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Para Nilson Lage, em seu livro A Ideologia da Notícia, a notícia se compõe de dois componentes básicos. O primeiro é uma organização relativamente estável, que poderia ser definida como a lógica interna da mesma. O segundo componente seriam os elementos escolhidos de acordo com critérios de importância, que, em sua essência, são mutáveis, e formariam a ideologia da notícia.

O conceito de notícia é quase sempre incompleto, tamanha a quantidade de variações existentes entre os veículos produtores. As tentativas de sintetizar uma definição oscilam entre o ingênuo (Amus Cummings: “Se um cachorro morde um homem, não é notícia; mas se um homem morde um cachorro, aí, então, é notícia sensacional”), o

158 simplório (Turner Catledge: “Notícia é algo que não se sabia ontem”) e o genérico (Bernard Voyenne: “É um pedaço do social que volta ao social”).

Para Lage é preciso reduzir a área de discussão em torno do que é importante para que o fato se torne notícia. A palavra importante evidencia conceitos por demais abstratos como verdade e interesse humano. Um conceito possível de notícia, então, seria:

“A notícia pode ser definida como o relato de uma série de fatos a partir do fato mais importante, e este, de seu aspecto mais importante” (Lage, 2001, p. 54).

Apesar da definição proposta por Lage, a noção de notícia é bastante complexa e ambígua. Fontcuberta (1993) caracteriza a notícia como uma maneira de perceber a realidade.

“A notícia é uma forma de ver, perceber e conceber a realidade. É um autêntico sintoma social, e a análise de sua produção lança muitas pistas sobre o mundo que nos cerca” (Fontcuberta, 1993, p. 12).

Em outra linha de raciocínio, Marcondes Filho (1993) define a notícia dentro de um contexto diferente. A ideia é que a notícia seja uma produção social de segunda natureza. A notícia age como uma ferramenta de manutenção do sistema capitalista.

“Notícia é a informação jornalística transformada em mercadoria, com todos os seus apelos estéticos, emocionais e sensacionais; para isso a informação sobre um tratamento que a adapta às normas mercadológicas de generalização, padronização simplificação e negação do subjetivismo” (Marcondes Filho, 1986, p. 13).

Marcondes Filho ainda defende a ideia de que o interesse principal, o eixo fundamental do jornalismo, é a notícia.

Já Muniz Sodré (1986, p. 131) é taxativo e não deixa qualquer dúvida sobre a importância da notícia para o jornalismo. “A notícia, a americaníssima news of the day – constitui o ponto central da informação”.

Já Silva (1998) dá um enfoque ainda maior a questão temporal. Não importa em que tempo aconteça, a notícia é sempre atual:

“A notícia é intrinsecamente um relato de um fato novo, apesar de já no passado. Novo no sentido de ser desconhecido do público para a quem a notícia se dirige” (SILVA, 1998, p.21).

159 Porém, como nota Eugene Goodwin, nem sempre o público tem acesso a todas as notícias de seu interesse.

“Qualquer visita a uma redação no fim de um dia de trabalho mostra até para o observador eventual qual é a quantidade de notícias deixadas para trás, sem serem utilizadas, um material que, aparentemente, o público tem o direito de conhecer” (Goodwin, 1993, p. 23).

De uma maneira geral, as pessoas leem as notícias para atualizar suas visões particulares de mundo. Estes modelos pessoais/sociais, conforme Miguel Alsina (1993) em

La construcción social de la notícia, podem resultar em informações relevantes para uma

interação social posterior.

Assim, a notícia é lida e compreendida em situações sociais, assumindo normas, valores, objetivos e interesses que são socialmente compartilhados. O consumo da notícia é feito mesmo que seja somente para as conversações cotidianas acerca dos temas da atualidade. A leitura do jornal tem esta função de permanente atualização, processamento e aprendizagem social.

Como se percebe, buscar uma definição para notícia é uma tarefa árdua e, muitas vezes, frustrante. No caso da editoração existem critérios bem mais definidos. Obviamente eles variam de organização para organização.

Mesmo assim, como aponta Sidnei Basile, em seu livro Elementos de Jornalismo Econômico, editar é “a técnica e a arte de cativar o leitor”.

Ao se editar um fato, ao moldá-lo com a estrutura de uma notícia, é preciso ter em mente o que se busca. Segundo ensina Basile, é basicamente comunicar um ponto de vista.

Para realizar este feito, é necessário buscar o equilíbrio de forças (o ponto médio entre o cinismo exacerbado e a fé cega, por exemplo) e principalmente subverter o senso comum.

"Editar é como fazer uma longa viagem a pé: quanto mais carregado você estiver, de quanto mais recursos você dispuser, mais pesado estará. É preciso encontrar o ponto de equilíbrio ótimo no qual a carga avassaladora de informações e recursos visuais de que dispomos hoje em dia não deixe o leitor tonto, desinteressado" (Basile, 2002, p. 125).

Por consequência, pode-se afirmar que a notícia é o resultado pretendido do processo jornalístico de produção de informação. Ou seja, a notícia é o fenômeno do qual

160 se ocupa, em essência, a teoria do jornalismo. Portanto, a teoria do jornalismo busca entre seus esforços por delimitar o conceito de notícia.

Ainda sobre o conceito de notícia vale notar que em sua tentativa de formular uma teoria do jornalismo, Otto Groth estabeleceu quatro características básicas para essa atividade: periodicidade, universalidade, atualidade e difusão.

Nesse sentido TEMER (2007) acrescenta e reforça a ideia do ineditismo como um dos fatores decisivos para o conceito de notícia:

“No entanto, o grande diferencial da notícia não parece estar no seu formato, mas sim no seu conteúdo, que tem como ponto central a questão do ineditismo. De fato, podemos dizer que a “notícia” enquanto fato inédito pode ter o formato de uma nota ou reportagem. (TEMER, 2007, p. 9).

Já Carlos Eduardo Franciscato aponta que é conveniente perceber que a ideia de atualidade no jornalismo não possui uma unidade conceitual mínima.

É predominantemente vinculada à ideia de “novo”, embora este seja um critério operativo de classificação de eventos, impreciso enquanto definição do fenômeno. Além disso, nesta prática social de selecionar e hierarquizar eventos, cruzam-se outras formas de classificar a atualidade dos eventos, ligadas a diferentes momentos de sua produção.

Franciscato acredita que um conteúdo é atual também porque ele apresenta um sentido de relevância pública, ou seja, compõe aquele leque selecionado de conteúdos que são reconhecidos pelos indivíduos como indispensáveis para participarem da vida social - as notícias falam de fatos que irão interferir no curso cotidiano da vida e de cujo conhecimento o indivíduo não pode, teoricamente, prescindir.

Também há o caráter histórico do jornalismo. Eduardo Meditsch defende a visão de que o jornalismo lida com fatos atuais, contudo não são acontecimentos descartáveis ou efêmeros; são acontecimentos reais. E quando vira notícia, vira história. Pelo menos uma parte da história do que aconteceu naquele dia, naquele determinado lugar.

“(...) o jornalismo não revela mal nem revela menos a realidade do que a ciência; ele simplesmente revela diferente. E ao revelar diferente, pode mesmo revelar aspectos da realidade que os outros modos de conhecimento não são capazes de revelar. Além desta maneira distinta de produzir conhecimento, o Jornalismo também tem uma maneira diferenciada de o reproduzir, vinculada à função de comunicação que lhe é inerente. O jornalismo não apenas reproduz o conhecimento que ele próprio produz, reproduz também o conhecimento produzido por outras instituições sociais” (Meditsch, 1998, p. 28).

161 Adelmo Genro define o Jornalismo como uma forma de conhecimento, com potencialidades que ultrapassam o simples modo de produção. Para Genro, o Jornalismo completa as mediações que a ciência e a arte oferecem para o conhecimento do mundo. O Jornalismo tem sua produção de conhecimento centrada no singular, ele permite o relacionamento do indivíduo com o gênero humano e a sociedade.

Nesse sentido, Genro diferencia o conhecimento produzido pelo Jornalismo do científico. Os resultados são diferentes porque o Jornalismo tem o contato com a realidade, através de relações objetivas com o evento dentro de uma totalidade social e pelas relações e significações no ato da produção, priorizando o fato singular, a matéria-prima do Jornalismo.

O valor da notícia está atrelado ou conectado à sua universalidade. Ou seja, o singular é a forma do Jornalismo e não o seu conteúdo.

Vale notar que o jornalista atua várias vezes com proximidade a fatos que serão relevantes a toda a sociedade. “Os jornalistas estão próximos das grandes decisões sem terem de as tomar, tocam no poder sem serem responsáveis por sua prática” (Breed, 1993, p. 159).

Apesar disso, Kunczik defende a ideia de que o jornalista é mais do que um produtor de conteúdo. Ele verifica sempre o que e como deve ser publicado. Um profissional que, a todo momento, tem de avaliar o processo em que está inserido a construção da notícia, portanto ligado à necessidade de se estabelecer a qualidade deste conteúdo.

“O jornalismo tem a função de edificar a cultura, que consiste em conscientizar as pessoas sobre o sentido da vida. Tal sentido, especialmente nos países em desenvolvimento, poderia significar a propagação da visão de uma sociedade melhor” (Kunczik, 2001, p. 58).

Cabe então ao jornalista escolher na aparente anarquia do cotidiano, no caos do dia a dia, as informações, sons, imagens que devem ser recortadas, trabalhadas e apresentadas ao público.

“De fato, a técnica da notícia vincula-se às relações contingentes da sociedade humana; na comunicação social o objeto é a sociedade e a comunicação é um aspecto de sua existência. Relações contingentes levam à escolha de determinadas opções discursivas, com abandono de outras; de qualquer modo a estrutura da notícia representa algo de relativa constância se comparado com o universo móvel com que se funda a avaliação dos conteúdos noticiados.” (Lage, 2001, p. 55).

162 Entretanto, este processo de seleção não é aleatório. A potencial transformação de atos do cotidiano em notícia é uma das atividades fulcrais do jornalismo. É base do trabalho que o jornalista realiza diariamente em sua profissão

Seymour Topping, ex-editor do The New York Times, afirma que os jornalistas são decisivos na escolha do que é notícia.

“A notícia é um produto final de um processo no qual o jornalista age como árbitro. É o jornalista que interpreta e seleciona os acontecimentos para qualquer audiência. Ao classificar e selecionar o enorme dilúvio de informações às quais nós temos acesso, o jornalista desempenha uma função crucial nesta era da informação. Sem jornalistas treinados e responsáveis, nos arriscamos a ser inundados por uma abundância de fatos e imagens sem contexto, muitos dos quais trivialidades" (Topping, 1995, p. 125).

Os fatores que levam um acontecimento a se transformar em notícia são vários. Em um estudo clássico sobre a noticiabilidade, Johan Galtung e Maria Holbmoe Ruge (1993, p.6l-68) enumeravam 12 possibilidades para que um fato se transformasse em notícia. Quantos mais destes fatores a situação possuísse, mais chances ela teria de se tornar notícia. Maior seria a sua noticiabilidade.

“... a noticiabilidade corresponde ao conjunto de critérios, operações e instrumentos com os quais os órgãos de informação enfrentam a tarefa de escolher, quotidianamente, de um entre um número imprevisível e indefinido de fatos, uma quantidade finita e tendencialmente estável de notícias” (Wolf, 2003, p. 170).

A transformação do acontecimento em notícia respeita critérios de seleção. Logo, nem todo o fato trabalhado por uma organização jornalística chega ao público. Potencialmente, porém existe uma vasta gama de acontecimentos que pode ser transformada e adquirir o status de notícia.

“(...) constituindo o conceito de noticiabilidade, ou seja, a aptidão potencial de um fato para se tornar notícia, ou dito de outro modo, o conjunto que se exige de um acontecimento para que ele adquira existência enquanto notícia; ou ainda, conjunto de critérios que operacionalizam instrumentos segundo os quais os meios de comunicação de massa escolhem, dentre os múltiplos fatos aqueles que adquirirão o status da noticiabilidade” (Hohlfeldt, 2001, p. 208).

163 Kurt Luedtke, ex-diretor do Detroit Free Press e autor de Ausência de Malícia, que serviu de base para o filme homônimo de Sidney Pollack, contesta, entretanto, a escolha do que é notícia pelos jornalistas.

“Essa história do direito do povo de saber não existe. Vocês [editores] a inventaram, tomando cuidado para não especificar o que era que ele, povo, tinha direito de saber. O povo sabe aquilo que vocês escolheram para dizer a ele, nem mais nem menos. Se o povo tivesse o direito de saber, ele teria, então, alguma coisa a dizer sobre o modo como vocês escolhem o que chamam de notícia”(Luedtke, 2000, p. 100).

Ricardo Noblat, em A Arte de Fazer um Jornal Diário também questiona o poder do jornalista em selecionar os fatos que merecem se transformar em notícia.

“Os leitores acham que o cardápio de assunto dos jornais está mais de acordo com o gosto dos jornalistas do que com o gosto deles. E que a visão que os jornalistas têm da vida é muito distante da visão que eles têm. Nada disso, porém, parecer abalar os jornalistas e os donos de jornal” (Noblat, 2003, p. 15).

Sobre os critérios jornalísticos vale conhecer um texto de Alexander Cockburn, crítico de mídia do Village Voice, que estabeleceu um irônico critério de noticiabilidade, que soa politicamente incorreto para os dias atuais.

Em um artigo sobre o comportamento das agências internacionais diante do número de mortos em desastres e catástrofes, Cockburn explica quais os critérios adotados para selecionar determinado acidente, ao mesmo tempo em que revela os preconceitos da própria imprensa norte-americana.

“Os editores devem se lembrar que há extensas partes do mundo nas quais as pessoas não existem a não ser em grupos de mais de 50 mil. Antes de chegar a tais hordas, comecemos por cima. A morte de um americano famoso pode sempre ser registrada, ainda que tenha ocorrido nas circunstâncias menos relevantes. Se o americano for um ilustre desconhecido, é preciso que morram pelo menos dois ou três (ou apenas um, desde que em circunstâncias bem singulares) para que mereça alguma atenção. No caso dos negros, o número tem de ser muito maior. Na categoria seguinte, vêm os europeus do norte. Conte dez deles para cada americano. Depois, temos os europeus do sul (italianos, espanhóis, portugueses, gregos). Conte uns 30 deles para cada americano. Depois, os turcos, persas e latino-americanos. Conte uns cem destes para cada americano” (Cockburn, 1989, p. 109).

164 Cockburn prossegue – com uma certa dose de ironia - e é ainda mais detalhista em seus polêmicos critérios.

“Alguns perfeccionistas incluíriam também os africanos do norte nessa categoria. Em seguida, vêm os asiáticos do sudeste. Duzentos a trezentos para cada americano. Alguns também colocariam aqui os indonésios. Mas, nesse caso, suponha que a contagem deva se elevar a uns mil por americano, já que 800 mil indonésios foram massacrados no golpe de 1965 sem maior repercussão. Nessa altura, chegamos ao limite em números e passamos à categoria seguinte - a das hordas incalculáveis. São os indianos, africanos e chineses. Em relação a eles, já não se concebe qualquer número. As pessoas somente começam a se interessar se falarmos em 50 mil e 100 mil mortos. Especialistas calculam que somente uns 50 mil indianos seriam capazes de igualar, em termos de notícia, ao total de 10 americanos” (Cockburn, 1989, p. 109-110).

Em sentido oposto, Genro Filho insere o trabalho jornalístico no contexto maior da percepção da especificidade do homem como síntese dos diversos níveis de sua existência objetiva e subjetiva, isto é, de sua natureza biológica, antropológica e, sobretudo, histórica (econômica, cultural, política, ideológica e ética).

Uma possibilidade de catalogação dos valores notícias adotados por diferentes autores pode ser resumida na tabela abaixo:

Quadro 1 – Critérios de noticiabilidade no jornalismo

AUTOR CLASSIFICAÇÃO

F. Fraser Bond (1959) Oportunidade, proximidade, tamanho e importância.

Johan Galtung e Mari Holmboe Ruge (1965)

Frequência, limite, intensidade

absoluta, aumento de intensidade, não ambiguidade, significância,

proximidade cultural, relevância, consonância, previsibilidade, demanda, inesperado,

imprevisibilidade, escassez,

continuidade, composição e referência às nações de elite.

Natalício Norberto (1969) Nova, verdadeira, interessante e importante.

Luís Amaral (1987)

Atualidade, veracidade, interesse humano, raio de influência, raridade, curiosidade e proximidade.

Teun A. Van Dijk (2013)

Novidade, atualidade, pressuposição, consonância, relevância, desviação e negatividade e proximidade.

Luiz Beltrão (2006) Atualidade, periodicidade e recepção coletiva.

165 Cristina Ponte (2004)

Tempo do acontecimento ou frequência do sinal, amplitude e clareza, significância (proximidade e interesse), consonância (expectativa e desejo), imprevisibilidade (inesperado e raro), complementaridade e

continuidade, relação com elites, personalização e negatividade.

Nelson Traquina (2008)

Morte, notoriedade, proximidade, relevância, novidade, tempo, notabilidade, inesperado, conflito/controvérsia, infração e escândalo.

Nilson Lage (2012)

Proximidade, atualidade, identificação, intensidade, ineditismo e

oportunidade.

Fonte: Silva (2005), adaptado pelo autor

Mas como a notícia se comportaria na Web? Como a notícia se comportaria nos sites de redes sociais. Atingir o status de noticiabilidade na Internet, contudo, é algo menos difícil do que em outras mídias. Dois dos principais filtros - a falta de espaço e de tempo – restrições que preocupam os redatores em outras mídias, agem de forma mais suave na Web .

O Webjornalista tem a oportunidade de publicar matérias com os mais diferentes graus de interesse. Inclusive, notícias que seriam rejeitadas por outras mídias. Ele não é obrigado a descartar fatos com tanta frequência.

Portanto, o Webjornalista, apesar de organizar burocraticamente o mundo, como aponta Fishman (1990, p.51), tem um espectro maior de possibilidades à sua escolha na Web.

“A facilidade e a liberdade quase ilimitadas de publicação que caracterizam a Web, provocam a ausência de gatekeeping. Há um rompimento do “monopólio” de produção da informação das organizações mediáticas tradicionais” (Serra, 2002, p. 8).

Aqui cabe apontar – em forma de provocação – uma crítica ao pensamento de Serra. Sim, houve o rompimento do monopólio. Porém, será que não houve o surgimento de outro tão nocivo quanto? Não foi um aumento de liberdade, mas sim uma troca de quem detém o poder? Agora não chegou a vez do algoritmo? Quem controla o algoritmo não controla as notícias?

166 Todavia, os Webjornalistas ainda possuem dúvidas sobre o próprio conceito de notícia. A preocupação recorrente é como, em poucos minutos, poder encontrar o enfoque correto sobre determinado acontecimento37.

Conforme Squirra, uma pesquisa conduzida pelo Roper Center for Public Opinion

Research e patrocinada pelo Freedom Forum Media Studies Center (organizações norte-

americanas) mostrou que quase metade dos 2 mil jornalistas profissionais entrevistados em 400 empresas jornalísticas se consideram “pobremente preparados” para relatar uma história de forma correta.

Muitos profissionais, em uma tentativa de corrigir, ou de minimizar esta lacuna, participaram de Congressos do Investigative Reporters and Editors (IRE) que aconteceram nos últimos anos, em San Jose e em Raleigh, na Carolina do Norte.

Para Squirra, tal fato demonstra o interesse das organizações jornalísticas para que seus repórteres e editores conheçam e dominem os equipamentos informatizados. O domínio da informática vai muito além do mero uso de processadores de textos dos computadores.

Contudo, para compreender como os Webjornalistas selecionam os fatos que se transformam em notícia, é preciso conhecer melhor o conceito de Webjornalismo38.