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Comparação da ficção televisiva nos países

A exposição comparativa da ficção televisiva entre os 11 países Obitel será feita com base nos indicadores quantitativos da pro- dução estabelecidos no protocolo metodológico comum, sendo os principais: total anual de horas de ficção; total de títulos, formatos, faixa horária, número de capítulos e episódios, dados de circulação (importação, exportação) e de coproduções.

Tabela 2. Oferta de horas de fi cção nacional e ibero-americana – 2009 a 2011 OFERTA GLOBAL DE HORAS 2011 2010 2009 TOTAL Nacional Ibero Nacional Ibero Nacional Ibero

10.780 20.220 9.510 20.702 9.690 13.769

TOTAL 31.000 30.212 23.459 84.671

No triênio 2009-2011, a oferta global de ficção inédita nos pa- íses Obitel somou 84.671 horas. Note-se que o grande crescimento ocorrido de 2009 para 2010 com quase 30% de aumento nas horas de ficção deveu-se à entrada do Equador e ao retorno da Colôm- bia ao projeto Obitel. De 2010 para 2011, há um ligeiro acréscimo na oferta global de ficção (2,6%). Ao longo do triênio, a oferta de horas das produções ibero-americanas foi sempre maior que a de produções nacionais, somando em 2011 quase o dobro das horas de produção nacional (65% x 35%).

Tabela 3. Oferta de horas de fi cção nacional e ibero-americana por país – 2009 a 20113

Ficção nacional – horas

3 Em todas as tabelas o número zero [0] na coluna de um país signifi ca falta de produção,

enquanto o símbolo [-] indica que o país não participava da rede Obitel nesse ano. Nacional 35% Ibero- Americana 65% Nacional Ibero-Americana 2000 1500 1000 500 0 Nac. 2011 Nac. 2010 Nac. 2009 TOTAL

Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL

1094 1462 717 1065 189 988 847 2134 943 47 641 10.127

1035 1288 671 1671 305 657 911 1194 1351 47 379 9.509

1228 1605 644 - - 1123 833 1582 1408 49 1218 9.690

Ficção ibero-americana – horas

O primeiro dado que salta à vista na tabela 3 é que na maioria dos países Obitel houve um aumento do número de horas de ficção nacional, revertendo o quadro de redução observado em 2010. O México liderou a produção nacional de ficção em 2011, com quase o dobro de horas do ano anterior seguido pelo Brasil, que também reverte a queda do ano de 2010. Seguem-se a Argentina (em alta), Colômbia (em baixa) e Espanha (em alta). Portugal ocupa a sexta posição, registrando uma queda brusca em relação a 2010. No tri- ênio, os maiores produtores nacionais foram, pela ordem, México, Brasil e Portugal.

Todos os 11 países do Obitel importaram ficções de origem ibero-americana em 2011 e cinco dentre eles aumentaram as suas horas de exibição em relação a 2010. No triênio, Venezuela, Esta- dos Unidos e Uruguai lideram a exibição de horas de ficção ibero- americana.

Os Estados Unidos aparecem em 2011 como o maior impor- tador de ficções ibero-americanas, seguido por Uruguai, Equador e Chile. Esse lugar, sem dúvida, deve-se à demanda das seis redes de televisão destinadas ao público hispânico, nas quais mais de 80% das ficções são importadas de países do âmbito Obitel. Espanha e Brasil foram os países que menos exibiram horas de ficção ibero- americana em 2011. Mas, proporcionalmente, o Brasil é o país que mais produz horas nacionais e o que menos importa horas ibero- americanas (20,4%). A ele seguem-se o México (22,2%) e a Espa- nha (28,7%). É importante lembrar que a equação entre a produção de horas nacionais de ficção inédita e o total de horas estrangeiras

5000 4000 3000 2000 1000 0 Ibero 2011 Ibero 2010 Ibero 2009 TOTAL

Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL

1426 299 2966 807 3060 284 3249 475 926 3211 2707 19.410

2048 267 2103 951 2288 380 3387 394 1032 2629 5222 20.701

2168 32 2787 - - 272 2649 444 961 2662 1794 13.769

importadas é o principal indicador da capacidade produtiva de um país no âmbito da ficção televisiva.

Tabela 4. Oferta de títulos de fi cção nacional e ibero-americana – 2009 a 2011

Ficção nacional – títulos

Ficção ibero-americana – títulos

Como se observa na tabela 4, os países Obitel produziram 711 títulos nacionais no triênio. Os que produziram maior número de títulos nacionais foram Brasil e Espanha, ambos com 41 produções cada, seguidos por Portugal, Chile, México, Argentina e Colômbia. Apesar de liderar a produção de horas nacionais em 2011, com qua- se o dobro do ano anterior, o México apresentou aumento de apenas dois títulos, indicando que esse aumento de horas se deve à exibição de formato de longa serialidade, como telenovela. A Argentina pro- duziu sete títulos nacionais a mais que no ano anterior, aumento que pode ser creditado à influência da nova Lei de Serviços Audiovisu-

60 50 40 30 20 10 0 Nac. 2011 Nac. 2010 Nac. 2009 TOTAL

Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL

22 41 25 22 4 41 11 23 28 2 13 252 15 49 24 34 5 48 17 21 31 3 9 256 24 41 29 - - 56 7 20 28 3 15 223 61 131 78 56 9 145 35 64 87 8 37 711 70 60 50 40 30 20 10 0 Ibero 2011 Ibero 2010 Ibero 2009 TOTAL

Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL

23 6 46 15 50 6 47 5 12 44 48 302

33 6 30 20 32 6 45 9 16 34 58 289

30 1 50 - - 5 30 6 12 26 15 175

ais em vigor no país. O país ainda continua com um total de horas nacionais 10% inferior ao registrado em 2009. No triênio, o Brasil aparece como o único produtor de ficção televisiva entre os países Obitel a ocupar um dos dois primeiros lugares tanto em quantidade de horas quanto em títulos exibidos.

Tabela 5. Formatos de fi cção nacional em número de títulos – 2009 a 2011

Em 2011, o México foi o país que mais produziu telenovelas, com um total de 15 títulos. Em segundo lugar, com apenas um título a menos, aparece o Brasil, e, em terceiro, o Chile. Chama a atenção a queda vertiginosa (do primeiro para o quarto lugar) na produção de telenovelas na Colômbia, que se volta para o investimento nas séries.

A tabela 5 mostra que, no triênio 2009-2011, Brasil e México detêm a liderança inconteste na produção de telenovelas, com um total de 42 em cada país. Reafirmam, portanto, sua condição de pa- íses com grande capacidade produtiva no âmbito Obitel, uma vez que outro indicador dessa capacidade produtiva é uma permanente produção da longa serialidade narrativa, que tem na telenovela o seu formato exemplar.

Passando à produção de outros formatos, a Espanha se mantém, desde 2007, como a maior produtora de séries entre os países Obitel. No triênio, ela lidera a produção com o dobro de títulos do segundo colocado, que é o Brasil, aparecendo Portugal em terceiro.

90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Telenovela Série Minissérie Telefilme Unitário Docudrama Outros TOTAL

Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL

29 42 33 30 3 9 20 42 25 0 19 262 12 36 21 9 3 78 1 19 38 5 10 232 2 17 4 16 0 35 1 0 14 2 2 93 0 5 11 0 0 7 0 0 1 0 0 23 4 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 8 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 1 3 14 29 10 0 3 16 2 2 9 0 4 90 61 131 78 56 9 145 35 64 87 8 37 711

Interessante notar que, no triênio, essa mesma classificação se observa na produção de minisséries: Espanha, Brasil e Portugal.

Temos então caracterizados no triênio três países na lideran- ça da produção de ficção de pequena serialidade, que são Espanha, Brasil e Portugal.

A larga hegemonia da Espanha na produção de séries e minis- séries aponta a particularidade do país, que, à diferença dos países latino-americanos, investe e se especializa fortemente em formatos de curta serialidade. Ao tomarmos o critério dos melhores rankings no conjunto dos diferentes formatos, o Brasil é o país que apresenta as melhores classificações igualmente na produção de telenovelas como em séries e minisséries. Sua ficção opera, portanto, na diver- sidade de formatos, o que implica o domínio de diferentes e espe- cíficos processos de produção. Nessa linha também é revelador que Portugal, com uma produção nacional de ficção de curta existência, esteja também seguindo esse modelo, uma vez que aparece como o segundo país que mais diversifica, de forma equilibrada, a sua produção entre os três formatos mais importantes – telenovela, série e minissérie.

Os demais formatos, como o unitário, o telefilme e o docudra- ma, ainda apresentam fraca produção entre os países Obitel.

Tabela 6. Oferta de capítulos/episódios de fi cção nacional e ibero-americana – 2009-2011

Ficção nacional – capítulos/episódios

2.500 2.000 1.500 1.000 500 0 2011 2010 2009 TOTAL

Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL

1.180 2.163 1.262 1.501 259 1.104 847 2.201 1.372 54 899 12.842

1.173 1.838 1.304 2.630 313 793 935 1.766 1.741 43 380 12.916

1.279 2.307 1.233 - - 1.652 910 1.995 1.874 44 1.426 12.720

Ficção ibero-americana – capítulos/episódios

O número total de capítulos/episódios nacionais levados ao ar em 2011 foi de cerca de 13 mil, mantendo-se estável nos dois últi- mos anos. O México apresenta o maior número de capítulos/epi- sódios no ano de 2011, aparecendo o Brasil em segundo lugar e a Colômbia em terceiro. Esses dados se devem ao aumento no número de telenovelas exibidas nesses países.

Em 2011, as produções ibero-americanas predominaram sobre a ficção nacional em países como Uruguai, Venezuela, Equador, Chile, Estados Unidos e Argentina. O Uruguai foi o país que mais exibiu capítulos/episódios ibero-americanos, que chegaram a ocu- par 98% da programação de ficção do país, enquanto sua produção nacional aumentou em apenas 11 capítulos/episódios.

Considerando os dados do triênio, mais de 100 mil capítulos/ episódios entre nacionais e ibero-americanos foram exibidos nos países Obitel, sendo 40% nacionais e 60% ibero-americanos. Os países que, no triênio, menos exibiram capítulos/episódios ibero- americanos foram Brasil, Espanha e México, e os que mais exibiram foram Uruguai, Venezuela e Equador.

6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 0 2011 2010 2009 TOTAL

Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL

1.481 531 4.157 1.067 3.515 368 3.249 462 1.244 3.406 3.544 23.024

2.296 447 3.138 1.128 2.497 623 3.265 676 1.322 2.691 5.429 23.512

2.204 54 3.867 - - 340 2.728 610 1.166 2.543 1.794 15.306

Tabela 7. Oferta de capítulos/episódios por tempo de duração – 2009 a 2011*

O tempo de duração de capítulos ou episódios pode mostrar tendência de produção diretamente vinculada aos formatos e ao es- tilo de narrativa. A média e a longa duração estão geralmente asso- ciadas a capítulos da telenovela, que por sua vez é uma narrativa ex- tensa. O tempo predominante nos países Obitel é a média duração, que sobressai em países como Venezuela, Estados Unidos, México e Brasil, ao passo que a longa duração é mais cultivada no Equador, Argentina e Uruguai. A curta duração está associada a episódios das sitcoms e dos quadros de ficção e tem destaque no Chile, Colômbia, Venezuela e Brasil. Tabela 8. Coproduções – 2009 a 2011 COPRO- DU- ÇÕES Argen- tina Bra- sil Chi- le Co- lôm- bia Equa- dor Espa- nha EUA Mé- xico Por- tugal Uru- guai Vene- zuela TO- TAL 2011 1 0 0 3 6 0 3 0 0 1 2 16 2010 1 3 0 0 0 2 1 1 1 3 0 12 2009 3 0 2 - - 6 0 1 0 4 2 18 TOTAL 2009-11 5 3 2 3 6 8 4 2 1 8 4 42

* O tempo contado exclui os cortes comerciais.

12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 Curta Média Longa TOTAL

Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL

20 1.036 2.099 2.009 157 734 442 217 100 106 1.167 8.087

1.362 5.117 1.566 2.342 1.623 2.641 10.033 7.370 4.763 2.975 10.370 50.162

2.250 155 134 1.315 4.804 1.329 1.462 93 114 2.240 141 14.037

A associação entre países para produzir ficção é diretamente proporcional ao grau de internacionalização de suas televisões, em particular de sua teleficção. Como se poderá ver no “Tema do Ano”, essa associação pode dizer respeito ao capital investido, ao roteiro, ao elenco, às locações etc. Fato recente, as coproduções ainda são escassas nas televisões abertas dos países Obitel, mas a tendência é seu crescimento no curto prazo, e talvez em bom ritmo.

Os países Obitel realizaram 16 coproduções em 2011 e esse número representa uma relativa retomada desse tipo de realização após a queda de 18 para 12 produções em 2010.

Os países que aumentaram as coproduções no triênio foram Colômbia, Equador e Estados Unidos, ao passo que Argentina, Chi- le, Espanha e México tiveram redução. O Brasil, após realizar inves- timento em três coproduções em 2010, não participou de nenhuma em 2011. O mesmo aconteceu com Portugal. Numa observação ge- ral do ano, o país com maior número de coproduções foi o Equador (6), seguido por Colômbia (3) e Estados Unidos (3).

Tabela 9. Época da fi cção por título – 2009-2011

140 120 100 80 60 40 20 0 Presente Passado Histórica Outras TOTAL

Argentina Brasil Chile Colômbia Equador Espanha EUA México Portugal Uruguai Venezuela TOTAL

57 114 63 48 86 97 150 80 73 102 126 996

0 5 6 2 2 44 4 1 7 8 9 88

1 11 9 4 3 3 3 3 7 2 3 49

3 1 0 2 0 1 0 0 0 0 0 7

As histórias com tramas situadas no presente continuam sendo as preferidas, representando 85% das ficções exibidas no triênio, o que evidencia a tendência em se abordar temas atuais nas narrativas televisivas. Podemos notar um pequeno aumento nas produções de época em relação a 2010, enquanto as ficções históricas não apre- sentaram grandes alterações.

A Espanha figura como uma exceção entre os países Obitel, pois diminuiu as tramas ambientadas no presente e aumentou consi- deravelmente as ficções de época, que chegaram a ser mais da me- tade de todas as ficções com essa temporalidade exibidas em todos os países Obitel em 2011.

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