• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 4. MODELO PROPOSTO

4.7 Etapa 6: Preparar o Novo Produto para Produção e Produzi-lo

Esta etapa consiste em dois grandes grupos de atividades, a primeira envolve prepa- rar o novo produto e a segunda é a concretizar o projeto, com a produção real. A figura 44 mostra esta etapa do modelo.

4.7.1 Preparar o novo produto

A primeira parte desta fase consiste em planejar, projetar e executar as instalações fabris necessárias. Enquanto cada área cuida da sua instalação, a Garantia da Qualidade, re- presentada pelo Engenheiro da Qualidade deve negociar com a Área de Instalações o crono- grama das instalações fabris previstas e necessárias da GQ, auxiliar a definição do layout e requisitos das instalações fabris inerentes a Garantia da Qualidade e acompanhar as obras / instalações.

Figura 44 - Etapa 6: Preparar o novo produto para produção e produzi-lo.

Trabalhar os dados de entrada Dados de Entrada Quantificados Lista de Peças e Componentes Críticos Matriz de União FMEA Mold Flow Ansys DOE RAM Eng. De Produto Testes Certificaç. Teste Campo Usabilidade Lab. De Desenvolv. QFD #3 Mapa Proc. Cpk FMEA Plano Insp. Eng. Proces. Manufatura ESI Certificaç FMEA Cpk Suprimentos Produto Final Ca m po Co ns um id or Enge nha ri a Proc es so Cus to Am bi en te Pra zo Matriz de Priorização Dados de Entrada Selecionados

69

A segunda etapa é planejar e adquirir materiais e componentes comprados. Aqui a Garantia da Qualidade deve se certificar de que os materiais e componentes que serão com- prados tenham seu Certificado de Aprovação concluído (adiante este tema será abordado no- vamente para peça fabricada), ou seja, que os testes dimensionais, de vida, físico-químicos e funcionais das peças foram executados e que a peça esteja aprovada. Caso isto ainda não te- nha acontecido, avisar e auxiliar a área de Suprimentos e o Fornecedor para que eles proce- dam esta atividade, caso contrário a peça não pode ser usada.

Caso o material ou a peça estejam com o Certificado aprovado, assim que cada lote deles chegar na empresa, a GQ deve inspecioná-lo de acordo com o plano de inspeção e dar o seu parecer: Aprovado ou Rejeitado.

A terceira atividade envolve a preparação da produção e distribuição. Aqui, a Garan- tia da Qualidade deve adequar e alocar os seus recursos e estrutura de acordo com o mix de produção planejado, auxiliar no planejamento (certificar a representatividade da amostra) da realização do teste de transporte externo e da produção piloto, definir e solicitar produtos de produção piloto para seu uso, certificar que produtos que irão para teste de campo (funcionais) serão testados no Laboratório de Auditoria de Produtos.

Na preparação do novo produto para produção também é importante a preocupação com o pós-venda. É importante lembrar que o modelo propõe atividades para a minimização dos defeitos do produto. Contudo alguns continuarão existindo, assim justifica-se a preocupa- ção com o pós-venda, que é de responsabilidade da área de Assistência ao Consumidor. Ape- sar de não ser de sua responsabilidade, a GQ deve contribuir nesta atividade de preparar a rede de serviços: realizando análise crítica do boletim de lançamento, realizando análise críti- ca das tabelas de defeitos do novo produto que será encaminhada à rede, realizando análise crítica da metodologia para diagnóstico dos novos defeitos que será utilizada pela rede de serviços autorizados, planejando quais peças com eventuais problemas e trocadas pela rede devem retornar para a empresa para análise.

A quinta atividade envolve a fabricação de peças para aprová-las individualmente e a seus respectivos processos, para a emissão do Certificado de Aprovação de Amostra (CAA), sem o qual a peça não pode ser montada no produto. Aqui, num primeiro momento o enge- nheiro da qualidade deve verificar se os processos críticos estão atendendo aos valores de capacidade pré-estabelecidos e solicitar plano de ação para processos não capazes, para num segundo momento verificar se todas as peças estão com CAA aprovado. É de responsabilida- de da Garantia da Qualidade proceder aos ensaios dimensionais e físico-químicos, através dos

seus laboratórios de metrologia e físico-químico respectivamente, que são ensaios pertencen- tes à elaboração do CAA.

Depois de ter o CAA aprovado de todas as peças, com as instalações fabris concluí- das, as máquinas, equipamentos e ferramentais entregues e instalados, deve-se proceder à pe- núltima etapa da preparação do produto para produção, que é a execução do lote piloto, que serve para simular uma produção real na linha de montagem e verificar o seu comportamento. Várias são as atividades que a Garantia da Qualidade deve fazer aqui, como: elaborar plano de treinamento para o seu pessoal no novo produto, capacitar e treinar os colaboradores da GQ para trabalhar com os novos produtos, inspecionar os itens fornecidos por terceiros no rece- bimento, acompanhar a produção piloto sob a ótica da qualidade, testar no LAP os produtos funcionais e para teste de campo (estes produtos irão substituir os protótipos com os quais iniciou-se o teste de campo), analisar a produção durante o lote piloto (auditoria de processo), emitir campo da qualidade do relatório de aprovação de lote piloto, consensar parâmetros de aprovação final e implantá-los no sistema da qualidade, realizar auditoria nos e emitir relató- rio dos produtos que passaram pelo teste de transporte externo (estético e funcional), realizar

Follow Up das ações planejadas e implantadas para as falhas identificadas no lote piloto, ga-

rantir que a produção só inicie quando as falhas apontadas no lote-piloto forem sanadas. Após o lote piloto, onde foram manufaturados produtos em condições reais da linha de montagem, parte-se para a última parte antes da produção comercial, que é a certificação do produto, ou seja, verificar se o produto final produzido na linha de montagem atende aos requisitos de uso e de norma. As peças já haviam sido aprovadas individualmente (CAA), mas não unidas na forma do produto, que é o que será feito na certificação. Apesar de a certifica- ção se de responsabilidade do LDAP, a Garantia da Qualidade também contribui, realizando análise crítica do plano de ensaio, participando da auditoria de segurança e fazendo follow up do Plano de Ação Corretiva, caso ele seja necessário.

4.7.2 Produção real

Depois de todo o trabalho feito até aqui, pode-se finalmente produzir e distribuir o produto.

A partir deste momento, normalmente a equipe de projeto é desfeita e o produto pas- sa a ser acompanhado pela engenharia residente. Assim, é importante não perder todo o traba- lho feito, repassando para esta área todo o conceito desenvolvido para que ela se sinta com- prometida a continuar o trabalho de melhoria feito até então.

71

Em primeiro lugar deve-se inspecionar os itens comprados no recebimento, conforme plano de inspeção, dando atenção maior àqueles que são críticos. Os planos devem ser cons- tantemente revisitados para que sejam atualizados com as alterações que serão feitas nas peças depois de entrarem em produção, seja por melhoria, racionalização ou outro motivo.

Em segundo lugar deve-se garantir que os produtos sejam fabricados e montados de acordo com o plano de fabricação. A área da empresa responsável pelo monitoramento da qualidade irá fazer isso através de auditorias de produtos (onde os produtos finais são levados a áreas de teste e testados para verificar sua conformidade quanto ao funcionamento, estética e segurança) e de processos (onde as linhas de produção são verificadas durante o seu trabalho para verificar conformidade quanto ao cumprimento das folhas de instrução de trabalho, cali- bração das máquinas e equipamentos, cumprimento e atualização da documentação, etc.).

Em terceiro lugar, auditar produtos e materiais em estoque, conforme Sistema da Qualidade da empresa, para que eles estejam sendo acondicionados de acordo com o que o sistema preveja.

Em quarto e último lugar, o setor responsável pelo acompanhamento da qualidade deve acompanhar a performance dos produtos, tanto internamente na fábrica, emitindo e in- terpretando relatórios de defeitos no recebimento, na linha de montagem e na área de testes, quanto no campo, compilando e analisando os dados gerados pela Assistência ao Consumidor dos defeitos reclamados pelo consumidor, para que sejam direcionadas e cobradas ações das áreas responsáveis pelos defeitos.

4.8 Comentários

Como últimas atividades do projeto têm-se aquelas ligadas ao seu planejamento, sendo que duas não têm a participação da Garantida da Qualidade (planejamento do lança- mento do produto no mercado e controle financeiro do projeto) e que a última, que envolve a gestão do projeto e está distribuída durante todo o seu desenvolvimento, deve ser desdobrada para a GQ da seguinte forma: elaborar cronograma detalhado do projeto das atividades e re- cursos da qualidade, monitorar os itens de controle da qualidade dentro do projeto, negociar com líder do projeto eventuais necessidades de re-adequação de recursos da estrutura da qua- lidade.

Com a apresentação das suas seis etapas, o modelo está proposto, onde buscou-se uma metodologia para o projeto de produto usando ferramentas estatísticas e de qualidade logicamente unidas, que auxilie equipes de projeto a priorizar peças e componentes durante o

projeto de um novo produto, levando em conta os vários dados de entrada do projeto, de for- ma que seja projetado e produzido um produto robusto, com o menor custo e menor prazo possível. Busca-se assim um produto que garanta a satisfação do consumidor (baixo índice de defeitos), o retorno do acionista (alto lucro) e a satisfação do colaborador (baixo retrabalho). A figura 26 mostra o modelo completo.

Ao finalizar o modelo, que foi desenvolvido a partir da realidade das grandes empre- sas, pôde-se perceber que ele também tem validade para pequenas e médias empresas. Isto porque, se as grandes empresas, que normalmente possuem uma área de projetos e desenvol- vimento de produtos e processos estruturada, necessitam priorizar os passos a serem seguidos dentro dos seus projetos, o mesmo vale para as pequenas e médias empresas. Estas empresas também têm carência de recursos financeiros e humanos para os seus projetos de produto, que mesmo sendo em menor escala, precisam ser feitos visando a maior qualidade, o menor custo e no menor tempo. E assim, o uso do modelo proposto nesta dissertação pode ser resumido e usado também para auxiliar as pequenas e médias empresas nos seus projetos e desenvolvi- mento de produtos.

Deve-se partir agora para a aplicação do modelo num caso real, para verificar a sua aplicabilidade e eficácia. O próximo capítulo trará um exemplo real do uso do modelo propos- to.

Documentos relacionados