• Nenhum resultado encontrado

mg x 60 comp Método da Regressão Linear Declive positivo Xanax, 1 60 comp Método da Regressão Linear Declive negativo

3.6 Conclusões e Perspetivas Futuras

O facto de o Método da Regressão Linear se ter revelado como o mais adequado em 13 dos 19 medicamentos estudados acaba por não ser consentâneo com as práticas correntes, sabendo- se que a regressão linear não é utilizada como método de previsão da procura em unidades de saúde (como por exemplo na farmácia hospitalar), sendo preterida em função de métodos como a média exponencial simples. [9]

Esta foi uma questão também levantada por um trabalho que precedeu o presente, elaborado por Ana Lopes, que apurou o Método da Regressão Linear como aquele que apresentou menor erro na previsão da procura de Medicamentos Sujeitos a Receita Médica Especial. [10] Embora seja ainda um universo de estudo extremamente reduzido, poderá começar a ser levantada a questão de se o Método da Regressão Linear não deveria começar a ser olhado com outros olhos por parte do gestor de farmácia comunitária.

Adicionalmente, os valores relativos à procura real sofrem muitas alterações ao longo dos períodos de tempo estudados e segundo a bibliografia, a regressão linear não é o melhor método de previsão da procura para dados que sofrem alterações rápidas. [25]

Uma vez que a bibliografia nos diz que a magnitude dos dados recolhidos vai influenciar o método de previsão, [13] podemos formular a hipótese de que estes dados não atinjam a magnitude suficiente para que se alcancem níveis de precisão mais elevados para modelos mais elaborados.

Olhando ainda aos valores de declive da reta associados a este método, 8 dos 13 medicamentos em que a Regressão Linear se evidenciou apresentaram declive negativo, sendo este facto consentâneo com a tendência geral e recente de diminuição da prescrição e consequente cedência de Benzodiazepinas.

Podemos ainda observar que os 5 casos em que o declive da reta apresentou valores positivos se tratam ou de medicamentos genéricos (no caso os 3 Alprazolam Mylan) ou de medicamentos que ainda não possuem nenhum genérico (Victan e Olcadil).

O Método da Média Exponencial Simples e o Método da Média Exponencial com Correção de Tendência e Sazonalidade foram escolhidos como preferenciais para 3 medicamentos cada um, enquanto apenas o método da Média Exponencial com Correção de Tendência não foi selecionado para nenhum dos medicamentos estudados. Podemos pois inferir que, porventura, para os medicamentos em que seja conveniente uma consideração mais complexa que a Média Exponencial Simples, a Tendência e a Sazonalidade estão associadas.

O Método da Média Exponencial com Correção de Tendência e Sazonalidade apresentou, de facto, resultados evidentes na previsão da procura do medicamento Codipront, que estando

incluído farmacologicamente no grupo das BZD, tem uma indicação bastante diferenciada das restantes, uma vez que é antitússico. Tal facto torna pertinente o estudo da aplicação deste método em termos de indicações terapêuticas que à partida possam facilmente ser associadas a variações sazonais, como as indicações associadas a síndromes gripais, mais frequentes no inverno, ou até indicações associadas a patologias de cariz alérgico, mais frequentes na primavera.

Para este fármaco, os valores de constantes de alisamento com melhores resultados foram de 0,5, podendo repartir igual peso entre os dados mais recentes e os dados mais antigos. Similarmente, sempre que o método da Média Exponencial Simples foi selecionado, foi esta a ponderação responsável pelos melhores resultados. Podemos, assim, atestar que o gestor farmacêutico deve ser atento à globalidade dos dados de que dispõe.

O facto de serem em número muito reduzido os estudos que consideram a aplicação de métodos quantitativos de procura à realidade da farmácia comunitária tornou pertinente a execução deste estudo, o que não inviabiliza que o mesmo não seja mais que uma gota no oceano.

Importa, pois, realizar um número elevado de estudos, formulando e testando variados cenários e hipóteses, a fim de aí sim poderem ser inferidas premissas de maior validade científica.

Este estudo pode ser explorado através da utilização de outras premissas, como por exemplo testando outras constantes de alisamento, podendo igualmente ser estendido a outros métodos de previsão da procura, não só quantitativos como também qualitativos, sendo igualmente necessário estudar a sua aplicação a outros grupos de fármacos. Além disso, existe uma forte variação entre a procura registada em cada farmácia, consoante a sua localização e dimensão, devendo o estudo ser conduzido em outras farmácias.

Importa pois, uma globalização e universalização deste tipo de estudos, que creio que podem ser o futuro da gestão farmacêutica, nomeadamente para os fármacos mais determinantes, sendo pertinente a realização próxima de um estudo em que seja aplicada uma análise ABC à totalidade dos fármacos consumidos numa dada farmácia, pese embora a exigência de melhores e maiores recursos para tal procedimento.

3.7 Referências Bibliográficas

[1] Decreto-Lei nº 15/93, de 22 de Janeiro. Regime jurídico do tráfico e consumo de estupefacientes e psicotrópicos.

[2] Tyrer P., Benzodiazepine dependence: a shadowy diagnosis. Biochemical Society Symposia. 1993;59:107-19.

[4] Wells, B.G.; DiPiro, J.T.; Schwinghammer, T.L. e Hamilton, C.W.; Manual de Farmacoterapia. Sexta Edição, 2007. Rio de Janeiro. McGraw Hill.

[3] Lance P. Longo, M.D. e Brian Johnson, M.D. Addiction: Part I. Benzodiazepines - - Side Effects, Abuse Risk and Alternatives. Am Fam Physician 2000; 61: 2121-8.

[5] INFARMED. Serão as benzodiazepinas a Panaceia para todos os males dos Portugueses?. Boletim de Farmacovigilância. 2001,5(1).

[6] Observatório do Medicamento e dos Produtos de Saúde. Evolução do consumo de benzodiazepinas em Portugal de 1995 a 2001. Dezembro de 2002.

[7] Rayon P, Montero D, Santamaría B. Benzodiazepine Consumption in Spain. Eur Clin Pharmacoll 1997; 52 (4): 321-323.

[8] Almeida, Anabela. Apontamentos de Gestão e Organização Farmacêuticas. Covilhã – UBI, 2011.

[9] Novaes, M.; A. A. Gonçalves, et al. Gestão das Farmácias Hospitalares através da Padronização de Medicamentos e Utilização da Curva ABC. 2006

[10] Lopes, Ana. Previsão da procura para medicamentos sujeitos a receita médica especial. Covilhã, Junho de 2011.

[11] Deloitte Consultores, S.A. para APIFARMA. Caracterização das falhas de abastecimento no mercado farmacêutico nacional – Actualização 2013 – Relatório. 20 de Maio de 2013

[12] Gabinete de Estudos e Projetos do INFARMED I.P. Monitorização do Mercado de

Medicamentos em Ambulatório - Março 2013. 29 de abril de 2013.

[13] Fusco, J. P. A., Sacomano J. B. Operações e Gestão Estratégia da Produção. 2007

[14] Veríssimo, A.J. et al. Métodos estatísticos de suavização exponencial Holt-Winters para previsão de demanda em uma empresa do setor metal mecânico. Revista Gestão Industrial.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Campus Ponta Grossa, Paraná, Brasil. 22 de Janeiro de 2013

[15] Gardner, E.S. Exponential Smoothing: The State of the Art - Part II. International Journal of Forecasting, v.22, n.4, p. 637–666, 2006.

[16] Chase, R. B., Jacobs, F. R. et al. Administração da Produção para a Vantagem

Competitiva. 450-491. 2006.

[17] Davis, M. M., Aquilano, N. J. et al. Fundamentos da Administração da Produção. 211-248. 1999.

[18] Flambó, A. A. Métodos de Previsão. Proelium – Revista da Academia Militar, 113-127.

[19] Rodrigues, et al. Estatística em Ciências Humanas e Sociais. Universidade Lusíada, Lisboa, Portugal. 2010.

[20] Reis, E. Estatística Descritiva. Edições Sílabo, Lda. 7ª edição. Lisboa. 2008.

[21] Carvalho, J. C. d. e Ramos, T. Logística na Saúde. 2009.

[22] Ritzman, L. P., Krajewski, L. J. Administração da Produção e Operações. 259-292. 2004.

[23] Ballou, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial. 241-257. 2004.

[24] Feliciano, R. A. Uma proposta de gerenciamento integrado da demanda e distribuição, utilizando sistema de apoio à decisão (SAD) com Business Intelligence (BI). 2009.