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Conceitos B´asicos sobre Otimiza¸c˜ao

Nesta se¸c˜ao ´e apresentada a id´eia geral sobre o conceito de otimiza¸c˜ao, a classifica- ¸c˜ao dos m´etodos de otimiza¸c˜ao, o procedimento geral para resolvˆe-los e os obst´aculos encontrados durante sua resolu¸c˜ao.

2.1.1

Otimiza¸c˜ao: O Que ´e e Por que Utilizar?

Otimizar ´e melhorar o que j´a existe, projetar o novo com mais eficiˆencia e menor custo. A otimiza¸c˜ao visa determinar a melhor configura¸c˜ao de projeto sem ter que testar todas as possibilidades. A otimiza¸c˜ao tem como vantagens: diminuir o tempo dedicado ao projeto, possibilitar o tratamento simultˆaneo de uma grande quantidade de vari´aveis e restri¸c˜oes de dif´ıcil visualiza¸c˜ao gr´afica, possibilitar a obten¸c˜ao de “algo melhor” com me- nor custo. Como limita¸c˜oes, tem-se o aumento do tempo computacional quando o n´umero de vari´aveis de projeto cresce, o surgimento de fun¸c˜oes descont´ınuas que apresentam lenta convergˆencia, ou de fun¸c˜oes com v´arios m´ınimos locais onde o m´ınimo global raramente ´e obtido (SARAMAGO, 1999).

2.1.2

Categorias de Otimiza¸c˜ao

Os algoritmos de otimiza¸c˜ao podem ser classificados segundo seis categorias. A Figura 2.1 ilustra esse particionamento, cujas principais caracter´ısticas s˜ao apresentadas a seguir (HAUPT; HAUPT, 1998): xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx OTIMIZAÇÃO 3 4 5 2 1 7 Uni-

dimensional dimensional EstáticoMulti-

Dinâmico Discreto Contínuo Não Restrito Restrito Multi-objetivo Mono-objetivo Função Tentativa e Erro 6 Randômica Não Randômica

Figura 2.1: Categorias dos algoritmos de otimiza¸c˜ao (Reproduzido deHaupt e Haupt

(1998)).

A Otimiza¸c˜ao por Tentativa e Erro refere-se ao ajuste de parˆametros de um processo

onde n˜ao se conhece a priori sua formula¸c˜ao, como por exemplo, o ajuste da imagem de um televisor e o descobrimento e refinamento da Penicilina como antibi´otico. Por outro lado, quando se conhece o processo atrav´es de sua formula¸c˜ao matem´atica, esta ´e definida como Otimiza¸c˜ao por Fun¸c˜ao.

Essa classifica¸c˜ao leva em considera¸c˜ao a quantidade de vari´aveis do projeto. Caso

exista apenas uma vari´avel, este ´e denominado uni-dimensional, caso contr´ario, multi-dimensional.

A Otimiza¸c˜ao Dinˆamica caracteriza-se pela dependˆencia da sa´ıda com respeito ao

tempo, enquanto a Est´atica ´e independente do tempo. Por exemplo, deseja-se encon- trar a melhor rota para chegar ao trabalho: se for analisada a distˆancia, o problema ´e est´atico, e a solu¸c˜ao pode ser obtida atrav´es da escolha do percurso por meio do mapa da cidade ou de um medidor de distˆancia. Na pr´atica, este problema n˜ao ´e simples devido `a combina¸c˜ao de rotas. Al´em disso, a menor distˆancia n˜ao ´e neces- sariamente a mais r´apida, pois deve-se levar em conta a hora do dia, os acidentes, dentre outros aspectos. O problema est´atico j´a ´e dif´ıcil, mas a adi¸c˜ao do tempo em sua formula¸c˜ao aumenta consideravelmente a dificuldade de solu¸c˜ao de problemas dinˆamicos.

2.1. Conceitos B´asicos sobre Otimiza¸c˜ao 9 ❹ O processo de otimiza¸c˜ao pode ser discreto ou cont´ınuo. O primeiro se refere ao tra-

tamento de problemas com um n´umero finito de poss´ıveis valores para as vari´aveis, enquanto que, no segundo, essas tendem a infinitas possibilidades. Devido `a com- plexidade inerente aos processos reais, a modelagem ´e geralmente caracterizada por formula¸c˜oes alg´ebrico-diferenciais. Isto faz com que tais problemas sejam tratados como um conjunto de pontos obtidos por discretiza¸c˜ao das equa¸c˜oes originais.

Os problemas de otimiza¸c˜ao podem ser divididos em restritos (que apresentam res-

tri¸c˜oes) e n˜ao restritos (que n˜ao apresentam nenhum tipo de restri¸c˜ao). Contudo, qualquer processo, por mais simples que seja, possui algum tipo de restri¸c˜ao: igual- dade, desigualdade ou laterais, oriundas de limita¸c˜oes operacionais, f´ısicas, ambien- tais, entre outras. Os algoritmos de otimiza¸c˜ao tradicionalmente foram concebidos para o tratamento de problemas sem restri¸c˜ao. Devido aos fatores descritos ante- riormente, a literatura apresenta metodologias para a transforma¸c˜ao de problemas restritos em irrestritos (EDGAR et al., 2001; VANDERPLAATS, 1999). Uma maneira simples, mas de pouca aplicabilidade, seria a mudan¸ca de vari´aveis para essa finali- dade. Por exemplo, para minimizar f (x) no intervalo −1 ≤ x ≤ 1, o problema se torna sem restri¸c˜oes fazendo x = sin(u). Como sin(u) ´e uma fun¸c˜ao limitada, o problema se reduz `a minimiza¸c˜ao de f (sin(u)).

Os algoritmos cl´assicos tentam minimizar uma fun¸c˜ao partindo de uma configura¸c˜ao

inicial de projeto, movendo-se em dire¸c˜ao ao ponto ´otimo atrav´es de uma seq¨uˆencia de passos. Por outro lado, os m´etodos randˆomicos, que s˜ao baseados no c´alculo de probabilidades, fazem uso de um conjunto de configura¸c˜oes iniciais de projeto para a obten¸c˜ao do ´otimo. Neste sentido, n˜ao investem tudo em um ´unico ponto, ou seja, o enfoque de otimiza¸c˜ao ´e repartido na popula¸c˜ao de pontos.

O problema de otimiza¸c˜ao pode ter um objetivo (mono) ou m´ultiplos objetivos

(multi). Esses se diferenciam pela forma como o ´otimo ´e definido, pela metodologia de tratamento empregada, e pela presen¸ca, al´em do espa¸co de projeto, do espa¸co de objetivos para o problema multi-objetivo.

2.1.3

Procedimento Geral para a Solu¸c˜ao de Problemas de

Otimiza¸c˜ao

N˜ao existe nenhum algoritmo de otimiza¸c˜ao que possa ser aplicado eficientemente a todas as classes de problemas (EDGAR et al., 2001). O m´etodo escolhido para um caso particular ´e fortemente dependente da natureza da fun¸c˜ao objetivo, das restri¸c˜oes e do n´umero de vari´aveis dependentes e independentes.

A seguir s˜ao apresentados os passos gerais para a an´alise e solu¸c˜ao de problemas de otimiza¸c˜ao (EDGAR et al., 2001):

• Passo 1: An´alise do problema, identificando suas vari´aveis e principais caracter´ıs- ticas (n´umero de graus de liberdade);

• Passo 2: Especifica¸c˜ao do crit´erio a ser alcan¸cado (fun¸c˜ao objetivo em termos das vari´aveis definidas anteriormente);

• Passo 3: Uso de express˜oes matem´aticas que validam o processo e relacionam vari´aveis de entrada e parˆametros. Inclus˜ao das restri¸c˜oes de igualdade, desigualdade e laterais;

• Passo 4: Se o problema ´e complexo, pode-se tentar quebr´a-lo em problemas menores ou simplificar suas equa¸c˜oes atrav´es de hip´oteses simplificadoras;

• Passo 5: Aplica¸c˜ao de uma t´ecnica de otimiza¸c˜ao conveniente;

• Passo 6: Verifica¸c˜ao das respostas, examinando a sensibilidade dos resultados a mudan¸cas nos parˆametros do processo, do algoritmo utilizado e das hip´oteses utili- zadas na formula¸c˜ao do modelo.

Os passos 1, 2 e 3 tratam da formula¸c˜ao matem´atica do problema, que ´e a identifica¸c˜ao das vari´aveis, a especifica¸c˜ao da fun¸c˜ao objetivo e restri¸c˜oes. O quarto passo sugere que o problema possa ser simplificado. Inicialmente, pode-se decidir ignorar algumas vari´aveis que n˜ao afetam significativamente a fun¸c˜ao objetivo. Isto ´e baseado numa an´alise f´ısica, matem´atica ou na importˆancia de cada vari´avel (an´alise de sensibilidade). Uma outra maneira seria a elimina¸c˜ao de vari´avel(is) atrav´es da utiliza¸c˜ao de restri¸c˜oes de igualdade. O quinto passo busca o ponto de ´otimo. Geralmente a solu¸c˜ao de problemas de otimiza¸c˜ao envolvem o uso de computadores, atrav´es de um processo iterativo. A eficiˆencia da t´ecnica depender´a de sua metodologia e da estimativa inicial utilizada. J´a o sexto passo consiste, primeiramente, no atendimento das condi¸c˜oes necess´arias e suficientes para a obten¸c˜ao do ´otimo e posterior an´alise da sensibilidade do ´otimo em rela¸c˜ao `a mudan¸ca dos parˆametros do processo, do algoritmo e das hip´oteses utilizadas na formula¸c˜ao do problema (VANDERPLAATS, 1999; EDGAR et al., 2001).

2.1.4

Obst´aculos para se Otimizar

Se a fun¸c˜ao objetivo e as restri¸c˜oes do problema de otimiza¸c˜ao s˜ao “bem comportadas” ou s˜ao fun¸c˜oes lineares, o problema n˜ao apresenta grandes dificuldades. Entretanto, a maioria dos problemas s˜ao inerentemente n˜ao lineares.