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Concluímos este relatório apontando, sinteticamente, os avanços (saldos positivos) da CIAPES, as dificuldades enfrentadas e apontando os passos futuros.

Avanços

A CIAPES teve, desde o seu inicio, a preocupação em desenvolver ações formativas a partir das demandas de docência da UFJF. Em 2011 e inicio de 2011 o questionários - sobre as práticas e recursos pedagógicos utilizados para aulas - aplicado a professores e estudantes de toda a universidade obteve resultado de 512 docentes e 8398 estudantes (presenciais) respondentes; número significativo, que representou, naquele momento, mais de 50% do total de docentes e discentes da UFJF. Estes dados – que sinalizaram o predomínio de aulas expositivas dialogadas e uso de PowerPoint –, foram articulados a uma pesquisa desenvolvida pelas coordenação da CIAPES, que buscou conhecer ações formativas para docentes do ensino superior desenvolvidas em outras instituições federais, e também integradas à experiência pedagógica da equipe de coordenação. O Resultado deste processo inicial se materializou no Projeto Piloto denominado “Ações Formativas para a Docência no Ensino Superior”. Neste projeto, em que 91 docentes em estágio probatório (ano referência 2011) foram convidados a participar, contabilizamos apenas 90, pois tivemos um pedido formal de uma das docentes para a retirada do seu nome tanto do curso, como da plataforma e dos dados. Portanto, num universo de 90 convidados, 76 docentes tiveram ao menos alguns acessos ao Projeto proposto, ou seja, apenas 14 não acessaram nada e não participaram de nenhuma palestra.

Dos 76 que tiveram algum acesso, dezenove somente acessaram a plataforma. Tal acesso pode ter promovido um contato rápido com o material ou leitura de materiais, acesso aos vídeos ou ainda downloads de materiais que estavam disponíveis.

Disso resulta que dos 76 que tiveram alguma participação, 57 professores receberão algum tipo de certificado: participação no encontro presencial, participação no ciclo de palestras I e/ou II. Este dado está compatível com o que foi enviado para nós como resultado final.

Dos 57 professores que receberão algum tipo de certificação, 18 receberão certificados de conclusão com aprovação total no Projeto Piloto e estarão isentos de participação nos próximos cursos que serão oferecidos pela CIAPES a partir de 2013.

Os professores que cumpriram integralmente o projeto piloto, contabilizaram um mínimo de 95 horas – contando com as cinco horas do evento Bem vindos promovido pelo PRORH - e receberam pontuação total da CIAPES no estágio probatório. Cabe lembrar que até este momento não vigorava a Lei 12775/12.

A partir de 2013, com os resultados do Projeto Piloto e em atendimento à legislação federal e da UFJF, foi criado o Programa Percursos Formativos, com duas ofertas computadas até o final de junho de 2014. Assinale-se que todos os cursos e oficinas foram criados e desenvolvidos por docentes da UFJF, de diversas áreas.

Na primeira oferta, em que foram oferecidos 04 cursos e cinco oficinas, obtivemos 310 inscrições e 269 docentes foram certificados.

A segunda oferta, ofereceu aos docentes seis opções de cursos e cinco oficinas. Dos 265 inscritos, 171 foram certificados.

Ao todo, nos dois momentos, tivemos aproximadamente 650 horas de ações formativas oferecidas, sendo que no segundo oferecimento integraram o Programa alguns cursos desenvolvidos pela PRORH e que tinham aderência aos propósitos de formação da CIAPES, a saber: percursos formativos voltados à docência na graduação.

Concluimos esta gestão com um salto muito positivo, em que as metas propostas pela CIAPES foram contempladas e algumas extrapoladas. A única ação proposta que infelizmente não pode ser contemplada por nós foi a meta 25, que indicava a criação de uma Seminário sobre Docência no Ensino Superior, envolvendo também outras universidades, mas que por conta do semestre atípico, notadamente marcado pela greve dos TAE a realização de tal evento foi inviabilizada.

Dificuldades encontradas/caminhos criados

Destacamos que a inexistência de infraestrutura física para o desenvolvimento de todo o trabalho realizado e atendimentos aos docentes foi um grave empecilho enfrentado por esta coordenação e pelo Programa. Durante toda a suas existência, nestes três anos, a equipe da CIAPES desenvolveu suas ações utilizando as instalações da sala- gabinete de trabalho da coordenadora, Adriana Rocha Bruno, e do seu grupo de pesquisa – GRUPAR - na FACED. Não somente o espaço, mas equipamentos e

celulares tanto da coordenação quanto das gerências tiveram que ser utilizados continuamente por não ter sido destinada uma sala para que a CIAPES funcionasse.

Os atendimentos aos docentes, reuniões, uso de computadores por bolsistas e docentes do Programa, tiveram na FACED seu espaço físico. Esta foi a saída encontrada pela coordenação para viabilizar tudo o que foi desenvolvido.

As solicitações, incansáveis, para que fosse destinada uma sala para a CIAPES, com computadores, impressora, telefone, armários etc, não foram contempladas até o encerramento do PDI. É importante que isso seja revisto, pois esta coordenação deve ser mais do que um cocriador de cursos e ações formativas, mas um espaço para fomentar o diálogo pedagógico. Precisamos, mais e mais na Universidade da constituição de ambientes para o debate e articulação pedagógicas. Isso tem sido deixado de lado pelas Instituições de ensino em geral e pelo Ensino Superior em particular. A docência tem sido subjugada em detrimento da pesquisa, como se não fosse possível um trabalho articulado. Mais, a docência tem sido uma porta de entrada para que docentes assumam- se como pesquisadores, deixando a docências – especialmente na Graduação – de lado. Precisamos, com urgência, equilibrar nossas ações de docência e pesquisa em favor da aprendizagem e, para isso, um caminho possível pode ser a cocriação de mais e mais espaços de debate, diálogo, estudos e experiências pedagógicos.

Portanto, não se trata e nunca se tratou de reinvidicar uma sala para mais uma coordenaçãoo, mas sim de atender de fato as demandas dos docentes e da docência na UFJF.

Por atalhos, outros trajetos

Sabemos que há muito por realizar, já que a formação para a docência no Ensino Superior é um desafio para a Educação Brasileira. Registramos o passo importante que a UFJF deu nesta direção e destacamos o quanto nosso Programa Percursos Formativos e as ações realizadas ao longo desses três anos CIAPES vem recebendo reconhecimento e elogios, não apenas pelos docentes da UFJF, mas também de outras instituições que nos procuram para parceria, socialização e divulgação.

(Trans)Formar a Educação brasileira é o desejo de todos e existem múltiplos caminhos para isso. A CIAPES pode ser um atalho para cocriação de outros trajetos, mas sem articulação com as demais frentes e propostas desenvolvidas pela universidade os avanços tendem a ser ainda mais morosos e/ou aquém ao esperado-desejado. Por

isso, articulação, participação efetiva dos docentes, cocriação de ambientes (presenciais e online) formativos e um debate com desdobramento prático sobre as ações pedagógicas se fazem urgentes.

Há ainda muitas resistências aos processos formativos para a docência em suas diversos espaços e segmentos, especialmente por parte de docentes que não escutam seus estudantes e não acompanham as mudanças sociais, pois permanecem enclausurados em suas “certezas”, engessados/paralisados diante do novo e encarcerados em gaiolas epistemológicas que não os permite ver-olhar além.

A CIAPES promoveu, por meio das ações realizadas, mudanças significativas nas práticas de docentes. Os relatos após os cursos e oficinas indicam isso. Os projetos apresentados ao final do Curso Docência no Ensino Superior, por exemplo, ajudou muitos docentes a ousarem mais, valorizarem suas práticas, ressignificá-las e transformá-las. Os professores, em sua maioria, se preocupam com a aprendizagem de seus alunos, com as possibilidades para sua docência.

Por isso, a continuidade desta coordenação é fundamental para que os docentes, todos (inclusive as vozes dissonantes e resistentes), tenham espaço e possam ser ouvidos. Que a CIAPES amplie seu campo de atuação desenvolvendo ações formativas com os docentes e potencializando/valorizando as práticas realizadas pelos docentes. É preciso criar, na UFJF, espaços para que as trocas, a socialização destas ações de docência, atos de currículo como dizem alguns estudiosos, possam existir. Que não façamos somente diagnósticos, mas que por meio deles busquemos, coletivamente, sanar as dores, os problemas e as doenças que persistem na Educação.

Por fim, agradecemos a esta Pró-reitoria e a gestão superior pela criação desta coordenação. Todos que atuamos na CIAPES trabalhamos muito, mas aprendemos muito e pudemos ampliar ainda mais nossa visão de docência e hoje podemos compreender que a educação contemporânea é plural. Falemos e produzamos DOCÊNCIAS.

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