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CONCURSO MELHOR TEMA LIVRE ORAL JOVEM PESQUISADOR SBC 2020

Odilson Marcos Silvestre (AC)

Julgador

Fernanda Marciano Consolim Colombo (SP)

Julgador

Denilson Campos de Albuquerque (RJ)

Julgador

COMISSÃO JULGADORA

CONCURSO MELHOR TEMA LIVRE ORAL JOVEM PESQUISADOR

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DESCRIÇÃO PROGNÓSTICA E MODELOS PREDITORES DE RISCO EM PACIENTES COM INFARTO DO MIOCÁRDIO E CORONÁRIAS SEM DOENÇA OBSTRUTIVA (MINOCA)

THOMAZ EMANOEL AZEVEDO SILVA1, Bruna de Sá Barreto Pontes1, Mateus dos Santos Viana1, Milton Henrique Vitória Melo1, João Vitor Miranda Porto de Oliveira1, André Costa Meireles1, André Luiz Freitas de Oliveira Júnior1, Paula Oliveira Andrade Lopes1, Pedro Henrique Correia Filgueiras1, Mariana Tourinho Pessoa Rezende1, Márcia Maria Noya Rabelo2, Luís Cláudio Lemos Correia1

(1) Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, (2) Hospital São Rafael

Fundamento: MINOCA é um acrônimo utilizado na prática cardiológica para descrever pacientes acometidos por infarto do miocárdio (IAM) e coronárias não obstrutivas.

Pouco se sabe a respeito da real prevalência e evolução prognóstica destes pacientes, em especial naqueles vítimas de insulto primário. Além disso, modelos preditores utilizados na prática clínica não são validados nesta população, em especial os escores de risco angiográficos capazes de quantificar a paucidade de doença aterosclerótica presente nesta amostral. Objetivo: Descrever o prognóstico de pacientes com MINOCA, comparativamente ao infarto com obstrução coronária e explorar a acurácia de modelos prognósticos neste cenário. Metodologia: Foram avaliados pacientes com critérios objetivos de IAM submetidos a angiografia coronariana entre 05/2008 a 12/2018. MINOCA foi definido como IAM na ausência de estenose > 50% de obstrução em qualquer vaso da árvore coronariana. Desfecho primário foi definido pelo combinado de óbito em qualquer momento e internamento por IAM ou angina durante seguimento tardio. Resultados: Foram avaliados 544 indivíduos e destes, 73 apresentaram critérios para MINOCA. A incidência de eventos combinados foi 9,6%

no grupo MINOCA, sem diferença com 17,1% no grupo com obstrução significativa (p = 0,06). A incidência isolada de óbito no seguimento foi 2,7% versus 4,1% (p = 0,29).

O tempo livre de eventos apresentou média de 591 ± 378 dias no grupo MINOCA e 534 ± 369 dias no grupo não MINOCA (log‑rank; p = 0,06). A análise da acurácia dos escores para predição de desfechos no grupo MINOCA evidenciou acurácia do escore clínico GRACE (AUC 0,862; IC 95% 0,74 – 0,98: p = 0,002), diferentemente dos escores angiográficos Gensini (AUC 0,621; IC 95% 0,45 – 0,88; p = 0,298) e Friesinger (AUC 0,619; IC 95% 0,40 – 0,83; p = 0,302). Conclusão: O prognóstico de pacientes com MINOCA não é melhor do que pacientes com infarto tradicional. No cenário de MINOCA, escores angiográficos não são bons preditores de risco, enquanto o Escore clínico GRACE apresenta boa acurácia preditora.

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ANÁLISE DOS TEMPOS DOR-PORTA, PORTA-AGULHA E FIBRINOLÍTICO-CATETERISMO NO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM RELAÇÃO AO SEXO PATRÍCIA MAQUINÊZ VELOSO1, Andréia Sevestrin Terencio1, Edielle de Sant’ Anna Melo1, Ana Luiza Brasileiro da Silva Costa1, Verônica de Jesus Oliveira Barreto1, Adriana Caroline Medeiros Tavares1, Anita de Oliveira e Souza Fragoso1, Euzébio Pereira Batista1, Prócion Barreto da Rocha Klautau Neto1, Vagner Lucas Suares1, Pedro Ivo De Marqui Moraes1, Iran Gonçalves Júnior1

(1) Universidade Federal de São Paulo

Introdução: O acesso precoce ao tratamento do infarto agudo do miocárdio (IAM) diminui morbimortalidade. As mulheres apresentam perfil de risco cardiovascular distinto e maior frequência de sintomas “atípicos” de isquemia miocárdica em relação aos homens, fatores que podem contribuir para diferenças em métricas de atendimento e desfechos. Objetivo: Analisar diferença entre os tempos dor‑porta, porta‑agulha e fibrinolítico‑cateterismo em relação ao sexo em uma rede municipal para tratamento de IAM com supradesnivelamento de segmento ST (IAMCSST). Métodos: Estudo observacional transversal que analisou 2723 pacientes de março‑2010 a dezembro‑2019, dos quais 29,8% (811) mulheres, que receberam terapia de reperfusão com fibrinolítico (97% tenecteplase) em hospitais primários e transferidos ao centro terciário para realização de cateterismo cardíaco (estratégia fármaco‑invasiva). Variáveis categóricas foram comparadas pelo teste qui‑quadrado e numéricas expressas em mediana e intervalo interquartil (IIQ) e comparadas pelo teste Mann‑Whitney. P < 0,05 foi considerado significativo. Resultados: Em comparação aos homens, as mulheres apresentaram maior idade (60 [53‑69] x 56 [49‑63] anos; p < 0,01), maior frequência de hipertensão arterial (68,9% x 56,5%; p < 0,01) e diabetes mellitus (36,6% x 28,3%; p < 0,01).

Não houve diferença entre gêneros na frequência de dor torácica descrita como atípica (6,2% x 6,1%; p = 0,51). Na análise da métrica de atendimento, as mulheres apresentaram tempos mais prolongados de procura ao atendimento médico após início dos sintomas do IAM, sendo o tempo mediano “dor‑porta” de 120 minutos [IIQ 60‑240], comparado a mediana de 110 minutos [IIQ 60‑210] em homens (p = 0,02) e maior tempo entre chegada ao hospital e infusão de fibrinolítico, sendo o tempo mediano

“porta‑agulha” de 72 minutos [IIQ 49‑120], comparado a 69 minutos [IIQ 42‑120] em homens (p = 0,03). Não houve diferença entre gêneros em relação ao tempo entre a infusão de fibrinolítico e cateterismo cardíaco no hospital terciário, com tempo mediano

“fibrinolítico‑cateterismo” de 15,9 horas [IIQ 7,0‑24,6] em mulheres e 16,5 horas [IIQ 7,4‑24,9] em homens (p = 0,07). Conclusão: Em uma rede municipal para tratamento de IAMCSST baseada na estratégia fármaco‑invasiva, as mulheres apresentaram um perfil de risco cardiovascular mais elevado e piores métricas de atendimento, incluindo maior atraso para tomada de terapia de reperfusão.

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AVALIAÇÃO CLÍNICA E ANGIOGRÁFICA DE PACIENTES COM HIPERTIREOIDISMO DESCOMPENSADO NA FASE AGUDA DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

GABRIELA MENICHELLI MEDEIROS COELHO1, Anita de Oliveira e Souza Fragoso1, Luciana Netto Gioia1, Ana Luiza Brasileiro da Silva Costa1, Prócion Barreto da Rocha Klautau Neto1, Vagner Lucas Suares1, Adriana Caroline Medeiros Tavares1, Verônica de Jesus Oliveira Barreto1, Euzébio Pereira Batista1, Iran Gonçalves Junior1, Adriano Mendes Caixeta1, Pedro Ivo de Marqui Moraes1

(1) Universidade Federal de São Paulo

Introdução: O hipertireoidismo é um estado hiperadrenérgico que predispõe a taquiarritmias, insuficiência cardíaca de alto débito e infarto agudo do miocárdio (IAM) por mecanismos como vasoespasmo e trombose coronariana, mesmo na ausência de substrato aterosclerótico. Objetivo: Descrever características clínicas e angiográficas de pacientes com hipertireoidismo descompensado (HD) atendidos em rede municipal para tratamento do IAM com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). Métodos: analisados 2723 pacientes consecutivos com IAMCSST de março‑2010 a dezembro‑2019 atendidos em hospitais primários e referenciados ao centro terciário, sendo 96,4% (2625 pacientes) submetidos à estratégia fármaco‑invasiva e 3,6% (98 pacientes) à angioplastia primária.

Foram considerados critérios laboratoriais de HD a associação do hormônio tireoestimulante (TSH) em níveis séricos suprimidos (< 0,05 mUI/mL) com valores de tiroxina livre (T4L) acima do limite superior de 1,7 ng/dL. Variáveis categóricas foram comparadas pelo teste de qui‑

quadrado e as numéricas expressas em mediana e intervalo interquartil e comparadas pelo teste de Mann‑Whitney. Resultados: Dez pacientes (0,37%) apresentaram HD na admissão hospitalar, nenhum com conhecimento prévio da doença. Em comparação à coorte geral dos pacientes com IAMCSST, aqueles com HD apresentaram mediana de idade inferior (45,5 x 57,5 anos; p < 0,01), menor nível basal de LDL‑colesterol (96 [72‑115] mg/dL x 126 [100‑154] mg/dL; p < 0,01), sem casos de diabetes mellitus (0,0% x 30,9%; p < 0,01) e maior frequência cardíaca (90 [74‑119] bpm x 77 [67‑89] bpm; p < 0,01). Não houve diferença entre os grupos em relação a gênero, hipertensão arterial, tabagismo, clearance de creatinina e acometimento da parede anterior. Todos os pacientes com HD apresentaram obstrução coronariana exclusivamente na “artéria culpada pelo IAM”, enquanto na coorte, o acometimento uniarterial ocorreu em menos da metade dos casos (100% x 44,9%; p < 0,01).

A necessidade de angioplastia foi equivalente entre os grupos (60% x 69%; p = 0,2).

Nāo houve óbitos no grupo de HD ou diferença significante na mortalidade hospitalar (0,0% x 5,8%; p = 1,0). Conclusão: Em pacientes com IAMCSST atendidos pela rede municipal, o HD mostrou‑se um fenômeno raro, de predominância em indivíduos mais jovens, com menos comorbidades e de acometimento uniarterial. É plausível aventar a hipótese de nexo causal direito entre HD e o evento coronariano agudo.

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ANÁLISE DOS FATORES RELACIONADOS A MORTALIDADE HOSPITALAR EM CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA ISOLADA E DESENVOLVIMENTO DO ESCORE DE RISCO PRÉ-OPERATÓRIO (ERPO) RAPHAEL PARIS ROSAN1, Raphael Paris Rosan1, Vivian Lerner Amato1, João Ítalo Dias França1, Pedro Silvio Farsky1, Jorge A. Farran1, Silmara Friolani1, Carolina Maldi1 (1) Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC)

Introdução: A doença cardiovascular é a principal causa de óbito no Brasil. O tratamento para doença aterosclerótica coronária (DAC) inclui a terapêutica medicamentosa isolada ou associada a intervenção, que pode ser percutânea ou cirúrgica. O risco de óbito intra‑hospitalar após cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), pode ser avaliado por meio da identificação de fatores pré‑operatórios e quantificado através de escores.

Objetivo: Analisar previamente à cirurgia os elementos relacionados a mortalidade na fase hospitalar após CRM isolada e desenvolver um escore de risco pré‑operatório (ERPO). Métodos: Estudo observacional, retrospectivo, unicêntrico, realizado em hospital público na cidade de São Paulo. Foram analisadas comorbidades e exames complementares prévios dos 9.826 pacientes submetidos à CRM isolada no período de 01/01/1999 a 31/12/2017 e sua correlação com óbito hospitalar no pós‑operatório.

Para a construção do escore, os pacientes foram divididos em dois grupos, sendo o primeiro denominado grupo “construção” com 7.860 (80%) dos indivíduos e o segundo grupo “validação” com 1966 (20%). Resultados: A média de idade entre os pacientes foi de 62,43 anos. O sexo mais prevalente foi o masculino (70,2%). Foram identificados e classificados 15 fatores independentemente relacionados à mortalidade hospitalar com uma faixa de pontos variando entre 0 e 500. Após a soma da pontuação de cada fator, os pacientes foram subdivididos em 4 grupos: risco baixo (escore ≤ 84 pontos), risco intermediário (escore entre 85‑152 pontos), risco alto (escore entre 153‑211) e risco muito alto de óbito (escore > 211 pontos). O risco de óbito variou de 1,2% naqueles considerados de baixo risco, até 16,3% entre os considerados de risco muito alto pelo ERPO. O modelo logístico final foi calculado no grupo construção com um C‑statistic de 0,745 (0,720‑0,770, intervalo de confiança [IC] de 95%) e no grupo validação foi testado o escore obtendo área da curva ROC de 0,716 (0,666‑0,767, IC 95%). O desfecho óbito ocorreu em 489 pacientes (5%). Conclusão: O ERPO mostrou possuir um bom poder de distinção na população estudada em definir aqueles que são considerados de baixo, intermediário, alto e muito alto risco para óbito no pós‑operatório através da análise dos fatores pré‑operatórios, podendo servir então como ferramenta auxiliar no pré‑operatório para o médico/equipe assistente.

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AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE AERÓBICA POR TESTES FUNCIONAIS EM HOMENS E MULHERES ACIMA DE 60 ANOS

VICTOR HUGO VIDAL DOMECG1, Victor Hugo Vidal Domecg1, Amanda Monteiro1, Beatriz Fonseca1, Juliana Moraes1, Felipe S Manzano1, Gabriel Espinosa1, Gabriel Moraes1, Fernanda Domecg1, Christiane S Prado1, Marcelo Riccio Facio1, Fabricio Braga1 (1) Laboratório de Performance Humana

Fundamentos: A capacidade aeróbica (CA) é o novo sinal vital. Seu padrão ouro é a medida objetiva direta através do Teste Cardiopulmonar do Exercício (TCPE).

Todavia, vários são os obstáculos de acesso ao TCPE para os que precisam. Avaliações mais simples de CA poderão ajudar médicos na estratificação de risco de seus pacientes e servir de rastreio para o TCPE. Objetivo: Determinar a capacidade de predizer baixa CA através de teste funcionais (TF) simples em pacientes acima de 60 anos (P60+) encaminhados para a realização de TCPE. Materiais e Métodos: Imediatamente antes da realização do TCPE, os P60+ eram submetidos a uma bateria de TF que compreendia:

Teste de Sentar e Levantar da cadeira em 30s (TSL30), Time Up and Go (TUG), Preensão manual (PM) e Flexão de cotovelo 30s (FC30s). Após 10 min de recuperação os pacientes eram submetidos a TCPE em bicicleta utilizando protocolo de rampa individualizada após 2min de repouso e 3min de pedal sem carga, seguidos de 5min de recuperação.

CA reduzida foi determinada por um VO2 de pico menor que 85% do previsto para o P60+. Resultados: Foram avaliados 160 P60+ (69,5 ± 6 anos; 108 homens [67,5%)).

Desses 37,5% tinham CA reduzida, sendo 21,3% e 71,2% (p < 0,001) para homens(H) e mulheres(M) respectivamente. Ambos apresentaram resultados piores nos pacientes com CA reduzida. TUG: 6,3 ± 1,7 e 9,1 ± 2,7s (p < 0,001); PM: 31 ± 7 e 21 ± 7,7 Kg (p < 0,001);

FC30s: 23,7 ± 5,8 e 18,3 ± 5,3 rep (p < 0,001); TSL30 16,6 ± 4,5 e 11,4 ± 3,3 rep (p < 0,001) respectivamente para CA normal e reduzida. Na análise multivariada ajustada para dados demográficos e composição corporal, apenas o TSL30 esteve independentemente associado a uma CA reduzida, OR = 0,67 (IC 95% 0,49‑0,91). As áreas sob a curva RC do para o diagnóstico de CA reduzida TSL30 foram 0,879 (IC95% 0,802‑0,956) e 0,894(IC95% 0,804‑0,908) respectivamente para H e M. Os melhores pontos de corte foram <14 para H e <15 repetições para M, com sensibilidade e especificidade de 73 e 91%; e 73 e 89% respectivamente para H e M. Conclusão: Dentre os testes funcionais o TSL30s foi o melhor preditor de baixa CA. Esta simples ferramenta pode ser extremamente útil na estratificação de risco clínico quando a realização de um TCPE não for seja possível

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CURVA DE APRENDIZADO NO IMPLANTE DE DISPOSITIVOS DE ASSISTÊNCIA VENTRICULAR DE LONGA PERMANÊNCIA: 7 ANOS DE EXPERIÊNCIA EM CENTRO CARDIOLÓGICO BRASILEIRO

NÁDIA ROMANELLI QUINTANILHA1, Bruno Biselli1, Bruno Soares da Silva Rangel1, Valmir de Freitas Costa1, Monica Samuel Avila Grinberg1, Stephanie Itala Rizk1, Danilo Galantini1, Renata Hames1, Paulo Manuel Pego Fernandes1, Ludhmila Abrahão Hajjar1, Roberto Kalil Filho1, Silvia Moreira Ayub Ferreira1

(1) Hospital Sírio Libanês

Fundamento: Os dispositivos de assistência ventricular implantáveis (DAVi) de longa permanência constituem uma importante estratégia de tratamento em pacientes com insuficiência cardíaca avançada.

Objetivo: Comparar a mortalidade e hospitalização de acordo com a curva de aprendizado de implante de DAVi em um centro cardiológico. Pacientes e métodos: Dados de prontuário foram analisados retrospectivamente e os pacientes foram divididos em 2 grupos de forma cronológica, sendo o grupo 1

composto pelo primeiros 11 implantes e o grupo 2 pelos últimos 12 implantes de DAVi.

Foram comparados dados clínicos e demográficos, tipo de dispositivo implantado e variáveis clínicas e cirúrgicas entre os dois grupos. Mortalidade e hospitalização foram calculadas por Kaplan-Meier (figura 1). Resultados: Foram implantados 23 DAVi em um centro cardiológico durante 7 anos.Os primeiros implantes (grupo 1) ocorreram no período de fevereiro de 2013 a setembro de 2017, e os últimos 12 implantes (grupo 2) de novembro de 2017 a outubro de 2019. No grupo 1 foram implantados 11 DAVi de fluxo axial enquanto que no grupo 2 foram implantados 5 DAVi de fluxo axial e 7 DAVi centrífugos (p = 0,005). Não houve diferença significativamente estatística na comparação entre os grupos em relação idade, etiologia e fração de ejeção do ventrículo esquerdo.

O grupo 1 foi constituído de 36% de pacientes em INTERMACS 1 e 2, enquanto o grupo 2 de 16% (p = 0,37). O HeartMateII Risk Score médio foi 2,6 e 1,66 (p = 0,07) respectivamente. O tempo de circulação extra corpórea foi de 145 minutos no grupo 1 e 102 minutos no grupo 2 (p = 0,012). A taxa de re‑operação foi de 45% no primeiro grupo e 8% no segundo grupo (p = 0,06). A sobrevida em 1 ano foi de 64% no grupo 1 e de 100%

no grupo 2 (p = 0,02), sendo que a mediana de tempo de dispositivo nos grupos foi de 481 e 372 dias respectivamente. Conclusão: Ao longo de 7 anos de experiência de implante de DAVi, pudemos demonstrar que a melhor seleção dos casos, a mudança do tipo de dispositivo e resultados cirúrgicos favoráveis foram fatores determinantes para o sucesso da terapia, com impacto substancial na melhora de sobrevida.

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A EFICÁCIA DO ACESSO RADIAL NA REDUÇÃO DE SANGRAMENTO DURANTE PROCEDIMENTOS CORONÁRIOS PERCUTÂNEOS SE TRADUZ EM EFETIVIDADE (MUNDO REAL) QUANDO APLICADO A PACIENTES COM SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS?

JOÃO VICTOR ALMEIDA DOS SANTOS1, Pedro Henrique Correia Filgueiras1, João Vitor Miranda Porto de Oliveira1, Milton Henrique Vitória Melo1, Thomaz Emanoel Azevedo Silva1, Bruna de Sá Barreto Pontes1, André Luiz Freitas de Oliveira Junior1, Paula Oliveira de Andrade Lopes1, André Costa Meireles1, Mariana Tourinho Pessoa Rezende1, Márcia Maria Noya Rabelo2, Luis Claudio Lemos Correia1

(1) Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, (2) Hospital São Rafael

Fundamento: O acesso radial tem se mostrado eficaz na redução do sangramento relacionado ao sítio de punção em procedimentos coronários, quando comparado ao acesso femoral. Objetivo: Testar a hipótese de que a eficácia protetora do acesso radial contra sangramento se traduz em efetividade quando esta técnica é utilizada no mundo real de pacientes com síndromes coronarianas agudas (SCA). Métodos: Em estudo do coorte prospectiva, foram incluídos pacientes internados entre fevereiro de 2011 e junho de 2019, devido a infarto com ou sem supra do ST e angina instável, os quais foram submetidos a coronariografia ou intervenção coronária percutânea. A escolha do acesso vascular (radial ou femoral) ficou a critério do médico intervencionista, sem qualquer influência dos pesquisadores. Sangramento geral no local de punção foi definido como hematoma ou exteriorização ativa, correspondendo aos tipos 1, 2, 3 ou 5 dos critérios Bleeding Academic Research Consortium (BARC). Sangramento maior foi definido pelos tipos 3 ou 5 de BARC. Resultados: Foram estudados 819 pacientes (idade 64 ± 14 anos, 65% do sexo masculino), 387 (47%) com SCA sem supra de ST. A incidência geral de sangramento foi 173 (21%) pacientes, sendo 29 (3,5%) de sangramento maior. O acesso radial foi escolhido em 467 (68%) dos pacientes. Pacientes de acesso radial apresentaram menor incidência de sangramento, quando comparados ao acesso femoral (13% vs. 34%, respectivamente;

p < 0,001), equivalente a redução relativa do risco de 61% (95% CI = 48% ‑ 71%). O mesmo ocorreu quando a análise se limitou a sangramentos maiores (2,4% vs. 7,4%, p = 0,002), representando redução relativa do risco de 68% (95% CI = 33% ‑ 85%). Entretanto, o escore CRUSADE foi menor no grupo de acesso radial comparado ao femoral (25 ± 14 vs. 33 ± 15;

p < 0,01), o que pode atuar como fator de confusão. Após ajuste para o Escore CRUSADE, o acesso radial manteve seu aspecto protetor quanto a sangramento (OR = 0,33;

95% IC = 0,21‑0,51; p < 0,001). A tendência a menor incidência de sangramento com o acesso radial permaneceu quando as análises foram limitadas a tercis de Escore CRUSADE (primeiro tercil: 8,2% vs. 28%; p = 0,002; RR = 0,29), (segundo tercil: 12% vs. 28%; p = 0,01;

RR = 0,43) e (terceiro tercil: 20% vs. 40%; p = 0,002; RR: 0,5). Conclusão: A eficácia demonstrada pelo acesso radial provavelmente se traduz em efetividade quando esta estratégia é aplicada no mundo real de pacientes com síndromes coronarianas agudas.

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INFLUÊNCIA DE DIFERENTES DIETAS HIPERCALÓRICAS SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO CARDÍACO

PATRÍCIA VASCONCELOS FONTANA GASPARINI1, Amanda Martins Matias1, Juliana Silva Sequeira2, Camila Renata Corrêa Camacho2, Suellem Torezani1, Ana Paula Lima‑Leopoldo3, André Soares Leopoldo3

(1) Programa de Pós‑Graduação em Nutrição e Saúde, Centro de Ciências da Saúde, UFES

‑ Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil, (2) Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP – Universidade Estadual Paulista, Brasil, (3) Departamento de Desportos, Centro de Educação Física e Desportos, UFES ‑ Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil

Introdução: O estresse oxidativo tem sido associado a diversas alterações cardiometabólicas, decorrente, possivelmente, do excesso de glicose e ácidos graxos no processo de superprodução de espécies reativas de oxigênio. Objetivo: Investigar os efeitos de diferentes dietas hipercalóricas sobre o estresse oxidativo cardíaco. Métodos: Ratos Wistar (30 dias) randomizados em 4 grupos experimentais: Controle (C, n = 5), Hiperglicídico (HG, n = 5), Hiperlipídico (HL, n=5) e Hiperlipídico com açúcar (HLA, n = 5). Os animais C, HG, HL e HLA receberam respectivamente, dieta padrão, dieta com alto teor de açúcar, dieta hiperlipídica saturada e dieta hiperlipídica saturada com açúcar por 20 semanas.

Foram determinados o peso e a gordura corporal, bem como o índice de adiposidade e comorbidades associadas. O estresse oxidativo foi avaliado pela mensuração dos níveis de malondialdeído (MDA) e proteínas carboniladas em amostras de ventrículo esquerdo.

Os dados foram expressos por média e erro padrão da média e submetidos à análise de variância complementada com teste de Tukey. O nível de significância adotado foi 5%.

Resultados: O ganho de peso corporal não diferiu entre os grupos. O grupo HL apresentou valores maiores que o C para gordura retroperitoneal (C= 23,0 ± 1,5 vs. HL = 45,5 ± 9,3, p < 0,05), total (C = 45,8 ± 2,4 vs. HL = 77,5 ± 13,1, p < 0,05) e índice de adiposidade (C = 8,0 ± 0,5 vs. HL = 10,7 ± 0,8, p < 0,05). Além disso, o grupo HL comparado ao HG obteve maiores depósitos de gordura visceral (HL= 18,4 ± 2,9 vs. HG= 9,6 ± 1,1, p < 0,05), retroperitoneal (HL= 45,5 ± 9,3 vs. HG= 17,8 ± 0,4, p<0,05) e total (HL= 77,5 ± 13,1 vs.

HG = 37,1 ± 2,0, p<0,05) . Não houve diferença entre os grupos para pressão arterial e frequência cardíaca. A glicemia do grupo HL, 30 minutos após a administração de glicose, foi elevada significativamente em relação ao C; a área sob a curva glicêmica do grupo HLA foi maior que a do C (p < 0,05). Considerando os parâmetros de estresse oxidativo, os resultados mostram que os níveis de MDA foram maiores nos grupos HL (C = 136 ± 17 vs.

HL = 591 ± 103, p < 0,05) e HLA em relação ao C (HLA = 545 ± 104, p < 0,05), bem como a proteína carbonilada (C = 9,95 ± 2,13 vs. HL = 24,6 ± 3,5 103; HLA = 27,0 ± 3,8, p < 0,05).

Conclusões: A intervenção dietética com gordura saturada (HL) promoveu elevação da adiposidade, no entanto, o estresse oxidativo cardíaco ocorreu de forma exacerbada tanto com a oferta elevada de gordura saturada como de gordura saturada acrescida de açúcar.

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COMPARAÇÃO DO EFEITO DE DIFERENTES TIPOS DE TREINAMENTO INTERVALADO SOBRE A MODULAÇÃO AUTONÔMICA CARDÍACA DE MULHERES SAUDÁVEIS

JORDANA CAMPOS MARTINS DE OLIVEIRA1, Luiz Fernando Martins de Souza Filho1, Lucas Raphael Bento e Silva1, Watila Moura de Sousa1, João Pedro de Araujo Naves1, Ricardo Borges Viana1, Antônio Roberto Zámuner2, Camila Simões Seguro1, Camila Grasiele Araújo de Oliveira1, Paulo Roberto Viana Gentil1, Ana Cristina Silva Rebelo1 (1) Universidade Federal de Goiás, (2) Department of Kinesiology, Universidad Católica del Maule, Talca, Maule, Chile

Introdução: A análise variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é realizada pela quantificação de oscilações no intervalo entre batimentos cardíacos consecutivos é um indicador de comprometimentos da saúde e excelente preditor da saúde neurocárdica, por meio da modulação autonômica cardíaca. Objetivo: Avaliar os efeitos de dois protocolos de treinamento intervalado sob a modulação autonômica cardíaca de mulheres saudáveis. Metodologia: Ensaio clínico randomizado com 43 mulheres com idade média de 29.96 ± 6,25 anos, que participaram de 8 semanas de treinamento em bicicleta ergométrica com os protocolos de HIIT (três esforços de 3’a 90% da FCpico intercalados a 4’ de recuperação ativa) e SIT (quatro esforços máximos por 30”

intervalados com 4’ de recuperação ativa). A VFC foi realizada com a participante em repouso sentada, por seis minutos. Coletada por cardiofrequencímetro (Polar®V800).

A análise não linear (Simbólica, Entropia de Shannon e Condicional) foram obtidas por meio do programa de rotinas de análises desenvolvido por Alberto Porta do departamento Scienze Precliniche, Universita` degli Studi di Milano. Estatística foi realizada uma análise de variância bidirecional 2x2. Resultados: TABELA 1. Conclusão: A realização de oito semanas de treinamento intervalado de alta intensidade foi capaz de produzir benefícios sobre a modulação autonômica cardíaca demonstrando ser uma alternativa eficaz para prescrição.

I NICIAçãO C IENTífICA

SBC 2020

Salvador Rassi (GO)

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