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Competências e habilidades requeridas a todos os profissionais da ESF noo

5.4 AÇÕES REALIZADAS PELOS PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA

5.4.2 Competências e habilidades requeridas a todos os profissionais da ESF noo

Com o objetivo de analisar a atenção de saúde prestada à pessoa idosa pelos profissionais da ESF, procurou-se conhecer que ações, no que diz respeito à saúde do idoso no

nível da atenção básica/ESF, previstas pelo MS através do caderno “Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa” (caderno 19) são realizadas pelos profissionais da ESF de Santo

Antônio/RN.

Tais resultados indicam talvez, um desconhecimento por parte dos profissionais sobre a importância que esta ferramenta tem para o êxito das ações realizadas junto a pessoa idosa.

Dessa forma, no Gráfico 3 temos a distribuição por categoria profissional da utilização Projeto Terapêutico Singular (PTS). Observou-se no estudo que apenas 11,25% (n=9) dos profissionais realizam o PTS. Destaca-se no Gráfico 3, a classe médica, por serem os profissionais que apresentaram maior proporção (n= 3), correspondendo a 42,86% que realizam o planejamento do PTS; e os dentistas, categoria na qual nenhum profissional desenvolveu o PTS. Já os ACS, mesmo apresentando o maior quantitativo de profissionais no estudo (n= 39), apenas uma pequena parcela dos mesmos (n= 03) - o que compreende 7,7% - afirmaram realizar o PTS.

Ainda podemos constatar no Gráfico 3, que dos profissionais que realizam o PTS, poucos conseguem implementar as ações de promoção à saúde de acordo com o PTS.

Tais resultados indicam talvez, um desconhecimento por parte dos profissionais sobre a importância que esta ferramenta tem para o êxito das ações realizadas junto a pessoa idosa.

Gráfico 3 - Distribuição dos profissionais da ESF que planejam e implementam o Projeto Terapêutico Singular (PTS) da pessoa idosa, pactuado com usuário e equipe, Santo Antônio/ RN, 2011.

Fonte: Dados da pesquisa

De acordo com o Gráfico 4, verifica-se que 100% dos enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e ACS fazem o preenchimento do SIAB, diferentemente dos profissionais de saúde bucal (dentistas e ACDs). Entretanto, uma parcela desses profissionais não utiliza os dados gerados pelo SIAB para o planejamento de ações voltadas para as pessoas idosas. Exemplo disso ocorre com os médicos, dos quais 28,6% (n= 2) utilizam os dados, mostrando uma falha ou talvez uma diminuição da eficiência das primícias do projeto original. Salienta- se que os enfermeiros apresentam-se como aqueles que mais utilizam os dados gerados pelo SIAB para programar as ações voltadas para as pessoas idosas, correspondendo a 75%, (n=6).

Gráfico 4 - Distribuição dos profissionais da ESF que preenchem o SIAB e utilizam os dados do SIAB na programação das ações para pessoas idosas. Santo Antônio/ RN, 2011.

Fonte: Dados da pesquisa

Identificou-se no estudo que ações de acolhimento à pessoa idosa são realizadas de forma prioritária por parcela significativa de profissionais, o que corresponde a 88,75%, (n= 71). Visualiza-se no Gráfico 5 que 100% dos enfermeiros, ACDs e técnicos de enfermagem realizam o acolhimento preconizado, apresentando-se os ACS como os profissionais que menos realizam o acolhimento à pessoa idosa com prioridade 82,1% (n= 32).

No Gráfico 5, destaca-se ainda que a identificação de idosos frágeis e o acompanhamento dos mesmos em domicílio não é uma unanimidade em nenhuma classe profissional do estudo, sendo preocupante o fato de apenas 11,1% dos ACDs (n=1) e 85,72% (n= 6) dos médicos referirem essa ação.

É oportuno salientar que o conhecimento de hábitos de vida, valores culturais, éticos e religiosos dos idosos, de suas famílias e da comunidade só foi referido por 77,5% dos profissionais (n= 62), com destaque para a categoria dos ACS 76,9% (n= 30), dos quais se esperava que todos realizassem essa atribuição.

Quanto à atribuição de complementar as ações através da intersetorialidade utilizando a rede social de apoio, apenas 51,25% (n= 41) profissionais utilizam essa rede, segundo dados

do estudo. Verifica-se no Gráfico 5 que os enfermeiros são os profissionais que mais exercem essa complementação junto a rede social de apoio, o que corresponde a 87,5% (n= 7).

Gráfico 5 - Distribuição das atribuições comuns aos profissionais da ESF para com a pessoa idosa, de acordo com a categoria profissional. Santo Antônio/RN, 2011

Fonte: Dados da pesquisa

Seguindo a apresentação dos resultados deste estudo, o Quadro 1, apresenta outras atribuições comuns aos profissionais da ESF na realização das ações para com a pessoa idosa, assim como sua respectiva periodicidade.

Evidencia-se, no Quadro 1, a pouca regularidade no registro da caderneta de saúde da pessoa idosa (CSPI), apenas 27, o que corresponde a 33,75% dos profissionais mantêm o registro da CSPI atualizados. Esse registro é atualizado pelos profissionais, tanto nas VD como nas consultas. Ressalta-se que apenas 01, representando 12,5% dos enfermeiros realiza essa atribuição. É oportuno frisar que durante a análise dos instrumentos de coleta de dados, identificaram-se comentários dos sujeitos da pesquisa nesse quesito, os quais afirmavam que a Secretaria Municipal de Saúde não disponibilizava CSPI.

Quadro 1- Distribuição, por categoria profissional, das atribuições comuns aos profissionais da ESF preconizadas pelo MS na atenção ao envelhecimento e sua respectiva periodicidade, Santo Antônio/ RN, 2011.

Ações Enfe Médico Dentista ACD TE ACS Total

N % N % N % N % N % N % N % 1.Atualização da caderneta 1 12,5 2 28,6 1 11,1 2 22,2 3 37,5 18 46,2 27 33,75 Na visita domiciliar 0 0,0 1 50,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 9 50,0 10 12,50 Na consulta 0 0,0 0 0,0 1 11,1 2 100 0 0,0 1 5,6 4 5,00 Em ambas as situações 1 100 1 50,0 0 0,0 0 0,0 3 100 8 44,4 13 16,25 2.Educação Permanente 7 87,5 5 71,4 6 66,7 4 44,4 7 87,5 24 61,5 53 66,25 mensalmente 1 12,5 1 14,3 2 22,2 1 11,1 3 37,5 8 20,5 16 20,00 trimestralmente 1 12,5 0 0,0 1 11,1 1 11,1 0 0,0 3 7,7 6 7,50 semestralmente 1 12,5 1 14,3 1 11,1 1 11,1 0 0,0 0 0,0 4 5,00 ocasionalmente 4 50,0 3 42,9 2 22,2 1 11,1 4 50,0 0 0,0 14 17,50 3.Grupos de vivência 6 75 3 42,9 4 44,4 0 0,0 7 87,5 20 51,3 40 50 semanalmente 0 0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 12,5 0 0,0 1 1,25 mensalmente 3 37,5 1 14,3 2 22,2 0 0,0 1 12,5 3 7,7 10 12,5 trimestralmente 0 0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 7,7 3 3,75 ocasionalmente 3 37,5 2 28,6 2 22,2 0 0,0 5 62,5 14 35,9 26 32,5 4.Realiza VD 8 100 7 100 7 77,8 4 44,4 8 100 39 100 73 91,25 semanalmente 3 37,5 3 42,9 2 22,2 1 11,1 4 50,0 9 23,1 22 27,5 mensalmente 4 50,0 4 57,1 1 11,1 1 11,1 4 50,0 27 69,2 41 51,25 trimestralmente 0 0,0 0 0,0 0 0,9 0 0,0 0 0,0 1 2,6 1 1,25 ocasionalmente 1 12,5 0 0,0 4 44,4 2 22,2 0 0,0 2 5,1 9 11,25 1.Mantém os registros da caderneta de saúde da pessoa idosa atualizados; 2.Participa de atividades de educação permanente relativas à saúde da pessoa idosa; 3.Coordena e/ou participa periodicamente de grupos de vivência relativos à pessoa idosa; 4. Realiza visitas domiciliárias à pessoa idosa em equipe ou individualmente.

Fonte Dados da pesquisa

Verifica-se no Quadro 1 que os enfermeiros compreendendo 87,5% (n= 7) e TE 87,5% (n= 7) são os profissionais da ESF que mais participam de atividades de educação permanente relativas à saúde da pessoa idosa. Porém, a maioria dos profissionais, com exceção dos ACS, referiu participar ocasionalmente dessas atividades, como se constata no Quadro 1, que 50% dos enfermeiros, 42,9% dos médicos, 22,2% dos dentistas e 50% dos técnicos de enfermagem só realizam ocasionalmente esse tipo de ação.

Quanto à coordenação e/ou participação periodicamente de grupos de vivência relativos à pessoa idosa, 50% (n= 40) dos profissionais realizam essa ação. Dos quais, destaca-se a participação maior da enfermagem, com 75% (n= 6) dos enfermeiros e 87,5% (n= 7) dos técnicos de enfermagem. Porém, nessa ação também não há uma regularidade fixa, já que 37,5% dos enfermeiros, 28,6% dos médicos, 22,2% dos dentistas, 62,5% dos técnicos

de enfermagem e 35,9% dos ACS realizam essa ação ocasionalmente. Salienta-se que nenhum ACD referiu que coordena e/ou participa de grupos de vivência relativo à pessoa idosa.

Observa-se ainda no Quadro 1 que 100% dos enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e ACS realizam VD à pessoa idosa em equipe ou individualmente. Entretanto, quanto aos profissionais de saúde bucal, 77,8% (n=7) dos dentistas e 44,4% (n=4) dos ACDs realizam essa ação. Destaca-se o fato de existir 12,5% (n=01) enfermeiro e 5,1% (n=02) dos ACS realizando essas visitas de maneira ocasional, sem uma regularidade semanal ou mensal.

Os resultados sobre as atribuições dos profissionais da ESF, para com a pessoa idosa, demonstram ainda não ter uma integração da equipe em todas as ações, o que pode significar uma das dificuldades para a prática do trabalho em equipe.

5.4. 3 - Competências e habilidades requeridas ao Médico

Constata-se na Tabela 11 que um atendimento integral não é oferecido por todos os médicos, o que totaliza 85,7% (n= 6) e que 71,4% (n=5) realizam uma avaliação multidimensional rápida para diagnóstico da capacidade funcional do idoso. Em relação às atividades de educação permanente realizadas pelos médicos, observou-se que 71,4% (n= 5) realizam essa atribuição.

Destaca-se que 03 médicos citaram não realizar atendimentos de primeiros cuidados nos casos de urgência geriátrica e 01 afirmou que não orienta o idoso, familiares e/ou cuidador na identificação de fatores de risco para postergar a instalação de doenças ou incapacidades. Em relação à organização e/ou participação em grupos de vivência de idosos na sua área de trabalho, evidenciou-se que 06 médicos realizam essa ação; porém, apenas 01 desses relata estar presente em todas as reuniões com idosos que sua equipe realiza. Apenas 42,9% (n=3) dos médicos afirmam que conseguem estabelecer parcerias com a rede social de apoio e contribuir para a rede de serviços de saúde na atenção básica.

Tabela 11 - Distribuição das atribuições específicas do profissional médico na atenção à saúde da pessoa idosa na ESF, Santo Antônio/RN, 2011.

Atribuições específicas do médico N %

1. Realiza um atendimento integral a pessoas idosa. 6 85,7

2. Faz a avaliação multidimensional rápida para diagnóstico da capacidade

funcional do idoso. 5 71,4

3. Prescreve medicamentos e solicita exames. 7 100,0

4. Encaminha a pessoa idosa a serviços de referências de média e alta

complexidade respeitando o fluxo local. 7 100,0

5. Acompanha a evolução de idosos encaminhados a outros serviços até sua

total recuperação e/ou reabilitação. 7 100,0

6. Orienta o idoso, familiares e/ou cuidador na identificação de fatores de risco

para postergar a instalação de doenças ou incapacidades. 6 85,7 7. Consegue estabelecer parcerias com escolas, igrejas e/ou associações e

contribuir para a rede de serviços de saúde na atenção básica. 3 42,9 8. Realiza atendimentos de primeiros cuidados nos casos de urgência geriátrica. 4 57,1

9. Prioriza o idoso na ordem de atendimento. 7 100,0

10. Realiza atividades de educação permanente e interdisciplinar referente à atenção à pessoa idosa.

Mensal. Trimestral. Semestral. 5 3 1 1 71,4 60,0 20,0 20,0 11. Organiza e participa de grupos de idosos na área.

Quando solicitado. Sempre. 6 5 1 85,70 83,33 16,67 Fonte: Dados da pesquisa