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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E CONCEITUAL

2.2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SISTEMAS DE INFORMAÇÕES

2.2.3 Como Infra-estrutura

Uma infra-estrutura de tecnologia da informação e de sistemas de informações consiste em todas as instalações físicas, serviços e administração que proporcionam suporte a todos os recursos informatizados compartilhados por uma empresa. Na visão de Turban, Mclean e Wetherbe (2002), são cinco os componentes principais da infra-estrutura: hardware, software de desenvolvimento, redes e instalações de comunicação (incluindo a internet e as redes internas denominadas intranets), bancos de dados e pessoal da administração da informação.

As infra-estruturas incluem esses recursos, bem como a sua integração, operação, documentação, manutenção e administração. Tal arquitetura não deve ser confundida com a arquitetura de computador, que pode envolver a presença de vários processadores ou características especiais para aumento da velocidade. Adicionalmente, a organização contará com diversos sistemas de informações para apoio aos negócios, em áreas como finanças, contabilidade, produção, marketing, gestão de RH, dente outros.

Na organização hospitalar esses sistemas também podem estar presentes, por se tratarem de operações administrativas e financeiras relativamente comuns a qualquer tipo de organização. Sistemas de informações mais específicos também estarão presentes, a exemplo de prontuário eletrônico do paciente (será visto mais a frente), internação, serviço social, controle de infecção hospitalar, serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, centro cirúrgico, dentre outros.

Uma das formas de classificar a arquitetura da informação em uma organização é em relação à função desempenhada pelo hardware, conforme aponta Date (2000). É possível distinguir dois casos extremos: um ambiente de mainframes (computadores de grande porte) e um ambiente de personal computers (computadores pessoais). A combinação desses dois cria um terceiro tipo de arquitetura, o ambiente distribuído ou em rede.

a) Ambiente de mainframe: os usuários trabalham com terminais “passivos”, usados para inserir ou alterar dados, acessando informações do mainframe. Esse era o tipo de arquitetura dominante até meados da década de 80. Não são muitas as empresas que utilizam exclusivamente esse tipo de arquitetura hoje em dia;

b) Ambiente de personal computers: nessa configuração somente os computadores pessoais compõem a arquitetura de hardware. Podem ser independentes uns dos outros, mas normalmente são interligados por redes eletrônicas. É uma arquitetura comum a muitas empresas de pequeno e médio porte;

c) Ambiente em rede (distribuído): o processamento distribuído divide o trabalho entre dois ou mais computadores que podem ser todos mainframes, todos de médio porte, todos microcomputadores, ou como na maioria dos casos, uma combinação desses tipos.

Graças às redes de comunicação e, em especial à internet e às intranets, a computação em rede está se tornando a arquitetura dominante na maioria das empresas. Essa arquitetura permite cooperação intra e interorganizacional em computação, acesso a vasta quantidade de dados, informação e conhecimento, bem como alta eficiência no uso dos recursos computacionais. O conceito de computação em rede impulsiona a nova arquitetura de hoje. Dois tipos merecem destaque:

a) Arquitetura cliente/servidor: divide unidades computacionais em rede em duas categorias principais, clientes e servidores, conectados por redes locais e possivelmente por amplas redes remotas privadas. Um cliente é um computador agregado a uma rede para o compartilhamento de seus recursos: impressão, acesso a outros computadores etc. Um servidor é uma máquina agregada a essa mesma rede e que fornece serviços a esses clientes. O grande objetivo dessa arquitetura é a promoção do uso simultâneo de diversos

dispositivos computacionais, cada um deles realizando a tarefa para a qual é mais capacitado;

b) Computação global: a computação cliente/servidor pode ser implementada em uma pequena área de trabalho ou em um departamento em uma rede local. Entretanto, muitos usuários necessitam de acesso a dados, aplicativos, serviços, correio eletrônico e fluxos de dados em tempo real, que estão em diferentes redes e bancos de dados, para incrementar a sua produtividade e competitividade. A solução está na computação global, uma arquitetura cliente/servidor que conecte dados dentro da empresa como um todo. Essa combinação de clientes/servidores e amplo acesso a dados forma um ambiente computacional coeso, flexível e poderoso.

A arquitetura de tecnologia da informação e de sistemas de informações representa um mapa ou um plano de alto nível das necessidades de informações de uma empresa. Nesse enfoque é necessário unir as necessidades de informação, a infra-estrutura e as tecnologias de apoio. A analogia com a arquitetura de uma casa ajuda nesse entendimento. Ao preparar o projeto conceitual da planta alta de uma casa, o arquiteto precisa conhecer a utilização que ela terá, as necessidades dos moradores e as restrições de construção (tempo, dinheiro, materiais etc.). Ao preparar a arquitetura de tecnologia da informação e de sistemas de informações, o designer precisa de informações similares, que podem ser divididas em:

a) Necessidade de informação do negócio, ou seja, os objetivos da empresa e a contribuição que a área de informática pode proporcionar. Os usuários de toda essa arquitetura devem ter um papel fundamental nessa parte do desenho. Um arquiteto não consegue planejar sem saber o propósito da casa e a necessidade de seus proprietários;

b) Sistemas de informações e infra-estrutura tecnológica já existentes na empresa e como podem ser combinados entre si ou com sistemas futuros, para dar suporte às necessidades de informações da empresa. Se um arquiteto estiver construindo um anexo à casa, precisará saber como essa nova parte deve se encaixar na antiga.

Essa arquitetura pode ser considerada o vigamento conceitual da infra-estrutura organizacional da informática. Trata-se de um plano para estruturar a integração dos recursos de informação na organização. Existe uma parte que deve ser centralizada para servir ao todo da organização e inclui a arquitetura dos negócios (necessidades de informações da empresa), dos dados e das comunicações. A parte descentralizada inclui a arquitetura dos computadores (dos usuários finais) e dos sistemas. Esses últimos podem estar inseridos no nível operacional, gerencial ou estratégico (O’BRIEN, 2004)

E por último, fechando os conceitos de tecnologia da informação e sistemas de informações, existe uma terceira ótica para visualizá-los: o quanto ambos podem exercer o papel de agentes de transformação nas organizações.