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Figura 22: Gr´afico WAI x OQ10 (poor outcome).

exemplos est˜ao assinalados com um ’X’. Na Figura 22, apresentamos as retas dos valores preditos de OQ10 para pacientes com poor outcome e, ao contr´ario do good outcome, os valores de OQ10 possuem pouca variac¸˜ao da 1a para a 20a sess˜ao, por conseguinte, mesmo com o aumento da alianc¸a paciente-terapeuta, os pacientes com poor outcome apresentam melhora n˜ao expressiva na doenc¸a.

5.1.2 MIs como preditores de OQ10

A vari´avel resposta OQ10, que reflete a sintomatologia do paciente, possui, no mo- delo longitudinal, um efeito aleat ´orio e uma estrutura de correlac¸˜ao exponencial. Para a parte f ixa temos: E[Yi j] = β0+β1 outcome∗session+β2treat. Para estudarmos a

influˆencia dos momentos de inovac¸˜ao na sintomatologia do paciente, acrescentamos a vari´avel MI.perc na parte f ixa, e analisamos os seus resultados, assim como sua interac¸˜ao com o tempo tamb´em foi testada. A vari´avel psicoterapˆeutica MI foi usada em percenta- gem do total de palavras da sess˜ao (MI.perc).

O modelo com a interac¸˜ao MI.perc∗session foi o que obteve melhor ajustamento, com a interac¸˜ao sendo significativa (p-valor = 0,046 < α= 0,05, rejeita-se H0) e o AIC = 1588,769

O tipo de tratamento (cognitivo ou narrativo) n˜ao ´e significativo (p-valor = 0,117 > α= 0,05, n˜ao se rejeita H0), assim como sua interac¸˜ao, por conseguinte, o tipo de tratamento n˜ao est´a a influenciar a sintomatologia do paciente. J´a para a vari´avel explicativa outcome, n˜ao temos diferenc¸as iniciais entre seus n´ıveis (good e poor) (p-valor = 0,789> α= 0,05, n˜ao se rejeita H0), todavia, ao longo das sess ˜oes, os pacientes com poor outcome tˆem valores

mais altos de OQ10 que os pacientes com good outcome (interac¸˜ao significativa, p-valor = 0,000< α= 0,05, rejeita-se H0).

Tabela 20: Output do Modelo com interac¸ ˜ao (MI preditor de OQ10).

Coeficientes Estimativas Desvio Padr˜ao z value P-valor

β0 24,812 2,325 10,670 <0,0001 β1mi.total.perc -0,143 0,044 -3,259 0,0013 β2session -0,963 0,142 -6,766 <0,0001 β3outcome2 (poor) -0,691 2,524 -0,274 0,7886 β4treat2 (narrativo) 3,495 2,085 1,676 0,1175 β5mi.total.perc*session 0,007 0,004 2,007 0,0458 β6outcome2*session 0,876 0,157 5,588 <0,0001

Figura 23: Gr´afico MIs x OQ10 (good outcome).

Com a interac¸˜ao significativa (MI.perc∗session), o efeito do tempo sobre a sintomatologia ´e diferente para a primeira e ´ultima sess˜ao. Na Figura23representamos as retas de valores preditos de OQ10 para paciente com good outcome em func¸˜ao das ocorrˆencias de MIs. Para a 1a sess˜ao, quanto maior o n ´umero de MIs, menor o score de OQ10, j´a na 20a sess˜ao, a

5.1. Vari´avel resposta - OQ10 43

variac¸˜ao no score de OQ10 ´e pouca em relac¸˜ao ao aumento de momentos de inovac¸˜ao. Os pacientes com poor outcome est˜ao representados na Figura24, onde observamos que para a 1asess˜ao temos pouca diferenc¸a dos pacientes com good outcome (diferenc¸a entre n´ıveis n˜ao foi estatisticamente significativa), por´em, para a 20asess˜ao, temos uma diferenc¸a acentuada entre outcomes, mas a influˆencia dos MIs continua a ser baixa. Conclu´ımos que a influˆencia dos momentos de inovac¸˜ao ´e maior nas primeiras sess ˜oes de terapia, sendo que nas ´ultimas sua influˆencia diminui.

Figura 24: Gr´afico MIs x OQ10 (poor outcome).

5.1.3 RPMs como preditores de OQ10

Ap ´os verificarmos que h´a influˆencia dos momentos de inovac¸˜ao (MIs) na sintomatologia, analisamos se os retornos ao problema est˜ao a influenciar o score OQ10 (sintomatologia). Usamos o modelo longitudinal com um efeito aleat ´orio, uma estrutura de correlac¸˜ao ex- ponencial, e parte f ixa: E[Yi j] = β0+β1 outcome∗session+β2treat, e acrescentamos a

vari´avel psicoter´apica RPM (modelo i) e sua interac¸˜ao com o tempo (modelo ii). Os retornos ao problema (RPMs), s˜ao apresentados em n ´umero total de retornos ao problema numa sess˜ao de terapia.

A interac¸˜ao RPM∗session n˜ao ´e significativa (p-valor = 0,8783 >α= 0,05, n˜ao se rejeita H0), por consequˆencia, o modelo sem a interac¸˜ao ´e o que apresentou melhor ajustamento,

com AIC = 1598,456. Mas, mesmo o modelo obtendo melhor ajustamento, a vari´avel RPM n˜ao ´e significativa (p-valor = 0,166 > α = 0,05, n˜ao se rejeita H0) para explicar a sinto-

matologia do paciente (resultados apresentados na Tabela 21). O tratamento treat n˜ao ´e significativo (p-valor = 0,187 > α = 0,05, n˜ao se rejeita H0), assim como a sua interac¸˜ao

com o tempo tamb´em n˜ao ´e significativa, ou seja, em relac¸˜ao `a sintomatologia, n˜ao temos diferenc¸as estatisticamente significativas entre os tratamentos cognitivos e narrativos. A vari´avel explicativa outcome n˜ao ´e significativa (p-valor = 0,972 > α = 0,05, n˜ao se rejeita H0), mas, a sua interac¸˜ao com o tempo ´e (p-valor = 0,000 < α = 0,05, rejeita-se H0), por-

tanto, quando os pacientes comec¸aram o tratamento terapˆeutico eles estavam num mesmo ’n´ıvel’ de depress˜ao/ansiedade e, ao longo das sess ˜oes, os pacientes que obtiveram um poor outcome tem, em m´edia, o score da sintomatologia, 0,84 vezes mais alto - lembrando que quanto mais alto o score da sintomatologia, pior o paciente encontra-se da doenc¸a.

Tabela 21: Output do Modelo sem interac¸ ˜ao (RPM preditor de OQ10).

Coeficientes Estimativas Desvio Padr˜ao z value P-valor

β0 22,159 2,284 9,165 <0,0001 β1rpm.total 0,080 0,058 1,389 0,1658 β2outcome2 (poor) 0,093 2,590 0,036 0,9720 β3session -0,840 0,121 -6,964 <0,0001 β4treat2 (narrativo) 2,922 2,095 1,394 0,1867 β5outcome2*session 0,840 0,165 5,088 <0,0001

5.2. Vari´avel resposta - WAI 45

Na Figura25 apresentamos o gr´afico da sintomatologia (OQ10) em func¸˜ao dos retornos ao problema (RPMs) para pacientes com good outcome. Observamos que os scores de OQ10 para a ´ultima sess˜ao de terapia s˜ao bem inferiores aos scores da primeira sess˜ao, por´em, eles pouco se alteram com o aumento do n ´umero de ocorrˆencias de RPMs, comprovando o fato dos retornos ao problema n˜ao serem influentes `a sintomatologia do paciente. Para os pacientes com poor outcome, notamos que a 1a sess˜ao possui valores bem pr ´oximos aos encontrados para os pacientes com good outcome, n˜ao h´a diferenc¸a estat´ıstica no in´ıcio da terapia. Por´em, na 20a sess˜ao, os valores de OQ10 j´a s˜ao totalmente distintos para good e poor outcome, observa-se, na figura26, que as retas da 1a e da 20asess˜ao est˜ao praticamente sobrepostas.

Figura 26: Gr´afico RPMs x OQ10 (poor outcome).

5.2 va r i´avel resposta - W A I

5.2.1 OQ10 como preditor de WAI

Ao analisarmos a vari´avel resposta WAI, alianc¸a paciente - terapeuta, o modelo longitu- dinal utilizado foi com um efeito aleat ´orio, estrutura de correlac¸˜ao exponencial temporal, e parte f ixa: E[Yi j] = β0+β1 outcome+β2treat+session (sec¸˜ao4.2). Como o objetivo desta sec¸˜ao ´e estudarmos a influˆencia da sintomatologia na alianc¸a, acrescentamos `a parte f ixa do modelo a vari´avel psicoter´apica OQ10 e testamos sua interac¸˜ao com o tempo.

A interac¸˜ao OQ10∗session n˜ao ´e significativa (p-valor = 0,151 > α= 0,05, n˜ao se rejeita H0), sendo assim, o modelo sem a interac¸˜ao foi o de melhor ajustamento, com AIC =

4074,992. Os resultados do ajustamento est˜ao apresentados na Tabela22.

Tabela 22: Output do Modelo sem interac¸ ˜ao (OQ10 preditor de WAI).

Coeficientes Estimativas Desvio Padr˜ao z value P-valor

β0 53,861 1,865 28,887 <0,0001

β1oq10 -0,151 0,032 -4,697 <0,0001

β2outcome2 -1,678 1,731 -0,969 0,3387

β3treat2 -1,486 1,571 -0,946 0,3503

β4session 0,201 0,046 4,365 <0,0001

Figura 27: Gr´afico WAI x OQ10.

Quando estamos a falar da vari´avel resposta WAI, alianc¸a paciente - terapeuta, as vari´aveis outcome e treat n˜ao s˜ao significativas (outcome, p-valor = 0,339>α= 0,05, n˜ao se rejeita H0;

e treat, p-valor = 0,350> α= 0,05, n˜ao se rejeita H0), da´ı conclu´ımos que os efeitos dessas

vari´aveis n˜ao influenciam na alianc¸a WAI. ´E indiferente para a alianc¸a se o paciente teve good outcome ou poor outcome, assim como ´e indiferente o tipo de tratamento realizado (cognitivo ou narrativo). O efeito da vari´avel psicoter´apica OQ10 (sintomatologia), ´e signi- ficativa (p-valor = 0,000< α= 0,05, rejeita-se H0), para cada score a mais de OQ10, o score

de WAI diminui 0,151 vezes. Quanto pior o paciente encontra-se da doenc¸a (maior score OQ10) menor ´e a alianc¸a dele com o terapeuta. Contudo, como a interac¸˜ao OQ10∗session

5.2. Vari´avel resposta - WAI 47

n˜ao ´e significativa, essa diminuic¸˜ao n˜ao ´e afetada pelo tempo. Apresentamos na Figura 27 os valores preditos de WAI em func¸˜ao de OQ10.

5.2.2 MIs como preditores de WAI

Para a vari´avel resposta WAI (alianc¸a paciente - terapeuta) o modelo longitudinal de melhor ajustamento possui um efeito aleat ´orio, uma estrutura de correlac¸˜ao exponencial, e parte f ixa: E[Yi j] = β0+β1outcome+β2treat+β3session, sem nenhuma interac¸˜ao dos

tratamentos com o tempo. Na presente an´alise, inclu´ımos a vari´avel MI (momentos de inovac¸˜ao) e sua interac¸˜ao com o tempo (MI∗session) para observarmos o efeito delas sobre a alianc¸a. A vari´avel explicativa psicoter´apica MI (acrescentada a parte f ixa do modelo) foi em forma de percentagem do total de palavras da sess˜ao.

A interac¸˜ao MI∗session n˜ao ´e significativa (p-valor = 0,409>α= 0,05, n˜ao se rejeita H0),

sendo assim, o modelo sem a interac¸˜ao foi o de melhor ajustamento (AIC = 1589,821), com os resultados apresentados na Tabela23.

Tabela 23: Output do Modelo sem interac¸ ˜ao (MI preditor de WAI).

Coeficientes Estimativas Desvio Padr˜ao z value P-valor

β0 46,596 2,899 16,072 < 0,0001

β1mi.total.perc 0,044 0,021 2,109 0,0358

β2treat2 (narrativo) 1,532 3,021 0,507 0,6206

β3outcome2 (poor) -0,644 2,930 -0,220 0,8293

β4session 0,253 0,068 3,689 0,0003

As vari´aveis explicativas outcome e treat j´a n˜ao eram significativas no modelo antes de acrescentarmos a vari´avel psicoter´apica mi.total.perc, e continuam a n˜ao ser significativas (p-valor > α = 0,05, n˜ao se rejeita H0), logo, n˜ao ´e indiferente para a alianc¸a (WAI) se

o paciente foi tratado por terapia cognitiva ou narrativa, assim como se obteve poor ou good outcome. J´a o efeito da vari´avel mi.total.perc ´e significativa para explicar WAI (p-valor = 0,036<α= 0,05, rejeita-se H0). Para cada um valor de aumento na percentagem de MIs,

o score da alianc¸a aumenta 0,044 vezes, ou seja, quando a percentagem de MIs aumenta, a alianc¸a paciente - terapeuta aumenta (Figura 28). Como a interac¸˜ao MI∗session n˜ao foi significativa, o aumento dos valores da alianc¸a mantˆem-se constante, n˜ao divergindo de sess˜ao para sess˜ao.

Figura 28: Gr´afico WAI x MIs.

5.2.3 RPMs como preditores de WAI

Utilizamos, para WAI (alianc¸a paciente - terapeuta), o modelo longitudinal com um efeito aleat ´orio, uma estrutura de correlac¸˜ao exponencial, e parte f ixa: E[Yi j] = β0+β1outcome+

β2treat+β3session (definido na sec¸˜ao 4.2). Para o estudo da influˆencia dos retornos ao problema na alianc¸a, acrescentaremos a vari´avel RPM (retorno ao problema) `a parte f ixa, e sua interac¸˜ao com o tempo tamb´em foi testada. A vari´avel RPM ´e apresentada em n ´umero total de retornos ao problema por sess˜ao de terapia.

A interac¸˜ao RPM.total∗session n˜ao ´e significativa (p-valor = 0,881 > α = 0,05, n˜ao se rejeita H0), sendo assim, o modelos sem a interac¸˜ao foi o de melhor ajustamento com os

resultados apresentados na Tabela24e AIC = 1591,671.

Tabela 24: Output do Modelo sem interac¸ ˜ao (RPM preditor de WAI).

Coeficientes Estimativas Desvio Padr˜ao z value P-valor

β0 47,789 2,927 16,324 <0,0001

β1rpm.total -0,090 0,057 -1,585 0,1141

β2treat2 (narrativo) 1,918 3,066 0,625 0,5425

β3outcome2 (poor) -0,968 2,966 -0,326 0,7493

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