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A revisão bibliográfica aprofundada associada à análise dos dados obtidos em

campo permitiu as seguintes conclusões sobre a “Hipótese da Glaciação do Maciço do

Itatiaia”:

I. embora o glaciologista suíço Louis Agassiz tenha sido o primeiro autor a sugerir a

ocorrência de glaciações pleistocênicas no Sudeste do Brasil, em especial no Rio de

Janeiro, o autor nunca chegou a visitar a Serra da Mantiqueira e, portanto, o Maciço

do Itatiaia;

II. diferentemente da afirmação de todos os trabalhos encontrados a respeito da suposta

glaciação, foi o engenheiro brasileiro José Franklin Massena o autor pioneiro a

sugerir, em 1867, a presença de geleiras no alto do Itatiaia, e não o geógrafo francês

Emanuel De Martonne em 1940;

III. a polêmica envolvendo a “Hipótese da Glaciação do MI” perdurou, de fato, até

1974, quando Faustino Penalva praticamente pôs fim à discussão usando

argumentos muito bem embasados nas condições lito-estruturais intrínsecas do

maciço alcalino;

IV. as feições supostamente glaciais observadas no Planalto do Itatiaia podem ser

explicadas alternativamente pela interação de processos intempéricos químicos

físicos e biológicos, condicionados pelo mosaico estrutural herdado do maciço

alcalino;

V. a discussão relativa ao tipo de intemperismo predominante no modelado encontrado

no alto do planalto permanece dúbia e aberta, embora as evidências de campo e

estudos mais recentes apontem para um equilíbrio dinâmico entre a atuação do

intemperismo químico, físico e biológico no alto do maciço;

VI. embora a negação da “Hipótese da Glaciação Pleistocênica do MI” seja hoje um

consenso acadêmico, a comprovada atuação de processos geocriogênicos no

modelado do maciço a todo tempo remete a uma possível ação glacial aos olhos

desatentos.

86

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Cap.33, p.: 552-595.

92

Apêndice A

Ano Autor Título do trabalho Tipo de trabalho ("peso") Posição frente a hipótese da Glaciação

do Itatiaia Argumentos Locais de observação

1867 Massena Quadros da Natureza Tropical ou Ascenção Científica

ao Itatiaya Livro (Folheto para o Imperador)

À favor, embora reconheça o intemperismo como forte modelador

do relevo

Rochas erráticas ao redor do rio Campo Belo e material arrastado por ação de geleiras há mais de 8km até quase o Vale do Paraíba; Comparação Mont Blanc - Itatiaia. Gelo atinge 15 cm de espessura nas várzeas. Desequilíbrio atmosférico. Ação

glacial marcante através das feições de relevo.

Rio Campo Belo, Agulhas Negras, Vale dos Lírios

1868 Agassiz A Journey in Brazil Livro (Narrativa científica) Indiretamente à favor Depósitos glaciais (drift) no Rio de Janeiro e em toda a costa brasileira até o Amazonas. Plantações de café sobre os depósitos glaciais, supostamente mais férteis. Blocos erráticos no Rio de Janeiro e costa brasileira.

Corcovado, Tijuca, Paquetá, Mauá, Petrópolis, Juiz de Fora, Ceará, Bahia,

Pernambuco, Amazonas, Etc. 1889 Derby Os picos altos do Brazil Artigo Não comenta Não comenta sobre possíveis agentes geomorfológicos de formação do Itatiaia. Sem especificação 1893 Branner The Supposed Glaciation of Brazil Artigo Indiretamente Contra Evidências indiretas Não foi ao Itatiaia 1900 Reclus Estados Unidos do Brasil, Geographia, Ethnographia,

Estatística Livro Cita porém não discute Apenas chama de estrias de neve as caneluras observadas nas Agulhas Negras Agulhas Negras e Vale do Paraíba 1903 Dusén Sur La Flore de la Serra do Itatiaya Livro (Descritivo) Contra

Cicatrizes de movimentos de massa mostravam a origem dos blocos nos vales; Arredondamento das arestas dos blocos causado por intemperismo químico; Sulcos erosivos orientados sempre na direção da maior inclinação das escarpas e

alvéolos; Rachaduras e vulnerabilidade dos paredões de rocha alcalina.

Pico das Agulhas Negras, vales dos rios Campo Belo, Preto Aiuruoca. Todo o

planalto. 1936 Lamego O Massiço do Itatiaya e Regiões Circundantes Relatório (Serviço Geológico e

Mineralógico) Não Comenta Apenas comenta sobre a situação altitudinal do Itatiaia Todo o planalto 1940 De Martonne (1° artigo) Problemes morphologiques du Brésil tropical

atlantique. Artigo Não comenta Defende a erosão diferencial; erosão seletiva como resposta à diferente resistência das rochas.

Toda a Serra da Mantiqueira, sem especificação 1940 De Martonne (2° artigo)* Problemes morphologiques du Brésil tropical

atlantique. Artigo À favor

Um rebaixamento de 6° a 7°C de temperatura seria suficiente para a sustentação de geleiras locais no Itatiaia; vales suspensos, encarneiramento das feições residuais e circos da vertente norte do Itatiaia explicados por nivação e ação de

geleiras; rebaixamento da linha de neve (snowline) associado ao alto índice pluviométrico da região.

Planalto

1942 Silveira Itatiaia Artigo (Congresso)

À favor, embora reconheça o intemperismo como forte modelador

do relevo

Sulcos orientados segundo os ventos dominantes, formados pela ação mecânica eólica. Marmitas eólicas nas faces voltadas para os ventos predominantes. Ação térmica com geração de diáclases, movimentos de massa como origem dos boulders.

Vales supensos, Escarpas verticais em forma de "auge", soleiras e cone de ejeção flúvio-glacial.

Vale do Rio Maromba (marmitas), Planalto, Prateleiras, Várzeas das ;Flores e Aiuruoca, Serra Negra. Lagoa do Coração; Vila do Rio

Campo Belo (depósito flúvio-glacial) 1943 De Martonne (2° artigo) Problemas morfológicos do Brasil tropical Artigo Não comenta Defende a erosão diferencial; erosão seletiva como resposta à diferente resistência das rochas. Toda a Serra da Mantiqueira, sem

especificação 1943 Ruellan Comunicação sôbre a excursão a Campo Belo

e Itatiaia Boletim (Tertúlia)

À favor, embora reconheça o intemperismo como forte modelador

do relevo

Vales em "U", rochê moutoneés, vales supensos e blocos abruptos e circos glaciais. Posto Marcão, Base Agulhas Negras, Prateleiras, Rio Preto, 1944 De Martonne (2° artigo) Problemas morfológicos do Brasil tropical Artigo À favor

Um rebaixamento de 6° a 7°C de temperatura seria suficiente para a sustentação de geleiras locais no Itatiaia; vales suspensos, encarneiramento das feições residuais e circos da vertente norte do Itatiaia explicados por nivação e ação de

geleiras; rebaixamento do nível de neves perenes, associado ao alto índice pluviométrico da região.

Planalto

1952 Domingues Maciço do Itatiaia Artigo Contra, embora não rechace completamente.

Caneluras e depressões resultam da dissolução em água dos sienitos - superfície das rochas quase sempre coberta por líquens - ácidos orgânicos gerados; O maciço é uma barreira que gera excesso de chuvas (800mm.); Grande número de alvéolos existentes na superfície das rochas onde se dá uma verdadeira dissolução do foiaíto; Nas partes deprimidas a decomposição química é mais ativa, por causa do solo rico em m.o., pois esta tem a propriedade de reter uma quantidade

grande de água, que desce ao longo das fissuras das rochas, e decompõe profundamente os feldspatos e feldspatóides; Localização bem abaixo da linha de neve (snowline).

Entrada não especificada do parque e o planalto em geral, Prateleiras, várzea das

Flores e Aiuruoca. 1953 Rich Problems in brazilian geology and geomorphology

suggested by reconnaissance in summer of 1951. Artigo (Narrativa) À favor

Polimento das rochas ao redor dos vales; Vale em "U" com morainas laterais; Vales separados por barreiras alinhadas de rochas (supostas morainas); Supostos potholes concentrados na base dos vales.

Oeste e Noroeste do Pico das Agulhas Negras; Porção Oeste das Agulhas Negras.

Alto. 1955 Odman On the presumed glaciation in the Itatiaia

moutain, Brazil Artigo Contra

Snowline na mesma latitude nos Andes em cerca de 4800m, boulders in situ, Ausência de estrias coerentes à abrasão

supostamente glacial, Tors ao invés de blocos erráticos. Prateleiras, Pedra da Tartaruga. 1956 Ab’Sáber & Bernardes Vale do Paraíba, serra da Mantiqueira e arredores de

São Paulo Artigo À favor

Padrão de feições como circos interligados e deprimidos por erosão e intemperismo atuais, nítido encaixe de um vale em V embutido sobre um vale em U pretérito, padrão desordenado (disordered drainage pattern) das drenagens de cabeceira visivelmente condicionadas pela interferência de uma glaciação de altitude, moderada e localizada, típica de ambiente

pós-glacial, Cone de Dejeção de Itatiaia que seria um depósito de piemonte pleistocênico.

Prateleira e Agulhas Negras 1956 King Geomorfologia do Brasil oriental Artigo À favor (i) Vales em U; (ii) Depósitos de morainas; (iii) superfícies rochosas com mamilonamento uniforme Não especificado 1956 Maack Uber Bereisungsperiodem Und Vereisungsspuren in

Brasilien Artigo À favor

Vales planos e íngremes em forma de “U”; Cristas circulares com baixadas profundas e pantanosas; Morainas; Pedra do Camelo e as Prateleiras como apresentando feições características de ambientes glaciais; provável rebaixamento da linha de

neve permanente devido ao alto índice pluviométrico vigente e da posição frontal do maciço, voltada para o mar, estando subordinado às frentes fria;

Pedra do Camelo, Vale do rio dos Lírios, Vale do Rio Campo Belo, Agulhas Negras e

Pedra do Altar, Aiuruoca e Rio Preto, Prateleiras. 1956 Brade A Flora do Parque Nacional do Itatiaia Artigo (Boletim PNI) Imparcial expositiva Não comenta sobre possíveis agentes geomorfológicos de formação do Itatiaia. Sem especificação

93

1957 Birot Observations à l'Itatiáia Artigo Contra

Semelhança com o batólito granitico de Ransa, que está fora dos limites da última idade do gelo; Formação de argila e migração de óxidos de ferro, esfoliação e alteração da juntas; Falta de simetria e polidez das vertentes laterais dos vales;

Feições de blocos empilhados que seriam facilmente varridos por geleiras caso elas tivessem ocorrido; Sinais de intensa oxidação pro óxidos de Ferro de cor amarelada e avermelhada; Grande quantidade de material intemperizado em cones de

detritos.

Não especificado, porém há indícios de que seja nos vales da parte alta.

1957 Brochu Occurrence possible de glaciations locales pléistocene et de phénomenes periglaciaires au BrésiI. Artigo À favor

Ação periglacial pronunciada, visto que muitas feições resultam da fragmentação pelo gelo, dentre elas a presença abundante de blocos angulares; alta freqüência de passagens de temperatura em torno de 0 ° em um ambiente úmido que

recebe em média 2400 mm de chuva por ano; pequeno circo na base das Agulhas Negras; Djurdjura e o Itatiaia ocupariam uma situação geograficamente equivalente em relação ao Equador Térmico; Abundância de precipitações combinada com uma temperatura bastante baixa desempenha um papel primordial no estabelecimento de sistemas glaciais; Rebaixamento da linha de neves permanentes (snowline) devido aos altos índices pluviométricos; Traços de geleiras há 2950m em 13° Lat. N (mesmo em latitudes bastante baixas, mas em altitudes bastante elevadas, o fator precipitação é determinante para o

estabelecimento de climas glaciários).

Agulhas Negras, Alto do Planalto

1957 Cailleux Observations Et Études à L'Itatiáia Artigo Expositivo, quase imparcial

Citação de Odman (1955): devido a maior pluviosidade no Itatiaia, a linha de neve permanente pode ser muito mais baixa do que os 4500 metros idealizados para os Andes; degradação química predominante entre 800 e 400 metros; Serra da Mantiqueira seria um ponto georáfico de transição de climas intertropical quente e úmido para temperado frio, severo;

Reconhece a importância do intemperismo químico

Não especificado

1957 Dresch Remarques Géomorphologiques sur l'Itatiáia Artigo Contra

Mar de blocos depositados não apresenta característica de morainas; Não há seixos estriados nem mesmo estrias nas vertentes rochosas; As depressões são interrompidas por soleiras rochosas e barragens de blocos arredondados pelo desgaste químico; movimentos de massas presentes nas vertentes; Processos geocriogênicos como a gelificação no

modelado.

Planalto e adjacências

1957 Hamelin & Cailleux Sables, cailloux et cannelures de l'Itatiaia Artigo À favor

Predomínio do desgaste mecânico sobre a alteração química diante do clima periglacial; Altos valores de achatamento dos seixos da parte alta do Itatiaia só são possíveis sob a influência do gelo; Alta sanidade das rochas, independente da sua localização; A exfoliação é, pelo menos em superfície, um fenômeno físico; Completa ausência de argila na parte alta do

Itatiaia, mesmo no interior das fendas e barragens de água.

Agulhas Negras, estrada do PNI, Base do Itatiaia

1957 Lefevre Observations de morphologie dans les massifs de Serra do Mar et de l'Itatiáia Artigo Contra

Não são encontrados testemunhos de um ataque direto pelo gelo, nem estrias glaciais, nem rochas acarneiradas (montonnées), nem os clássicos circos. Embora possa ter ocorrido muita neve, esta não deve ter sido, portanto, espessa o suficiente para que seu peso provocasse qualquer tipo de feição glacial típica; topografia de nivação; A ação térmica seria a responsável pela desagregação da rocha nua, e a hidratação seria o processo responsável pelo arredondamento dos blocos

entulhados nas vertentes e vales; cúpulas de decomposição química e caneluras associadas.