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5.6 – Correlação entre o grau de reabsorção e as variáveis

6.1 Considerações relacionadas à amostra

6.2 Considerações relacionadas à metodologia

6.2.1 Avaliação da reabsorção radicular 6.2.2 Medição do trespasse vertical

6.2.3 Digitalização das imagens radiográficas 6.2.4 Precisão da metodologia

6.3 Discussão dos resultados

6.3.1 Compatibilização entre os grupos

6.3.2 Comparação do grau de reabsorção entre os grupos 6.3.3 Correlação entre as variáveis

6.3.4 Comparação da reabsorção entre os incisivos

6.4 Implicações clínicas

6.5 Sugestões para novos trabalhos

Essa amostra foi obtida retrospectivamente nos arquivos da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo. Todos os pacientes dos 4 grupos, com e sem mordida aberta, foram tratados pelos alunos da pós-graduação dessa Faculdade, devendo ser levado em consideração, principalmente quando se avalia reabsorção, o fato de terem sido tratados por vários profissionais. Porém é difícil encontrar uma amostra com 120 pacientes que, após selecionados, preencham tantos requisitos como relatados anteriormente no item material. Embora, em pesquisas, deva-se visar à perfeição, a

adequação constitui o padrão bastante presente na maioriadelas144

.

Por outro lado, utilizando-se uma amostra tratada por vários profissionais, elimina-se alguma tendenciosidade que possa ser sistematicamente incorporada ao tratamento em decorrência da atuação de um único profissional. Também outros trabalhos na literatura têm realizado amostras, com diferentes procedências21,101,141,199,215,229,243,287

, sem ressaltar esse fator como interferência nos resultados obtidos.

Muitos autores relatam, na literatura, que casos tratados com

extrações reabsorvem mais que aqueles sem extrações134,243,246,255

, devido à

maior movimentação durante o processo de retração, enquanto alguns

trabalhos demonstraram que não existe essa associação21,157,179,287. Assim,

optou-se por dividir os grupos com mordida aberta e com trespasse vertical normal, em casos com e sem extrações, exatamente para avaliar se o uso dos elásticos verticais nos pacientes com mordida aberta, que realizaram extrações, apresentam o mesmo grau de reabsorção nos casos com trespasse vertical normal, que não utilizaram elásticos verticais e que se submeteram às extrações. Da mesma forma, objetivou-se avaliar os casos com mordida aberta, que utilizaram elásticos verticais e que não realizaram extrações, comparando-os aos casos com trespasse vertical normal, que não realizaram extrações, a fim de se observar se o uso dos elásticos durante o tratamento da mordida aberta pode ser considerado um fator predisponente à reabsorção ou não. Na literatura, dois dos três trabalhos91,108

, sobre reabsorção radicular no tratamento da mordida aberta, não separaram casos com e sem extrações para avaliar os efeitos dos

elásticos verticais e nem chegaram a citar se algum paciente havia realizado extrações ou não.

Procurou-se compatibilizar a amostra quanto às más oclusões de Classe I e Classe II com o intuito de diminuir a influência de diferentes mecânicas sobre os resultados; porém, coincidentemente desde o início da seleção da amostra todos os grupos apresentaram-se compatíveis. Quantidades maiores de pacientes com má oclusão de Classe II, poderiam acarretar maior movimentação durante o tratamento, aumentando assim o

tempo do mesmo40,79,245,274. Então esses fatores, associados ao uso de

elásticos de Classe II, são relacionados com a maior reabsorção radicular163,164

. Por essas razões, torna-se fundamental obter grupos compatibilizados para serem comparados.

A subdivisão dos grupos pelas características anatômicas ou formas geométricas das raízes dos incisivos não foi realizada neste estudo. É de conhecimento que a morfologia da raiz dentária representa um dos principais fatores na previsibilidade da ocorrência de reabsorções

radiculares durante a movimentação ortodôntica56,141,243

. Apesar disso, não foi o questionamento principal deste trabalho correlacionar os tipos de desvios radiculares com a magnitude das reabsorções dentárias ou do encurtamento radicular, mas sim verificar se existe diferença entre a quantidade de perda de estrutura radicular ocasionada pelo uso dos elásticos verticais durante o tratamento para a correção da mordida aberta anterior.

Muitos trabalhos42,108,193,195,199,272 concluíram que pacientes com

mordida aberta apresentam reabsorção radicular estatisticamente significante, no início do tratamento, sendo contrariados por

KUPERSTEIN148, em 2004, que não observou diferença estatisticamente

significante do grau de reabsorção radicular no início do tratamento em pacientes com mordida aberta comparados a pacientes com trespasse vertical normal. Porém, pelo fato de se utilizar no presente estudo uma metodologia por escores, avaliaram-se as radiografias finais tendo como parâmetro as radiografias iniciais, sendo estas consideradas em grau zero dentro da classificação proposta por Malmgren. Caso contrário, ao se avaliar a radiografia periapical inicial e classificá-la, pode-se incorrer em

erros, já que não existe nenhum parâmetro, assim poderíamos classificá-la por exemplo, em grau 2, e no entanto a raiz pode estar curta pela sua própria forma anatômica e não necessariamente por apresentar reabsorção. Apenas seria possível esse tipo de avaliação se o paciente fosse acompanhado longitudinalmente para tal propósito.

Coincidentemente, todos os grupos apresentaram compatibilização quanto à idade inicial e isso se torna importante por eliminar possíveis influências da idade na quantidade de reabsorção encontrada. LINGE;

LINGE164, em 1991, afirmaram que a limitação da idade reduz o problema de

crescimento residual, o que poderia interferir na quantidade de reabsorção e homogeneizar as circunstâncias do tratamento.

A opção de eliminar da amostra dentes tratados endodonticamente, previamente ao tratamento, justifica-se pelo fato de que a reabsorção radicular pode se apresentar diferentemente do que em pacientes com dentes vitais136,186,188,229,265,291

. WICKWIRE et al291

, em 1974, analisaram que dentes tratados endodonticamente são mais susceptíveis à reabsorção, quando comparados a dentes vitais movimentados ortodonticamente. Porém esse autor não deixou claro se pacientes submetidos a traumas dentários foram incluídos ou não em seu estudo, o que o pode ter direcionado a essa conclusão. Posteriormente, outros autores concluíram que dentes com tratamento endodôntico resistem mais à reabsorção radicular apical, durante o tratamento ortodôntico, que os dentes com vitalidade pulpar186,229,265. Entretanto KAFFE136, em 1984, considerou que um tratamento endodôntico bem realizado pode inibirr o processo de reabsorção, agindo como um protetor de raiz.

Dessa forma, dentes com tratamento endodôntico foram excluídos dessa amostra para evitar resultados conflitantes, com respostas imprevisíveis, dificultando a interpretação dos resultados.

Outro critério adotado foi a exclusão de pacientes com caninos superiores impactados, já que se apresenta bem estabelecido na literatura que esses dentes geram maior grau de reabsorção radicular dos incisivos laterais superiores adjacentes39,84,85,163

, sendo a força axial exercida durante

o tracionamento destes dentes, a maior causa para a reabsorção163

traumatizados também foram excluídos, já que potencializam a reabsorção radicular durante o tratamento163,172.

6.2 Considerações relacionadas à metodologia

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