As variáveis capazes de diferenciar os vencedores dos perdedores foram os rebotes defensivos, percentual dos arremessos de 2 e 3 pontos e as assistências. Foi levantada a hipótese (H1) que, as variáveis que diferenciariam as equipes
vencedoras seriam percentual dos arremessos de 2 pontos e lances-livres e rebotes defensivos. Por conseguinte, foi refutada a hipótese H1.
A distinção entre vitória e derrota, considerando as classificações de jogos, apontou as variáveis percentuais dos arremessos de 2 e 3 pontos e lances livres, rebotes defensivos e assistências, como indicadores diferencias na categoria jogos desequilibrados; percentual de arremessos de 2 pontos e lances-livres, assistências e rebotes defensivos, para jogos equilibrados. Na categoria de jogos Muito Equilibrados não foi possível distinguir entre vitória e derrota, em função dos fundamentos técnicos e das ações do jogo. Por conseguinte, a hipótese (H2)
levantada de as variáveis selecionadas seriam capazes de predizer a vitória e a derrota dentro de cada categoria dos jogos foi parcialmente aceita.
6.2. Estudo 2
Foi possível realizar uma classificação diferenciada das equipes, sendo identificados três grupos de classificação, o grupo que representa o comportamento da dinâmica de jogos do campeonato, grupo caracterizado pelos melhores times do campeonato e o grupo que representa os piores times do campeonato. Foi levantada a hipótese (H3) que, as variáveis analisadas seriam capazes de agrupar em
diferentes classificações as dinâmicas dos jogos, de forma diferenciada à classificação clássica realizada somente pelo escore final da partida. Por conseguinte, foi aceita a hipótese H3. Esta análise permitiu avançar no entendimento
que a combinação linear entre as variáveis analisadas de fundamentos técnicos e das ações dos jogos possuem sobre a dinâmica dos jogos.
6.3. Estudo 3
A análise de predição da pontuação, com os fundamentos técnicos e ações do jogo e sem as variáveis de arremesso, apresentou no modelo as variáveis assistências, bolas perdidas, rebotes defensivos e faltas recebidas. Foi levantada a
hipótese (H4) de que as variáveis que fariam parte do modelo seriam as
assistências, rebotes defensivos e faltas recebidas. Por conseguinte, foi aceita parcialmente a hipótese levantada, pois também foi verificada a contribuição da variável bolas perdidas.
A análise de predição da pontuação, considerando apenas as variáveis relacionadas ao arremesso, apresentou no modelo os percentuais dos arremessos de 3, 2 e lances-livres e os arremessos tentados de 3, 2 e lances-livres. Por conseguinte, foi confirmada a hipótese (H5) levantada apontando que todas as
variáveis relacionadas ao arremesso fariam parte do modelo de predição da pontuação.
A predição da pontuação, considerando todas as variáveis técnicas e ações do jogo, apresentou o seguinte modelo: percentual dos arremessos de 2 e 3 pontos, rebotes ofensivos, bolas perdidas, percentual dos arremessos de lances-livres, violações e arremessos de 3 pontos tentados. Foi levantada a hipótese (H6) de que
as variáveis que pertenceriam ao modelo seriam percentual de arremessos de 2 e 3 pontos, rebotes defensivos, bolas perdidas e faltas recebidas. Consequentemente, foi refutada a hipótese H6.
Quando analisadas todas as variáveis para o modelo de predição da pontuação, considerando também o critério de classificação dos jogos, foram verificados os seguintes modelos: (a) jogos Desequilibrados - percentual dos arremessos de 2 e 3 pontos, bolas perdidas, rebote ofensivo, percentual dos arremessos de lances-livre, violações, rebotes defensivos e lances-livres tentados; (b) jogos Equilibrados - percentual dos arremessos de 2 e 3 pontos, rebotes ofensivos, bolas perdidas, percentual dos arremessos de lances-livre e violações; (c) jogos Muito Equilibrados - percentual dos arremessos de 2 e 3 pontos e rebotes ofensivos. Para esta analise foi levantada a hipótese (H7) de que cada categoria
apresentaria um conjunto de variáveis ímpar para a predição do número de pontos no jogo, em função da dinâmica da partida. Por conseguinte, esta hipótese foi aceita no estudo.
6.4. Conclusão geral
O presente estudo pode ser utilizado por técnicos, atletas e dirigentes do basquetebol brasileiro como base para entender os fatores fundamentais para o sucesso na modalidade de basquetebol, uma vez que fornece indicadores da
eficácia do jogo que pode ser utilizado para modificar os treinamentos individuais dos atletas e a preparação das equipes, para que estas joguem dentro das características exigidas na competição. Ainda que a eficácia no jogo de basquetebol seja dependente da interação entre vários fatores, foram identificados no presente estudo algumas tendências para caracterizar a dinâmica dos jogos e os fatores relacionados à pontuação dos times.
Poucos estudos têm sido realizados no Brasil para identificar os fatores relacionados ao sucesso e a predição de performance no basquetebol. Deste modo, se faz necessária a realização de mais estudos que possam contribuir para o entendimento e para o desenvolvimento da modalidade de basquetebol. Os estudos futuros devem realizados para identificar como os diversos fatores relacionados ao jogo (aspectos técnicos, táticos, físicos e psicológicos) interagem para produzir/resultar na performance habilidosa neste esporte.
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