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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – Caminhos metodológicos

1.3. Coleta de dados

A produção científica periódica publicada pelos pesquisadores da área nos três

periódicos (Ciência da Informação8, Datagramazero9 e Perspectivas em Ciência da

Informação10) foi coletada nos exemplares eletrônicos disponíveis na Internet e

organizada em uma base de dados utilizando o software Excel. Uma parte da base que continha os artigos dos periódicos Datagramazero e Ciência da Informação, no período de 1999 a 2006, foi gentilmente cedida pelo Professor Doutor Manoel

Palhares Moreira11. Na base de dados cedida foi efetuada a conferência dos artigos

e percebeu-se que nela foram descartados os artigos que não eram de língua portuguesa; dessa forma, foi necessária essa inclusão. A essa base foi acrescentado também o periódico Perspectivas em Ciência da Informação com o recorte temporal do presente estudo (2002-2007). Houve, assim, a construção de planilhas específicas para cada periódico, contendo: ano de publicação, título do

8

Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/index. Acesso em 25 jan. 2009.

9

Disponível em: http://www.dgz.org.br/. Acesso em 25 jan. 2009.

10

Disponível em: http://www.eci.ufmg.br/pcionline/index.php/pci. Acesso em 25 jan. 2009.

11

Currículo Lattes disponível emhttp://lattes.cnpq.br/8050304635755399. Acesso em 25 jan. 2009. O professor Palhares utilizou os artigos dos periódicos Datagramazero e Ciência da Informação no

artigo, palavras-chave e uma coluna com a classificação do artigo de acordo com a

taxonomia proposta por Hawkins, Larson e Caton (2003)12.

Hawkins, Larson e Caton (2003) propuseram uma taxonomia para a CI a partir da definição da área e do mapeamento dos temas que estavam indexados no ISA – Information Science Abstract. Essa definição foi iniciada após estudos nos antigos abstracts que mostravam as mudanças da área através da literatura. Para chegar à definição e mapeamento da área, o autor realizou uma revisão que teve por objetivo compreender como a área era organizada por assunto, suas divisões e a estrutura utilizada para indexação das temáticas da mesma, a qual se mostrou obsoleta por não incluir assuntos importantes como a área de tecnologia e indústria.

Após essa etapa de construção teórica, o primeiro mapeamento mostrou como resultado que as áreas que mais se aproximam e se relacionam com a CI são: a tecnologia computacional, as ciências do comportamento, a biblioteconomia, a estatística, a comunicação e o direito, entre outras.

Identificada as áreas correlatas13 e o núcleo central da área14, Hawkins, Larson e

Caton (2003) construíram uma nova taxonomia para a CI. Essa taxonomia foi constituída a partir dos estudos teóricos, da validação do instrumento através da sua aplicação em um estudo de caso no período de 1998 a 1999, realizado pelos autores desse trabalho na base ISA. Após a validação do instrumento e de sua consistência de indexação, o instrumento final foi apresentado para o uso. Ele é composto de 11 grandes áreas e suas subdivisões. No Brasil, Oddone e Gomes (2005) propuseram uma nova taxonomia para a CI com base em instrumentos classificatórios existentes e nas linhas de pesquisa da pós-graduação em CI no Brasil. No artigo em que o trabalho é apresentado, as autoras afirmaram que após a conclusão da formulação do esquema taxonômico, observaram no Journal of the

12

Ver anexo A, a taxonomia é descrita no seguinte artigo constante da bibliografia: HAWKINS, Donald T.; LARSON, Signe E.; CATON, Bari Q. Information science abstracts: tracking the literature of information science. Part 2: a new taxonomy for information science. Journal of the American

Society for Information Science and Technology, v. 54, n. 8, p.771-781, 2003. 13

Áreas que se relacionam com a CI como já citado.

14

O núcleo central da área é composto por: propriedades da informação, acesso à informação, informação industrial, organização do conhecimento, design de bases de dados, dentre outros.

American Society for Information Science and Technology a publicação do artigo de Hawkins, Larson e Caton (2003) propondo uma nova taxonomia para a área. A simultaneidade dos trabalhos demonstrou que a iniciativa nacional estava em consonância com a perspectiva internacional da área. Ao final, as autoras incluíram a tradução da taxonomia para que os pesquisadores brasileiros discutissem e avaliassem a pertinência dos dois instrumentos para a área.

No presente estudo, optou-se pela taxonomia de Hawkins, Larson e Caton (2003) pela sua abrangência e pela descrição de como foi efetuada a construção do instrumento, validando assim sua pertinência ao campo e à (re)indexação da amostra desse estudo.

Em que pese ponderações acerca da escolha, não existe um consenso na área de ciência da informação sobre o instrumento categorizador a ser utilizado. Existem atualmente além do já citado e utilizado nesse trabalho, as tabelas das áreas do conhecimento do Cnpq/Capes, nas quais a área da ciência da informação é representada com poucas sub-áreas de forma resumida; o tesauro em ciência da informação do IBICT que data do ano de 1989 e que não foi atualizado, e por fim e mais recente, o tesauro em ciência da informação fruto da pesquisa de doutorado do Professor Manoel Palhares em 2005, mas que ainda não foi incorporado pela área como instrumento de classificação da mesma. Frente a essa questão optou-se pela adoção da taxonomia de Hawkins, Larson e Caton (2003), que já é amplamente utilizada e inspirou trabalhos como o de Oddone (2004).

Dessa forma a amostra final coletada nos três periódicos foi de 468 artigos, os quais se encontram distribuídos nos periódicos da seguinte forma: 164 artigos no periódico Datagramazero, 115 artigos no periódico Perspectivas em Ciência da Informação e 184 artigos no periódico Ciência da Informação.

A variação no número de artigos entre os periódicos dentro do mesmo recorte temporal se deve ao fato de que a periodicidade entre eles também é variável; enquanto Perspectivas em Ciência da Informação e Ciência da Informação são quadrimestrais, o periódico Datagramazero tem periodicidade bimestral.

Na próxima etapa foram construídos gráficos com as temáticas atribuídas aos artigos de acordo com a taxonomia de Hawkins, Larson e Caton (2003). Essa etapa teve a finalidade de responder ao seguinte objetivo específico da pesquisa: sistematizar as temáticas e dinâmicas de pesquisa com vistas a compreender se as mesmas refletem uma agenda de pesquisa do campo.

A percepção da dinâmica das pesquisas foi possível tendo em vista que o período analisado (2002-2007) teve grande impacto para a ciência da informação brasileira, pois acontecia nesse momento delicado para o campo, a discussão sobre o resultado da avaliação trienal da Capes e a mudança no sistema Qualis de avaliação dos periódicos. Essas mudanças foram significativas e impactantes, pois modificou o panorama da área e contribuiu para que se pensasse na revisão de critérios tanto de produção científica como de reconfiguração das pesquisas realizadas nos programas de pós-graduação.

Quanto às entrevistas, as mesmas foram realizadas por e-mail devido à dispersão geográfica da amostra. E as respostas foram utilizadas ao longo do texto e nos capítulos referentes às seções da entrevista (Seção A – Identificação, Seção B – Colaboração Científica e Seção C – Liderança).

Concluiu-se assim a coleta dos dados que foram a base para a sistematização e análise da dinâmica do campo através da sua publicação periódica, e também a identificação dos pesquisadores/líderes e o exercício dessa liderança no campo. Dito isto, no próximo capítulo o foco é sobre a ciência, a constituição e seus percursos, as crises na ciência que através das quebras paradigmáticas reconfiguraram o fazer científico; e as ciências sociais e a ciência da informação com suas questões de pesquisa no cenário científico.