Comunicação Audiovisual

Estudo dos processos da comunicação audiviovisual em suas múltiplas dimensões e em diferentes veículos: cinema, televisão, rádio e outras mídias sonoras, fotografia. Investigação em torno das mídias audiovisuais, incluindo aspectos históricos, teóricos e metodologócios. A linguagem, as técnicas, a história, as questões éticas. Inclui discussões em torno das mídias e dos campos que são tradicionalmente classificados como audiovisuais: cinema, rádio, televisão e fotografia.

Grupo de Pesquisa (GP) Cinema

Ementa: Estudo do cinema em seus diversos desdobramentos, contemplando aspectos relacionados a produção, distribuição, exibição, tecnologias, interação com demais mídias audiovisuais, preservação, entre outros, procurando compreender seus efeitos socioculturais, políticos e econômicos, em relação aos diversos agentes envolvidos em tais processos. Abrange tópicos tais como (1) a história do cinema no Brasil e no mundo, (2) teorias do cinema, (3) processos de significação dos textos cinematográficos, (3) processos de inovação de linguagem, tendo em vista inclusive as transformações decorrentes da tecnologia digital, (4) convergência do cinema com outros meios audiovisuais, (5) modos de produção e interpretação da produção cinematográfica, considerando gêneros, classificações, fases de periodização e agentes respectivamente envolvidos, (6) modos da recepção cinematográfica, investigações sobre a espectatorialidade e aspectos antropológicos, econômicos, políticos e culturais da inserção social do cinema, (7) legislações, políticas (públicas e privadas) e investigações sobre o mercado de cinema, (8) formação escolar e profissionalização no campo cinematográfico, (9) a crítica de cinema e (10) a preservação de materiais cinematográficos.

Coordenadora: Laura Loguercio Cánepa (Anhembi-Morumbi)

Notas sobre o vídeo amador de ficção no Brasil: o caso dos "filmes de bordas"

Laura Loguercio Cánepa (Anhembi-Morumbi)

Resumo: O trabalho pretende discutir o conceito de cinema periférico de bordas (Lyra, 2009) em diálogo com outros conceitos como o de cinema amador (Ishizuka; Zimmermann, 2008) e filme doméstico ou de família (Odin, 2003; Craven, 2009). O objetivo dessa discussão é pensar possibilidades diversas de mapeamento das produções audiovisuais brasileiras não institucionalizadas, de forma a contribuir para a constituição de uma historiografia mais abrangente do audiovisual nacional. Tal mapeamento teria como fundamento a proposta de Atlas do cinema mundial formulada por Dudley Andrew (2005).

87 Grupo de Pesquisa (GP) Televisão e Vídeo

Ementa: Compreende os estudos de televisão e vídeo, bem como suas relações com outros meios, a partir de diferentes perspectivas teóricas e metodológicas de modo a abrigar as reflexões sobre os processos de produção, circulação e consumo de programas televisivos e produções em vídeo. A história e a contribuição destes meios nas formas de representação simbólica. As transformações que incidem sobre a televisão e o vídeo relacionadas aos fluxos comunicacionais globalizados e em plataforma convergente. O impacto dos dispositivos infoeletrônicos nas formas de interação social promovidas pela fruição de TV e vídeo e os desdobramentos políticos, econômicos e culturais. A estética das manifestações audiovisuais em vídeo e televisão na contemporaneidade, marcados por conteúdos interativos, formatos híbridos, imersivos, móveis, pervasivos e interoperáveis. Desenvolvimentos da televisão digital no Brasil. Televisão e transmediação.

Coordenadora: Profa. Dra. Ana Silvia Lopes Davi Médola (Unesp)

Regimes de interação e sentido em programas interativos da TV

Ana Silvia Lopes Davi Médola (Unesp)

A interatividade enquanto possibilidade acenada pela integração tecnológica entre televisão e dispositivos computacionais promove mudanças na forma de produzir e fruir conteúdos televisivos. Neste trabalho tomamos como objeto de análise projetos interativos. Com base na sociossemiótica de Eric Landowski, propomos discutir como ocorrem os regimes de interação a partir dos princípios de regularidade e intencionalidade presentes na construção das relações entre os sujeitos da comunicação. Procuramos demonstrar as maneiras de construir as demandas de participação voltadas a modalizar o telespectador a querer-ser um interator no processo de comunicação.

Grupo de Pesquisa (GP) Fotografia

Ementa: Estudos sobre a imagem fotográfica, analógica e digital, no contexto midiático. Fotojornalismo e representação social. História do fotojornalismo brasileiro. Fotografia, imaginário e representações sociais. Fotografia e Internet: novos formatos de circulação de imagens na sociedade. Fotografia e aparelhos móveis. Imagem fixa, imagem animada, imagem em movimento. Documentário em vídeo, e documentário cinematográfico. Formação crítica na leitura da fotografia midiática. Antropologia visual e processos comunicativos.

Coordenador: Paulo Boni (UEL)

Fotografia e imagens regionais

Paulo Boni (UEL)

O objetivo da comunicação é mostrar como a cidade de Londrina aparece retratada ao longo do século XX por diversos fotógrafos que se dedicaram a produzir imagens memoráveis da cidade e a partir delas construir um imaginário sobre o espaço urbano e seu desenvolvimento. A partir das imagens a cidade vai se constituindo espacialmente e também se destaca aspectos que se quer fixar como marcas visíveis de um interior em permanente transfiguração. A imagem como fluxo de visualidades e de construção de espacialidades é o que se quer destacar na comunicação.

Grupo de Pesquisa (GP) Ficção Seriada

Ementa: O Núcleo de Pesquisa Ficção Seriada propõe-se a reunir os pesquisadores interessados em discutir, a partir de diferentes perspectivas teóricas e metodológicas do

88 Campo da Comunicação, os diversos aspectos que envolvem a produção, circulação e consumo da ficção seriada, entendida como: telenovelas, séries, seriados, minisséries e demais produções teledramatúrgicas, similares ou aparentadas, com conteúdo predominantemente ficcional. Este Núcleo tem por objetivo dar continuidade ao intercâmbio e debate entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros, ampliando, socializando e difundindo o conhecimento sobre as produções ficcionais televisivas que constituem parte substancial da programação das emissoras de TV.

Coordenadora: Profa. Dra. Maria Cristina Mungioli (USP)

“Eu vi um Brasil na TV”: análise da minissérie “Um brado Retumbante”

Maria Cristina Mungioli (USP)

O trabalho tem por objetivo analisar aspectos composicionais e estilísticos da minissérie O Brado Retumbante (TV Globo, 2012). A trama se constitui como um objeto de grande interesse para os estudos da ficção, notadamente para a análise das relações entre ficção e realidade, uma vez que se trata da primeira minissérie dedicada a um Presidente da República como personagem ficcional. A análise leva em consideração materialidade do texto (histórica, social, composicional), das condições de produção e dos sujeitos do discurso. O referencial teórico provém da Análise do Discurso (A.D.) e dos estudos de linguagem de Bakhtin. Por meio desse ferramental teórico, é possível observar a utilização de recursos discursivos que ora produzem sentidos que levam à criação de um distanciamento irônico (Ang, 2010), ora de aproximação e até de intimidade com relação aos problemas enfrentados pelo protagonista. Essa ambivalência permite não apenas a construção de sentidos ancorados na alteridade (Bakhtin, 2003) – que se caracterizam como índices das “tribulações do eu” do homem moderno (Giddens, 2002) – como também a produção de sentidos sobre o Brasil e sobre as instituições republicanas.

Grupo de Pesquisa (GP) Rádio e Mídia Sonora

Ementa: Abrange estudos, dentro de diferentes perspectivas teóricas e metodológicas, a respeito do rádio – em suas manifestações comercial, estatal e pública, incluindo abordagens educativas e comunitárias – e de outras mídias sonoras, preocupando-se com aspectos como a teoria, a linguagem, as técnicas, o mercado, a história, a ética, a arte, a programação, a produção, a recepção, a experimentação e os conteúdos de jornalismo, publicitários e de entretenimento. Compreende, ainda, pesquisas a respeito da música como manifestação comunicativa, da fonografia e das diversas formas de utilização do áudio em ambientes multimídia ou não, trabalhando as questões da sonoridade em sua ampla gama de manifestações como fenômeno comunicacional.

Coordenadora: Profa. Dra. Nair Prata (Ufop)

Indicadores da webradio no Brasil

Nair Prata (Ufop)

Resumo: Completa 15 anos a primeira transmissão brasileira por uma webradio, a Rádio Totem. Dois anos depois do início das transmissões, no primeiro semestre de 1997, apenas nove estações transmitiam on-line. Em setembro de 2000, a web já era o suporte de 191 emissoras e, hoje, milhares de emissoras têm transmissão exclusiva pela internet. O objetivo deste artigo é apresentar indicadores que apontam o crescimento da webradio, por meio de pesquisa no site www.radios.com.br, apresentando dados como webradios mais acessadas, webradios mais acessadas por região e por gênero, além das webradios estrangeiras mais acessadas no país.

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Orquestra Tabajara da Paraíba: a big band nordestina de Severino Araújo

Moacir Barbosa de Sousa (UFRN)

Resumo: A história da Rádio Tabajara da Paraíba confunde-se com a história do rádio paraibano e nordestino. Primeira emissora do estado, nasceu estatal sob a gestão do governador Argemiro de Figueiredo, que repetia em sua administração os traços principais do estatismo do governo Vargas, graças ao influente político paraibano José Américo de Almeida, que era ministro da Viação de Getúlio Vargas e foi um dos incentivadores de criação da emissora. Essa influência alcançou a Rádio Tabajara, uma “clone” nordestina da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, também estatizada por Getúlio Vargas. Servindo de escola do rádio para as futuras gerações, apresentava como atrações principais as novelas, o noticiário “Mensageiro do Ar” (cópia do Repórter Esso) e programas de auditório com atrações artísticas locais. Dentre estas últimas, destacou-se a Orquestra Tabajara, cujo sucesso se deve ao maestro paraibano Severino Araújo e seus irmãos músicos que atuavam nela. Este trabalho se apoia na pesquisa sobre a história do rádio da Paraiba realizada entre 1997 e 2000 para a nossa tese de doutorado apresentada em 24 de maio de 2000 na Escola de Comunicações e Artes da USP,com a orientação do professor doutor Antônio Luiz Cagnin.

DT5 - Comunicação Multimídia

Estudo dos processos comunicacionais em sua dimensão multimídia. Analisa as práticas comunicacionais desenvolvidas em ambientes multimidiáticos, envolvendo discussões em torno da dimensão cultural da comunicação nesses novos ambientes. Engloba estudos da comunicação em sua relação com a tecnologia: a tecnologia da palavra, da escrita, da imprensa e dos formatos digitais. Envolve as discussões em torno da comunicação mediada por computador, da cibercultura e dos conteúdos digitais em seus múltiplos aspectos e interconexões com a questão comunicacional.

Grupo de Pesquisa (GP) Conteúdos Digitais e Convergências Tecnológicas

Ementa: Estudar novas formas de expressão no campo digital, aproveitando a possibilidade de convergência tecnológica entre diferentes plataformas. Os estudos e pesquisas devem estimular a criação de novos formatos audiovisuais e de dados digitais, através da criação de roteiros para uma única ou mais plataformas tecnológicas, captação de experiências em áudio, imagem e dados realizadas de modo linear ou justapostas (não linear) e edição desses materiais, respeitando as características e linguagens de cada plataforma tecnológica. Também deverá contemplar estudos e pesquisas que revelem e/ou analisem a aplicabilidade dos conteúdos digitais desenvolvidos para as novas plataformas tecnológicas de caráter alâmbrico ou inalâmbrico, transmitidos em tempo real ou por demanda, entre diferentes grupos sociais. Dado que os temas relativos às tecnologias digitais estão diretamente relacionadas as plataformas analógicas que os antecedem e servem de referência aos novos estudos, o grupo de pesquisa em Conteúdos Digitais e Convergência Tecnológica incluirá áreas de interesse como os gêneros jornalísticos, educativos e/ou culturais, publicitários, serviços, entretenimento e de interesse público desenvolvidos em diferentes plataformas digitais como TV e rádio digital, cinema digital, celulares, games, I-Pods, Palms e/ou computadores. Inclui ainda os projetos desenvolvidos para convergência entre as diversas plataformas.

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As ideias de um blog e a liberdade de expressão

Alvaro Fraga Moreira Benevenuto Jr. (UCS)

Os recentes relatos das manifestações durante as recepções da blogueira cubana de Yoani Sánches no país, difundidos amplamente pelas mídias, provocam refletir sobre uma questão cara às Ciências da comunicação: a liberdade de expressão. Num primeiro plano, busca-se entender se a presença de alguém que tem ideias distintas ao status quo de uma comunidade é argumento suficiente para gerar manifestações – às vezes tão incisivas, que interferem na agenda de um evento – e se este tipo de atitude é uma outra via para demonstrar certa incompreensão do direito à liberdade de expressão. Noutro plano, reflete- se sobre as interferências que o ambiente digital promoveu ao dar velocidade e acesso amplo a conteúdos até então reservados a públicos restritos e o papel social dos comunicadores diante das TICs. Este ensaio pretende explorar esta trilha tortuosa e cheia de armadilhas. Porém, procura colaborar com um debate essencial para a prática da liberdade de expressão.

Jovem e consumo cultural em tempos de convergência

Marcília Luzia Gomes da Costa Mendes (Uern)

Resumo: A convergência midiática, conceito proposto por Henry Jenkins (2008) engloba o fluxo de conteúdo através de múltiplos suportes, a cooperação entre mercados midiáticos e o comportamento das audiências. Por isso, para entender o processo de convergência que vivemos atualmente, é preciso compreendê-lo como uma transformação cultural, que altera a lógica pela qual a indústria midiática opera e pela qual os consumidores processam o conteúdo recebido. Nesse sentido, a pesquisa apresentada no texto relaciona-se à posse das tecnologias digitais e/ou ao acesso a elas. Tomando como premissa a ideia de que o processo de convergência midiática não trata apenas da inserção de diferentes mídias ou linguagens dentro de um único suporte, entende-se que ela extrapola questões técnicas e passa a ter que ver também com a ação de produtores e consumidores de conteúdos midiáticos.

Grupo de Pesquisa (GP) Cibercultura

Ementa: O Núcleo de Pesquisa sobre Cibercultura tem como objeto o desenvolvimento da Comunicação Mediada por Computador (CMC) e seus efeitos sobre a indústria de Comunicação e a sociedade. Uma primeira seção temática concerne à Internet e analisa a singularidade de seu mecanismo de recepção e emissão, as novas formas de mediação que autoriza e suas características tecnológicas. A segunda seção concerne à sociabilidade virtual, que analisa grupos de discussão, salas de bate-papo, homepages e privacidade. A terceira seção é a Hipermídia, que está focada no esforço social de construir a linguagem própria deste novo meio, analisando a convergência, o hipertexto e a imersão. A quarta seção discute abstratamente a relação entre tecnologias de Comunicação e cultura, tomando como base a Comunicação mediada por computador.

Coordenadora: Profa. Dra. Adriana da Rosa Amaral (Unisinos)

Comunicação, Tecnologia e Metodologia

Adriana Amaral (Unisinos)

O texto faz um balanço das estratégias metodológicas possíveis de ser utilizadas em pesquisas sobre cibercultura. O objetivo é mostrar as especificidades do desenvolvimento de pesquisas empíricas em trabalhos que tem como objeto e foco teórico da análise a cibercultura ou a cultura das redes digitais e do mundo virtual. Apresenta também alguns

91 exemplos práticos do emprego das múltiplas metodologias possíveis na análise desse sub- campo da comunicação.