturação da segunda versão do instrumento contendo três

partes: dados de identificação da puérpera, avaliação das NHB; planejamento, prescrição e avaliação de enfermagem.

A figura 4 abaixo mostra os passos metodológicos para alcançar o objetivo proposto.

Figura 4 – Trajetória metodológica da pesquisa.

A seleção dos dados de identificação da puérpera baseou-se na categoria de dados demográficos do cliente do i-NMDS que define como itens essenciais: início e final do episódio do cuidado; país de residência; tipo de serviço clínico; situação de alta; ano de nascimento; gênero; e razão da admissão.

A seleção dos indicadores de NHB afetadas no puerpério imediato baseou-se no estudo desenvolvido por Silva et al. (2009), que identificaram na literatura 178 indicadores empíricos de NHB em parturientes e puérperas, e na revisão de literatura realizada pela pesquisadora nesta pesquisa acerca dos indicadores no puerpério imediato. Levou-se também em consideração a brevidade do período de internação hospitalar da maioria das puérperas no serviço, que varia de 48 a 72 horas2 após o parto.

Após a seleção, os dados de identificação da puérpera e os indicadores empíricos foram estruturados no layout da primeira versão do instrumento contendo duas partes, assim denominadas: dados de identificação da puérpera e avaliação das necessidades humanas

básicas.

Para validação de conteúdo deste, utilizou-se um questionário, o qual foi remetido duas vezes aos juízes com objetivo de se obter um consenso de opiniões acerca dos itens que deveriam constar na versão final do instrumento proposto. O primeiro questionário (APÊNDICE A) abordou a caracterização dos juízes e algumas questões para nortear os juízes do grupo Delphi na análise da primeira versão do instrumento quanto à suficiência, clareza, repetição, pertinência dos itens que o estruturavam, bem como o formato do mesmo.

As respostas devolvidas no primeiro ciclo foram analisadas estatisticamente, e compiladas uma lista com todas as respostas, acrescidas de novas questões, as quais subsidiaram a elaboração de um novo questionário (APÊNDICE B). Este foi enviado aos participantes do grupo Delphi para que acompanhassem os resultados obtidos, e revissem sua argumentação diante de cada questão, caso julgassem necessário. O objetivo foi obter o consenso dos mesmos, evidenciado pelo índice de concordância que pode variar de 50 a 80% (FARO, 1997; WRIGHT; GIOVINAZZO, 2000). Neste estudo, considerou-se válido os itens com pelo menos 70% de concordância.

A figura 5 esquematiza os passos da técnica Delphi utilizada neste estudo para validação dos dados de identificação da puérpera e dos indicadores empíricos.

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Figura 5 - Técnica Delphi para validação de conteúdo da primeira versão do

instrumento proposto.

Fonte: SILVA, 2012.

Atingido o consenso entre os juízes na segunda rodada Delphi, deu-se por encerrada a técnica, sendo enviado aos juízes um relatório final contendo a tabulação e análise dos dados recebidos, agradecendo a participação dos mesmos na primeira fase de construção do instrumento proposto (APÊNDICE C).

O anonimato das respostas e o fato de não haver reunião física reduziram efeitos como: capacidade de persuasão, relutância em abandonar posições assumidas e a dominância de grupos majoritários. Como produto final obteve-se a opinião convergente de vários juízes, representando um consenso de grupo, em consonância com a técnica Delphi.

A seleção das afirmativas de diagnósticos/resultados de enfermagem para compor o instrumento baseou-se no raciocínio diagnóstico para agrupar os indicadores empíricos validados, de modo que permitisse a identificação das afirmativas propostas por Silva e Nóbrega (2011) e Silva, Nóbrega e Macedo (2012). Estas propuseram e validaram 69 afirmativas de diagnóstico/resultado de enfermagem e 533 afirmativas de intervenções de enfermagem para clientes obstétricas (ANEXO A), com base no Modelo dos Sete Eixos da CIPE® versão 2.0 e no Banco de Termos da Linguagem Especial para Clínica Obstétrica (SILVA, 2008).

Vale destacar que os termos utilizados na elaboração de afirmativas de diagnóstico/resultado de enfermagem são os mesmos e podem ser utilizados tanto como diagnóstico de enfermagem quanto como resultado de enfermagem. O que permite diferenciar um do outro é a avaliação do enfermeiro se corresponde a uma decisão sobre o estado do

cliente, problemas e/ou necessidades (diagnóstico) ou uma resposta do cliente após a implementação das intervenções de enfermagem (resultado).

A seleção das intervenções de enfermagem baseou-se nos diagnósticos/resultados de enfermagem selecionados, os quais foram caracterizados por um conjunto de indicadores empíricos, de modo a evidenciar a interdependência entre os dados coletados, os diagnósticos identificados e as intervenções prescritas para alcançar os resultados pelos quais o enfermeiro é responsável.

A última fase consistiu na estruturação da versão final do instrumento, com base nos itens validados pelas enfermeiras participantes do grupo Delphi e pelas afirmativas de diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem selecionadas pela pesquisadora. Esta estruturação levou em consideração as etapas do processo de enfermagem que devem ser registradas, de acordo com a Resolução COFEN n°358/2009 e no conceito do i-NMDS.

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