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“O parque de retenção deve ser compartimentado de acordo com o plano de

produção” (alínea 4, artigo 14º, Secção III, Portaria n.º 638/2009 de 9 de Junho).

Neste projeto idealizou-se um cabril cuja área útil total coberta é de 548,0 m2 (dimensões interiores) e a área bruta de construção é de 617,5 m2. Está compartimentado por zonas de repouso e alimentação para cabras, chibas, cabritos, bodes e uma enfermaria (zona de quarentena). Há, também, um escritório, uma

instalação sanitária, com vestiário, uma farmácia, uma garagem e um fenil, conforme planta de compartimentação (Anexo 3).

A área de repouso é uma zona coberta, onde os animais se podem comodamente deitar e descansar, o que é essencial a uma adequada ruminação. Preferencialmente, esta divisão deve servir, ao mesmo tempo, como zona de alimentação (Viana, 1998).

Quando as cabras são alojadas em estábulos devem ser acomodadas numa área de repouso e alimentação que tenha uma estrutura consistente, não devendo ser perfurada ou ripada (Appleby et al., 2006). Também Borges & Gonçalves (2002) rejeitam o piso ripado. Contudo, Filho & Júnior (2009), para além da referência ao chão batido e ao piso em betão, consideram, outrossim, a possibilidade de utilização do piso ripado. Borges & Gonçalves (2002) defendem que o material deverá ser poroso e revestido por um absorvente, o qual, segundo Appleby et al. (2006), poderá ser uma cama adequada, a fim de permitir um espaço suficientemente cómodo, higienizado e seco, evitando desconforto. No cabril em análise o piso é em terra batida, sendo forrado com mato e/ou palha. A zona de repouso deve ser inclinada o suficiente para que seja drenada (Appleby et al., 2006), na ordem dos 5 % em chãos de betão (Filho & Júnior, 2009). Mas estes pisos implicam que haja na exploração muita água, uma vez que têm de ser lavados todos os dias, acrescentam os autores. Pelo que, o piso do estábulo que idealizámos não tem grande inclinação, uma vez que é em terra batida sobre a qual assenta um cama absorvível, devendo, no entanto, ser substituída semanalmente, como recomendam Filho & Júnior (2009) ou, pelo menos, sempre que se detetem níveis elevados de humidade (Wander et al., 2005). A área da zona em análise deverá ser suficientemente espaçosa para alojar todas as cabras quando estão deitadas juntas na posição habitual de descanso (Appleby et al., 2006), sendo necessário 1,0 m2 por cabra (Wander et al., 2005). Borges & Gonçalves (2002) aconselham a disponibilização de áreas maiores, nomeadamente uma zona coberta com 1,5 m2 por cabeça adulta ou 1 m2por animal em sistemas semi-intensivos. No cabril edificado temos: 38,8 m x 3,7 m = 143,6 m2, ou seja, 143,6 m2 / 120 cabras = 1,2 m2 / cabra. A zona destinada às cabras tem, ainda, duas portas no alçado virado a Noroeste, ambas com 1 m de largura e 2 m de altura, uma dando acesso ao pedilúvio e tanque banheiro e outra ao escorredouro.

Sempre que necessário deverá ser providenciado um cabriteiro, junto ou separado do cabril, num local aconchegado e que disponha de fonte de aquecimento artificial para os cabritos (Borges & Gonçalves, 2002). Os animais recém-nascidos são alojados nesta boxe até serem desmamados. A passagem dos cabritos, da zona de repouso e alimentação das matrizes, para a creche, e desta para a área das cabras, é feita por uma pequena abertura que apenas os cabritos conseguem ultrapassar. Assim, os filhotes podem ter acesso a uma alimentação apropriada, chamada de creep-feeding ou comedouro privativo (Filho & Júnior, 2009), numa zona onde as mães não tenham acesso (Wander, 2005). A área a disponibilizar por recém-nascido deverá ser de 0,3 a 0,5 m2 (Borges & Gonçalves, 2002), e de 0,5 m2 quando o cabrito é desmamado (Filho & Júnior, 2009). O sistema de produção tradicionalmente utilizado em Trás-os-Montes, na exploração da Cabra Serrana Ecotipo Transmontano é o extensivo. As cobrições não são sincronizadas, ocorrendo ao longo do ano, pelo que, os partos surgem, outrossim, durante o ano, havendo cabras que parem duas vezes nesse mesmo período (Barbosa, 2011; Lopes, 2013; CONFAGRI, 2015), de forma que, o mais frequente é ocorrerem três partos em dois anos (Lopes, 2013). Não obstante, verifica-se uma maior concentração de partos em determinadas épocas do ano, conforme a figura 11.

Figura 11 - Percentagem de nascimentos de cabritos da raça Serrana, puros ou cruzamentos desta. Fonte: ANCRAS (2014).

A área bruta disponível para o cabriteiro é de ± 40,0 m2 (10,8 m x 3,7 m). A área ocupada pela manjedoura que se localiza no interior é de 2,8 m2 (7,0 m x 0,4 m). Descontando esta área à área total disponível, temos: 40,0 m2 – 2,8 m2 = 37,2 m2. Então,

uma área útil disponível de 37,2 m2 permite-nos alojar: 37,2 m2 / 0,5 m2 / cabrito = 74,4 cabritos até ao desmame. Logo, temos espaço útil para abrigar, com alguma margem de segurança relativamente à percentagem de nascimentos referidos pelo autor supra: 74,4 cabritos / 205 cabritos x 100 = ± 36,3 % de nascimentos.

Deste modo, a zona de repouso e alimentação destinada às cabras e cabritos tem uma área útil total de 180,8 m2 (143,6 m2 + 37,2 m2) e é servida de 2 portões, um em cada um dos topos, com 3 metros de largura e 2,5 m de altura. Cada portão possui uma “porta de homem” com 2 m de altura e 1 m de largura cada.

É recomendável que os machos fiquem estabulados juntos ou, em alternativa, que consigam ouvirem-se mutuamente e visualizarem-se uns aos outros. Os que lutam entre si, na altura em que são inseridos num determinado rebanho, devem ser alojados num espaço suficientemente reduzido a fim de impedir que briguem de cabeça com cabeça. Contudo, apenas por um período suficiente que possibilite que os bodes se conheçam e diminuam os seus combates (Appleby et al., 2006), pois, deve-se possibilitar que pratiquem exercício físico (Oliveira, 2008). A área coberta necessária é de 2,0 m2 por cada bode (Santana et al., 2000), podendo ser de 2,8 m2, segundo Imelda (2011). No presente projeto a área total do bodil é de 10,8 m2 (2,7 m x 4 m), o que dá uma área útil disponível de 2,7 m2 / semental (10,8 m2 / 4 bodes). Esta boxe fica junto ao curral das chibas.

A zona de repouso e alimentação das chibas permite alojar as fêmeas de substituição e/ou as que serão comercializadas como futuras reprodutoras. A área necessária é de 1,0 a 1,5 m2 por animal jovem em recria (Criar e Plantar, n.d.). Oliveira (2011) recomenda uma área coberta de 0,8 m2 por chiba. Assim, entre o bodil e a área destinada ao fenil, foi dimensionado o curral para chibas, com 24 m2 (6,0 m x 4,0 m), o que dá (23 chibas / 24 m2 ≈ 1,0 m2 / chiba).

O corredor de alimentação é uma zona de circulação contínua, preferencialmente com ligação direta ao fenil e à garagem ou, simplesmente, com o portão de entrada do corredor situado entre duas filas de manjedouras, ou entre estas e as paredes do estábulo. É necessário em todas as instalações, mesmo nas de menor efetivo. Não obstante, é um compartimento de maior conveniência nas explorações com um maior número de animais, dado que, facilitando o maneio, permite diminuir, de uma forma considerável, as necessidades de mão-de-obra (Viana, 1998). Os corredores dos

apriscos deverão ter 2,0 m de largura, quando se recorre a um carrinho de mão, ou 3,50 m de largura no caso de se utilizarem máquinas (Turco & Araújo, 2011). Já Oliveira (2008) considera que um corredor de passagem, com 2 m de largura, é suficiente para a realização das operações de maneio por parte do operador, como por exemplo a distribuição de rações, incluindo a circulação de tratores de menores dimensões, bem como a movimentação de certos equipamentos, como o carrinho de mão e a carreta. Assim, conciliando as especificidades do cabril em apreço, bem como a doutrina supra, considerou-se uma largura do corredor de alimentação de 3,2 m, dada a existência de trator e alfaias agrícolas. O comprimento do mesmo é de 49,6 m, sendo a área de 158,7 m2. De igual modo, a área de movimentação, bem como os portões de entrada, devem ser dimensionados tendo em conta os equipamentos a circular, aconselhando-se uma largura igual ou superior a 3,0 m (Coelho, 2006), 3 a 4 m segundo Pimenta (2013), ou segundo a recomendação do fabricante em causa (Coelho, 2006), de forma a serem suficientemente largos para ser possível a passagem dos animais e permitir, também, a circulação do trator e alfaias, como o reboque, pá frontal e unifeed (Pimenta, 2013). Deste modo, o corredor de alimentação é servido por dois portões, um em cada um dos topos, com as dimensões de 3,0 metros de largura por 2,5 metros de altura. Cada portão tem uma porta homem de 2 m x 1 m.

O consumo de forragens oscila de acordo com o tipo de alimento forrageiro em causa e com o arranjo escolhido no arraçoamento (Criar e Plantar, n.d.). A cabra ingere, diariamente, o correspondente a 10% do seu peso vivo (P.V.) em forragem verde, silagens e fenos (Silva, 2016). Nos caprinos de carne e mistos, a ingestão de matéria seca (M.S.) varia de 2,5% a 4% do peso vivo (P.V.) (Criar e plantar, n.d.). O valor nutritivo médio dos alimentos ingeridos pelos caprinos em pastoreio de percurso aproxima-se do de um feno de medíocre qualidade. A sua energia varia de 0,45 UFL/kg M.S. a 0,6 UFL/kg M.S., apresentado uma grande heterogeneidade em termos de valores azotados (Morand-Fehr, 1988). As Cabras Serranas, Ecótipo Transmontano, podem ser suplementadas durante a noite (Azevedo et al., 2002), sendo comum no inverno, em estabulação (Monteiro et al., 2005). A suplementação forrageira destes animais pode ser à base feno de prados naturais (Azevedo et al. 2002), fetos secos, rama de vidoeiro e salgueiro (Monteiro et al., 2005). Se a única forragem disponível for o feno, este poderá ser fornecido na quantidade de cerca de 1,0 a 1,5 % do P.V. dos

animais (Filho et al., 2012). O peso maduro de caprinos da raça Serrana, Ecótipo Transmontano, foi estimado através de modelos de crescimento. Esses modelos conseguiram determinar, com exatidão, o crescimento dos machos e das fêmeas: os dados obtidos revelam que o peso maduro médio determinado para os machos foi de 55,4 kg e de 44,9 kg para as fêmeas (Monteiro et al., 2009). Deste modo, tendo em conta que a cabra Serrana Ecótipo Transmontano é uma raça de tamanho mediano (Lopes, 2013), o peso maduro estimado dos caprinos, o consumo aproximado de pasto, bem como algum desperdício, considerou-se, para efeitos de cálculo do dimensionamento do fenil, uma suplementação média, à manjedoura, de 075 kg de feno/animal/dia (quadro 6), com exceção das crias em aleitamento. A carne de cabrito resulta de animais com idades compreendidas entre os 30 e 60 dias de vida e com 6 a 10 kg de Peso Vivo (Almendra, 1996; Lopes, 2013), pelo que, foi considerada uma suplementação de 200 g de feno/cabeça/dia.

O fenil deve ser idealizado de forma a possibilitar um adequado empilhamento do feno. Nesse sentido, deve possuir corredores que facilitem a movimentação de tratores dentro do mesmo, permitindo a carga, a descarga e a inspeção dos fardos (Coelho, 2000; Myrrha, 2005). Correntemente, os fardos de feno têm de dimensões 30 cm de altura, 40 cm de largura e até 100 cm de comprimento. O seu peso ronda os 15 kg e podem ser acondicionados até a uma altura de 4 m (Myrrha, 2005; Coelho, 2006), 2,5 m de altura no caso em estudo. Deve-se considerar o armazenamento para seis meses de consumo (Coelho, 2000; Myrrha, 2005). É importante salientar que, havendo disponibilidade de erva verde de corte, palha (por ex: de centeio), feno (ex: de aveia), em diferentes épocas do ano, não se justifica o dimensionamento do fenil considerando as necessidades de armazenamento de feno, ou de outra forragem, para um ano inteiro. Segundo Evangelista & Lima (2013), é importante não pousar os fardos diretamente sobre o chão ou encostá-los às paredes, os quais podem transferir humidade para os fardos. Por isso, devem ser acondicionados em cima de um estrado de madeira, que deve estar a 10 cm do chão, no mínimo, a fim de facilitar circulação de ar entre as pilhas de fardos. De acordo com Brito et al. (2009), outro cuidado aconselhado, nos fenis, refere-se à prevenção de incêndios, devendo-se colocar alertas que proíbam fumar na zona. Na opinião de Silva et al. (2000), no armazenamento desta forragem recomenda- se, ainda, a implementação de todas as regras de segurança aplicadas aos materiais

inflamáveis, uma vez que o feno é de fácil combustão. Assim, tendo em conta a doutrina exposta fez-se uma estimativa, aproximada, do espaço necessário ao armazenamento de feno, conforme quadro 6.

Quadro 6 - Estimativa do consumo aproximado de feno/animal, com recurso a pastoreio, volume e área de armazenamento necessários

A cabra consome, diariamente, 3% do seu peso vivo (P.V.) em alimentos concentrados. Uma fêmea em produção, de até 2 litros de leite por dia, consome 1 quilograma de alimento concentrado (Silva, 2016). Todavia, a suplementação concentrada em animais da raça Serrana e seus cruzamentos realiza-se ocasionalmente, em invernos mais rigorosos DGADR (sem data). Não obstante, quando os animais têm à sua disposição alimentos de boa qualidade, desenvolvem-se mais rapidamente, produzem mais cedo e, por conseguinte, tornam-se mais produtivos (Oliveira et al., 2011. Assim, a suplementação com alimentos concentrados foi considerada para as fêmeas no terço final da gestação e em lactação (200 a 300 g/cabra/dia); machos reprodutores na época de cobrição (400 a 500 g/bode/dia); cabritos em amamentação

Dimensionamento do fenil Consumo de feno por animal, com recurso a pastoreio

Adultos + chibas (A) (120cabras + 4bodes + 23chibas) x 0,75kg x 365dias 40241,3 Kg

Cabritos (B) 205cabritos x 0,2kg x 45dias 1845,0 Kg

Total (C) A+B 42086,3 Kg

Fardos para 1 ano (D) C/15kg 2805,8 Fardos

Fardos para 6 meses (E) D/2meio ano 1402,9 Fardos

Volume necessário para

1 ano (F) D x 0,12

m3

336,7 m3

Volume necessário para

6 meses (G) F/2

meio ano

168,3 m3

Área necessária para 6

meses (H) G/2,5

m de altura

(20 a 40 g/cria/dia) e fêmeas desmamadas em recria (200 a 300 g/chiba/dia), se necessário (Júnior et al., 2004), por exemplo, na altura do flushing.

Segundo Coelho (2000), geralmente, o fenil também é utilizado para armazenar alimentos concentrados, devido às suas características e exigências edificantes, bem como ao método de distribuição desses alimentos. Para Oliveira (2014), o período de armazenamento desses alimentos prontos (adquiridos) não deve ser superior a três meses. Já a validade dos concentrados fabricados na exploração dependerá da sua composição, mas esse período poderá ser de uma semana a dois meses. Deve-se evitar encostar os sacos de concentrado às paredes, acrescenta o autor. No quadro 7 são apresentadas as necessidades de espaço de armazenamento de alimentos concentrados, para um período de 2 meses, tendo em conta o consumo estimado por animal.

Quadro 7 - Estimativa do consumo aproximado de concentrado/animal, com recurso pastoreio, volume área de armazenamento necessários

Dimensionamento do fenil Consumo de concentrado por animal, com recurso a pastoreio

Fêmeas em produção (A) 120cabras x 0,9taxa de fertilidade 0,3kg x 90dias 2916,0 Kg

Machos (B) 4machos x 0,5kg x 45dias 90,0 Kg

Chibas (C) 23chibas x 0,3kg x 45dias 310,5 kg

Cabritos (D) 205cabritos x 0,04kg x 45dias 369,0 kg

Total (E) A + B + C +D 3685,5 kg

Sacos de 40 kg (F) E/40 92,1 sacos

Volume necessário para 1

ano (G) F x 0,1 9,2 m

3

Volume necessário para 2

meses (H) G/6 1,5 m

3

Área necessária para 2 meses

(H) H/1,5 1,0 m

Deve levar-se em conta, também, os corredores de circulação (Myrrha, 2005). Assim, considerando algum espaço necessário para corredores de circulação, bem como pelo facto dos alimentos não deverem ficar encostados às paredes e ao chão, permitindo a necessária circulação de ar para evitar a sua deterioração pela humidade, considerou- se uma área útil destinada ao armazenamento de feno e concentrado de 68,3 m2. Por outro lado, não se pretende um empilhamento dos alimentos até a uma altura muito elevada, facilitando, assim, o seu manuseamento, sem o recurso a máquinas e em condições de segurança. Outrossim, permite uma melhor conservação dos alimentos e evita riscos de incêndios.

Estimativa do volume e área total, aproximados, de armazenamento de feno e concentrado, necessários:

Volume necessário total ………..……….………168,3 m3

+ 1,5 m3 = 169,8 m3 Área total necessária ……….……. 68,3 m2 Área total disponível………..……….…………70,1 m2

A garagem e a oficina são zonas indispensáveis ao armazenamento e manutenção de máquinas e alfaias (ex.: tratores, vagão misturador ou de outras máquinas e equipamentos de grande porte) utilizadas no granjeio das culturas. No dimensionamento desses espaços deve ter-se em conta a quantidade e o tamanho dessas máquinas e equipamentos existentes na exploração, bem como a área disponível que permita o seu armazenamento (Coelho, 2000, 2006). Na prática, quando há necessidade excecional de armazenamento de produção das culturas (como acontece quando há excedentes de produção), de rações (feno e concentrados), de material para cama (mato), entre outros, utiliza-se espaço da garagem e oficina para arrumá-los por pequenos períodos de tempo (Coelho, 2006). Deste modo, no dimensionamento do “local de armazenamento” teve-se, também, em conta o espaço físico necessário à guarda de máquinas e equipamentos utilizados no maneio dos animais e no granjeio das culturas (dada a existência na exploração de um trator e alfaias agrícolas). Pelo que, parte desse espaço (52,5 m2 de área útil) ficou reservado a esse fim.

Os fenis podem ser totalmente fechados, lateralmente, ou semiabertos, o que obriga a que se tenha de ter uma grande prudência a fim de se evitarem incêndios e outros problemas variados, no material arrecadado (Brito et al., 2009). Como o conjunto fenil e garagem se localiza paralelamente ao corredor de alimentação, no lado oposto à zona de repouso e alimentação das cabras, é semiaberto no alçado virado a Sudeste e totalmente aberto na zona que confronta com o referido corredor. A área total reservada ao arrumo de forragens, concentrados, máquinas e alfaias, foi de 122,6 m2.

A higiene pessoal dos trabalhadores é indispensável, por isso, o cabril precisa de ter sanitário e local para troca de roupa (Gouvêa, 2009). Assim, foi construído um sanitário, com local para troca de roupa (vestiário) a ser usada durante o maneio dos animais e/ou na condução de máquinas. Tem uma porta de acesso direto ao corredor de alimentação e localiza-se entre o escritório e a farmácia. O esgoto está encaminhado para uma fossa séptica, conforme recomenda o mesmo autor. A área reservada ao sanitário e vestiário é de 9,2 m2.

Os elementos de separação (figuras 12 e 13) são imprescindíveis para um adequado maneio animal, os quais permitem uma fácil divisão das instalações em lotes, bem como a separação dos animais, por várias razões, quando necessário (Rodriguez, 2007/2008). No presente projeto utilizaram-se para a formação de lotes/boxes para machos, chibas, fêmeas reprodutoras, cabritos e uma área de quarentena/enfermaria. Os mesmos autores referem que as cancelas metálicas (desde grades a painéis) são de utilização generalizada, de grande durabilidade, leves, e de fácil instalação. Atualmente existem inúmeros modelos de cancelas para diferentes utilidades, com portas incorporadas, filtro para crias, entre outras. Assim, foram necessários 16,0 m de grades amovíveis (4 unidades de 4,0 m de comprimento e 1,5 m de altura), possuindo, uma delas, filtro para cabritos (colocada na zona que separa cabriteiro da boxe das mães):

o 1 grade divisória com passagem para cabritos, que separa o cabriteiro da zona de repouso e alimentação das cabras;

o 1 grade divisória, na separação entre o bodil e a zona de repouso e alimentação das chibas;

o 1 grade que ladeia a zona de repouso e alimentação das chibas; o 1 grade que ladeia a zona de quarentena/enfermaria.

No quadro 8 é apresentado um resumo do dimensionamento da zona de repouso e alimentação, incluindo as manjedouras, cornadiças e grelhas.

Quadro 8 - Dimensionamento da zona de repouso e alimentação

Dimensionamento da zona de repouso e alimentação (ZRA)

Á re a Ú ti l (m 2 ) C om pri m en to nece ssár io de Manj ed oura (m ) L argura da Z R A ( m ) Á re a Ú ti l (m ) / anim al C om pri m en to do n º t ot a l de C ornadiç a s /G re lh a ( m ) E spaço na m anj edoura p or A nim a l ( m ) Cabriteiro 37,20 17,00 3,70 0,50 17,00 0,23 Chibas 24,00 6,00 4,00 1,04 6,00 0,26 Cabras 143,56 38,00 3,70 1,20 38,00 0,32 Bodes 10,80 2,00 4,00 2,70 2,00 0,33 Quarentena 18,80 4,00 4,00 1,57 4,00 0,33 Total 234,36 67,00 --- --- 67,00 ---

A área ou zona de exercício é onde os animais podem, voluntariamente, caminhar, correr, apanhar sol, ar livre (Viana, 1998), saltar e deitar-se (Alves et al., 2005). No que concerne ao piso, deve usar-se material que possibilite uma adequada

Figura 13 - Grade divisória. (200 ×150 cm)

Figura 12 - Grade com porta central (200×150cm)

compactação, bem como uma drenagem eficiente, acrescentam Alves et al. (2005). De facto, como não se trata de uma pastagem, o terreno deverá ser bem compactado, de preferência ensaibrado, por forma a minimizar o acúmulo de lamas. Caso seja exequível, a zona de exercício deverá ficar com uma certa inclinação (Viana, 1998), sendo aconselhado um declive entre 2 % a 5 %. A área adstrita a esta zona deverá ser o dobro da área coberta destinada a cada categoria de animal (Alves et al., 2005). Assim, a área (coberta) útil total da zona de repouso e alimentação das cabras, bodes e chibas (os cabritos não terão acesso à zona de exercício) é de 178,4 m2. O dobro desta área é 178,2 m2 x 2 = 356,8 m2. A esta área foi adicionado o espaço ocupado pelos 7 comedouros (7 x 2,5 m x 0,8 m = 14,0 m2) existentes (356,8 m2 + 14,0 m2 = 370,8 m2). A área de exercício é uma zona que tem de ser vedada (Viana, 1998). Para o efeito, utilizou-se uma rede cujo comprimento total é de 62,5 m e a altura de é 1,50 m, conforme assinalado na planta do piso 0 (Anexo 3).

O funil é concebido através de duas cercas que se afunilam em direção à manga de maneio, cada uma em ângulo de 45 graus (Agostini, 2002). Esta estrutura sofre os maiores impactos dos animais e dela depende a celeridade e eficácia no seu direcionamento à manga de maneio (Homma et al., 2006). No caso sub judice, o funil foi construído utilizando-se grades metálicas, amovíveis, afuniladas em direção à manga de maneio, formando um ângulo de 45 graus, conforme planta do piso 0 (Anexo 3).

Há operações de maneio, como a passagem por pedilúvios, vacinações, desparasitações, aferição periódica da condição corporal com vista ao acerto do arraçoamento, etc., que exigem a reunião das cabras para esse fim. Essas técnicas devem ser realizadas com o recurso a equipamentos adequados, como a manga de maneio (figura 14) e ou parques apropriados, que impeçam que os animais se encavalitem (Mendonça et al., 2012), permitindo o encaminhamento ou contenção dos mesmos (DRFCN, n.d.). O comprimento da manga de maneio pode variar de 5 a 11 metros. Por conseguinte, foi construída uma manga de maneio, com grades metálicas, perfazendo um total de 6 m de comprimento, a qual dá acesso ao pedilúvio (ver planta em Anexo 3).

Figura 14 – Pedilúvio, localizado entre o tanque banheiro e a manga de maneio

O Pedilúvio é um corredor de base e secção retangulares (Brantuas, 2012) e serve para acautelar que os animais levem para o interior do estábulo os germes causadores de infeções podais, devendo ser construído à entrada do aprisco (Santos, 2008). O piso do pedilúvio é formado por três compartimentos em betão, separados,

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