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SUMÁRIO

2.1.1 Conceituação e definições sobre gestão ambiental

Nos últimos anos, avanços significativos foram feitos na gestão das empresas. As crescentes demandas dos clientes, bem como a globalização dos mercados, estão entre os muitos fatores que levaram ao estabelecimento de sistemas de controle de qualidade e gestão ambiental como uma estratégia competitiva para as empresas (RODRÍGUEZ et al. 2011). Na visão generalista, a gestão ambiental empresarial inclui compromissos com a redução de desperdícios, poluição, energia e utilização de recursos, além de definir objetivos, metas e diretrizes estratégicas para o desempenho ambiental da empresa (ZORPAS, 2010). O envolvimento direto da alta gestão da empresa no processo de planejamento estratégico, com a definição e estabelecimento de política ambiental, requer cuidados especiais em relação aos aspectos ambientais para adequar a empresa à realidade da gestão ambiental. As questões

ambientais devem ser integradas na estratégia da empresa (BOIRAL; HENRI, 2012). Nessa fundamentação conceitual, Rao et al. (2009) definiram a sustentabilidade ambiental como uma postura proativa da estratégia global das empresas para a integração das preocupações ambientais e práticas em suas atividades estratégicas, táticas e operacionais. A integração de conceitos proporciona à empresa um diferencial competitivo, reconhecido pelo mercado, porém que não pode ser diretamente mensurado por um único elemento, mas por meio de um conjunto de atributos que evidenciam vantagem competitiva e inovação (FRONDEL et al. 2008). Nesse sentido, é importante apresentar o ciclo de vida da empresa que se divide em três fases: reativa, preventiva e proativa, para evolução da gestão ambiental.

(1)reativa, em que a área de gestão ambiental é

criada e voltada exclusivamente para o cumprimento da legislação e está isolada do contexto organizacional; (2) preventiva, na qual

há um crescente envolvimento de outras áreas de gestão ambiental, mas a dimensão ambiental não é vista de forma sistemática, estratégica;

(3) proativa, onde todas as áreas da empresa

buscam sistematicamente a explorar as vantagens competitivas através da gestão ambiental. (JABBOUR; JABBOUR, 2009, p.481).

Essa integração conceitual sobre gestão ambiental pode ocorrer durante o processo de planejamento estratégico, por meio das preocupações das empresas com a missão, visão, declaração de valores e diretrizes estratégicas. O envolvimento da alta administração e dos colaboradores na definição de prioridades da empresa em relação ao meio ambiente é fundamental para definir a política estratégica ambiental. A gestão ambiental das atividades sobre o ambiente externo divide os indicadores ambientais em duas categorias: de desempenho ambiental e de impacto ambiental da empresa (RAO et al. 2006).

Neste sentido Jabbour e Santos (2006) propõem três estágios evolutivos da gestão ambiental: (1) especialização funcional; (2) integração interna; (3) integração externa (ou estratégica). Cada estágio reúne vários critérios para definir a maturidade da gestão ambiental que podem estar presentes dentro de uma empresa e propõem que o nível de

maturidade encontrado correlaciona-se com a configuração global da organização. No quadro 2, destacam-se os principais conceitos de gestão ambiental que foram pesquisados para alinhar as definições, com diversos autores que estudam o tema para facilitar a comprensão e o entendimento das definições.

Quadro 3 - Definições de Gestão Ambiental

Autores Definições de Gestão Ambiental (GA)

D’Avignon (1996) GA é a parte da função gerencial que trata, determina e implementa a política de meio ambiente estabelecida para a empresa. Andrews et al. (2001,

p. 36)

GA é “uma estrutura gerencial que possibilita à organização visualizar seus impactos no meio ambiente, por meio de um sistema que facilita o acesso, a catalogação e a quantificação dos impactos ambientais das operações de toda organização”.

Harrington e Knight (2001, p. 34)

GA é “parte do sistema global de gestão que inclui a estrutura organizacional, o planejamento de atividades, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, adquirir, analisar e manter a política ambiental da organização”.

Moreira (2001, p.157) GA é “definida com o desdobramento das metas em um plano de ação detalhado, no qual ficam determinados os meios (recursos) para alcançar metas pelos responsáveis pelas ações e prazos”.

Moreira (2001) e Sell (2006)

GA eficaz destaca que a administração deve fornecer recursos necessários (humanos, financeiros, tecnologia adequada etc.) para a implementação do controle ambiental, que deve investir em treinamento, conscientização, competência e comunicação dos aspectos ambientais que devem ser divulgados, em todos os setores e funções da empresa e às partes interessadas.

Rosen (2001) e Wittneben e Kiyarde (2009)

GA corporativa corresponde a um conjunto de adaptações ou ações verdes que podem alterar a estrutura, responsabilidades, diretrizes, práticas administrativas e aspectos operacionais das organizações. Corazza (2003, p. 4)

GA organizacional “envolve o planejamento da empresa e orientação para atingir as metas ambientais específicas, em analogia à gestão da qualidade”.

Barbieri (2004,p.20)

A GA refere-se às "diretrizes administrativas, operacionais e atividades, como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o ambiente, quer seja por meio da redução, eliminação dos danos e problemas causados pela ação humana".

Rohrich e Cunha (2004, p. 3)

A GA é um "conjunto coerente de políticas e práticas administrativas e operacionais que considera a proteção do meio ambiente por meio da redução dos impactos ambientais e danos resultantes desde o planejamento, implantação, operação, ampliação, realocação ou desativação de empreendimentos ou atividades, que incluem todas as fases do ciclo de vida do produto".

Autores Definições de Gestão Ambiental (GA) Rowland-Jones et al.

(2005, p. 213)

GA é “desenvolvida nas empresas para avaliar e redefinir suas operações para garantir que elas estão atuando de forma ambientalmente corretas”.

Brady (2005)

A GA historicamente é tida como regulamentos de comando e controle decorrentes de princípios gerais e objetivos introduzidos em nível internacional, que foram feitos por meio de tratados ou convenções internacionais.

Shigunov Neto (2009, p.17)

É o conjunto de atividades da função gerencial que determina a política ambiental, os objetivos, as responsabilidades e os colocam em prática por intermédio do sistema ambiental, do planejamento ambiental, do controle ambiental e da melhoria do gerenciamento ambiental.

Zorpas (2010)

Na visão generalista, a GA empresarial inclui compromissos com a redução de desperdícios, poluição, energia e utilização de recursos, além de definir objetivos, metas e preconizar o desempenho ambiental da empresa.

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

Verifica-se que existem diversos recursos para evidenciar a abordagem para definir a adoção da gestão ambiental (SMITH, 2001) que visam: (1) a redução do impacto ambiental dos produtos (NIELSEN; WENZEL, 2002; PUJARI et al. 2003; TISCHENER; NÍQUEL, 2003; FULLER; OTTMAN, 2004); (2) a adoção de tecnologias limpas (KUEHR, 2007); (3) a implantação de sistemas de gestão ambiental (KITAZAWA; SARKIS, 2000; GHISELLINI; THURSTON, 2005) que sustentam a inclusão da consciência ambiental nas diferentes áreas da estrutura organizacional da empresa (SARKIS; RASHEED, 1995), marketing (REX; BAUMANN, 2007) e finanças (MOLINA-AZORÍN et al. 2009). Nesse sentido, as práticas ambientais devem ser detalhadas e abordadas para fundamentar as principais práticas levantadas na literatura estudada.