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Figura 29: Gr´afico WAI x RPMs.

As vari´aveis outcome e treat n˜ao eram significativas no modelo longitudinal antes de acrescentarmos a vari´avel psicoter´apica rpm.total, e continuam a n˜ao ser significativas (outcome p-valor = 0,749 > α = 0,05, n˜ao se rejeita H0) (treat p-valor = 0,542 > α = 0,05, n˜ao se rejeita H0). A vari´avel rpm.total n˜ao ´e significativa para explicar WAI (p-valor =

0,114 > α = 0,05, n˜ao se rejeita H0), isto ´e, a alianc¸a paciente - terapeuta n˜ao ´e afetada pelo n ´umero de vezes que o paciente retorna a falar do problema (rpm.total). Na Figura ?? representamos os valores preditos de WAI, e notamos que as retas tˆem pouca variac¸˜ao com o aumento do n ´umero de RPMs ocorridos (n˜ao significativa).

5.3 va r i´avel resposta - M I

5.3.1 OQ10 como preditor de MIs

Quando analisamos a sintomatologia (OQ10) como vari´avel resposta, verificamos que o efeito dos momentos de inovac¸˜ao (MIs) s˜ao significativos para a sintomatologia. Conforme aumentamos o n ´umero de ocorrˆencias de MIs, diminui o score de OQ10 (h´a melhora nos sintomas de depress˜ao/ansiedade). Nesta sec¸˜ao vamos verificar se o contr´ario tamb´em ´e verdadeiro. A vari´avel resposta s˜ao os momentos de inovac¸˜ao (MIs), e ela ´e apresentada como uma proporc¸˜ao do total de palavras que formam os momentos de inovac¸˜ao pelo total de palavras na sess˜ao. Por tratar-se de uma proporc¸˜ao, usamos os modelos lineares genera-

lizados mistos, estamos a modelar chances de ocorrˆencias de MIs. O modelo generalizado misto Randon Intercept and Slop, com parte f ixa: Xi jβ= β0+β1outcome+β2treat+β3session

foi determinado na sec¸˜ao4.3. A vari´avel OQ10 foi acrescentada `a parte f ixa do modelo e tamb´em testou-se a sua interac¸˜ao com o tempo (session).

A interac¸˜ao oq10∗session ´e significativa (p-valor = < 0,0001 < α = 0,05, rejeita-se H0), e com func¸˜ao desvio menor, o modelo com interac¸˜ao foi o que apresentou melhor ajusta- mento (resultados apresentados na Tabela25.

Tabela 25: Output do Modelo com interac¸ ˜ao (OQ10 preditor de MIs).

Coeficientes Estimativas Desvio Padr˜ao z value P-valor

β0 -1,190 0,216 -5,500 <0,0001 β1oq10 -0,037 0,001 -43,810 <0,0001 β2session 0,023 0,011 2,000 0,0460 β3outcome2 (poor) -0,391 0,211 -1,850 0,0638 β4treat2 (narrativo) 0,549 0,223 2,460 0,0139 β5oq10*session 0,000 0,000 5,510 <0,0001

Figura 30: Gr´afico MIs x OQ10.

O outcome n˜ao apresenta diferenc¸a estat´ıstica entre seus n´ıveis, good e poor (p-valor = 0,064> α = 0,05, n˜ao se rejeita H0), logo, ´e indiferente para a ocorrˆencia de MIs se o pa- ciente teve poor ou good outcome. Para os tratamentos, temos diferenc¸a entre cognitivo e

5.3. Vari´avel resposta - MI 51

narrativo (p-valor = 0,014<α= 0,05, rejeita-se H0), sendo que h´a mais ocorrˆencias de MIs

para os pacientes com tratamento narrativo, contudo, como sua interac¸˜ao n˜ao ´e significa- tiva, essa diferenc¸a n˜ao se altera com o passar das sess ˜oes, por conseguinte, n˜ao tem efeito sobre a ocorrˆencia de momentos de inovac¸˜ao MIs.

A sintomatologia (OQ10) ´e significativa (p-valor = < 0,0001 < α = 0,05, rejeita-se H0), quer dizer, para cada score de OQ10 que aumentamos, a chance de ocorrerem MIs diminui cerca de 3,65% vezes. Quanto pior o paciente est´a da doenc¸a, menos chances de ocorrerem momentos de inovac¸˜ao ele ter´a. Na Figura 30 est˜ao as retas com valores preditos de MI em func¸˜ao do OQ10, para a primeira e ´ultima sess˜ao de terapia. Observamos que con- forme o paciente piora da doenc¸a (aumento do score de OQ10), a ocorrˆencia de momentos de inovac¸˜ao diminui e ´e afetada pelo efeito do tempo, pois a interac¸˜ao OQ10∗session ´e significativa.

5.3.2 WAI como preditor de MIs

Em an´alise pr´evia, observamos que os momentos de inovac¸˜ao (MIs) tˆem efeito signifi- cativo para explicar o aumento da alianc¸a paciente - terapeuta (WAI), e vamos testar se o inverso se comprova. Usamos o modelos linear generalizado misto Randon Intercept and Slop, sendo a parte f ixa: Xi jβ=β0+β1outcome+β2treat+β3session (sec¸˜ao4.3). A vari´avel MI (vari´avel resposta) ´e apresentada em proporc¸˜ao do total de palavras que formam os momentos de inovac¸˜ao pelo total de palavras na sess˜ao. Acrescentamos a vari´avel WAI `a parte f ixa do modelo e analisamos sua influˆencia sobre os momentos de inovac¸˜ao, assim como a sua interac¸˜ao com o tempo.

A interac¸˜ao WAI ´e significativa (p-valor = < 0,0001 < α= 0,05, rejeita-se H0), sendo as- sim, o modelo com interac¸˜ao foi o com melhor ajustamento, com func¸˜ao desvio = 98215,37. Os resultados s˜ao apresentados na Tabela26.

Tabela 26: Output do Modelo com interac¸ ˜ao (WAI preditor de MIs).

Coeficientes Estimativas Desvio Padr˜ao z value P-valor

β0 -2,367 0,251 -9,419 < 0,0001 β1wai 0,012 0,001 11,276 < 0,0001 β2session -0,091 0,015 -6,144 < 0,0001 β3treat2 (narrativo) 0,355 0,238 1,492 0,1357 β4outcome2 (poor) -0,606 0,230 -2,632 0,0085 β5wai*session 0,002 0,000 22,858 < 0,0001

Figura 31: Gr´afico MIs x WAI (good outcome).

Figura 32: Gr´afico MIs x WAI (poor outcome).

A alianc¸a paciente-terapeuta WAI ´e significativa (p-valor = < 0,0001 < α= 0,05, rejeita- se H0), ent˜ao, para cada score a mais de WAI a chance de ocorrˆencia de momentos de

inovac¸˜ao MIs aumenta 1,23% durante as sess ˜oes. S ´o que a sua interac¸˜ao com o tempo (WAI∗session) tamb´em ´e significativa (p-valor =<0,0001<α= 0,05, rejeita-se H0), logo, o efeito do tempo tamb´em deve ser considerado como mostra a Figura31, onde observamos

5.4. Vari´avel resposta - RPM 53

que na 20a sess˜ao ´e muito maior que na 1a sess˜ao de terapia.

O outcome ´e significante (p-valor = 0,0085<α= 0,05, rejeita-se H0), logo, temos ocorrˆencias

de MIs diferentes para good e poor, representados pelas Figuras31 e32 (as ocorrˆencias de MIs s˜ao mais baixas em pacientes com poor outcome). J´a os tratamentos n˜ao s˜ao significati- vos (p-valor = 0,1357> α= 0,05, n˜ao se rejeita H0), sendo indiferente para a ocorrˆencia de

MIs qual o tipo de tratamento realizado (cognitivo ou narrativo).

5.4 va r i´avel resposta - R P M

5.4.1 OQ10 como preditor de RPMs

A vari´avel resposta, retornos ao problema (RPM), ´e uma proporc¸˜ao do total de momen- tos de inovac¸˜ao ocorridos. Por ser uma proporc¸˜ao, usamos um modelo linear generalizado misto (Randon Intercept and Slop), com parte f ixa: Xi jβ= β0+β1outcome∗session+β2treat.

Constatamos anteriormente, que os retornos ao problema n˜ao tˆem influˆencia na sintomato- logia do paciente, e, para verificar se o inverso ´e verdadeiro, acrescentamos a vari´avel OQ10

`a parte f ixa do modelo e sua interac¸˜ao com o tempo (session) tamb´em foi testada.

A interac¸˜ao oq10∗session ´e significativa (p-valor = < 0,0001 < α = 0,05, rejeita-se H0), sendo assim, o modelo com interac¸˜ao foi o que melhor ajustamento obteve, com func¸˜ao desvio = 167559,1. Os resultados s˜ao apresentados na Tabela27.

Tabela 27: Output do Modelo com interac¸ ˜ao (OQ10 preditor de RPMs).

Coeficientes Estimativas Desvio Padr˜ao z value P-valor

β0 2,000 0,211 -9,490 < 0,0001 β1oq10 0,046 0,001 56,650 < 0,0001 β2session -0,034 0,016 -2,050 0,0399 β3outcome2 (poor) -0,442 0,242 -1,820 0,0683 β4treat2 (narrativo) 0,370 0,194 1,910 0,0565 β5oq10*session -0,002 0,000 -19,910 < 0,0001 β6outcome2*session 0,055 0,023 2,380 0,0172

A vari´avel OQ10 ´e significativa (p-valor =< 0,0001 < α= 0,05, rejeita-se H0) para expli- car a chance de ocorrerem retornos ao problema. Para cada score de aumento em OQ10, a chance de ocorrerem RPMs aumenta 4,70%. Quanto mais baixa a sintomatologia (melhor o paciente est´a da doenc¸a), menor ser´a a ocorrˆencia de retornos ao problema. A sua interac¸˜ao com o tempo (OQ10∗session) tamb´em ´e significativa (p-valor =<0,0001<α= 0,05, rejeita-

Figura 33: Gr´afico RPMs x OQ10 (good outcome).

Figura 34: Gr´afico RPMs x OQ10 (poor outcome).

se H0), ou seja, o efeito do tempo deve ser considerado. Nas Figuras 33 e34 observamos que na 20a sess˜ao a ocorrˆencia de RPMs ´e muito diferente da 1a sess˜ao.

Ao analisarmos a vari´avel explicativa outcome, sua interac¸˜ao ´e significativa (p-valor = 0,017 < α = 0,05, rejeita-se H0), portanto, o efeito do tempo ´e diferente para good e

5.4. Vari´avel resposta - RPM 55

poor outcome. Os paciente com good outcome apresentam scores de OQ10 menores ao longo das sess ˜oes de terapia. Para os pacientes com good outcome, esperamos que na sess˜ao 20, independente do score de OQ10, 75% dos pacientes tenham menos que 10% de chances de ocorrˆencias de retornos ao problema RPM (Figura33). J´a para os pacientes com poor outcome, na ´ultima sess˜ao, independente do score de OQ10, esperamos que as chances de ocorrˆencia de RPMs fiquem entre 10% e 20% (Figura34). E para a ocorrˆencia de RPMs, ´e indiferente o tipo de tratamento realizado (cognitivo ou narrativo), pois a vari´avel treat n˜ao ´e significativa (p-valor = 0,0565 >α= 0,05, n˜ao se rejeita H0).

5.4.2 WAI como preditor de RPMs

Na sec¸˜ao 5.2.3vimos que os retornos ao problema (RPMs) n˜ao explicam a alianc¸a pa- ciente - terapeuta (WAI) e nessa sec¸˜ao verificamos se o inverso ´e verdadeiro, se a alianc¸a tem influˆencia na chance de ocorrˆencia de RPMs. A vari´avel resposta RPM ´e apresen- tada como uma proporc¸˜ao do total de momentos de inovac¸˜ao que o paciente teve numa sess˜ao, por essa raz˜ao usamos um modelo linear generalizado misto (Randon Intercept and Slop), com parte f ixa: Xi jβ = β0+1 outcome∗session+β2treat. Acrescentamos a vari´avel

psicoter´apica WAI `a parte f ixa do modelo e testamos a sua interac¸˜ao com o tempo (session). A interac¸˜ao WAI∗session ´e significativa (p-valor = < 0,0001 < α = 0,05, rejeita-se H0), sendo assim, o modelo com a interac¸˜ao foi o que melhor ajustamento obteve, com func¸˜ao desvio = 168092,10, e seus resultados s˜ao apresentados na Tabela28.

Tabela 28: Output do Modelo com interac¸ ˜ao (WAI preditor de RPMs).

Coeficientes Estimativas Desvio Padr˜ao z value P-valor

β0 0,368 0,210 1,750 0,0798 β1wai -0,030 0,001 -32,300 < 0,0001 β2session -0,022 0,018 -1,230 0,2202 β3outcome2 (poor) -0,409 0,233 -1,750 0,0797 β4treat2 (narrativo) 0,547 0,196 2,790 0,0052 β5wai*session -0,001 0,000 -11,820 < 0,0001 β6outcome2*session 0,072 0,025 2,940 0,0033

Os tratamentos cognitivo e narrativo apresentam diferenc¸a estat´ıstica (p-valor = 0,005

< α = 0,05, rejeita-se H0), mas sua interac¸˜ao com o tempo n˜ao ´e significativa, por isso, o

efeito do tratamento na ocorrˆencia de RPMs n˜ao ´e relevante, sendo que, os pacientes com tratamento narrativo possuem valores mais altos de RPMs (72,81%) que os pacientes com

Figura 35: Gr´afico RPMs x WAI (good outcome).

Figura 36: Gr´afico RPMs x WAI (poor outcome).

tratamento cognitivo, mas de forma cont´ınua ao longo do tempo. A vari´avel outcome n˜ao apresenta diferenc¸a estat´ıstica (p-valor = 0,080 > α = 0,05, n˜ao se rejeita H0) entre seus

n´ıveis no in´ıcio da terapia, contudo, com o passar das sess ˜oes, essa diferenc¸a passa a ser significativa (interac¸˜ao significativa, p-valor = 0,003< α= 0,05, rejeita-se H0). Os pacientes

5.5. Conclus ˜oes 57

de good outcome (Figuras35e36).

A vari´avel psicoter´apica WAI ´e significativa (p-valor =<0,0001<α= 0,05, rejeita-se H0), assim como sua interac¸˜ao WAI∗session (p-valor =< 0,0001< α= 0,05, rejeita-se H0), por conseguinte, quanto maior a alianc¸a com o terapeuta, menor a chance de ocorrerem RPMs, levando-se em considerac¸˜ao que o efeito do tempo ´e significativo.

5.5 c o n c l u s˜oes

Com as an´alises realizadas, conclu´ımos que a vari´avel OQ10 (sintomatologia) ´e influ- enciada pela alianc¸a paciente - terapeuta (WAI), quanto maior a alianc¸a, menor o score de OQ10 (melhora do paciente). O n ´umero de momentos de inovac¸˜ao (MIs) tamb´em in- fluenciam a sintomatologia, quanto maior a ocorrˆencia de MIs, melhor o paciente estar´a da doenc¸a, e esse efeito aumenta com o passar das sess ˜oes. J´a o n ´umero de retornos ao problema (RPMs) que ocorrem, n˜ao tem efeito sobre a sintomatologia. Os pacientes com good outcome, possuem os scores de OQ10 significantemente menores nas ´ultimas sess ˜oes do que os pacientes com poor outcome.

A alianc¸a que o paciente forma com o terapeuta (WAI) ´e afetada pela sintomatologia (OQ10), quanto melhor o paciente est´a (menor score de OQ10), maior a alianc¸a formada. Os momentos de inovac¸˜ao (MIs) tamb´em influenciam a alianc¸a, quanto maior o n ´umero de MIs, maior a alianc¸a (WAI). N˜ao existem diferenc¸as significativas entre good outcome e poor outcome. Os tratamentos cognitivo e narrativo tamb´em n˜ao tˆem influˆencia, sendo indiferente o tipo de tratamento realizado.

A ocorrˆencia de momentos de inovac¸˜ao (MI) ´e influenciada pela sintomatologia do paci- ente, quanto menor o score de OQ10, maior o n ´umero de MIs ocorridos, e isso se intensifica com o passar das sess ˜oes. A alianc¸a paciente - terapeuta (WAI) tamb´em tem efeito posi- tivo sobre a ocorrˆencia de MIs, quanto melhor a alianc¸a, maiores as chances de ocorrerem MIs, e, com o passar das sess ˜oes, essa influˆencia ´e crescente. A vari´avel outcome n˜ao tem influˆencia na ocorrˆencia de MIs, assim como o tipo de tratamento (cognitivo ou narrativo)

´e indiferente `a ocorrˆencia de momentos de inovac¸˜ao (MIs).

Os retornos ao problema (RPMs) sofrem a influˆencia da sintomatologia (OQ10), quando o paciente tem scores mais altos de OQ10, as chances de ocorrerem RPMs tamb´em au- mentam, e esse efeito aumenta com o passar das sess ˜oes. A alianc¸a (WAI) tamb´em tem uma influˆencia significativa sobre as chances de ocorrerem RPMs, quanto maior a alianc¸a, menor as chances de ocorrerem RPMs, e isso ´e potencializado com o avanc¸o no tempo. O contr´ario, RPMs a influenciar a sintomatologia (OQ10) e a alianc¸a (WAI), n˜ao ´e verdadeiro, os retornos ao problema n˜ao tˆem efeito significativo em OQ10 e WAI. Os tratamentos cognitivo e narrativo n˜ao tˆem efeito significativo sobre os retornos ao problema.

Figura 37: Influˆencia das vari´aveis umas nas outras.

Na Figura37apresentamos o esquema proposto nos objetivos iniciais com os resultados das influˆencias das vari´aveis psicoterapˆeuticas umas nas outras. O ´unico que n˜ao tem um efeito significativo ´e o retorno ao problema (RPM) em relac¸˜ao a OQ10 e WAI.

6

E F E I T O S D O S M O M E N T O S D E I N O VA C¸ ˜A O

Sabendo que os momentos de inovac¸˜ao (MIs) est˜ao a influenciar a sintomatologia do paciente (OQ10) e que Miguel M. Gonc¸alves, Mendes et al.,2012j´a testou o comportamento

deles individualmente, novas teorias tem surgido no ´ultimo ano e dividiu-se os 5 tipos de MIs em apenas duas categorias, os MI.low e os MI.high. Os momentos de inovac¸˜ao podem ser do tipo: action (A), reflection (R), protest (P), reconceptualization (RC), e performing change (PC); sendo que os tipos A, R e P possuem 2 n´ıveis (1 e 2), onde dividimos os MIs nos dois grupos de interesse:

• High MIs: A2, R2, P2, RC e PC; • Low MIs: A1, R1 e P1.

Essas novas vari´aveis s˜ao uma transformac¸˜ao da vari´avel original MI, e a soma das duas ´e exatamente a vari´avel original. O modelo longitudinal para a vari´avel resposta OQ10 tem um efeito aleat ´orio, uma estrutura de correlac¸˜ao exponencial, e uma parte f ixa E[Yi j] = β0+β1 mi∗session+β2 outcome∗session+β3treat. Substitu´ımos a vari´avel MI

pelas novas vari´aveis MI.high e MI.low e analisamos suas influˆencias.

A interac¸˜ao da vari´avel original MI com o tempo ´e significativa para explicar o score de OQ10, contudo, as novas vari´aveis, em interac¸˜ao com o tempo, n˜ao se mostraram signifi- cativas (MI.high∗session, p-valor = 0,063> α= 0,05, n˜ao se rejeita H0; e MI.low∗session,

p-valor = 0,125>α= 0,05, n˜ao se rejeita H0), por isso, os modelos com melhor ajustamento

s˜ao os sem as interac¸ ˜oes e os resultados dos ajustamentos s˜ao apresentados nas Tabelas 29 e30.

A vari´avel MI.high tem efeito significativo (p-valor = 0,000<α= 0,05, rejeita-se H0), j´a a

vari´avel MI.low n˜ao ´e significativa (p-valor = 0,163>α= 0,05, n˜ao se rejeita H0) para expli-

car a sintomatologia (OQ10). O tipo de tratamento (cognitivo e narrativo) n˜ao tem influˆencia no score de OQ10 (p-valor > α= 0,05, n˜ao se rejeita H0). O outcome manteve seu compor-

tamento: no in´ıcio do tratamento n˜ao h´a uma diferenc¸a significativa entre good outcome e

Tabela 29: Output do Modelo high.1 (MI.high.perc preditor de OQ10).

Coeficientes Estimativas Desvio Padr˜ao t value P-valor

β0 22,779 2,174 10,477 <0,0001 β1 mi.high.perc -0,076 0,022 -3,483 0,0006 β2 outcome2 (poor) -0,116 2,510 -0,046 0,9639 β3 session -0,769 0,122 -6,325 <0,0001 β4 treat2 (narrativo) 3,430 2,003 1,712 0,1105 β5 outcome*session 0,790 0,164 4,807 <0,0001

Tabela 30: Output do Modelo low.1 (MI.low.perc preditor de OQ10).

Coeficientes Estimativas Desvio Padr˜ao t value P-valor

β0 22,542 2,296 9,817 <0,0001 β1 mi.low.perc 0,011 0,039 0,290 0,7717 β2 outcome2 (poor) -0,056 2,583 -0,022 0,9831 β3 session -0,860 0,118 -7,276 <0,0001 β4 treat2 (narrativo) 3,111 2,103 1,479 0,1630 β5 outcome*session 0,861 0,162 5,306 <0,0001

poor outcome, mas com o avanc¸o do tempo, a ,diferenc¸a torna-se significativa e, nas ´ultimas sess ˜oes, os pacientes com good outcome tˆem score de OQ10 inferiores aos dos pacientes com poor outcome.

(a)

good outcome

(b)

poor outcome

Figura 38: Gr´afico OQ10 x MI.high.perc.

Na Figura 38 apresentamos os gr´aficos de OQ10 em func¸˜ao dos MI.high. No gr´afico

6.1. Conclus ˜oes 61

Notamos uma grande variac¸˜ao entre os scores de OQ10 da primeira sess˜ao para a ´ultima, onde os valores s˜ao bem inferiores. No gr´afico (b), a diferenc¸a entre a primeira e ´ultima sess˜ao ´e praticamente impercept´ıvel, pois trata-se dos pacientes com poor outcome. Com o aumento no n ´umero de ocorrˆencias de High MIs, temos uma diminuic¸˜ao no score OQ10, assim, quanto mais ocorrˆencias de High MIs, melhor o paciente ir´a encontra-se da doenc¸a. Ao analisamos os resultados do modelo, com Mi.low como vari´avel explicativa, a mesma n˜ao ´e significativa para explicar a sintomatologia do paciente. Comprovamos essa afirmac¸˜ao com a Figura39, onde vemos que a reta dos scores preditos de OQ10 mantˆem-se quase na horizontal (sem variac¸˜ao no score de OQ10), indiferente ao aumento, ou n˜ao, do n ´umero de ocorrˆencias de Low MIs.

(a)

good outcome

(b)

poor outcome

Figura 39: Gr´afico OQ10 x MI.low.perc.

6.1 c o n c l u s˜oes

Da an´alise dos dois grupos de momentos de inovac¸˜ao (low e high) como vari´aveis explicati- vas da sintomatologia (OQ10), resultou-nos que a vari´avel MI.high tem efeito significativo no score de OQ10, enquanto a vari´avel MI.low n˜ao ´e significativa. Desta forma, conclu´ımos que os momentos de inovac¸˜ao do tipo action (A2), reflection (R2), protest (P2), reconceptua- lization (RC), e performig change (PC), tˆem maior influˆencia na melhora do paciente (score OQ10 baixo) que os tipos action (A1), reflection (R1) e protest (P1).

7

C O N S I D E R A C¸ ˜O E S F I N A I S

Com este estudo fomos capazes de concluir que, quando em estudo transversal, o tipo de terapia realizada (cognitiva ou narrativa) ´e significativa para explicar as vari´aveis MI e RPM, contudo, ao realizarmos o estudo longitudinal, com a correlac¸˜ao das medidas de um mesmo indiv´ıduo sendo introduzidas no modelo, o tipo de tratamento realizado passa a n˜ao ter influˆencia nas vari´aveis psicoterapˆeuticas estudadas (OQ10, WAI, MI, e RPM), logo, o paciente pode ser tratado em qualquer um dos dois m´etodos (cognitivo ou narrativo) que isto n˜ao ir´a influenciar nos resultados finais do tratamento terapˆeutico. O outcome que, em an´alise transversal, tinha efeito significativo para explicar as vari´aveis OQ10, MI, e RPM, continuou sendo significativo para explicar a sintomatologia do paciente e a ocorrˆencia de retornos ao problema no estudo longitudinal. Pacientes com good outcome, no decorrer das sess ˜oes de terapia, tˆem uma diminuic¸˜ao nos scores de OQ10 (melhora nos sintomas da doenc¸a), e diminuic¸˜ao nas chances de ocorrerem RPMs.

A sintomatologia do paciente (OQ10) ´e influenciada pela alianc¸a (WAI) e pela ocorrˆencia de MIs, sendo que os retornos ao problema n˜ao tˆem efeito sobre o score de OQ10. A alianc¸a (WAI) ´e a vari´avel com maior influˆencia, quanto melhor a alianc¸a formada com o terapeuta, melhor a sintomatologia do paciente ser´a. O n ´umero de momentos de inovac¸˜ao tamb´em tem influˆencia na sintomatologia, quanto maior o n ´umero de momentos de inovac¸˜ao, me- lhor a sintomatologia ser´a (menor o score de OQ10). A alianc¸a (WAI) ´e afetada pela sin- tomatologia e pelo n ´umero de ocorrˆencias de MIs. A vari´avel com maior influˆencia na alianc¸a ´e a sintomatologia, quanto melhor o paciente est´a da doenc¸a, maior ser´a a alianc¸a com o terapeuta. Os momentos de inovac¸˜ao tamb´em tˆem efeito significativo e quanto maior o n ´umero de MIs, melhor a alianc¸a paciente - terapeuta (WAI).

Os momentos de inovac¸˜ao (MIs) s˜ao diretamente afetados pela sintomatologia (OQ10) e pela alianc¸a com o terapeuta (WAI). A sintomatologia ´e a vari´avel com maior influˆencia, por isso, para cada score a mais de OQ10, a chance de ocorrerem momentos de inovac¸˜ao diminui 3,63% (quanto pior o paciente est´a da doenc¸a, menor a chance de ocorrerem MIs). Na alianc¸a paciente - terapeuta, por sua vez, para cada score a mais na alianc¸a, a chance

de ocorrerem momentos de inovac¸˜ao aumenta 1,21% (quanto melhor a alianc¸a, maior o n ´umero de MIs).

Ao analisarmos os dois grupos de momentos de inovac¸˜ao (low e high) em relac¸˜ao a in- fluˆencia deles sobre a sintomatologia, o grupo de MI.low n˜ao ´e significativo ao explicar a melhora do paciente, enquanto o grupo MI.high ´e significativo (est´a a explicar a melhora do paciente), logo, os MIs dos tipos ac¸˜ao (A2), reflex˜ao (R2), protesto (P2), re-conceptualizac¸˜ao (RC), e mudanc¸a de performance (PC), tˆem maior influˆencia na melhora do paciente.

Para futuro trabalho, sugerimos o estudo dos momentos de inovac¸˜ao, onde a chance de ocorrˆencia deles numa sess˜ao seja preditora da chance de ocorrˆencia de MIs na sess˜ao se- guinte.

B I B L I O G R A F I A

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