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Após a coleta de dados, utilizou-se a estratégia de análise do conteúdo, procedimento característico na investigação a partir de material textual. Inicialmente, a entrevista foi transcrita integralmente para o meio digital, para posterior análise a partir da leitura do material, e por fim para assegurar que as proposições apresentadas não se transformassem em mero subjetivismo, os procedimentos metodológicos e critérios de validação adotados foram baseados na autenticidade, plausibilidade, criticabilidade e reflexibilidade (Pozzebon, 2003; Chizzotti, 2010).

A estrutura da investigação parte da teoria do reconhecimento de Axel Honneth, perpassada por um modelo investigativo específico, com seu respectivo roteiro de entrevista, formando uma correlação de informações que permitirão atender ao objetivo da pesquisa.

Assim sendo, a seguir, descreve-se esse processo, articulando três conteúdos complementares: os conceitos principais da (I) Teoria do reconhecimento de Axel

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Honneth e do (II) modelo socioantropológico, que subsidiaram as (III) perguntas do roteiro de entrevistas.

Quadro 8 - Triangulação entre a Teoria do reconhecimento de Axel Honneth, o Modelo socioantropológico e as perguntas do roteiro de entrevistas

Teoria do reconhecimento de

Axel Honneth Modelo socioantropológico

Perguntas do Roteiro de Entrevistas - Apêndice X

Reconhecimento como

enfrentamento dos estigmas e preconceitos.

1. Os surdos constroem comunidades nas quais o elemento de aproximação é a língua de sinais (SKLIAR, 1997, p. 144)

2. Bilinguismo torna o indivíduo um ser mais completo e com melhor acesso e domínio de matérias, facilitando assim o seu entendimento e aprendizado (SANTOS et al., 2014, p.1120)

3. O modelo bilíngue propõe o acesso do estudante surdo nas mesmas possibilidades psicolinguísticas da ouvinte (SCHELP, 2009 p.2282)

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Reconhecimento intersubjetivo: “A qualidade moral das relações sociais não pode ser mensurada exclusivamente em termos de uma distribuição justa ou equitativa de bens materiais” (HONNETH, 2007, p. 81), afirmando que através do reconhecimento intersubjetivo os sujeitos podem assegurar a garantia plena de suas capacidades e uma autorrelação marcada pela integridade.

80 Três formas de reconhecimento intersubjetivo: autoconfiança, autorrespeito e autoestima. Descreve os três níveis de desenvolvimento da identidade individual (amor, lei e estima social)

1. Os surdos constroem comunidades nas quais o elemento de aproximação é a língua de sinais. (SKLIAR, 1997, p. 144.)

2. Bilinguismo torna o indivíduo um ser mais completo e com melhor acesso e domínio de matérias, facilitando assim o seu entendimento e aprendizado (SANTOS et al., 2014, p.1120)

3. O modelo bilíngue propõe o acesso do estudante surdo nas mesmas possibilidades psicolinguísticas da ouvinte (SCHELP, 2009, p.2282).

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As três formas de não respeito: violação da integridade física, privação de direitos e degradação e ofensa aos modos de vida

1. Os surdos constroem comunidades nas quais o elemento de aproximação é a língua de sinais (SKLIAR, 1997, p. 144).

2. Bilinguismo torna o indivíduo um ser mais completo e com melhor acesso e domínio de matérias, facilitando assim o seu entendimento e aprendizado (SANTOS et al., 2014, p. 1120).

3. O modelo bilíngue propõe o acesso do estudante surdo nas mesmas possibilidades psicolinguísticas da ouvinte (SCHELP, 2009, p. 2282).

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Eticidade como agrupamento

circunstancial de

intersubjetividades: momentos normativos indispensáveis rumando para autodeterminação e a autorrealização.

1. Os surdos constroem comunidades nas quais o elemento de aproximação é a língua de sinais (SKLIAR, 1997, p. 144).

2. Bilinguismo torna o indivíduo um ser mais completo e com melhor acesso e domínio de matérias, facilitando assim o seu entendimento e aprendizado (SANTOS et al., 2014, p. 1120).

3. O modelo bilíngue propõe o acesso do estudante surdo nas mesmas possibilidades psicolinguísticas da ouvinte (SCHELP, 2009, p. 2282).

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Protocolo “dos conflitos com a lógica das mudanças sociais: a resistência coletiva procedente da interpretação socialmente crítica dos sentimentos de desrespeito, partilhados em comum, não é

apenas um meio prático de

reclamar, para o futuro, padrões ampliados de reconhecimento, mas, [...] possui para os envolvidos também a função direta de arrancá- los da situação paralisante do rebaixamento passivamente tolerado e de lhes proporcionar, por conseguinte, uma autorrelação nova e positiva” (HONNETH, 2003, p. 259).

1. Os surdos constroem comunidades nas quais o elemento de aproximação é a língua de sinais (SKLIAR, 1997, p. 144).

2. Bilinguismo torna o indivíduo um ser mais completo e com melhor acesso e domínio de matérias, facilitando assim o seu entendimento e aprendizado (SANTOS et al., 2014, p. 1120).

3. O modelo bilíngue propõe o acesso do estudante surdo nas mesmas possibilidades psicolinguísticas da ouvinte (SCHELP, 2009, p. 2282).

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Identificação de manifestações de desprezo: "que podem levar os atores sociais a experimentar a realidade de um reconhecimento escasso" (HONNETH, 1997, p. 116).

1. Os surdos constroem comunidades nas quais o elemento de aproximação é a língua de sinais (SKLIAR, 1997, p. 144).

2. Bilinguismo torna o indivíduo um ser mais completo e com melhor acesso e domínio de matérias, facilitando assim o seu entendimento e aprendizado (SANTOS et al., 2014, p. 1120).

3. O modelo bilíngue propõe o acesso do estudante surdo nas mesmas possibilidades psicolinguísticas da ouvinte (SCHELP, 2009, p. 2282).

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Reconhecimento poupado: "atitudes favoráveis permanecem geralmente implícitas, enquanto atitudes contrárias demandam articulação mais precisa, pois, em um caso contrário, não seriam levadas em consideração".

[...] só podemos chegar a uma compreensão de nós mesmos como portadores de direitos, quando possuímos, inversamente, um saber sobre quais obrigações temos de observar em face do respeito do outro: apenas da perspectiva normativa de um “outro generalizado”, que já nos ensina a reconhecer os outros membros da coletividade como portadores de direitos, nós podemos nos entender também como pessoa de direito, no sentido de que podemos

1. Os surdos constroem comunidades nas quais o elemento de aproximação é a língua de sinais (SKLIAR, 1997, p. 144.).

2. Bilinguismo torna o indivíduo um ser mais completo com melhor acesso e domínio de matérias, facilitando assim o seu entendimento e aprendizado (SANTOS et al., 2014, p. 1120).

3. O modelo bilíngue propõe o acesso do estudante surdo nas mesmas possibilidades psicolinguísticas da ouvinte (SCHELP, 2009. p. 2282).

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estar seguros do cumprimento social de algumas de nossas pretensões (HONNETH, 2003, p. 179).

Fonte: Elaborado pelo autor.

Observa-se com relação à estrutura do quadro que, na coluna das perguntas do roteiro de entrevista, todas foram enumeradas por se apresentarem encadeadas de um modo que, organizá-las aqui, antes da execução do trabalho de campo, este quadro tem uma relação direta com escrutínio da inovação social, tornou-se um exercício complexo.

Quanto à seleção de sujeitos do corpo docente, constituiu-se uma escolha estratégica, pois se entendeu que essas pessoas estão mais expostas às práticas de poder, assim, ao exercício institucional das relações de força. Elas funcionam como interlocutoras entre gestão, servidores, alunos, e comunidade externa, acolhendo demandas, expondo-se mais à comunicação e tendo praticamente uma visão “360º” da instituição, toda essa experiência, acredita-se, em muito enriqueceu esta pesquisa.

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