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Plano empresarial para implementação de explorações pecuárias: exemplo para caprinicultura de carne

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Plano empresarial para implementação de explorações pecuárias

Exemplo para caprinicultura de carne

Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

Nelson Manuel dos Santos Viana

Orientador: Professor Doutor João Carlos Caetano Simões

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Escola de Ciências Agrárias e Veterinárias

Departamento de Ciências Veterinárias

Plano empresarial para implementação de explorações pecuárias

Exemplo para caprinicultura de carne

Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária

Nelson Manuel dos Santos Viana Orientador: Professor Doutor João Carlos Caetano Simões

Composição do Júri:

Professora Doutora Cristina Maria Teixeira Saraiva Professor Doutor Jorge Manuel Teixeira de Azevedo Professor Doutor Carlos Jorge Fonseca da Costa Professora Doutora Ana Cláudia Correia Coelho

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“As doutrinas apresentadas neste trabalho são da exclusiva responsabilidade do autor.”

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Agradecimentos

Dedicatória:

Aos meus filhos, Duarte e Beatriz, para que lhes sirva de exemplo!

Professor Doutor João Carlos Caetano Simões (UTAD), meu Orientador. Licenciada Andreia Gisele Catarino Soares de Fontes Crespo, tradutora. Pós-graduada Carla Sandra Antunes da Silva, minha cunhada.

Mestre Cláudia Elisabete dos Santos Viana (CGACC e Agrireal), minha irmã. Licenciada Eunice Joana Ribeiro Tavares, asinicultora.

Mestre Francisco José Sá Pereira (ANCRAS).

Professor Doutor Hélder Filipe dos Santos Viana (Instituto Politécnico de Viseu), meu irmão.

Mestre Hugo Miguel Amaro de Sousa (Projetos JAFOC - Arquitetura e Engenharia, Lda.).

Jacinta Clara Fernandes Rocha, caprinicultora.

Professor Doutor José António Fonseca de Oliveira Correia (Projetos JAFOC – Arquitetura e Engenharia, Lda.).

José Armindo Carvalho Correia (CGACC), meu sogro. Técnico Luís Filipe dos Santos Viana (Agrireal), meu irmão. Luís Manuel Saraiva Viana (CGACC), meu pai.

Licenciado Manuel José Maio Domingues (Agrireal).

Pós-graduada Maria Margarida da Conceição dos Santos Viana (CGACC), minha mãe. Maria Lídia Fraga Carvalho Correia (CGACC), minha sogra.

Licenciada Paula Sandra Fraga Correia Viana (Agrireal e CGACC), minha mulher. Mestre Vítor Paulo de Sousa Lopes (ANCRAS).

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No âmbito da presente dissertação foram realizados os seguintes trabalhos: Viana N., Pires C, Simões J. 2014. Implementação e análise económica de uma exploração de cabras de aptidão leiteira, em sistema de produção integrada, na região norte de Portugal: uma visão da realidade. Em ata do Simpósio de ovinos e caprinos - OVICAPRI, 14 de Novembro de 2014, UTAD, Vila Real, Portugal.

Viana, N. e Simões, J. 2015. Ocupação territorial em zonas de baixa densidade populacional: pequenos ruminantes versus bovinos. Livro de atas (ISBN: 978-972-745-197-5): CAPRA 2015 – Reunião Nacional de Caprinicultura e Ovinicultura, 12-14 de Novembro de 2015, Mirandela, Portugal, pp. 106-109.

Viana, N. e Simões, J. 2015. Implementação de Explorações Animais de Raças Autóctones no Distrito de Vila Real entre 2001 e 2013: o caso da parceria AGRIREAL – Consultoria, Produção e Comercialização, Lda. / Centro de Gestão Agrária do Cima Corgo (CGACC). Livro de resumos (ISBN: 978-989-714-216-4) do Congresso Ibérico: Raças Autóctones, Economia Local e Paisagem Rural, 6 e 7 de Novembro de 2015, Vila Real, Portugal, pp. 69-70.

Viana N., Viana H., Simões, J. 2016. Plano empresarial para implementação de explorações pecuárias. Estudo de caso em caprinicultura. ISBN: 978-3-8417-1640-8. Verlag / Editora: Novas Edições Acadêmicas, Alemanha.

Viana N., Viana H., Simões, J. 2016. Importance of mountain silvopastoral areas in the production of autochthonous animal breeds and promotion of beekeeping in Northern Portugal. Apresentado no World Congress Silvo Pastoral Systems 2016, de 27 a 30 de Setembro de 2016, Universidade de Évora, Évora, Portugal.

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A implementação de explorações pecuárias é uma atividade que não deve ser descurada pelos médicos veterinários. A sua formação permite-lhes compreender o animal e a sua relação com o ambiente que o rodeia, nomeadamente as instalações pecuárias, bem como as pastagens ao seu dispor.

Assim, antes da execução física de qualquer investimento, torna-se imperioso definir um adequado plano empresarial, alicerçado em fundamentos técnicos e científicos. Na presente dissertação foi descrita a elaboração de um plano empresarial para a implementação de uma exploração de caprinos com vocação creatófora, para a instalação de uma jovem agricultora, ao abrigo do Programa de Desenvolvimento Rural (Proder), tendo por base considerandos técnico-científicos e legais. A proponente cumpriu os requisitos legalmente exigidos à obtenção de apoios no âmbito do Proder, permitindo-lhe ter-se instalado como jovem agricultora, beneficiando da alavanca financeira proporcionada por aquele programa.

A exploração estudada possui 71,33 ha, 0,6 ha destinados a área social (local onde foi construído um cabril) e a restante área (70,73 ha) tem aptidão pastoril. Existe um trator e respetivas alfaias agrícolas.

A nova exploração tem 120 cabras, respetivas crias e 4 bodes, cujos animais são cruzamentos da Raça Serrana Ecotipo Transmontano com raças indefinidas. Trata-se de uma exploração extensiva, certificada em Modo de Produção Integrada. Nela se edificou um parque de retenção (cabril) formado por uma área coberta e por uma área descoberta. A área útil total coberta é de 548,0 m2 (dimensões interiores) e a área bruta de construção é de 617,5 m2. A área coberta foi subdividida em zona de repouso e alimentação para cabras, cabriteiro, bodil, zona de repouso e alimentação para chibas, fenil, garagem, zona de quarentena/enfermaria, farmácia, instalação sanitária, escritório e corredor de alimentação. A área total descoberta é formada pela zona de exercício, pelo parque de maneio e pelo escorredouro. A zona de exercício tem uma área de 370,80 m2 e nela se encontra o funil e manga de maneio. Junto ao pedilúvio e tanque banheiro encontra-se o parque de maneio, com 49,7 m2 de área. No parque de retenção foram instalados manjedouras e bebedouros. Foram semeados 2,0 ha de pastagens biodiversas de regadio, tendo-se instalado um sistema de rega por aspersão. Adquiriu-se uma cerca elétrica para uma melhor gestão do pastoreio. A abertura de um furo

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O investimento total aprovado foi de 102 613,37 € e o investimento elegível de igual valor, sendo o subsídio total de 91 568,0 € (89% do investimento elegível). Os proveitos anuais previstos, a partir do ano cruzeiro, são de 28 718,24 € e resultam da venda de 166 cabritos (11372,64 €), bem como dos subsídios à exploração (17345,60 €), os quais representam 66% dos proveitos. Já os custos da operação previstos são de 23 608,86 €. A viabilidade económica da operação foi determinada pelo VAL (29 073,77 €) e pela TIR (4%).

Conclui-se que este tipo de exploração é tecnicamente viável, dependendo, no entanto, economicamente, de fundos perdidos.

Palavras – Chave:

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Implementation of livestock projects should not be overlooked by veterinary doctors. Their training allows them to understand the animal and its relationship with the surrounding environment, namely livestock facilities and pastures.

Prior to the physical implementation of any investment project, it is imperative to define an adequate business plan based on technical/scientific grounds. This dissertation describes the development of a business plan for the implementation of a meat goat farm, for the establishment of a young female farmer within the framework of PRODER (rural development program); it is based on technical, scientific and legal requirements adjusted to real conditions. The applicant fulfilled the legal requirements for financial support within the scope of PRODER, allowing her to set up a livestock farm with the financial aid of the program.

This livestock farm is 71.33 ha, of which 0.6 ha devoted to social areas (where a goat barn was built); the remaining 70.73 ha of land was suitable for grazing, and 2 ha of grassland was created. There is a tractor and farming implements.

This livestock farm has 120 goats, their kids and 4 billy goats; these animals are the result of crossbreeding the “Serrana Echotype Transmontano” with unspecified breeds. Total covered floor area is 548.0 m2 (inside area) and gross construction area is 617.5 m2. The covered area includes goat resting and feeding area, kid lambing box, billy goat box, resting and feeding area for young females, hay storage, garage, quarantine facilities, dispensary, toilets, office and feeding rack. Total uncovered area includes an open yard, handling facilities and a drain crush. The open yard is 370.80 m2 and includes the V-shaped entrance and raceway. Next to the walk-through tank and bath tank, there is a 49.7 m2 handling facility. The barn includes feed and water troughs. 2 ha of irrigated pastureland were sown and a sprinkler irrigation system was put in place. For a better grazing management, an electrical fence was installed. A borehole using a solar pump allows water collection in a cost-efficient manner.

A total investment of €102,613.37 was approved (the same amount as the total eligible investment), and the overall grant was €91,568.00 (89% of the eligible investment). The estimated annual revenues after the predetermined kick off year amount to €28,718.24, resulting from the sale of 166 goats (€11,372.64) and operating subsidies (€17,345.60), accounting for 66% of the revenues. Estimated costs of the

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Present Value (NPV=€29 073,77) and Internal Rate of Return (IRR=4%).

As a result, it is concluded that the livestock farm is technically feasible, although it economically depends upon non-repayable grants.

Keywords:

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"Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais

nas suas faculdades mentais...os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento."

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Agradecimentos ... v

Trabalhos publicados ... vii

Resumo ... ix

Abstract ... xi

Índice Geral ... xv

Índice de Figuras ... xvii

Índice de Quadros ... xviii

Lista de Siglas e Abreviaturas ... xix

1. Introdução ... 1

2. Caracterização do promotor/jovem agricultor ... 3

2.1.Ano de candidatura ... 3

2.2.Identificação do jovem agricultor ... 3

2.3.Enquadramento do regime do IVA ... 4

2.4.Produtor individual ... 4

2.5.Critérios de elegibilidade dos beneficiários ... 4

2.5.1. Qualificação do jovem agricultor ... 5

2.5.2. Formação obrigatória ... 6

2.5.3. Formação complementar ... 6

3. Caracterização da operação ... 10

3.1.Critérios de elegibilidade das operações ... 10

3.2.Caracterização inicial da exploração ... 11

3.3.Evolução do efetivo pecuário da exploração ... 13

3.4.Condições em produção extensiva ... 18

A)Condições das explorações ... 18

B)Implantação da Instalação ... 28

C)Afastamento da implantação da instalação. ... 29

D)Compartimentação do parque de retenção. ... 30

E)Vedações Exteriores dos Parques de Pastoreio ... 44 F) Sistemas de Abastecimento de água e alimentação dos parques do pastoreio . 45

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H)Pontos de acesso às pastagens. ... 51

I) Parque e cais de inspeção e carga dos animais. ... 52

J) Isolamento e manutenção de animais enfermos ou acidentados. ... 53

3.5.Instalação das pastagens ... 54

4. Investimento na exploração pecuária ... 56

4.1.Descrição da operação ... 56

4.2.Investimento ... 56

4.3.Descrição detalhada dos investimentos ... 57

4.4.Estrutura de financiamento ... 58

5. Rentabilidade da Operação ... 60

5.1.Proveitos ... 61

5.2.Custos ... 64

5.3.Cálculo da rentabilidade empresarial ... 67

A)Cálculo do VAL ... 67

B)Cálculo da TIR ... 68

C)Comparação entre o VAL e a TIR... 68

6. Conclusão ... 71

7. Referências Bibliográficas ... 73

ANEXOS ... 93

Anexo 1 - Figura 9: Perfil de implantação do cabril ... 95

Anexo 2 - Figura 10: Planta de Implementação e Enquadramento ... 97

Anexo 3 – Planta de compartimentação do piso 0 ... 99

Anexo 4 - Quadro Áreas efetivos e quantidades vendidas. ... 101

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Índice de Figuras

Figura 1 - Capril e paisagem montanhosa envolvente... 12

Figura 2 - Visão do interior do estábulo (zona de repouso e alimentação das cabras).. 18

Figura 3 - Orientação de um estábulo... 19

Figura 4 - Orientação da uma nave... 20

Figura 5 - Cornadiças para cabras, com possibilidade de se acoplar um sistema de prisão (zona de repouso e alimentação das cabras ... 22

Figura 6 - Bebedouro em aço inoxidável (30 cm × 20 cm), com boia (zona de repouso e alimentação das chibas) ... 25

Figura 7 - Bebedouro (100 cm x 20 cm), com boia, para pendurar na vedação da zona de exercício ... 26

Figura 8 - Comedouro (2,5 m x 0,8 m x 1,20 m) com cobertura ... 27

Figura 9 - Perfil de implantação do cabril. ... 29

Figura 10 - Planta de Implementação e Enquadramento ... 30

Figura 11 - Percentagem de nascimentos de cabritos da raça Serrana, puros ou cruzamentos desta ... 32

Figura 12 - Grade com porta central (200×150cm) ... 40

Figura 13 - Grade divisória. (200 ×150 cm) ... 40

Figura 14 - Pedilúvio, localizado entre o tanque banheiro e a manga de maneio ... 42

Figura 15 - Corte do tanque banheiro e pedilúvio ... 43

Figura 16 - Bebedouro com depósito de 200 litros e patas reguláveis ... 48

Figura 17 - Rede para cerca elétrica. ... 50

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Índice de Quadros

Quadro 1 - Plano de formação complementar voluntária ... 6

Quadro 2 - Cabra Serrana – Características Produtivas ... 14

Quadro 3 - Efetivos Animais Inseridos na Operação. ... 17

Quadro 4 - Compra de animais. ... 17

Quadro 5 - Resumo - dimensionamento dos comedouros, cornadiças e grelhas, instalados na área coberta ... 23

Quadro 6 - Estimativa do consumo aproximado de feno/animal, com recurso a pastoreio, volume e área de armazenamento necessários ... 36

Quadro 7 - Estimativa do consumo aproximado de concentrado/animal, com recurso pastoreio, volume área de armazenamento necessários ... 37

Quadro 8 - Dimensionamento da zona de repouso e alimentação ... 40

Quadro 9 - Localização das atividades/investimentos do plano empresarial. ... 45

Quadro 10 - Estimativa das necessidades médias em água por Ovinos / Caprinos ... 46

Quadro 11 - Resumo dos investimentos na exploração pecuária. ... 57

Quadro 12 - Estrutura de financiamento (recursos financeiros) ... 59

Quadro 13 - Rentabilidade da operação ... 61

Quadro 14 – Ajudas à exploração (subsídios) ... 63

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% – Percentagem € – Euro

cab – Cabeça cm – centímetros

CN/ha – Cabeças normais por hectare ha – hectare

HACCP – Hazard Analysis and Critical Control Points (Análise dos pontos críticos de controlo)

IFAP – Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas. I.P. INR – Incentivo Não Reembolsável

IVA – Imposto sobre o valor acrescentado Kg – quilograma

m – metro

m2 – metro quadrado m3 – metro cúbico

MADRP – Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas Nifap – Número de identificação do beneficiário do IFAP

NP - Núcleo de Produção

NPB - Núcleo de Produção de Bovinos

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Madeira

NUTS III - Nomenclatura de unidades territoriais para fins estatísticos no Continente (Norte 8 - Ave, Cavado, Douro, Entre Douro e Vouga, Grande Porto, Minho-Lima, Tâmega, Alto Trás-os-Montes; Centro 12 - Baixo Mondego, Baixo Vouga, Beira Interior Norte, Beira Interior Sul, Cova da Beira, Dão-Lafões, Médio Tejo, Oeste, Pinhal Interior Norte, Pinhal Interior Sul, Pinhal Litoral, Serra da Estrela; Lisboa 2 - Grande Lisboa e Península de Setúbal; Alentejo 5 - Alentejo Central, Alentejo Litoral, Alto Alentejo, Baixo Alentejo, Lezíria do Tejo; Algarve 1 - Algarve) e 2 correspondentes às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira

OCM – Organização do Mercado Comum Proder – Programa de Desenvolvimento Rural PRODI – Produção Integrada

REFI – Taxa de Refinanciamento do Banco Central Europeu UF – Unidade Forrageira

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1. Introdução

Na idealização de uma exploração zootécnica, a elaboração de um estudo prévio de viabilidade técnica e económica torna-se, cada vez mais, um passo vital (Viana, 1998). Este estudo deve permitir assegurar as boas práticas de bem-estar animal e assim permitir a efetiva implementação de normas de biossegurança de forma a minimizar a morbilidade e mortalidade dos animais e garantir a salubridade dos seus produtos para consumo humano. Ainda sob o ponto vista clínico e sanitário, deverão ser alocados os meios necessários, quer de enfermaria (em caso de doença), quer de circulação animal (transmissão dos agentes – riscos biológicos).

A instalação de Jovens Agricultores, como por exemplo ocorreu no âmbito do Proder, previa o apoio à instalação inicial da sua atividade, desde que ancorada num plano empresarial de desenvolvimento e adaptação da exploração agrária, que conseguisse gerar impactos positivos nos setores e na zona em que fosse aplicado. Esse plano, quando sustentável, devia contribuir para melhorar a atividade implementada, bem como criar uma dinâmica empresarial apoiada em novos saberes, melhorar a capacidade de adaptação com aperfeiçoamento da gestão, graus de produtividade mais elevados e, consequentemente, maior capacidade em singrar no mercado (Proder, 2011). Nesse sentido, a agricultora tinha que apresentar um plano empresarial, devidamente fundamentado, que caracterizasse globalmente a exploração, nomeadamente: a situação inicial da exploração, as etapas, as metas específicas e a descrição pormenorizada dos investimentos necessários à implementação da atividade agrária pretendida (Proder, 2012). No referido plano empresarial, todos os investimentos apresentados tinham de ser devidamente justificados, devendo ser explicada a sua relação com as atividades que se pretendiam implementar. Esse plano tinha que demonstrar a capacidade do promotor em empreender um conjunto de atividades, em consonância com as suas disponibilidades financeiras, que pudessem viabilizar a sua atividade de empresário agrícola (Proder, 2011).

A elaboração dos planos empresariais teve, também, em consideração o que está consagrado no Decreto-Lei n.º 214/2008, de 10 de Novembro, que estabelece as

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condições gerais para o exercício das atividades pecuárias. As normas regulamentares aplicáveis à atividade de detenção e produção pecuária, ou atividades complementares, de animais das espécies bovina, ovina e caprina estão definidas conforme refere o artigo 1, CAPÍTULO I da Portaria n.º 638/2009 de 9 de Junho.

O presente trabalho teve como principal objetivo fazer uma descrição holística da implementação de um projeto de exploração caprina, assim como a previsão da sua viabilidade económica em anos posteriores. O seu objetivo final foi o de relacionar as componentes de bem-estar e saúde animal, e a salubridade dos produtos de acordo com a efetiva implementação da exploração. Deste modo, para concretizar estes objetivos, serviu como guia um exemplo real.

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2. Caracterização do promotor/jovem agricultor

Por se tratar de informações do foro pessoal, neste ponto, faremos a título meramente informativo, uma abordagem das principais informações (campos) que constam (foram preenchidos) no formulário de candidatura citando, apenas, os dados que julgamos necessários a um melhor enquadramento e perceção do tema.

2.1. Ano de candidatura

O ano de candidatura corresponde ao ano de submissão do projeto, sendo de preenchimento automático (Proder, 2012).

2.2. Identificação do jovem agricultor

Nº de Identificação Fiscal e Nome ou Designação Social – Tratando-se de uma produtora individual, este campo foi preenchido com os seus dados pessoais (Proder, 2012).

NIFAP - foi preenchido com os dados pessoais da jovem agricultora. Solicitou-se ao IFAP a atribuição deste número, antes da submissão do projeto (Proder, 2012). A identificação do beneficiário (IB) foi feita através do registo no sistema de informação do IFAP, tendo-lhe sido atribuído um número de identificação - NIFAP- que permite à beneficiária identificar-se perante aquele organismo (IFAP, 2014).

Morada, Localidade e Concelho - registou-se a morada completa da sede social da proponente, localidade e respetivo concelho. A identificação do Distrito, NUTS II e NUTS III, correspondentes aos dados introduzidos, foi de preenchimento automático (Proder, 2012). Assim, a exploração localiza-se na localidade de Abrecôvo, freguesia de Gouvinhas, concelho de Sabrosa e Distrito de Vila Real.

E-mail – correio eletrónico da jovem agricultora (Proder, 2012).

Caracterização Jurídica – Das opções existentes (empresa ou produtor individual), a considerada foi “produtor individual”. Neste caso, o formulário solicitou

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mais informações relativas a esta condição (agricultora individual), as quais foram respondidas (Proder, 2012).

2.3. Enquadramento do regime do IVA

Conforme definido pelo Proder (2012), optou-se pelo regime de IVA declarado nas Finanças. Segundo a DGCI (2016), só poderá deduzir o IVA suportado o sujeito passivo enquadrado no regime normal. Assim, como a agricultora declarou este regime, o investimento elegível foi calculado sem o valor do IVA podendo, o mesmo, ser deduzido.

2.4. Produtor individual

Tratando-se de uma produtora individual, indicou-se o género (feminino) e data de nascimento (Proder, 2012). No caso sub judice, a jovem agricultora tem idade inferior a quarenta anos.

2.5. Critérios de elegibilidade dos beneficiários

Segundo o Anexo - Regulamento de Aplicação da Ação n.º 1.1.3 - «Instalação de Jovens Agricultores», artigo 5º, Capítulo I, da Portaria n.º 184/2011 de 5 de Maio (e considerando, apenas, o que se aplica ao presente estudo):

1 - Os candidatos aos apoios previstos no referido Regulamento deviam reunir as seguintes condições:

a) “Possuírem o 9.º ano de escolaridade” (a candidata possui o 12º ano);

b) “Possuírem a aptidão e competência profissional adequada de acordo com os requisitos mínimos definidos no anexo I, sem prejuízo do disposto na alínea m) do n.º 1 do artigo 7º “ (descrito infra);

c) Não aplicável; d) (Revogada);

e) “Cumprirem as condições legais necessárias ao exercício da respetiva

atividade, nomeadamente terem a situação regularizada em matéria de licenciamentos;”

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f) “Não terem obtido aprovação de quaisquer ajudas ao investimento antes da

data de apresentação do pedido de apoio” (trata-se da instalação inicial da

jovem agricultora);

g) “Não ter recebido quaisquer ajudas à produção ou à atividade agrícola, exceto

nos dois anos anteriores ao ano de apresentação do pedido de apoio” (a

proponente só passou a receber subsídios, após a submissão da candidatura).

2 – Os promotores deviam apresentar um plano empresarial de desenvolvimento da sua exploração, onde constasse, nomeadamente, o seguinte:

a) “Situação inicial da exploração;”

b) “Etapas e metas específicas para o desenvolvimento das atividades da exploração;”

c) “Descrição de ações ou serviços necessários ao desenvolvimento da atividade agrícola;”

d) “Descrição detalhada dos investimentos, designadamente os necessários para dar cumprimento às normas comunitárias em vigor, se aplicável.”

3 – Os proponentes tinham, outrossim, de apresentar um plano de formação que indicasse a formação necessária à aquisição da aptidão e competência profissional adequadas, se à data da apresentação da candidatura não a tivessem, assim como, da formação complementar considerada de interesse relevante para o exercício das suas funções na exploração agrária.

2.5.1. Qualificação do jovem agricultor

Tinha de se assinalar, obrigatoriamente, o grau de instrução (do 9º ao 12º ano) da candidata, quer o tivesse obtido numa atividade agrária ou não agrária (Proder, 2012). No presente caso, a jovem agricultora possui o 12º ano (não agrário). Dado que a promotora não possuía formação adequada teve, obrigatoriamente, de se indicar a experiência agrária obtida, quer fosse maior ou igual a 3 anos ou menor do que 3 anos (Proder, 2012). A proponente em causa possui experiência agrária superior a 3 anos, em regime de mão-de-obra agrícola familiar, não remunerada. Como a promotora não

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possuía formação adequada, era obrigatório, outrossim, assinalar o período de experiência adquirida na área da primeira instalação que pretendia desenvolver, quer fosse maior ou igual a 3 anos ou menor do que 3 anos (Proder, 2012). A jovem agricultora possui experiência na área de instalação (caprinicultura) maior do que 3 anos, igualmente, em regime de mão-de-obra familiar, não paga.

2.5.2. Formação obrigatória

Como a candidata precisava de adquirir a aptidão e competência apropriadas, os módulos que obrigatoriamente necessitava de cursar foram assinalados no formulário de candidatura, de forma automática. O prazo máximo para a proponente realizar esta formação era de 2 anos (Proder, 2012). No presente caso, a promotora comprometeu-se a frequentar o módulo de Gestão da Empresa Agrícola, de quarenta e cinco horas (Anexo 1 da Portaria n.º 184/2011 de 5 de Maio), tendo em conta a sua qualificação, mencionada no ponto anterior.

2.5.3. Formação complementar

Podendo-o fazer, a promotora decidiu efetuar uma formação complementar voluntária (Quadro 1) tendo-se descrito: a designação, o conteúdo da ação, a área de formação e o número de horas correspondente ao investimento a efetuar (Proder, 2012).

Quadro 1 - Plano de formação complementar voluntária

N.o Designação Conteúdo da ação Área de

formação Nº de horas

1 Sistema HACCP Qualidade do

produto Agricultura 25 2 a) Proteção Integrada e Produção Integrada b) Ovinicultura e Caprinicultura em Modo de Produção Integrada Manutenção e melhoria da paisagem e proteção do ambiente Agricultura a) 25 + b) 50 = 75

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A adequação da formação complementar solicitada, às necessidades da exploração, encontra-se devidamente fundamentada, infra (Proder, 2012). Entretanto, a jovem agricultora já realizou o curso de Sistema HACCP (Hazard Analysis and

Critical Control Points). Segundo Fortunato (2008) trata-se de um conjunto de regras

que têm como objetivo garantir adequadas condições de higiene e salubridade, durante as fases de produção, transformação, armazenagem e venda de alimentos, a fim de proporcionar aos consumidores alimentos que não representem risco para a sua saúde.

Os objetivos da ação de formação são (ANQEP, 2008):

 “Aplicar os princípios de análise de perigos e controlo dos pontos críticos no

processo produtivo dos alimentos, de forma a garantir a segurança alimentar;”

 “Realizar a manutenção dos processos associados ao sistema HACCP.”

A aplicação dos princípios da análise dos perigos e do controlo dos pontos críticos (HACCP) à produção primária, em geral, ainda não é praticável. Todavia, os códigos de boas práticas devem instigar a aplicação de práticas de higiene apropriadas nas explorações agrárias (n.º11, I, Regulamento (CE) N.º 852/2004, do Parlamento Europeu e do Conselho de 29 de Abril de 2004). Assim, a ação de formação em HACCP adequa-se perfeitamente à atividade a desenvolver, uma vez que permitirá à jovem agricultora adotar um conjunto de medidas que visam assegurar boas condições de higiene e salubridade durante a produção e venda dos cabritos, de modo a fornecer aos consumidores carne que não represente perigo para a saúde.

A jovem empreendedora comprometeu-se a realizar, ainda, o curso de formação complementar na área da Proteção Integrada e Produção Integrada. A proteção integrada consiste na avaliação ponderada da metodologia utilizada na proteção das culturas exploradas e a integração de regras apropriadas para reduzir o desenvolvimento de populações de organismos prejudiciais. Essas medidas devem assegurar o uso dos fitofármacos e outras formas de atuação, a níveis que se justifiquem, quer do ponto de vista económico, quer do ponto de vista ecológico, diminuindo ou minorando, os perigos para a saúde das pessoas e da natureza. Devem favorecer o desenvolvimento de culturas saudáveis, com a menor perturbação possível dos ecossistemas agrícolas e agroflorestais, preconizando formas naturais de luta contra os inimigos das culturas

(30)

(DGADR, n.d.). A Produção Integrada é um sistema agrário de produção de alimentos e de outros produtos alimentícios de grande qualidade, sujeito a uma gestão equilibrada dos recursos naturais. Promove o aproveitamento dos mecanismos naturais de regulação, em detrimento de fatores de produção, por forma a contribuir para uma agricultura sustentável (DGADR, n.d.). Destaca-se, aqui, a componente animal da produção integrada, a qual tem como fim principal a alteração de modelos de exploração, com o objetivo de se desenvolver uma atividade agropecuária em harmonia com o meio ambiente que rodeia a unidade de produção (DGV, 2011).

Neste contexto, os objetivos primordiais da produção integrada são os do aumento da eficácia. Os objetivos da ação de formação em Proteção Integrada e Produção Integrada são (ANQEP, 2013):

 “Identificar os objetivos e princípios da proteção integrada e do modo de

produção integrado – componente vegetal e animal;”

 “Identificar a legislação específica de enquadramento e regulamentação da

proteção integrada e da produção integrada;”

 “Identificar as normas de utilização sustentável de produtos fitofarmacêuticos;”  “Reconhecer as componentes da proteção integrada;”

 “Reconhecer as técnicas de produção integrada;”  “Preencher o caderno de campo.”

Deste modo, tendo em conta que se adotou o Modo de Produção Integrada, considerou-se pertinente a frequência de um curso que permita à promotora adquirir competência teórico-práticas para implementar a Produção Integrada na sua exploração agrária, assim como a integração de métodos de cultivo dos campos agrícolas, conciliáveis com a necessária defesa e melhoria do meio ambiente, a preservação da paisagem e dos recursos naturais.

Já os objetivos do curso de Ovinicultura e Caprinicultura em Modo de Produção Integrada são (ANQEP, 2011):

 “Identificar os princípios, as técnicas e operações da produção de ovinos e

(31)

 “Executar as operações de maneio alimentar, higio-sanitário, reprodutivo e

produtivo de ovinos e caprinos em modo de produção integrada.”

 “Identificar as normas relativas a proteção e bem-estar animal e ao controlo, à

certificação e rotulagem dos produtos.”

Consideramos que o conjunto de todas estas ações de formação é adequado às necessidades da exploração, tendo em conta a produção em causa, conforme descrito no presente projeto. As competências adquiridas serão uma mais-valia para a atividade da jovem agricultora, pois terão uma aplicação prática nas operações agrárias a desenvolver, contribuindo, em última análise, para a maximização de lucros e minimização de custos, prevenindo riscos profissionais e respeitando o ambiente.

(32)

3. Caracterização da operação

A caracterização da operação foi baseada/adaptada no formulário de candidatura do Proder, décimo primeiro período de 2012.

3.1. Critérios de elegibilidade das operações

De acordo com o Anexo - Regulamento de Aplicação da Ação n.º 1.1.3 - «Instalação de Jovens Agricultores», artigo 6º, Capítulo I, da Portaria n.º 184/2011 de 5 de Maio:

1 – “Podem beneficiar do apoio previsto no presente Regulamento as operações

que reúnam as seguintes condições:”

a) “Cujo valor elegível do investimento, apurado na análise da respetiva

candidatura, seja igual ou superior a € 5000” (no presente projeto foram

orçamentados 102 613,37 €);

b) “Não conflituem com outras medidas que se enquadrem no âmbito de regimes

de apoio ao abrigo da Organização Comum dos Mercados Agrícolas («OCM única») e respeitem quaisquer restrições à produção ou outras condicionantes do apoio a título da mesma” (não aplicável no caso em apreço);

c) “Cujo investimento não seja incompatível com compromissos ou obrigações a

que as parcelas, objeto do investimento, estejam sujeitas” (a exploração segue

as regras da produção integrada “PRODI”, certificação que não é incompatível com os investimentos propostos, pelo contrário);

d) “Apresentem viabilidade económica, medida através do valor atualizado

líquido, tendo a atualização como referência a taxa de refinanciamento (REFI) do Banco Central Europeu em vigor à data da abertura do concurso, à data de início do período ou à data de apresentação do pedido de apoio, consoante a modalidade de submissão” (cumpre, conforme se demonstrará, adiante);

e) “Apresentem coerência técnica, económica e financeira” (demonstrada infra); f) “Cumpram as disposições legais aplicáveis aos investimentos propostos,

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obteve parecer favorável/aprovação das diversas entidades competentes, nomeadamente da(o):

a. Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) - Secretaria de Estado da Cultura;

b. Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Norte (CCDRN) - Ministério da Agricultura do Mar do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT);

c. Agência Portuguesa do Ambiente – Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia;

d. Divisão de Obras, Serviços e Ordenamento do Território – Câmara Municipal.

2 – “São elegíveis as despesas de investimento realizadas após a apresentação

do pedido de apoio, exceto as despesas referidas nos n.ºs 7 e 10 do anexo II, desde que realizadas até três meses antes da apresentação do pedido de apoio.”

3.2. Caracterização inicial da exploração

A exploração localiza-se na parte alta do concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real. É uma zona rural do interior norte do país, em que a norte e oeste existe criação de bovinos, ovinos e caprinos (Freitas, 2002). Podemos enquadrá-la no sistema de pastoreio de trajeto Galaico Duriense, um sistema atlântico que corresponde, fundamentalmente, às serras Galaico Durienses, onde pastoreiam vacas e, acessoriamente, rebanhos de pequenos ruminantes (Fernandes et al., 2005). De facto, embora não sendo elevadas, Portugal é um país de montanhas e de agricultura de montanha (Aguiar et. al., 2015), nas quais o pastoreio permite o aproveitamento dos recursos forrageiros montanhosos ou de zonas impróprias para outras atividades (Simões, 2012). As zonas montanhosas de Trás-os-Montes são desfavorecidas e / ou marginais, mas possuem o status de preservação harmonizável com a produção caprina transmontana (Castro, et al., 2014). Acresce que os pequenos ruminantes poderão ter um impacto significativo na utilização e conservação do território montanhoso típico da região (figura 1), tendo em conta que poderão utilizar uma maior

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área de terreno com menores custos de instalação de projetos, comparativamente aos dos bovinos, como sugerem Viana et al. (2015).

Figura 1 – Capril e paisagem montanhosa envolvente

Nos sistemas tradicionais é de realçar o papel das raças autóctones, quer ao nível da produção, quer ao nível dos serviços socioculturais e ambientais, sendo a diversidade genética animal fundamental para a segurança do consumidor e para o desenvolvimento rural (Azevedo et al., 2015). Assim, os animais explorados são cruzamentos da Raça Serrana Ecotipo Transmontano, com raças indefinidas, e foram cedidos gratuitamente pelos pais da proponente, conforme contrato de comodato existente. Segundo Monteiro

et al. (2005), atualmente pensa-se que a raça Serrana tenha origens na Serra da Estrela e

provenha da Capra pyrenaica, pertencente ao tronco europeu. A raça Serrana evoluiu para os ecótipos da Serra, Jarmelista, Ribatejano e Transmontano, acrescentam os autores. Em relação a este último ecótipo, o qual nos interessa particularmente,

(35)

destaca-se a sua importância na produção de leite e queijo de Cabra Transmontano (DOP - Denominação de Origem Protegida) (Bessa et al., 2006; Fernandes et al., 2015) e do Cabrito Transmontano (DOP) (Fernandes et al., 2015). Os diferentes ecótipos da raça Serrana contribuem, ainda, para a produção do Cabrito da Beira (IGP - Indicação Geográfica Protegida), do Cabrito da Gralheira (IGP); do Cabrito do Barroso (IGP) e do Cabrito das Terras Altas do Minho (IGP) (Rodrigues, 2007 & Cabo, 2015).

A exploração possui 71,33 ha, 0,6 ha destinados a área social (local onde foi construído um cabril) e a restante área (70,73 ha) tem aptidão pastoril:

- 1,02 ha são pastagens permanentes semeadas de sequeiro; - 0,78 ha são culturas arvenses anuais de sequeiro (ex.: centeio);

- 0,91 ha têm aptidão para culturas forrageiras temporárias de regadio (ex.: rotação azevém/milho grão);

- 66,02 ha são área com aproveitamento silvopastoril (herbáceas e arbustivas); - 2,00 ha encontravam-se em pousio, local onde foi instalada uma nova pastagem.

A textura do solo foi determinada pelas análises vulgares - textura de campo - (Santos, 2012), complementadas através das análises laboratoriais de amostras de solo recolhidas em campo (A2 Análises Químicas, 2010/2011), podendo afirmar-se que, globalmente, o solo da exploração em causa é franco-argiloso. A exploração possui trator e alfaias agrícolas, encontrando-se em bom estado de conservação, pelo que, não se justificou a aquisição de novas máquinas e equipamentos de tração.

3.3. Evolução do efetivo pecuário da exploração

A proponente iniciou a sua atividade dedicando-se à caprinicultura. Explora 120 cabras e 4 bodes reprodutores, cruzados, para carne. Saliente-se que a relação macho-fêmea deve ser de 1 macho para 30 macho-fêmeas (Silveira & Albuquerque, 2000). Os coeficientes técnicos utilizados no cálculo dos "Efetivos Animais Inseridos na Operação" foram baseados nos parâmetros reprodutivos da Raça Serrana Ecótipo Transmontano, porquanto os animais são cruzamentos desta raça, em índices zootécnicos recomendados por autores para maximizar a produção de carne de ovinos e caprinos, bem como, nos coeficientes técnicos utilizados em projetos aprovados pelo

(36)

MADRP. No quadro 2 encontram-se registados os parâmetros produtivos estudados pela SPOC (n.d.).

Quadro 2 - Cabra Serrana – Características Produtivas

Parâmetros Reprodutivos

Taxa de Fertilidade: 90 - 95 % Taxa de Prolificidade: 170 - 180 % Taxa de Fecundidade: 150 - 160 % Idade ao 1º Parto: 15 - 18 meses Idade à Puberdade: 8 -12 meses

Fonte: SPOC (n.d.).

A fertilidade da Cabra Serrana é elevada, rondando os 90%. A prolificidade é das mais altas das raças portuguesas, na ordem dos 1,8 cabritos por parto, mas há explorações de cabras, do ecótipo Transmontano, em que a prolificidade atinge 1,9 crias por parto (Almendra, 1996). Oliveira et al. (2011) consideram aceitável, na produção de pequenos ruminantes, uma taxa de mortalidade de 5 a 10 %, até um ano de idade. Os coeficientes técnicos usados em projeto e aprovados pelo MADRP foram:

Taxa de fertilidade: 90%; Taxa de substituição: 15%; Mortalidade dos adultos: 4%; Mortalidade de crias: 8%; Prolificidade: 1,9.

A vantagem em se explorar animais de raças autóctones em zonas com parcos recursos alimentícios, associada a técnicas de maneio insuficientemente rigorosas, deve-se ao facto de, em certas ocasiões, bastarem pequenas variações do ambiente ou do

(37)

maneio para se conseguirem efeitos positivos observáveis (Almeida et al. (2007). Neste contexto, a prática do flushing e do efeito macho permitirão alcançar, mais facilmente, os parâmetros reprodutivos mais elevados, referidos acima, ao longo da vida útil do projeto. Segundo Sá et al. (2001), o flushing é uma técnica alimentar em que se promove uma melhoria nutricional às fêmeas, visando melhorar o peso e condição corporal durante o seu período reprodutivo. O objetivo é elevar a taxa de ovulação e, por conseguinte, a taxa de natalidade. Valentim et al. (2016) acrescentam que a suplementação deverá ser essencialmente energética, não descurando, contudo, o reforço proteico, o qual contribui para o aumento da ingestão voluntária de alimentos, da secreção de GnRH/LH e da taxa de ovulação. Quanto ao efeito macho, de acordo Valentim et al. (2015), a ciclicidade ovárica, a ovulação e o comportamento éstrico dos ovinos e caprinos podem ser induzidos durante a estação de anestro. Após um determinado período de separação dos machos e fêmeas, a bioestimulação pode ser desencadeada mediante a junção repentina desses reprodutores.

Conforme referido no Guia de Preenchimento do formulário - Instalação de Jovens Agricultores - versão de Maio de 2011:

"Deve preencher (quadro 3) os campos relativos ao efetivo médio do ano calculando com base nos animais que nascem e permanecem na exploração durante um qualquer período reportado ao ano (n.º de animais X o período de permanência em meses ou semanas/ 12 meses ou 52 semanas). Deve preencher os campos relativos ao efetivo de fim do ano com os animais existentes a 31 de Dezembro do ano respetivo".

Assim, temos:

FÊMEAS EM PRODUÇÃO:

Média = 120 x 0,9 = 108; Fim do ano = 108 (porque o número de reprodutoras será constante ao longo dos anos, tendo em conta que se vai fazendo a substituição das refugadas (15%) e das que vão morrendo (4%), e a taxa de fertilidade considerada é de 90 %).

(38)

FÊMEAS SECAS:

Média = 120 x 0,1 = 12; Fim do ano = 12 (porque o número de reprodutoras será constante ao longo do tempo, tendo em conta que se substituem as refugadas (15%) e as que vão morrendo (4%), e 10 % delas estarão secas, em cada ano, em função da taxa de fertilidade considerada - 90 %).

MACHOS:

Média = 4; Fim do ano = 4 (porque o número de bodes será constante ao longo dos anos, não obstante se venda um macho reprodutor anualmente, conforme quadro 4, e adquira outro para evitar problemas de consanguinidade). No maneio e gestão dos reprodutores deve evitar-se problemas de consanguinidade, pelo que, os bodes nunca devem cobrir fêmeas que possuam um grande grau de parentesco com esses machos. Para o efeito, deve ser implementado um programa de troca de bodes (CTA, 2008). Os detentores envolvidos têm de comunicar à base de dados informatizada do IFAP todas as movimentações de animais que pretendem efetuar. A emissão da respetiva Guia de Circulação está condicionada à Classificação Sanitária da exploração (IFAP, 2016), minimizando o perigo de ocorrência de transmissão de eventuais doenças infectocontagiosas.

CHIBAS/CHIBOS:

São os animais que substituirão os adultos refugados, em função da taxa de substituição considerada (15 %) e da taxa de mortalidade de adultos (4%). Como o chibo de substituição necessário será adquirido no exterior, todos os anos, o cálculo apresentado infra diz respeito, apenas, às chibas. O segmento das chibas inicia-se a partir do momento em que deixam de ser cabritas (1,5 meses). Permanecerão na exploração durante todo o ano, passando, posteriormente, para o grupo das cabras (por volta dos 12 meses). Considerando a fórmula supra e tendo em conta que serão chibas durante 10,5 meses, temos:

(39)

CABRITOS:

Considerando uma taxa de fertilidade de 90%, um coeficiente de prolificidade de 1,9, e tendo em conta que as crias serão cabritos durante 1,5 meses, aplicando a fórmula supra temos:

120 x 0,9 x 1,9 x 1,5/12 = 26

Quadro 3 - Efetivos Animais Inseridos na Operação.

* Produção integrada

Quadro 4 - Compra de animais.

1º ano 2º ano (Ano Cruzeiro)

Espécie Tipo

de Animal Certificação Quantidade

Preço

(€) Quantidade

Preço (€)

Caprinos Bodes PRODI 1 250,00 1 250,00

1º ano (Ano Cruzeiro) 2º ano

Espécie Aptidão Tipo

de Animal Certificação Média

Fim

do ano Média

Fim do ano

Caprinos Carne Fêmeas em

produção PRODI* 108 108 108 108

Caprinos Carne Fêmeas secas PRODI* 12 12 12 12

Caprinos Carne Machos PRODI* 4 4 4 4

Caprinos Carne Chibas/chibos PRODI* 20 20

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3.4. Condições em produção extensiva

A nova exploração tem 120 cabras (120 x 0,15 CN = 18 CN), respetivas crias (205 cabritos x 0,035 CN = 6,76 CN) e 4 bodes (4 x 0,15 CN = 0,6 CN), perfazendo um total de 25,36 CN. Trata-se de uma produção extensiva, porquanto é uma exploração que utiliza o pastoreio no seu processo produtivo, com um encabeçamento inferior a 1,4 CN/ha (0,36), conforme dispõe a alínea cc, artigo 3º, Secção I, CAPÍTULO I, do Decreto-Lei n.º 214/2008 de 10 de Novembro. De acordo com a SECÇÃO III, artigo 14º, da Portaria n.º 638/2009 de 9 de Junho, as explorações (NPOC) da classe 2, em produção extensiva, devem garantir, em função da sua dimensão, as seguintes condições:

A) Condições das explorações

Conforme Portaria anteriormente referida, na sua Secção III, artigo 14º, número 1, a exploração deve:

“Possuir um parque de retenção ou instalações fixas (figura 2) que permitam

assegurar, em situações excecionais, ou de forma temporária, o alojamento do efetivo autorizado, devendo estas instalações assegurar condições de proteção e possuir equipamentos que permitam a alimentação e o abeberamento dos animais em condições adequadas de higiene e de bem-estar animal”.

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Diversas benfeitorias, como estábulos, pocilgas, aviários, etc., precisam de uma proteção contra os raios solares, ventos, frio e outras intempéries. Essa proteção pode ser conseguida através de uma localização adequada do edifício no terreno (Pereira, 2009). O cabril encontra-se naturalmente protegido contra o sol através de uma encosta que se encontra a Sudeste, permitindo o ensombramento. Já os efeitos dos ventos e frio são minimizados pela própria conceção das fachadas.

É necessário saber de que lado nasce o sol relativamente ao local onde se pretende instalar o cabril (Pereira, 2009). A orientação dos estábulos, neste tipo de explorações, é usualmente Este-Oeste. Em muitos casos, a fachada Sul é deixada aberta ou semiaberta, com ligação às zonas interiores (Rodriguez, 2007/2008), como as boxes dos animais. No inverno, quando o sol está baixo, esta orientação proporciona o aproveitamento dos raios solares e o consequente aquecimento do interior da nave. Já no verão, quando o sol vai alto, possibilita que grande parte do beiral ensombre o curral (Tomé et al., 2002), conforme figura 3.

Figura 3 - Orientação de um estábulo Fonte: Rodriguez (2007/2008)

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No caso em apreço, e tendo em conta as particularidades do terreno, bem como do edifício, a melhor orientação do eixo longitudinal encontrada foi a Nordeste Sudoeste. Segundo Rodriguez (2007/2008) esta orientação é, outrossim, muito recomendável, pois evita que o sol da tarde entre nos estábulos, principalmente em regiões com verões muito quentes, como é o caso em estudo (figura 4).

Figura 4 – Orientação da uma nave

Fonte: Dirección General de Desarrollo Rural (2009).

As condições de alojamento dos animais devem proporcionar, a todo o momento, a satisfação das suas necessidades, tais como a liberdade de movimentos e aconchego. A circulação do ar, o nível de poeiras, a temperatura, a humidade do ar e a concentração de gases, devem estar dentro dos limites, para não prejudicá-los. Para tal, o isolamento, o aquecimento e a ventilação do edifício, devem possibilitar tais condições (Marques et al., n.d.). Deste modo, o estábulo está protegido por fachadas fechadas nos alçados virados a Nordeste e Sudoeste. Tem paredes em alvenaria de blocos de cimento (e respetivo revestimento) até 1,5 m de altura e placa isolante na altura sobrante, totalizando uma altura de 5,5 m ao nível da cumeeira. Nos alçados virados a Noroeste e Sudeste, a partir da mesma altura de parede (1,5 m), foram colocadas placas isolantes até a uma altura de 2,00 m. Acima deste revestimento há um espaço com 50 cm, permitindo a circulação e renovação de ar. A altura total destas fachas é de 2,50 m. Saliente-se que, como é referido por Barbosa (2011), a altura mais

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comum das paredes situa-se entre os 2 e 3 metros, quer nos ovis quer nos cabris. No projeto em apreço, a cobertura do estábulo foi executada em placas isolantes de tipo “sandwich”.

Dada a inexistência de energia elétrica na exploração, foi instalado um Kit sistema isolado - energias renováveis, permitindo suprir as necessidades energéticas do cabril, o que contribuirá, também, para a redução dos custos gerais de exploração. Importa salientar que se verificou ser muito dispendioso solucionar o problema recorrendo à rede pública, pelo que, o investimento inicial proposto, sendo amortizado em mais de duas décadas, tornou-se uma solução economicamente mais viável, dispensando-se, aqui, explanações relativamente às vantagens do foro ambiental, por serem mais do que óbvias. Por outro lado, o investimento possibilitou uma independência total do cabril, em termos energéticos, diminuindo-se, assim, os custos gerais da exploração, viabilizando melhor o projeto.

Os animais devem ter à disposição pontos de alimentação e abeberamento que sejam de fácil acesso (Marques et al., n.d.). Deste modo, os comedouros tornam-se um equipamento fundamental para otimizar o aproveitamento dos alimentos, devendo ser concebidos de forma a permitirem uma adequada higienização pelo tratador, bem como as operações de administração dos alimentos (Tomé et al., 2005). As manjedouras podem ser fabricadas em alvenaria, madeira (Alves et al., 2005; Oliveira, 2008; Oliveira & Albuquerque, 2008) e outros materiais (Alves et al., 2005), desde que possam ser higienizados facilmente e não acumulem restos de ração (Oliveira, 2008; Oliveira & Albuquerque, 2008). No caso em apreço, as manjedouras foram construídas a partir de várias unidades de chapa galvanizada (material duradouro e de fácil limpeza). Para Oliveira (2008) e Oliveira & Albuquerque (2008), as manjedouras devem ser colocadas do lado de fora das instalações onde se encontram os animais, o que, de acordo com Alves et al. (2005) permite acautelar a conspurcação da água e rações por fezes e urinas, bem como, proporcionar um adequado acesso e higienização desses equipamentos pelo operador. No atinente ao cabril em causa, os comedouros foram colocados fora da zona de repouso e alimentação dos caprinos. Segundo Alves et al. (2005), o fundo das manjedouras deve ficar a 20 cm de distância do chão do estábulo. Por conseguinte, as manjedouras foram colocadas acima de um murete construído em alvenaria de tijolos,

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com 20,0 cm de altura e 15,0 cm de largura. O murete é um pequeno muro de obra destinado a separar a zona de acesso dos animais à manjedoura (zona de repouso e alimentação) e o corredor de alimentação (Tomé et al., 2002). Precisa-se de um comedouro com 30 a 40 cm de comprimento por animal adulto (Wikitercero, 2011). Quando se opta por uma manjedoura corrida, o seu comprimento mínimo, por cabra, é de 40 cm. Se possuir cornadiça (como é o caso) essa medida deve ser de, apenas, 33 cm por animal (Tomé et al., 2005). Por outro lado, é necessário cerca de 20 a 30 cm de espaço na manjedoura por cada chiba. Já as crias precisam de entre 15 a 20 cm de comprimento de comedouro por cabeça (Wikitercero, 2011). A largura da manjedoura instalada é de 40 cm, dimensão há muito recomendada. Já Boavida (1904) propunha uma largura entre 30 a 40 cm. Pelo exposto, na zona de repouso e alimentação (área coberta), no total foram necessários 67,0 m de comprimento de manjedouras e o mesmo comprimento de cornadiças (figura 5) e grelhas, mais 3,0 m de portas (4 portas).

Figura 5 - Cornadiças para cabras, com possibilidade de se acoplar um sistema de prisão (zona de repouso e alimentação das cabras)

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A utilização de cornadiças, ao nível do corredor de alimentação, minimiza as perdas de alimento. Foram necessários 44,0 m de comprimento de cornadiças (acopladas às manjedouras das cabras, dos bodes e da zona de quarentena) e 23,0 m de comprimento de grelhas de livre serviço (encimadas nas manjedouras dos cabritos e das chibas). Nas zonas reservadas às cabras e cabritos, contíguas ao corredor de alimentação, foram colocadas ao longo de 48,0 m de comprimento, acima das manjedouras (38,0 m de cornadiças ao nível da boxe das cabras + 10,0 m de grelhas ao nível do cabriteiro), entre a zona de repouso e o corredor de alimentação. Em cada extremo existe uma porta (com 0,8 m de largura cada) de acesso individual a cada compartimento, uma de entrada para o cabriteiro e outra que permitirá a passagem para a zona destinada às cabras. Apenas 7 m lineares de manjedouras e grelhas de livre serviço ficam no interior do cabriteiro. Nas áreas destinadas ao bodil, curral das chibas e enfermaria, situadas no lado Sudeste do edifício, os comedouros foram colocados, outrossim, fora da zona de repouso, paralelamente ao corredor de alimentação (acima de um murete). Assim, no exterior destas zonas foram instalados 2,0 m de manjedouras e cornadiças para o bodil (mais uma porta de 0,7 m), 6,0 m de manjedouras e grelhas para o curral das chibas e 4,0 m de manjedouras e cornadiças para a enfermaria (mais uma porta de 0,7 m). No quadro 5 encontra-se um resumo do dimensionamento dos comedouros, cornadiças e grelhas, instalados na área coberta do cabril, onde descrevemos esses equipamentos, respetivas medidas, bem como as observações que considerámos pertinentes.

Quadro 5 - Resumo - dimensionamento dos comedouros, cornadiças e grelhas, instalados na área coberta

Zona de repouso e alimentação das cabras

Descrição Medida Observações

Manjedoura 38 m Contígua ao corredor de alimentação

Cornadiças 38 m Contíguas ao corredor de alimentação

Porta de serviço 1 de 0,8 m Comprimento de manjedoura / lugar 38 m / 120 lugares = = ± 0,32 m / lugar Cabriteiro Manjedoura 10 m 7,0 m

Contígua ao corredor de alimentação No interior do cabriteiro

(46)

Grelhas de livre serviço 10 m 7,0 m

Contígua ao corredor de alimentação No interior do cabriteiro Porta de serviço 1 de 0,8 m Comprimento de manjedoura / lugar 17,0 m / 74,4 cabritos = ± 0,23 m/cabrito

Zona de repouso e alimentação dos bodes

Manjedoura 2,0 m Contígua ao corredor de alimentação

Cornadiças 2 m Contíguas ao corredor de alimentação

Porta de serviço 1 de 0,7 m

Comprimento de manjedoura / lugar

2,0 m / 6,0 lugares = 0,33 m/lugar

São 4 bodes mas há capacidade para albergar 6 machos

Zona de repouso e alimentação das chibas

Manjedoura 6 m Contígua ao corredor de alimentação

Grelhas de livre serviço 6 m Contíguas ao corredor de alimentação

Porta de serviço

Não necessita de porta de serviço porquanto a entrada e saída na boxe é feita através da movimentação da grade (amovível) que delimita essa zona. Comprimento de manjedoura / lugar 6,0 m / 23,0 chibas = 0,26 m/chiba Enfermaria (quarentena)

Manjedoura 4 m Contíguos ao corredor de alimentação

Grelhas de livre serviço 4 m Contíguos ao corredor de alimentação

Porta de serviço 1 de 0,7 m

Comprimento de manjedoura / lugar

4,0 m / 12 lugares = 0,33 m / lugar

Os bebedouros são dimensionados de acordo com o número de animais existentes, tendo em conta (Figura 6) o consumo de água de cerca de 3 a 5 litros/animal/dia (Oliveira, 2011). Quando os bebedouros são automáticos ou de chupão, em confinamento necessita-se de um bebedouro individual por cada 8 a 10 animais (Imelda, 2011). Aconselha-se a sua colocação a uma altura acima da cauda dos animais, a fim de impedir a conspurcação com os dejetos dos mesmos (Filho et al., 2009). Contudo, deve-se colocar um degrau a fim de que as crias os possam alcançar para beberem (Fernandes et al., 2011).

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Tendo em conta as considerações supra, foram instalados 26 bebedouros automáticos, a uma altura acima da cauda dos animais, nas diferentes zonas da área coberta:

 12 na zona de repouso e alimentação das cabras (120 cabras / 10 cabeças = 12,0);

 7 no cabriteiro (74 cabritos / 10 cabeças = 7,4), tendo-se povidenciado um bloco de betão ao pé de cada bebedouro, a fim de que os cabritos possam alcançá-los.  2 para o bodil (4 bodes / 8 cabeças = 0,4), uma vez que em cada lote devem

existir, no mínimo, dois bebedouros (Rodriguez, 2007/2008).

 3 para a zona de repouso e alimentação das chibas (23 chibas / 8 cabeças = 2,9);  2 para a zona de quarentena (12 caprinos / 8 = 1,5).

Figura 6 - Bebedouro em aço inoxidável (30 cm × 20 cm), com boia (zona de repouso e alimentação das chibas)

A área total descoberta é formada pela zona de exercício, pelo parque de maneio e pelo escorredouro.

A zona de exercício está vedada com rede. Na vedação foram colocados bebedouros automáticos (com boia) coletivos (figura 7). Segundo Fernandes et al.

(48)

(2011), é aconselhável instalar os bebedouros a uma altura aproximadamente de 80 cm do piso, no sentido de evitar que a água seja contaminada através dos dejetos. A utilização de recipientes com boia é necessária a fim do nível da água estar sempre constante e disponível, acrescentam os autores. Assim, foram colocados a uma altura acima da cauda dos animais, para evitar a sua conspurcação com fezes e urina. Para que as chibas mais pequenas se possam encavalitar e ter acesso aos bebedouros, foram colocados degraus (blocos de betão) junto aos mesmos. Nos bebedouros com flutuador a água está sempre a um nível constante, sendo o bebedouro de reservatório mais aconselhado, aquele que possui uma superfície lisa, permitindo uma fácil higienização, e que possibilite que 10 % dos animais bebam ao mesmo tempo (Imelda, 2011). Os cabritos da raça Serrana costumam ser criados exclusivamente com leite materno, até ao abate (Monteiro, et al., 2005), pelo que, não terão acesso ao exterior. Deste modo, podendo em determinadas alturas do ano existir 147 animais (120 fêmeas, 4 machos e 23 chibas de substituição), para se conseguir abeberar 10% dos animais ao mesmo tempo, foram instalados 4 bebedouros (um por cada 4 animais), cada um dos quais com 100 cm de comprimento e 20 cm de largura.

Figura 7 - Bebedouro (100 cm x 20 cm), com boia, para pendurar na vedação da zona de exercício

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Os comedouros da zona de exercício são metálicos (possuindo bandeja, grelha, cobertura e patas), amovíveis, duplos e estão distribuídos pelo parque (figura 8). De facto, de acordo com Tomé et al. (2005), as manjedouras amovíveis são normalmente metálicas e são formadas por uma bandeja inferior, para colocação do alimento concentrado, bem como por um rastrilho superior, a fim de se colocarem as forragens. No caso em estudo, têm um comprimento de 250 cm e uma altura de 120 cm, sendo de fácil maneio e mobilidade. Alves et al. (2005) e Wander et al. (2005) aconselham, de um modo geral, um comprimento de manjedoura de 25 cm por animal adulto. Por outro lado, podem-se alimentar, simultaneamente, 8 cabeças por metro linear de comedouro, quando os animais têm acesso a ambos os lados do mesmo (Alves et al., 2005). Dado o exposto, em cada uma destas manjedouras podem alimentar-se, ao mesmo tempo, pelo menos 20 (10 de cada lado) animais (0,25 m / animal), sendo certo que alguns poderão alimentar-se nos topos do comedouro (margem de segurança). Assim, tendo em conta que podem coabitar, ao mesmo tempo, 147 animais, foram necessárias 7 manjedouras, permitindo que os animais hierarquicamente inferiores se possam alimentar ao mesmo tempo que os hierarquicamente superiores.

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B) Implantação da Instalação

“A instalação prevista no número anterior (referido supra) deverá ficar implantada em local sem restrições ambientais ou sanitárias, afastada de atividades

que, pela sua natureza, ponham em risco a segurança sanitária dos efetivos” (alínea 2,

artigo 14º, Secção III, Portaria n.º 638/2009 de 9 de Junho).

A instalação deve ser executada numa zona rural. No que concerne à seleção do local procurado, torna-se muito importante avaliar a posição do terreno dentro do prédio. Para o efeito, vários fatores devem ser ponderados (Marques et al., n.d. e Myrrha et al., 2005):

A facilidade de acesso à propriedade, como a proximidade de estradas, possibilitando o acesso de transportes para entrega de materiais de construção, por exemplo. Salientamos, igualmente, a facilidade de circulação de transportes dos caprinos, de veículos de transporte de pessoas e de máquinas agrícolas;

 A inexistência de vizinhança insalubre, como atividades que emitem mau cheiro;

 A dimensão do espaço;

 A forma do lugar, como o nivelamento do terreno onde se pretende edificar a construção;

 A natureza do solo, avaliando a resistência do mesmo ao peso da construção;

 A disponibilidade de água e a sua facilidade de captação em nascentes, córregos, rios, etc. No presente caso captou-se água através de um furo;

 A proteção contra assoreamentos e inundações;

 A proximidade de zonas de abastecimento de eletricidade (no caso em apreço optou-se por recorrer a energia fotovoltaica);

 A facilidade e possibilidade de se construírem esgotos;

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O terreno em causa posiciona-se numa encosta, dentro da propriedade, a qual permite cumprir os requisitos definidos pelos autores, conforme a figura 9 (que é apresentada também no Anexo 1, em formato A4, de forma a ser mais percetível).

Figura 9 - Perfil de implantação do cabril. Adaptado de : Projetos JAFOC (2013)

A implantação do edifício no local pretendido obteve parecer favorável das diversas entidades competentes envolvidas. O cabril em apreço está implantado num local abrangido pela Zona Especial de Proteção do Alto Douro Vinhateiro, estabelecida pelo Aviso n.º 15170, DR 2ª Série, Nº 147, de 30 de Julho. Trata-se de uma parcela livre de construções, que se insere em área agrícola e Reserva Ecológica Nacional. A construção enquadra-se na a) do ponto I – Obras de construção, alteração e ampliação do Anexo II, do Decreto-lei nº 166/2008, de 22 de Agosto, na redação conferida pelo Decreto-lei n.º 239/2012, de 2 de Novembro e ponto i), a), Ponto I do Anexo II, da Portaria 419/2012, de 20 de Dezembro. Não existem, nas imediações, atividades que ponham em risco o bem-estar animal (fábricas ou zonas de cultivo intensivo, suscetíveis do uso excessivo de fitofármacos, etc.).

C) Afastamento da implantação da instalação.

A Portaria n.º 638/2009 de 9 de Junho, secção III, artigo 14º, alínea 3) determina os requisitos relativos ao afastamento das instalações quer da propriedade quer das vias de comunicação.

Imagem

Figura 1 – Capril e paisagem montanhosa envolvente
Figura 2 - Visão do interior do estábulo (zona de repouso e alimentação das cabras)
Figura 3 - Orientação de um estábulo  Fonte: Rodriguez (2007/2008)
Figura 4 – Orientação da uma nave
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