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cativa (p-valor = 0,042 < α= 0,05, rejeita-se H0), o efeito do tempo nos RPMs ´e diferente

para poor e good outcome. Os pacientes com poor outcome tˆem 4,87% a mais de chances de ocorrˆencia de RPMs que os pacientes com good outcome no decorrer das sess ˜oes. J´a o tipo de tratamento (cognitivo e narrativo) ´e significativa (p-valor = 0,030 < α = 0,05, rejeita-se H0), logo, os pacientes com tratamento narrativo possuem valores mais altos que os de tra-

tamento cognitivo, observando que, ao avanc¸armos no tempo, essa diferenc¸a permanecer´a, n˜ao sendo afetada pelo tempo (a interac¸˜ao treat∗session n˜ao ´e significativa).

O variograma te ´orico n˜ao p ˆode ser feito (mesma situac¸˜ao que os MIs), pois Ui2ti j -

interac¸˜ao entre o efeito aleat ´orio do indiv´ıduo com o tempo - ´e um processo n˜ao esta- cion´ario.

4.5 c o n c l u s˜oes

Com a an´alise longitudinal, conclu´ımos que, a sintomatologia (OQ10) tem scores menores com o passar do tempo (session) para pacientes com good outcome, j´a para os pacientes com poor outcome, o score de OQ10 tem m´ınima variac¸˜ao (Figura15). Os tratamentos cognitivo e narrativo n˜ao tˆem efeito significativo para a sintomatologia do paciente. A alianc¸a paciente - terapeuta (WAI) aumenta conforme avanc¸amos no tempo (session), sem ser influenciada pelo tipo de tratamento (cognitivo ou narrativo) ou pelo outcome (good ou poor) ao qual o paciente foi submetido (Figura 17). Os momentos de inovac¸˜ao (MIs) aumentam com o n ´umero de sess ˜oes, mas, nem o tipo de tratamento, nem o outcome tˆem efeito significativo sobre o aumento na chance de ocorrˆencia de MIs ao longo das sess ˜oes (suas interac¸ ˜oes com session n˜ao foram significativas). Observamos tamb´em que, os tratamentos diferem entre si: para o tratamento narrativo, esperamos uma chance de ocorrˆencia de MIs, 59,40% maior do que para o tratamento cognitivo. Os pacientes com good outcome possuem 55,55% de chan- ces a mais de ocorrˆencia de MIs que os pacientes com poor outcome (Figura19). As chances de ocorrˆencia de retornos ao problema (RPMs) diminuem com o passar das sess ˜oes (Figura 20). O good outcome e o poor outcome n˜ao tˆem diferenc¸a estat´ıstica nas primeiras sess ˜oes, n˜ao obstante, sendo a interac¸˜ao significativa, com o passar das sess ˜oes, esperamos que os pacientes com poor outcome tenham 4,87% mais chances de ocorrˆencia de RPMs que os pacientes com good outcome. A interac¸˜ao do tratamento com o tempo (treat∗session) n˜ao ´e significativa, o efeito do tempo nos RPMs n˜ao difere para os tipos de tratamentos (cognitivo e narrativo), entretanto, os tratamentos tˆem diferenc¸a entre si, e pacientes com tratamento narrativo tˆem, em m´edia, 50,14% a mais de ocorrˆencias de RPMs que os pacientes com tratamento cognitivo. Os modelos com melhor ajustamento com dados longitudinais est˜ao

apresentados na Tabela16.

Tabela 16: Modelos com melhor ajustamento para dados longitudinais.

Var. Resposta Modelos

OQ10 Yi j = Xi jβ+Ui+Wi(ti j) +Zi j

com: Xi j =E[Yi j] = β0+β1outcome∗session+β2treat

Wi(ti j) →estrutura de correlac¸˜ao exponencial temporal

WAI Yi j = Xi jβ+Ui+Wi(ti j) +Zi j

com Xi j= E[Yi j] =β0+β1outcome+β2treat+β3session

Wi(ti j) →estrutura de correlac¸˜ao exponencial temporal MI ηi j= Xi jβ+Ui1+Ui2ti j+Zi j com: ηi j → ln  π i j 1−πi j 

Xi jβ=β0+β1outcome+β2treat+β3session

RPM ηi j= Xi jβ+Ui1+Ui2ti j+Zi j com: ηi j → ln  πi j 1−πi j 

Xi jβ=β0+β1outcome∗session+β2treat

O efeito da vari´avel treat, no estudo transversal, ´e significativa (p-valor < α = 0, 05, rejeita-se H0) para todas as vari´aveis resposta. J´a sua interac¸˜ao, era significativa apenas

para as vari´aveis MI e RPM, ou seja, o efeito do tempo para essas duas vari´aveis defere para cada tipo de tratamento ao longo das sess ˜oes de terapia. Ao fazermos a an´alise lon- gitudinal, onde os modelos incorporam tamb´em a correlac¸˜ao existente entre medidas de um mesmo indiv´ıduo, ela passa a n˜ao ter diferenc¸a entre tratamentos cognitivo e narrativo para as vari´aveis OQ10 e WAI, e suas interac¸ ˜oes com o tempo, passam a n˜ao ser signi- ficativas para todas as vari´aveis resposta. Conclu´ımos, assim, que, ao considerarmos a correlac¸˜ao existente entre as medidas de um mesmo indiv´ıduo, o tipo de tratamento apli- cado, cognitivo ou narrativo, n˜ao tem efeito algum sobre as vari´aveis em estudo (OQ10, WAI, MIs e RPMs). Na Tabela17apresentamos as significˆancias de todas as vari´aveis e de suas interac¸ ˜oes com o tempo.

Tabela 17: An´alise do efeito da vari´avel treat.

Vari´avel resposta

An´alise transversal An´alise longitudinal

β(treat2(narrativo)) β(treati∗sessioni j) β(treat2(narrativo)) β(treati∗sessioni j)

p-valor sig. p-valor sig. p-valor sig. p-valor sig. OQ10 0,0020 RH∗

0 0,1060 NRH∗∗0 0,3318 NRH0 0,0849 NRH0 WAI 0,0044 RH0 0,1263 NRH0 0,3138 NRH0 0,8531 NRH0 MI <0,0001 RH0 <0,0001 RH0 0,0378 RH0 0,1706 NRH0 RPM <0,0001 RH0 0,0026 RH0 0,0299 RH0 0,6034 NRH0 *RH0→rejeita-se a hip ´otese nula **NRH0→n˜ao se rejeita a hip ´otese nula

4.5. Conclus ˜oes 37

A vari´avel outcome, em an´alise transversal, tem diferenc¸a entre n´ıveis para as vari´aveis WAI e MI, e sua interac¸˜ao com session ´e significativa para as vari´aveis OQ10, MI e RPM. Ao realizarmos a an´alise longitudinal dos dados - considerando a correlac¸˜ao existente entre as medidas de um mesmo indiv´ıduo - o tipo de tratamento passa a ter interac¸ ˜oes significati- vas apenas para as vari´aveis OQ10 e RPM, ou seja, pacientes com good outcome tˆem valores mais baixos no OQ10 (melhora na sintomatologia) e menores chances de ocorrerem RPMs do que os pacientes com poor outcome. Na Tabela 18 apresentamos as significˆancias de outcome em estudo transversal e longitudinal, assim como as significˆancias de sua interac¸˜ao com o tempo (session).

Tabela 18: An´alise do efeito da vari´avel outcome.

Vari´avel resposta

An´alise transversal An´alise longitudinal

β(outcome2(poor)) β(outcomei∗sessioni j) β(outcome2(poor)) β(outcomei∗sessioni j)

p-valor sig. p-valor sig. p-valor sig. p-valor sig. OQ10 0,5294 NRH∗∗ 0 <0,0001 RH0 0,9405 NRH0 <0,0001 RH0 WAI <0,0001 RH∗ 0 0,8059 NRH0 0,1538 NRH0 0,4612 NRH0 MI <0,0001 RH0 <0,0001 RH0 0,0073 RH0 0,1407 NRH0 RPM 0,0563 NRH0 <0,0001 RH0 0,3595 NRH0 0,0420 RH0

*RH0→rejeita-se a hip ´otese nula **NRH0→n˜ao se rejeita a hip ´otese nula

Ap ´os esse estudo do comportamento de cada vari´avel (OQ10, WAI, MI e RPM)como vari´avel resposta em relac¸˜ao a tratamentos e tempo (treat, outcome e session), vamos, no cap´ıtulo seguinte, analisar como elas est˜ao a relacionar-se entre si - como est˜ao a influenciar- se.

5

VA R I ´A V E I S P S I C O T E R A P ˆE U T I C A S C O M O P R E D I T O R E S

Nos cap´ıtulos anteriores estudamos de que forma cada vari´avel explicativa (outcome, treat e session) influencia as vari´aveis respostas (OQ10, WAI, MI e RPM). Neste cap´ıtulo analisamos a influˆencia das vari´aveis psicoterapˆeuticas nas vari´aveis resposta. Para isso, testamos os modelos longitudinais j´a ajustados (Tabela 16) para cada vari´avel resposta, e acrescentamos mais uma vari´avel explicativa (a vari´avel psicoterapˆeutica de interesse), da qual estudamos sua influˆencia.

5.1 va r i´avel resposta - O Q10

5.1.1 WAI como preditor de OQ10

Na an´alise longitudinal, para a vari´avel resposta OQ10, determinamos que o modelo de melhor ajustamento foi o com efeito aleat ´orio e estrutura de correlac¸˜ao exponencial. `A parte f ixa do modelo (E[Yi j] =β0+β1outcome∗session+β2treat.), acrescentamos a vari´avel

psicoter´apica explicativa WAI (alianc¸a paciente - terapeuta), e analisamos seu efeito so- bre a sintomatologia do paciente (OQ10). Testamos tamb´em sua interac¸˜ao com o tempo (WAI∗session).

A vari´avel WAI ´e significativa (p-valor =< 0,0001< α= 0,05, rejeita-se H0), logo, para cada um score a mais de alianc¸a (WAI), menos 0,185 valores ter´a o score de OQ10. A sin- tomatologia do paciente melhora com o aumento da alianc¸a com o terapeuta, contudo, a interac¸˜ao WAI∗session n˜ao ´e significativa (p-valor = 0,5954 > α= 0,05, n˜ao se rejeita H0),

logo, essa diminuic¸˜ao n˜ao ´e afetada pelo tempo, sendo, a interac¸˜ao, retirada do modelo. O modelo sem a interac¸˜ao foi o de melhor ajustamento com AIC = 4220,263. Os resultados est˜ao apresentados na Tabela19.

A vari´avel treat n˜ao ´e significativa (p-valor = 0,362 > α = 0,05, n˜ao se rejeita H0), n˜ao

existindo diferenc¸a estat´ıstica entre os tratamentos cognitivo e narrativo na sintomatologia. E, para a vari´avel outcome, n˜ao temos diferenc¸a entre good e poor no in´ıcio da terapia (p-

Tabela 19: Output do Modelo sem interac¸ ˜ao (WAI preditor de OQ10).

Coeficientes Estimativas Desvio Padr˜ao z value P-valor

β0 33,425 2,748 12,164 <0,0001 β1wai -0,185 0,040 -4,616 <0,0001 β2outcome2 (poor) -0,199 1,998 -0,100 0,9211 β3session -0,762 0,109 -7,100 <0,0001 β4treat2 (narrativo) 1,331 1,442 0,923 0,3622 β5outcome2*session 0,689 0,128 5,401 0,0458

valor = 0,921 > α = 0,05, n˜ao se rejeita H0), por´em, como a interac¸˜ao outcome∗session ´e

significativa (p-valor = 0,046< α= 0,05, rejeita-se H0), o efeito do tempo na sintomatologia

´e diferente para os pacientes com poor outcome. Eles tˆem, em m´edia, 0,689 vezes mais score de OQ10 que pacientes com good outcome, recordando que quanto mais altos os scores de OQ10, pior o paciente se est´a da depress˜ao.

Figura 21: Gr´afico WAI x OQ10 (good outcome).

Na Figura 21, representamos as retas de valores preditos de OQ10 (pacientes com good outcome), em func¸˜ao de WAI, para a 1a sess˜ao e para a 20a sess˜ao. Notamos que um paciente que comec¸a o tratamento com uma alianc¸a de score 30, tem, aproximadamente, um OQ10 esperado de 27,11 scores. Agora, para efeitos de estudo, se esse paciente, na sess˜ao 20, tivesse uma alianc¸a muito maior com o terapeuta, digamos WAI com score 60, a sintomatologia iria para score 7,07, apresentando grande melhora na doenc¸a. Esses dois

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