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Comparação da reabsorção entre os incisivos

5.6 – Correlação entre o grau de reabsorção e as variáveis

6.2 Considerações relacionadas à metodologia 1 Medição da reabsorção radicular

6.3.4 Comparação da reabsorção entre os incisivos

Ainda que a literatura aborde, com veemência, que os incisivos superiores são os dentes mais reabsorvidos durante o tratamento ortodôntico1,4,22,30,79,133,138,215,229, fato esse comprovado neste estudo (Tabela 8), em que se demonstrou que os grupos com extrações (G1 e G3) apresentaram essa diferença, enquanto que os grupos sem extratões (G2 e G4) não apresentaram. Especula-se que este resultado apresentou-se em decorrência da maior movimentação, dos incisivos superiores, nos grupos G1 e G3, do que nos incisivos inferiores, a qual foi menor devido o espaço da extração no arco inferior ser mais utilizado para correção do apinhamento, que normalmente é maior no arco inferior. Nos grupos sem extrações essa diferença não foi significante, devido a movimentação entre os arcos, terem sido semelhantes, já que não houve tanto espaço para movimentação

Porém, não houve preocupação em subdivir os grupos em arcos superiores e inferiores51,133

. Isso porque o objetivo principal deste estudo é avaliar se existe semelhança no grau de reabsorção após o tratamento ortodôntico entre pacientes com mordida aberta e trespasse vertical normal. Uma explicação encontrada na literatura sobre essa diferença de nos incisivos nestes dentes durante o tratamento ortodôntico, principalmente quando se utiliza elásticos de Classe II163,188.

É de conhecimento que a morfologia da raiz dentária representa um dos principais fatores na previsibilidade da ocorrência das reabsorções

durante a movimentação ortodôntica56,141,245. A literatura demonstra que os

incisivos laterais superiores apresentam-se mais afetados, seguidos pelos incisivos centrais superiores, incisivos laterais inferiores e, por último, os

incisivos centrais inferiores30,40,51,245. Porém, neste estudo, não houve

diferença estatisticamente significante do grau de reabsorção entre os incisivos laterais e centrais superiores, mesmo tendo-se o cuidado de separar o lado esquerdo do direito51,143,263.

Também não foi o questionamento principal deste estudo correlacionar os tipos de desvios radiculares com a magnitude das reabsorções dentárias ou do encurtamento radicular.

SAMESHIMA;SINCLAIR244

, em 2001, citaram que a alta prevalência de anomalias morfológicas afetam as raízes dos incisivos laterais superiores e

que, freqüentemente, apresentam-se com as coroas em forma de barril ou conóide. Além disso, correspondem ao grupo de dentes com a terceira maior prevalência de agenesias depois dos terceiros molares e dos segundos pré-molares inferiores. No entanto, como neste estudo não foram avaliados pacientes com essas características dentárias, especula-se que uma maior quantidade de movimentação no sentido vertical, associada à maior magnitude de força atuando nos incisivos superiores, devido ao uso dos elásticos de Classe II, resulte na concentração de mais tensão no ápice desses dentes. Esse efeito torna-se ainda mais intenso nos incisivos laterais devido a sua forma radicular mais estreita e à delicadeza da estrutura apical, geralmente com dilacerações. A associação desses fatores, inerentes à técnica ortodôntica e à morfologia radicular, concentra as forças ainda mais na região apical, excerbando a reabsorção dentária22,56,179,212,241

.

6.4 Implicações clínicas

Este estudo demonstrou que, mesmo nos casos com extrações onde a reabsorção radicular apresentou-se maior (tabela 9), o percentual de reabsorção no grau 3 foi de 7,42% no grupo com mordida aberta(G1), e 6,25% no grupo com trepasse vertical normal(G3). Essas porcentagens apresentaram-se mínimas diante do resultado do tratamento, da correção da má oclusão e da satisfação do paciente. Porém, antes de iniciar o tratamento, deve-se conscientizar o paciente sobre os riscos, e de forma

clara, para que ele possa entender e assumir co-responsabilidade47.

Assim, antes de iniciar o tratamento, deve-se fazer uma anamnese bem detalhada e observar alguns fatores como: a gravidade da má oclusão111, presença de hábitos91,108,199,246, necessidade de exodontias179, uso

de elásticos intermaxilares163,188 e a severidade do trespasse

horizontal40,108,212,244,245. Portanto, deve-se considerar quantos desses eventos estarão presentes durante o tratamento e especular fatores tais como doença periodontal, má colaboração do paciente, características anatômicas dos dentes, traumas previamente existentes e outros que possam

influenciar negativamente a integridade radicular no final do tratamento47

O bom senso e a experiência de cada profissional em sua mecânica são os maiores trunfos para a execução de um tratamento ortodôntico confortável, do ponto de vista fisiológico. Se durante o início do tratamento observa-se pela radiografia periapical uma reabsorção no grau 1, não se deve alterar a rotina do tratamento, mas observá-la radiograficamente, com mais freqüência, procurando estabelecer forças leve e interrompida. No entanto, nos casos em que após 6 meses de tratamento observa-se um grau 2 ou 3 de reabsorção, recomenda-se uma pausa de 60 a 90 dias de descanso, ou até mesmo a interrupção do tratamento ortodôntico,

dependendo da severidade da reabsorção encontrada47,156.

Segundo OWMAN-MOLL209

, em 1995, nenhuma mecânica, por menor que sejam as forças exercidas, estará livre de desencadear

reabsorção. Uma mecânica consistente164

pode provocar reabsorção discreta e pouco significante (<0,9mm) na maioria dos pacientes, mas será agressiva (> 3mm) em 10% deles.

Mesmo que a literatura demonstre que a reabsorção radicular provocada durante o tratamento ortodôntico é interrompida quando o

sistema de forças é eliminado35,163,209,242

, deve-se ter cuidado com os pacientes os quais, mesmo no final do tratamento, continuem com o hábito de interposição lingual ou parafuncional42,108,194,195,199,203,204,272, pois a força advinda do tratamento ortodôntico teria sido eliminada, mas a da língua, não.

Dessa forma, uma simples placa de Hawley não resolveria o problema devendo-se, nesses casos com interposição lingual, inserir uma

grade palatina, ou um orifício recordatório92, e para os casos com bruxismo

ou apertamento, placas miorrelaxantes. Deve-se lembrar, ainda, que contenções com ação restritiva contínua, sobre um dente ou um grupo de

dentes, poderiam manter o processo de reabsorção80. De qualquer modo,

se o tratamento estiver bem finalizado, a posição dos dentes estável e a contenção passiva, a perspectiva é que a reabsorção cesse.

ƒ Avaliar a reabsorção radicular com um grupo de pacientes com mordida aberta mais acentuada e que tenha utilizado forças elásticas por um tempo maior;

ƒ Analisar, de forma prospectiva, ao se realizar as radiografias em um único aparelho, a quantificação e correlação do grau de reabsorção no início e no fianl do tratamento;

ƒ Comparar o grau de reabsorção de pacientes com mordida aberta, tratados com e sem extração, com pacientes com trespasse vertical acentuado, tratados com e sem extração.

7. CONCLUSÕES

om base na metodologia empregada e nos resultados obtidos, pode- se concluir que:

• O grau de reabsorção radicular apresentarou-se semelhante para os grupos com mordida aberta e trespasse vertical normal que realizaram extrações, apresentando-se maior nos grupos que realizaram extrações (1 e 3) do que naqueles que não realizaram (2 e 4);

• Os elásticos verticais utilizados para correção da mordida aberta anterior não demonstraram ser a causa para o grau de reabsorção apresentado neste estudo, nem o tempo de tratamento demonstrou correlação com o grau de reabsorção em ambos os grupos.

• Quanto mais se corrige o “overjet” maior o grau de reabsorção radicular durante o tratamento, sendo esse o fator em 27% das reabsorções encontradas nos pacientes que se submetem ao tratamento ortodôntico.

• Quanto mais se movimenta o ápice no sentido ântero-posterior maior a reabsorção, sendo esse o fator em 29% das reabsorções encontradas nos pacientes durante o tratamento.

Referências

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