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CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES

6.1 Conclusões

O mercado atual está passando por mudanças significativas, que estão exigindo das empresas um novo pensar na forma de atuação. Os pilares da mudança foram a globalização, o acirramento da concorrência e a economia voltada ao conhecimento. A globalização, uma vez que com a diminuição das barreiras alfandegárias, a produção será realizada no local que ofereça melhores condições. O acirramento da concorrência, já que agora existe excesso de oferta, ou seja, o consumidor pode escolher o que irá comprar, e a economia voltada ao co- nhecimento, o que implica que as atividades que agregam valor preponderam sobre as ativi- dades manuais e mecânicas.

Neste novo cenário, as atividades inerentes ao desenvolvimento de produtos preci- sam se adequar, para que a empresa continue atuante no mercado. Uma das ramificações desta adequação é relativa ao foco das atividades.

Com esta visão sedimentada, buscou-se na literatura auxílio para que o modelo pro- posto fosse coerente com o que tinha sido estabelecido como objetivo. Desta forma, através do uso de matrizes, sendo a última a Matriz de União (ver anexo 5), foi possível a quantifica- ção das peças e componentes mais críticos considerando vários dados de entrada, dando à equipe de projeto de produto um critério para que o foco das ações caísse sobre o que era mais importante.

O primeiro passo do modelo foi definir quais são os possíveis dados de entrada de um projeto de produto e depois possibilitar à equipe de projeto escolher quais deles são real- mente de interesse da equipe. Na bibliografia pesquisada foram encontrados sete dados de entrada e com o uso da Matriz de Priorização (ver tópico 3.2.1) é possível estabelecer uma ordem para que os dados menos relevantes para a equipe de projeto de produto fossem des- considerados.

Como o modelo não irá trabalhar somente com o dado de entrada necessidades dos clientes, na etapa seguinte, com os dados de entrada escolhidos, a meta era encontrar meios de se colocar, de forma numérica, quais as peças mais importantes para cada dado de entrada.

O terceiro passo, que é o coração do projeto, foi propor um método para que os da- dos de entrada estudados individualmente, o que levaria a priorizações provavelmente em caminhos não semelhantes, fossem agrupados de forma que se montasse um único índice de

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priorização que considerasse todos os dados de entrada simultaneamente. Isto foi conseguido através da criação da Matriz de União (ver tópico 4.5).

O quarto passo alcançado, após definir quais são as peças e componentes mais im- portantes, foi estabelecer rotinas para que as atividades da equipe de projeto continuassem focadas nestas peças até o final do projeto de produto. Com o uso de técnicas de qualidade e de modelos de gestão de projeto de produto, foi possível dar este último passo.

A aplicação do modelo aconteceu com sucesso, e para os interessados em utilizá-lo vale ressaltar alguns pontos positivos do modelo:

- a empresa onde o modelo foi aplicado, através do líder e de sua equipe de projeto de produto, mostrou interesse e patrocinou o trabalho, o que facilitou sua aplicação;

- a equipe, com a evolução das atividades, percebeu o quanto estava sendo útil o modelo, agregando às matrizes propostas outras funções, como cronograma e status de desenvolvi- mento da peça;

- as áreas, que no começo do projeto defendiam com afinco o dado de entrada sob sua res- ponsabilidade, com o decorrer do uso do modelo perceberam que todos são importantes e que seriam considerados na priorização;

- a sinergia conseguida durante a aplicação, entre os membros da equipe.

Pode-se agora afirmar que os objetivos (geral e específicos) propostos no primeiro capítulo foram alcançados:

- Determinar os dados de entrada relevantes para o projeto do produto: a revisão bibliográfi- ca feita no Segundo Capítulo permitiu definir sete dados de entrada: Consumidor, Enge- nharia, Falhas de Campo, Processo, Ambiente, Prazo e Custo. A ferramenta Matriz de Pri- orização explicada no Terceiro Capítulo e que faz parte da segunda etapa do modelo pro- posto no Quarto Capítulo sugere como determinar quais dos sete, ou mais, caso as empre- sas trabalhem com outros dados de entrada, são os relevantes;

- Estabelecer critérios para priorizar individualmente os dados de entrada de projeto: o fer- ramental sugerido no Terceiro Capítulo, e que foi usado na terceira etapa do modelo (Quar- to Capítulo), fornece as bases para priorizar individualmente os dados de entrada de proje- to. Por exemplo, o uso da Arquitetura de Produto como critério para priorizar o dado de en- trada Engenharia;

- Estabelecer parâmetros para integrar os dados de entrada, que permitam priorizar as peças e sistemas críticos: este objetivo específico foi alcançado com o desenvolvimento da fer- ramenta Matriz de União, no Quarto Capítulo, e que compõe a quarta etapa do modelo;

- Estabelecer rotinas para que o projeto das peças e sistemas priorizados seja conduzido de forma diferenciada até a produção final do novo produto: o último objetivo específico foi contemplado nas duas últimas etapas do modelo estabelecido no Quarto Capítulo, que con- siste basicamente em manter o foco nas peças e componentes selecionados e tratá-los com auxílio de ferramentas de qualidade e estatísticas.

O objetivo geral deste trabalho foi desenvolver um modelo para priorizar peças e componentes, considerando vários dados de entrada do projeto, como prazo, custo, qualidade e meio ambiente. O objetivo geral foi alcançado, num primeiro momento, com o desenvolvi- mento do modelo proposto no Quarto Capítulo (ver figura 26), sustentado pelo referencial teórico desenvolvido nos Segundo e Terceiro Capítulos. Este é composto de seis etapas: pre- paração do modelo, definir os dados de entrada a serem utilizados, quantificar os dados de entrada, priorizar as peças e componentes considerando os dados de entrada, desdobrar as peças e componentes críticos, e preparar o novo produto para produção e produzi-lo.

Num segundo momento, o objetivo geral foi corroborado com a aplicação com su- cesso do modelo numa indústria de eletrodomésticos, mostrado no Quinto Capítulo, que com- provou a viabilidade do modelo.

É importante finalizar dizendo que, apesar de os objetivos deste trabalho terem sido plenamente alcançados, o assunto não se extingue aqui. Assim, serão sugeridos novos estudos relacionados ao tema.

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