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O bem é algo que tenha valor e que merece tutela, a tutela jurídica é feita por meio das normas, tornando-se um bem jurídico penalmente tutelado. Segundo as palavras de Barbieri (2013, p. 15) ―Bem em um sentido mais amplo, é tudo aquilo que nos apresenta como digno, útil, necessário valioso [...] Os bens são, pois, coisas reais, ou objeto ideal dotado de valor‖.

Sendo assim, o bem é algo que são materiais ou objetos imateriais que possuem valor, sendo que o Direito estipula tutela para alguns deles. Segundo Nunes, (2009, p. 18): ―o bem jurídico em sentido amplo é tudo aquilo que tem valor para o seu humano‖.

4.1.1 Características

Quanto às suas características, há classificações que esclarecem melhor os tipos de bens, segundo a doutrina e as normas. Quanto a mobilidade os bens podem ser:

Móveis (arts. 82 a 84 CC): São aqueles que podem ser movidos de um local para outro sem que seja alterada a substância ou a destinação econômico-social.

Pode ser semovente, caso sua remoção de um lugar a outro ocorra por força própria, como no caso de animais ou por força alheia, que são os móveis propriamente ditos, como os livros, as frutas (BARBIERI, 2013).

Estes bens móveis classificam-se ainda por Natureza ou essência, que são aqueles que têm movimentação própria ou remoção por força alheia sem alteração da substância ou da destinação econômica. Compreendem tanto os semoventes como os inanimados que possam ser transportadas de um lugar a outro, sem que se destruam, isto é, sem que ocorra alteração de sua substância ou de sua destinação social, sendo sempre uma coisa corpórea (NUNES, 2009).

- Por antecipação: São aqueles mobilizados que são transformados em bens móveis pelos seres humanos em atenção a sua finalidade econômica, como no caso das frutas colhidas, madeiras cortadas, pedras extraídas, casas vendidas para serem demolidas.

Nos artigos 79 a 81 do CC, estão os bens imóveis que são aqueles que não podem ser transportados, sem destruição, de um lugar para outro, já que uma vez removidos poderia causar alteração de sua substância ou de sua forma, como o solo e tudo o que lhe for incorporado de maneira natural ou artificial (NUNES, 2009).:

- O solo por sua natureza e tudo o que lhe é incorporado naturalmente, como as árvores, frutos, pedras, espaço aéreo do imóvel e seu subsolo, os dois últimos com restrições.

- Por acessão física industrial ou artificial são os bens que o homem incorpora no solo de forma artificial ou permanente e que não podem ser retirados em regra, sem destruição, modificação, fratura ou danos. Como exceção há a casa pré-fabricada, bem imóvel que não segue a mesma regra.

- Por acessão intelectual estão os móveis que são imobilizados como os ornamentos (vasos, cortinas etc.), máquinas agrícolas, animais e materiais utilizados para plantação, escadas de emergência justapostas nos edifícios, geradores, aquecedores, aparelhos de ar-condicionado etc.

Quanto à classificação dos bens fungíveis, que são os bens móveis substituíveis por outros de mesma espécie, qualidade e quantidade, como o dinheiro, milho, água etc., sendo que as partes podem transformar, mediante contrato, um bem fungível em infungível (GASPARINI, 2010).

Os bens infungíveis são bens personalizados ou individualizados, que podem ser móveis ou imóveis, como os veículos automotores e as obras de arte. A infungibilidade pode resultar da natureza do bem ou da vontade das partes.

Quanto a consuntibilidade, pode-se classificar em bens consumíveis, que são aqueles cujo uso acarreta destruição imediata da própria substância, bem como aqueles que podem ser alienados. Existem os de fato, de destruição imediata da própria substância ou na sua extinção natural, como as frutas, verduras, etc., bem como os consumíveis de direito, que são aqueles destinados à alienação, como os livros e automóveis à venda em uma loja.

Os bens inconsumíveis, são os que podem ser usados de forma contínua e reiterada, sem que isso importe na sua destruição imediata. Os bens inconsumíveis caracterizam-se pela possiblidade de retirada de suas utilidades, sem que seja atingida sua integridade.

Quanto a sua divisibilidade, são os que podem ser fracionados sem alteração de sua substância, do seu valor ou que gere prejuízo de uso a que se destinam, como por exemplo, um pacote de feijão é divisível, pois pode ser fracionado em duas ou mais partes, mantendo as suas características originais, sendo assim, os bens que são naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação legal ou por vontade das partes (GASPARINI, 2010).

Os bens indivisíveis são aqueles desprovidos de caráter fracionário devido à própria natureza do bem, à alguma disposição legal, à manifestação das partes ou a seu caráter econômico, como o automóvel ou uma obra de arte, por exemplo. Quanto ao direito à sucessão aberta/herança, será considerado indivisível até o momento da partilha.

Outra classificação expressa quanto a sua individualidade, como por exemplo:

Os bens singulares são os que são avaliados em sua individualidade, representados por uma unidade autônoma independente dos demais, mesmo quando reunidos, são singulares e somente serão considerados coletivos quando houver determinação legal ou determinação das partes (GASPARINI, 2010).

Os bens coletivos são os constituídos por bens singulares, como (BARBIERI, 2013).:

- Universalidade de fato (universitas rerum) que são os bens singulares que pertencem a mesma pessoa, com destinação única, como os rebanhos, as bibliotecas, as pinacotecas, as frotas, as florestas, etc.

- Universalidade de direito que trata do complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. Como exemplo podem ser citados: a herança, o patrimônio, etc.

Quanto a reciprocidade ou a dependência, estão:

Os bens principais, aqueles que têm sua existência independentemente de qualquer outro, abstrata ou concretamente e os bens acessórios que são aqueles cuja existência dependa do principal.

Quanto a sua titularidade, além dos bens particulares e públicos, existem os que não pertencem a ninguém, por nunca terem sido apropriados ou por terem sido abandonados, como os animais selvagens, as conchas da praia, os rios, etc. (BARBIERI, 2013).

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