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Diante dos objetivos pretendidos, optou-se pela técnica de questionário fechado e de entrevista estruturada, para o corpo operacional e gerentes, respectivamente. Haja vista que a inserção do pesquisador nas empresas para contato direto com os gestores, facilitou o encontro face a face com os colaboradores-chave e representantes do corpo operacional.

O questionário foi idealizado com o intuito de identificar como cada funcionário da empresa percebe a implantação de processos na organização, assim como o nível de experiência de cada um. O questionário é fechado para diminuir a resistência dos profissionais, que podem se sentir incomodados, ao terem que escrever, provocando que respondam qualquer coisa somente para terminar rapidamente e também por permitir tempos de resposta mais curtos.

Para realizar esta pesquisa, optou-se também por usar a técnica de entrevista, que apresenta diferentes vantagens, como: a certeza de quem está respondendo; chance de alterar as perguntas iniciais, de acordo com as respostas e o encaminhamento das discussões; detalhamento de temas emergentes segundo o rumo da entrevista; obtenção do máximo de informações em consonância com as potencialidades de cada entrevistado (PIOVESAN; TEMPORINI, 1995).

Decidiu-se por realizar entrevista estruturada, principalmente por este tipo permitir a comparabilidade entre uma entrevista e outra, não inteiramente possível com as entrevistas semiestruturadas devido à sua flexibilidade (SELLTIZ, 1987). Assim, facilita-se a análise dos dados coletados, em conjunto com os obtidos por meio de outras ferramentas de coleta. Essas entrevistas tinham o objetivo de obter dados dos gestores, e optou-se por essa modalidade, principalmente, por se ter a certeza de quem responde os questionamentos, e por permitir esclarecimentos mais aprofundados.

A entrevista, no entanto, foi deixada de lado por pedidos dos próprios respondentes. Durante os pré-testes, nas duas primeiras organizações, os gerentes perguntaram se poderiam responder o questionário em vez da entrevista. Como o objetivo da entrevista foi garantir que o respondente não era outro senão o gerente, e considerando que o pesquisador estaria acompanhando todo o processo, decidiu-se abrir mão da entrevista, utilizando-se somente o questionário e a observação direta para a coleta de dados.

Por outro lado, respeitando a natureza do objeto de estudo, sua população e o desejo de obter o maior número de dados possíveis para responder a questão investigativa – Qual o perfil das MPE e como os modelos de GC se mostram adequadas a essas? – aplicamos a técnica de observação direta. Este é um recurso que permite perceber as “entrelinhas” contidas nas atividades da empresa, com suas ações e reações, e, portanto, evita o mascaramento de possíveis respostas dos entrevistados (SELLTIZ, 1987).

Nas três modalidades de amostra, o objetivo é sempre o de coletar dados sobre o funcionamento geral da empresa, identificando variáveis, como: valor atribuído aos processos implantados ou passíveis de implantação na empresa; prioridades em relação aos processos internos; valor da informação e do conhecimento no contexto da empresa; conhecimento que se tem da GI e GC; possíveis técnicas de GI e GC já utilizadas e os resultados pretendidos com a implantação de modelos de GC.

Levando em conta os objetivos enunciados na introdução, mencionam-se as variáveis daí advindas, e que formam as categorias para a análise:

 Número de colaboradores que atuam diretamente com a atividade fim da organização.

 Nível de rotatividade de colaboradores na empresa, que será advinda do número de colaboradores que entraram nos últimos seis meses com o número total presente.

 Experiência que cada um percebe no outro. Esta medida deve ser feita tanto para os colaboradores em geral, como para os recentes.

 Percentual de gerentes dentro do corpo operacional.  Adoção de processos por parte da organização.

 Porte dos clientes da organização, tanto de esfera pública como privada.  Cultura organizacional propensa à colaboração entre os pares.

As variáveis listadas são determinantes para elaboração dos protocolos de coleta: o questionário (ANEXO A) e o protocolo para aplicação da técnica de observação (ANEXO B). O questionário (ANEXO A) é composto por 16 perguntas, separados em quatro partes, como a seguir. A primeira parte do questionário indaga o nome, e-mail e enquadramento funcional do respondente, estes questionamentos não entram na conta total de perguntas. A segunda etapa questiona sobre: classificação dos clientes da empresa, a quantidade e a contratação de novos funcionários nos últimos seis meses, além do nível de experiência, tanto própria, como para todos os colaboradores e para os que ingressaram há pouco tempo.

A partir desse momento, o questionário visa prover meios de estudar os processos adotados na organização, primeiramente avaliando se a empresa já mantém processos técnicos, administrativos, ambos ou nenhum, e, caso não adote, se pretende adotar. O passo seguinte foi identificar características dos processos, sejam estes adotados ou que se desejem adotar, assim como o processo ideal na mente de cada colaborador da organização.

Após essa fase, parte-se para avaliar questões culturais que podem facilitar, ou dificultar, a gestão do conhecimento na organização. Busca-se verificar questão de compartilhamento de informação, principalmente no que se refere a dúvidas e questionamentos do dia-a-dia.

Já a ficha ou roteiro de observação (ANEXO B), lista os itens que se buscou avaliar nas organizações, mediante visualização do comportamento dos colaboradores. O objetivo do mesmo foi o de perceber elementos que não seriam facilmente identificados, ou até mesmo

mascarados, com o uso de questionário e entrevistas, e usar esses dados para complementar os coletados por meio dessas últimas.

Os itens do roteiro, como é possível visualizar no Anexo B, são complementares às perguntas do questionário, e por isso cada item foi observado simultaneamente ao momento de responderem à pergunta correlata no questionário, e depois confirmados com observação após o questionário ser respondido.