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Variáveis preditoras da vitória e da derrota nos jogos

No documento Universidade Estadual de Londrina (páginas 56-58)

5 DISCUSSÃO

5.1.1 Variáveis preditoras da vitória e da derrota nos jogos

O estudo 1 teve como objetivo identificar quais as variáveis que melhor diferenciam as equipes vencedoras das perdedoras. Para tanto, foi utilizada a análise discriminante comparando as equipes vencedoras e perdedoras, em função dos fundamentos técnicos e das ações do jogo. Os fundamentos técnicos e as ações do jogo foram capazes de diferenciar as equipes vencedoras das perdedoras. Por conseguinte, a dinâmica do jogo também pôde ser analisada por meio destes indicadores da partida para fornecer informações essenciais aos técnicos e atletas para buscarem a vitória durante o jogo. Em especial, o percentual de arremessos de 2 pontos, o percentual de arremessos de 3 pontos, os rebotes defensivos e as assistências foram as variáveis que fizeram parte do modelo que distinguiu a vitória e a derrota nos jogos analisados.

Alguns autores (SAMPAIO 1998; LEITE 2003; SAMPAIO et al., 2010) também têm associado os melhores índices de aproveitamento no arremesso de 2 pontos às equipes vencedoras, uma vez que, a eficácia dos arremessos é essencial para a obtenção dos pontos e fator determinante para o êxito nas partidas. Ademais, o arremesso de 2 pontos é a forma de arremesso mais desempenhada durante os jogos (OKAZAKI et al., 2004). Por conseguinte, ter uma grande eficácia nestes arremessos reflete em maior quantidade de pontos por parte de uma equipe. Dentre as principais técnicas de arremesso, destacam-se os tipo jump e tipo bandeja, por serem os mais utilizados representando, respectivamente, um total de 67,54% e 14,4% dos pontos no jogo (OKAZAKI et al., 2004). Por conseguinte, foi sugerido o maior treinamento destes fundamentos técnicos de arremesso de dois pontos.

A eficácia dos arremessos de 3 pontos também tem sido apontada como fator diferencial entre vitória e derrota em uma partida de basquetebol (SAMPAIO, 1998). Este arremesso apresenta os menores índices de aproveitamento (OKAZAKI et al., 2004), pois ele deve ser realizado atrás da linha que demarca uma distância de 6,25m em relação ao cesto. Apesar desta menor eficácia, este arremesso permite

maior pontuação, o que muitas vezes compensa este menor índice de aproveitamento. Segundo Sampaio (1988), esta maior possibilidade de marcar pontos (3 pontos ao invés de 2 pontos por arremesso) permite um acréscimo de pontos por posse de bola, que pode refletir em uma vantagem no decorrer do jogo (SAMPAIO 1998). Ademais, um bom aproveitamento dos arremessos de 3 pontos faz com que a equipe adversária tenha que realizar alguns ajustes no seu sistema defensivo, para dificultar os arremessos de 3 pontos. Isso pode gerar uma fragilidade na defesa nas posições mais próximas à cesta, facilitando o ataque dos jogadores que atuam dentro do garrafão que terão mais espaço e menos pressão defensiva nesta área (SAMPAIO, 1998).

O rebote defensivo tem sido o fundamento técnico mais apontado nos estudos (SAMPAIO, 1998; LEITE 2003; GÓMEZ et al., 2008; SAMPAIO et al., 2010; NAVARRO et al., 2009) que tentam diferenciar equipes que vencem e que perdem as partidas. Adquirir maior número de rebotes defensivos é fundamental por dois principais motivos, a saber: (a) todos os rebotes são originados de arremessos não convertidos a cesta, quando a equipe defensiva recupera esse rebote impede que o adversário tenha uma nova oportunidade de fazer um arremesso; (b) permite que a equipe defensora tenha uma nova posse de bola para poder atacar e marcar pontos. A aquisição de rebotes defensivos também permite a equipe a escolha do ritmo de jogo mais interessante para sua estratégia tática, podendo fazer com que o jogo ocorra em velocidade com contra-ataques, que geralmente são associados a situações de superioridade numérica, ou um jogo mais cadenciado. Desta forma, o rebote defensivo permite que a equipe jogue de acordo com o padrão técnico/tático que está mais treinada para realizar nos jogos.

Assim como no presente estudo, alguns autores (LEITE 2003; GÓMEZ etal 2008; IBAÑEZ etal2008; SAMPAIO etal 2010) têm destacado a importância das assistências para o sucesso no basquetebol. A assistência pode ser entendida como o passe para um jogador da mesma equipe, subseqüente ao arremesso que resulta em ponto. Deste modo, esta variável técnica esta relacionada diretamente aos dois fundamentos, passe e arremesso. O passe é fundamental para um ataque eficiente, pois é através deles que os jogadores buscam espaços e posicionamentos mais favoráveis para o desempenho de um arremesso. Por conseguinte, uma boa assistência permitiria melhores condições para aumentar a eficácia do arremesso. A assistência caracteriza que o time criou uma boa situação ofensiva, em que,

provavelmente, ocorreu uma vantagem de posicionamento para o ataque ser bem sucedido. Assim, equipes que desejam vencer os jogos devem contar com jogadores que tenham eficiência nos arremessos, mas que também sejam capazes de criar espaços para os arremessos e saibam escolher o jogador mais bem posicionado para arremessar por meio das assistências.

Considerando a distribuição dos jogos em função das categorias de classificação, em relação a pontuação final, foi observado que 42,85% dos jogos foram desequilibrados, 24,72% dos jogos foram equilibrados e 32,41% dos jogos foram muito equilibrados. Estes resultados indicam que o campeonato nacional de 2008 apresentou uma certa disparidade entre o nível de desempenho entre as equipes. Leite (2003) sugere que a maior ocorrência de jogos decididos por margens pontuais estreitas apontam para uma maior aproximação do nível competitivo das equipes. Em função destes resultados, a análise das variáveis que melhor diferenciam as equipes vencedoras das perdedoras também foi realizada em função das diferentes categorias dos jogos (Desequilibrados, Equilibrados e Muito Equilibrados).

5.1.2 Variáveis preditoras da vitória e da derrota nos jogos, em função da

No documento Universidade Estadual de Londrina (páginas 56-58)

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