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2   PARTE I – REVISÃO DA LITERATURA 37

2.6   Leitura de sinais externos para a inovação 75

2.6.6   Comparando a Capacidade Absortiva com a Visão Periférica 95

Para se evoluir com a utilização dos dois conceitos, CA e VP, foi realizada uma análise comparativa entre ambos. Desta forma foram destacadas algumas dimensões de análise em ambos os construtos, envolvendo: processos, componentes e capacidades, quando aplicável a ambos. Ainda que possa não ser algo exaustivo e conclusivo, serve como um balizador entre quais são suas semelhanças e quais são suas diferenças entre a CA e a VP. A CA, de acordo com Cohen e Levinthal (1990), de forma resumida, destacada em processos, componentes e processos é apresentada no Quadro 11:

Quadro 11 - Análise do construto Capacidade Absortiva

Fase Componentes Processos

Reconhecimento Visão Identificação

Assimilação Base de Conhecimentos Significação (sensemaking)

Transformação Pesquisa e Desenvolvimento Aprendizagem

Exploração Aplicação Comercial Inovação

Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Cohen & Levinthal (1990).

also use multiple data sources to limit common method bias, and they might additionally apply longitudinal research designs.

Finally, this study has focused on the conse- quences of absorptive capacity. Thus, additional studies into the antecedents of the complementary learning processes are needed. These studies may help to identify sources of technological and mar- ket knowledge, and they may further enhance the measurement scales. Moreover, I suggest dyadic analyses that examine partner-specific characteris- tics of the learning processes. In addition, the notion of “desorptive capacity” in outward knowl- edge transfer deserves further attention (Lich- tenthaler, Ernst, & Lichtenthaler, 2005). Here, the distinction between technological and market knowledge may deepen understanding of knowl- edge overlap between alliance partners (Noot- eboom, Vanhaverbeke, Duysters, Gilsing, & van den Oord, 2007). The current analyses indicate that the complementary learning processes of absorptive capacity necessitate further research to offer a bet- ter understanding to firms seeking to profit from external knowledge.

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Illustration of Simple Slope Analysis

De forma similar, a VP, conforme Day e Schoemaker (2007) é apresentada, resumidamente, em capacidades e processos, no Quadro 12:

Quadro 12 - Análise do construto Visão Periférica

Capacidades Processos

Orientação da liderança Escopo: onde procurar

Processo de estratégia Monitoramento: como procurar

Sistema de gestão de Conhecimento Interpretação: significação

Configuração Ação: aplicação dos dados

Cultura Feedback

Fonte: Elaborado pelo autor, a partir de Day e Schoemaker (2007).

Ao se comparar ambos os processos é possível ver semelhanças em alguns aspectos (Quadro 13):

Quadro 13 - Comparando elementos da Capacidade Absortiva (CA) com a Visão Periférica (VP)

Capacidade Absortiva Visão Periférica

Fase Componentes Processos Capacidades Processos

Reconhecimento Visão Identificação Orientação da

liderança Escopo: onde procurar Assimilação Base de Conhecimentos Significação (sensemaking) Processo de estratégia Monitoramento: como procurar Transformação Pesquisa e Desenvolvimento

Aprendizagem1 Sistema de gestão

de Conhecimento

Interpretação:

significação

Exploração Aplicação Comercial Inovação Configuração Ação: Aplicação

dos dados

Cultura Feedback1

As mesmas cores designam processos semelhantes entre ambos os construtos. Os negritos no início das fases, componentes e processos visam criar ênfase e serão utilizados a posteriori em Figura esquemática para mostrar as semelhanças entre os construtos.

O processo de Aprendizagem do construto Capacidade Absortiva, que corresponde ao processo de Feedback do construto Visão Periférica, não faz parte do escopo de estudo deste projeto.

A ênfase com sublinhado no início de algumas palavras da Tabela 17 é para orientação em relação à Figura 26, em que é destacado os componentes comuns entre a Capacidade Absortiva, de Cohen e Levinthal (1990), com a Visão Periférica, de Day e Schoemaker (2005).

Apresentando apenas a parte dos processos envolvidos em cada um dos construtos (Quadro 14):

Quadro  14 – Processos envolvidos nos construtos Capacidade Absortiva e Visão Periférica

Ide Capacidade Absortiva Ide Visão Periférica

A Identificação A Escopo: onde procurar

B Significação (sensemaking) A Monitoramento: como procurar

C Aprendizagem B Interpretação: significação

D Inovação D Ação: Aplicação dos dados

C Feedback

Fonte: Elaborada pelo autor.

Mesmas cores nas linhas, ou mesmas letras grifadas nas colunas indicam processos semelhantes entre os dois construtos. As letras A, B, C e D da 1a e 3a coluna também tem a intenção de facilitar a identificação de processos semelhantes entre ambos os construtos. Ide = Identificador.

2.6.6.1 O que a Capacidade Absortiva e a Visão Periférica têm em comum

• Identificador A: fase inicial e atividades em CA: Reconhecer Valor no Mercado com fases iniciais e atividades em VP: Definição de Escopo de Busca e Monitoramento, como procurar. Ou seja, a VP apoia a etapa de Reconhecimento de valor no mercado através dos processos de Escopo e Monitoramento.

• Identificador B: na fase de Assimilação de CA ocorre a significação, isto é, onde a informação vista no mercado vai fazer sentido à empresa. O processo de VP que tem semelhança com a assimilação é a Interpretação.

Identificador D: e por fim a Fase de Exploração (explotação) do conhecimento na Capacidade Absortiva e onde ocorre a inovação (o novo conteúdo é combinado com o existente, transformado e lançado com a aplicação comercial). Essa fase da CA tem como equivalente ao Processo de Aplicação da VP.

• Identificador C: o processo de aprendizagem da CA se assemelha ao processo de feedback da VP. Estes processos não fazem parte do escopo desta pesquisa.

A Figura 25 apresenta de forma esquemática os processos (identificados pelas letras iniciais) e sua correspondências entre ambos os construtos, Capacidade Absortiva e Visão Periférica.

Figura 25 - Desenho esquemático com os processos da Capacidade Absortiva e Visão Periférica

Notas: Processos da Capacidade Absortiva: Id: Identificação, Si: Significação, Ap: Aprendizado, In: Inovação; Processos da Visão Periférica: Es: Escopo, Mo: Monitoramento, In: Interpretação, Ap: Aplicação, Fe: Feedback.

Pelo Quadro 14 é possível perceber uma proximidade conceitual entre CA e VP, sendo as sílabas em negrito e sublinhadas, retratadas em relação a:

Fase de Reconhecimento e Processo de Identificação do valor do novo, externo na CA com os Processos de Escopo e Monitoramento da Visão Periférica. Este item se refere a onde procurar a informação externa e como procurar (se de forma exploratória ou de forma “exploitativa”);

O processo de Significação (CA) é importante em ambos os construtos (CA e VP). E a significação está relacionada à Base de Conhecimentos, com a

Interpretação (VP). Quanto mais ampla a base de conhecimento, ou mais diversa, for a

base de conhecimentos, mais significados possíveis são gerados;

E finalmente a fase da Exploração da CA, composta pelo componente

Aplicação comercial, vem ao encontro do processo da Aplicação da VP e Inovação do

construto Capacidade Absortiva, para gerar o resultado (inovação como resultado); • O processo de Aprendizagem da CA parte do componente P&D e da Fase de Transformação da CA, tem semelhança com o processo de Feedback da VP; este processo não é contemplado por esta pesquisa;

2.6.6.2 O que a Capacidade Absortiva e a Visão Periférica têm de diferente

Foi apresentado até o momento que ambos os construtos têm processos em comum, principalmente a base de conhecimentos que é o elemento essencial da empresa para gerar significado ao que é identificado externamente. Mas o que ambos construtos teriam de diferentes?

Em relação à diferença existente entre eles pode-se depreender que é o foco externo de atenção da empresa. Isto é, enquanto na CA principalmente é buscado uma profundidade dentro do escopo de trajetória e de conhecimentos da empresa, no caso da VP o alvo de busca externa é diferente, a empresa presta atenção a lugares mais distantes de sua área de conhecimento usual, também chamados de lugares periféricos. Esse é o elemento essencial para uma inovação mais radical, ou descontínua, versus a

incremental, como apresentado pelas pesquisadoras Aloini e Martini (2013). E, para que faça sentido em locais ou com conteúdos mais distantes ao atual da empresa, é preciso que ocorra também a ampliação da base de conhecimentos da empresa, para gerar significado, mesmo nas periferias. O sinal na periferia do foco principal de atenção da empresa, quando surge é um sinal não claro de significado, ainda difuso, de interpretação difícil principalmente para fazer sentido apenas com a base original de conhecimento da empresa.

2.7 Proposição do framework Visão Periférica Estendida – componentes e