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CONCURSO MELHOR TEMA LIVRE PÔSTER PESQUISADOR SBC 2020

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SEGURANÇA DE ALTA DO PRONTO-SOCORRO COM PROTOCOLOS DIAGNÓSTICOS ACELERADOS EM DOR TORÁCICA NO BRASIL

JÚLIO FLÁVIO MEIRELLES MARCHINI1, Guilherme Aquarone Salzstein1, Luz Marina Gómez Gómez1, Isabelle Assis1, Júlio Cesar Garcia de Alencar1, Rodrigo Antônio Brandão Neto1, Lucas Oliveira Marino1, Heraldo Possolo de Souza1, Irineu Tadeu Velasco1, Júlio Flávio Meirelles Marchini1

(1) Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Introdução: A dor torácica é uma queixa comum no pronto‑socorro, podendo ocorrer devido a doenças de baixo risco ou a doenças graves como síndrome coronariana aguda (SCA). Protocolos diagnósticos acelerados (PDA) se propõem a identificar pacientes de baixo risco que podem ter alta precoce do pronto‑socorro com segurança.

No entanto, esses protocolos foram descritos em países com acesso rápido ao cardiologista após a passagem pelo pronto‑socorro. Objetivos: Sabendo que para a maior parte da população usuária do SUS, o acesso ao cardiologista não é fácil ou rápido o objetivo do estudo foi avaliar a segurança da alta precoce para o grupo de baixo risco previsto pelos PDA em nosso país. Métodos: Trata‑se de estudo prospectivo e observacional realizado em hospital do SUS. Incluímos pacientes com queixa de dor torácica ou equivalente anginoso. Excluímos pacientes com supradesnivelamento de ST, instabilidade hemodinâmica ou elétrica, infarto agudo do miocárdio (IAM) nos últimos 3 meses, trauma torácico, dissecção de aorta e expectativa de vida menor que trinta dias.

O paciente foi conduzido conforme protocolo institucional sem obrigação de uso dos PDA. Para a pesquisa calculamos os PDA HEART, TIMI, TMACS e EDACS. O desfecho avaliado em 30 dias era a combinação de óbito por qualquer causa, IAM e intervenção coronariana (ICP) indicada por isquemia. Resultados: Foram incluídos inicialmente 105 pacientes, mas 2 foram retirados por apresentar IAM com supra de segmento ST.

Perdeu‑se o seguimento de 8 pacientes, totalizando 95 com seguimento completo.

A idade média dos pacientes foi de 59 anos, 52,6% eram homens, 75,3% hipertensos e 40,2% diabéticos. O desfecho ocorreu em 10 pacientes sendo 3 óbitos, 6 IAM e 1 ICP.

Para cada aumento de 1 ponto nos escores HEART, TIMI, TMACS e EDACS a razão de chances para o desfecho foi respectivamente 1,88 (intervalo de confiança 95% [IC]

1,23 – 2,84; p = 0,003), 1,71 (IC 1,11 – 2,63; p = 0,01), 1,02 (IC 1,01 – 1,04; p = 0,006) e 1,05 (IC 1,01 – 1,1; p = 0,002). Os escores HEART, TIMI, TMACS e EDACS identificaram pacientes de baixo risco em 32%, 54%, 38% e 6%, com valor preditivo negativo para o desfecho de 97%, 96%, 97% e 100%, respectivamente. Conclusões: O uso dos PDA permite identificar pacientes que podem ter alta com segurança sem evolução para desfecho ruim em 30 dias. Houve variação no identificação de pacientes de baixo risco sendo que o EDACS teve o pior desempenho.

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METOTREXATO ASSOCIADO À NANOPARTÍCULA LIPÍDICA PREVINE A HIPERTROFIA DO VENTRÍCULO ESQUERDO E AUMENTA ANGIOGÊNESE NA MIOCARDIOPATIA DE CAMUNDONGOS COM SÍNDROME DE MARFAN MARIA CAROLINA GUIDO1, Natalia de Menezes Lopes1, Camila Inagaki Albuquerque1, Elaine Rufo Tavares1, Leonardo Jensen1, Maurício Tavares Costa1, Lygia da Veiga Pereira2, Roberto Kalil Filho1, Francisco Rafael Martins Laurindo1, Raul Cavalcante Maranhão1

(1) Instituto do Coração ‑ HCFMUSP, (2) Instituto de Biociências ‑ USP

Introdução: Pacientes com síndrome de Marfan (SM), uma doença causada pela mutação do gene da fibrilina‑1, são vulneráveis à disfunção cardíaca induzida por regurgitação valvar ou por alterações na sinalização mecânica da matriz extracelular de cardiomiócitos.

Previamente, mostramos que o metotrexato (MTX) associado à nanopartícula lipídica (LDE) têm potente ação antiinflamatória. Quando incorporado à LDE, a captação celular do MTX aumenta inúmeras vezes em comparação com a captação do MTX em sua formulação comercial e a toxicidade do medicamento é diminuída. Em ratos submetidos ao infarto agudo do miocárdio, a LDE‑MTX foi capaz de melhorar a função cardíaca. Objetivo: Investigar se o tratamento com LDE‑MTX pode prevenir o desenvolvimento da disfunção do ventrículo esquerda (VE) em camundongos com SM. Métodos: Camundongos mgΔloxPneo para SM e camundongos selvagens foram alocados em 3 grupos de tratamentos: apenas LDE; MTX em sua formulação comercial; LDE‑MTX. O tratamento ocorreu semanalmente na dose de 1mg/kg ip, entre o 3º e o 6º mês de vida, período em que é observado o desenvolvimento da disfunção diastólica do VE. Após 12 semanas, os animais foram submetidos à ecocardiografia, morfometria e expressão proteica do VE. Resultados: O tratamento com LDE‑MTX não alterou a disfunção diastólica do VE e a desorganização e rupturas das fibras elásticas nas artérias coronárias dos camundongos SM. Entretanto, o tratamento com LDE‑MTX preservou a massa do VE, através da diminuição da espessura do septo interventricular e da parede posterior e reduziu a fração do volume de colágeno nas regiões subendocárdica, intersticial e dos músculos papilares. Houve menor expressão proteica do fator pró-apoptótico caspase 3 e do fator induzível por hipóxia 2α, enquanto a expressão do fator de crescimento endotelial vascular foi maior no grupo LDE‑MTX. O aumento da biodisponibilidade da adenosina intracelular em animais SM tratados com LDE‑MTX foi sugerido pela maior expressão do receptor A1 de adenosina. Não houve diferença na expressão proteica da via de sinalização celular TGF-β, ERK e SMAD3 entre os animais SM. Conclusão: Apesar do tratamento com LDE‑MTX não ter efeito sobre a disfunção diastólica do VE em camundongos SM, o tratamento preveniu a hipertrofia do VE e aumentou a angiogênese que contribuiu para diminuição de isquemia celular e de fibrose no VE. Assim, a LDE‑MTX teve efeitos benéficos nas alterações celulares da miocardiopatia do VE de camundongos com SM.

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FATORES CARDIOVASCULARES ASSOCIADOS À MORTE HOSPITALAR EM PACIENTES INTERNADOS EM TERAPIA INTENSIVA POR COVID-19 BRUNO FERRAZ DE OLIVEIRA GOMES1, Iliana Regina Ribeiro Menezes1, Anny de Sousa Azevedo1, Jorge Henrique Paiter do Nascimento1, Thiago Moreira Bastos da Silva3, Giovanni Possamai Dutra1, Suzana Andressa Morais de Paula1, Mariana Moreno Canário da Silva1, Armando Luis Cantisano1, Plinio Resende do Carmo Junior1, João Luiz Fernandes Petriz1, Glaucia Maria Moraes de Oliveira2

(1) Hospital Barra D’Or, (2) Instituto de Cardiologia Edson Saad, (3) Universidade Federal do Rio de Janeiro ‑ UFRJ

Introdução: Pacientes que internam em terapia intensiva por COVID‑19 apresentam elevada mortalidade e alta associação com fatores de risco cardiovascular.

Objetivo: Identificar os fatores cardiovasculares associados com morte cardiovascular em pacientes internados em terapia intensiva por COVID‑19. Métodos: Estudo retrospectivo com pacientes internados em terapia intensiva com diagnóstico confirmado de COVID‑19 (RT‑PCR de swab nasal e orofaringe). Foram excluídos os pacientes que internaram no hospital por outro motivo ou portadores de doenças avançadas/terminais.

O período de estudo foi março/2020 a maio/2020. Foram comparados os seguintes fatores cardiovasculares entre óbitos e sobreviventes: presença de insuficiência cardíaca prévia, hipertensão, diabetes, doença coronariana prévia, obesidade, fibrilação atrial, troponina de admissão e pico, d‑dímero de admissão e pico e dados ecocardiográficos. ECO alterado foi definido como presença de disfunção sistólica ventricular direita ou esquerda de qualquer grau (análise quantitativa ou qualitativa) e/ou elevação das pressões de enchimento (aumento de átrio esquerdo e/ou relação E/E’ > 14 e/ou PSAP > 40 mmHg).

Para as variáveis categóricas, utilizamos o teste de qui‑quadrado e para as variáveis contínuas, o teste t de Student. Resultados: Foram incluídos 102 pacientes (67,6%

homens; idade média = 65,0 ± 16,6 anos; 41,2% óbitos; IC prévia 14%; HAS 61,6%;

DM 37,4%; DAC prévia 26,3%; obesidade 28,3%, FA 13,8%, troponina positiva 47,7%).

As variáveis associadas com morte hospitalar foram: fibrilação atrial (RR 5,37; IC95%

1,37‑21,07), troponina elevada (RR 24,8; IC95% 7,68‑80,02), ECO alterado (RR 2,5;

IC95% 1,005‑6,23), idade (72,6 ± 15,5 x 59,7 ± 15,27 anos, p < 0,001) e d‑dímero pico (20939 ± 22909 x 4145 ± 6707, p < 0,001). Conclusão: Em pacientes admitidos em unidade de terapia intensiva por COVID‑19, os fatores cardiovasculares associados à morte hospitalar foram presença de fibrilação atrial, troponina e/ou d‑dímero elevado, ECO alterado e idade mais elevada.

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EFEITO ANTIMICROBIANO IN VITRO DE ANTIPLAQUETÁRIOS SOBRE STAPHYLOCOCCUS AUREUS

SERGIO RODRIGO BERALDO1, Ana Carolina Amaral Coutinho2, Emerentina Maria Machado Fonseca2, Matheus Henrique Fernandes2, Ricardo Lago Silva Junior2, Ana Clara Beraldo Muniz2, Luiz Francisley de Paiva2

(1) Serviço de cardiologia do Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL), (2) Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS)

Introdução: Staphylococcus aureus (S. aureus) é frequente agente etiológico bacteriano da endocardite infecciosa, capaz de interagir com endotélio cardíaco, plaquetas e proteínas plasmáticas do hospedeiro, caracterizando a patogênese da endocardite infecciosa a coexistência de infecção e trombo. Estudos recentes revelam que agentes antiagregantes plaquetários podem exercer atividade antimicrobiana, além de sua principal função anticoagulante. Objetivo: Demonstrar a atividade antibacteriana in vitro de antiplaquetários em cepas S. aureus. Métodos: Testou‑se 3 drogas antiplaquetárias: ticagrelor, prasugrel e clopidogrel. Inicialmente cada comprimido foi macerado e diluído em 1 mL de NaCl 0,85%. A partir dessa diluição, foram realizadas novas diluições a fim de obter 10 concentrações diferentes de cada fármaco. Os microrganismos utilizados foram S. aureus ATCC 6538 e S. aureus ATCC 25923. Para a verificação do efeito antimicrobiano dos medicamentos, foram utilizados dois métodos distintos: Método de disco‑difusão, no qual foi testado 50 µL do fármaco diluído correspondendo à 4,5 mg para ticagrelor; 3,75 mg para clopidogrel; 0,5 mg de cloridrato de prasugrel; e pelo método de macrodiluição em caldo, realizada com o objetivo de verificar a concentração inibitória mínima (CIM) no qual foram utilizados 10 tubos já com diferentes concentrações de cada fármaco no qual foram adicionados 1 mL do inóculo diluído de forma a conter 5 x 105 UFC/mL. As placas foram incubadas por 24 horas a 37ºC. Após esse período, foram retirados 10 µL da cultura de cada tubo, sendo em seguida plaqueados em placas contendo meio Agar Muller‑Hinton.

As placas foram novamente incubadas sob as condições anteriormente citadas e após 24 horas, foi verificada a concentração bactericida mínima (CBM). Pelo método de disco‑difusão não foram observados halos de inibição em nenhuma amostra testada.

Pelo método de macrodiluição, os fármacos ticagrelor e cloridrato de prasugrel não demonstraram atividade antibacteriana, entretanto, o clopidogrel apresentou ação antibacteriana a partir da concentração 9,37 mg/mL. Conclusão: Foi verificada uma ação antibacteriana frente ao S. aureus pelo antiplaquetário clopidogrel.

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ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS ACERCA DOS RUÍDOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA CARDIOLÓGICA PEDIÁTRICA

CAMILA FERNANDES MENDES1, JANE LANE DE OLIVEIRA SANDES1, VIVHYAN RIOS DE LIMA TELES1, JOANA ANGÉLICA MARQUES PINHEIRO1

(1) Hospital Dr Carlos Alberto Studart Gomes

As unidades intensivas são locais ruidosos pela utilização de recursos tecnológicos com alarmes sonoros, como bombas de infusão, além dos ruídos provenientes dos profissionais no manuseio e procedimentos necessários ao paciente. A literatura aponta que ruídos acima de 65dBA, por mais de 48hs, produzem impactos à audição dos bebês além de alterações fisiológicas e comportamentais. Objetivo: Analisar a percepção dos profissionais sobre os ruídos em unidade de terapia intensiva cardiológica pediátrica. Metodologia: Estudo quantitativo, realizado em 2019, nas Unidades de Terapia Intensiva de hospital referência em Cardiopediatria. A população composta de 123 profissionais, com amostra de 95 profissionais baseado em cálculo estatístico de amostra finita.Incluídos todos os profissionais do setor, com pelo menos 6 meses de atuação, por período igual ou superior a 6hs/dia.Utilizou‑se questionário para avaliação da percepção dos profissionais acerca do ruído em UTI com organização posterior dos dados em porcentagem. Resultados: Idade média dos participantes 38 anos e sexo feminino.Quando questionados,49,47%(47) dos profissionais consideraram a UTI como lugar de ruído intenso. Como causador de maior ruído, 80%(76) relacionaram aos equipamentos, ficando a movimentação nos atendimentos como segunda causa 64,21%(61). Em relação à percepção individual do profissional como gerador de ruído, 51%(48) responderam que não produziam ruídos, 29%(28) admitiram produzir e 20%(19)não opinaram.O nível de ruído mais intenso ocorreria na troca de plantão 63,15%(60), seguido pela visita médica 41,05%(39), entrada de pacientes 40%(38), na alta 12,63%(12), outros momentos 8,42%(8) e visita de pais 4,21%(4).Sobre a possibilidade de prejuízos, 87%(83) acreditavam haver prejuízo com ruídos, 5%(5) consideraram que não e, 8%(7)não opinaram. Quando abordados se poderiam contribuir na redução dos ruídos, 91%(86) dos profissionais responderam ser possível, 1(1%) disse que não, 7%(7) não souberam e 1%(1) se absteve. Conclusão: Como a literatura revela que níveis sonoros elevados afetam a saúde fisiológica e comportamental dos bebês e a resposta média apresentada pelos entrevistados corrobora com tal condição, reconhecendo momentos, ocasiões e demandas na UTI onde o ruído ocorre, evidencia‑se a necessidade um melhor planejamento,organização e engajamento dos profissionais, a fim de prestar uma assistência humanizada e minimizar prejuízos provenientes do internamento do bebê.

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A SONOTROMBÓLISE MELHORA A PRESSÃO E VOLUME DO ÁTRIO ESQUERDO EM PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DO SEGMENTO ST

HSU PO CHIANG1, Miguel Osman Dias Aguiar1, Bruno Garcia Tavares1, Wilson Mathias Jr1, Alexandre Soeiro1, João Cesar Sbano1, Andew Goldsweig2, Roberto Kalil Filho1, Thomas Porter2, Jeane Mike Tsutsui1

(1) Instituto do Coração ‑ Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, (2) University of Nebraska Medical Center ‑ USA Introdução: Estudos pré‑clínicos em infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) indicam que impulsos de alto índice mecânico guiados por ultrassom diagnóstico transtorácico associado a microbolhas administradas por via intravenosa resultam na dissolução do trombo (sonotrombólise), melhorando a microcirculação coronariana e a taxa de recanalização coronariana epicárdica.

Os parâmetros ecocardiográficos do átrio esquerdo (AE) estão comprometidos no IAMCSST e podem ser medidos com precisão pelo ecocardiograma bidimensional.

Objetivo: Estudar o efeito da sonotrombólise na pressão e volume do AE em pacientes com IAMCSST. Métodos: 100 pacientes foram randomizados, sendo 50 no grupo controle (submetidos à intervenção coronariana percutânea ‑ ICP) e 50 no grupo terapia (submetidos à sonotrombólise e ICP). A análise completa da pressão e volume do AE foi realizada imediatamente antes e após a ICP, 72 horas, 1 mês e 6 meses de acompanhamento.

A pressão do AE foi classificada em normal ou elevada, dependendo do grau da disfunção diastólica do ventrículo esquerdo (DDVE): a função diastólica normal e a DDVE grau 1 têm pressão normal do AE, e a DDVE graus 2 e 3 têm pressão elevada do AE, segundo o consenso americano e europeu de ecocardiografia. O volume do AE foi avaliado pelo método de Simpson e indexado à área da superfície corporal. Resultados: A pressão e o volume do AE apresentaram valores mais baixos no grupo de terapia após 6 meses de ICP. A comparação da pressão do AE entre os grupos terapia e controle, respectivamente, foi: antes da ICP (72% vs. 70% normal; 28% vs. 30% elevada; p = 0,826), após ICP (68%

vs. 65% normal; 32 % vs. 35% elevado; p = 0,777), em 72 horas (75% vs. 62% normal;

25% vs. 38% elevado; p = 0,147), 1 mês (68% vs. 52% normal; 32% vs 48% elevado; 32%

vs. 48%; p = 0,123) e 6 meses (84% vs. 64% normal; 16% vs. 36% elevado; p = 0,035).

A comparação dos volumes de AE entre os grupos terapia e controle, respectivamente, foi:

antes da ICP 19,0 ± 6,2 ml/m2 vs. 22,4 ± 9,8 ml/m2 (p = 0,061), após ICP 22,8 ± 7,9 ml/m2 vs. 24,4 ± 12,1 ml/m2 (p = 0,469), 72 horas 25,9 ± 8,5 ml/m2 vs. 26,4 ± 12,7 ml/m2 (p = 0,815), 1 mês 27,2 ± 8,3 ml/m2 vs. 29,1 ± 13,1 ml/m2 (p = 0,410) e 6 meses 26,7 ± 7,5 ml/m2 vs. 33,1 ± 14,9 ml/m2 (p = 0,013). Conclusões: O uso da sonotrombólise como terapia adjuvante em pacientes com IAMCSST resulta em melhores valores de pressão e volume do AE, demonstrando o benefício do uso dessa nova terapia.

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BALÃO ÚNICO E INOUE: COMPARAÇÃO EM LONGO PRAZO DA VALVOPLASTIA MITRAL PERCUTÂNEA POR BALÃO

IVANA PICONE BORGES DE ARAGÃO1, Ricardo Trajano Sandoval Peixoto1, Rodrigo Trajano Sandoval Peixoto1, Caio Teixeira dos Santos1, Raul Ferreira de Souza Machado1, Thais Lemos de Souza Macedo1, Ivan Lucas Picone Borges dos Anjos1, Sara Cristine Marques dos Santos1, Edison Carvalho Sandoval Peixoto1 (1) Universidade de Vassouras

Introdução: O balão de Inoue é mundialmente utilizado. A técnica do balão único Balt obtém resultados semelhantes com custo menor. Objetivos: Estudar a evolução em longo prazo das técnicas de valvoplastia mitral por balão (VMB) do balão único Balt e de Inoue e identificar as variáveis independentes para sobrevida e sobrevida livre de eventos maiores. Método: Estudo prospectivo, longitudinal, observacional não randomizado. De 526 procedimentos realizados a partir de 06/1987 com balão único de 20 mm ou duplo balão, foram evoluídos 312 procedimentos realizados entre 04/1990 e 12/2014, e seguidos em longo prazo por 51 ± 34 meses, 256 do grupo do balão único Balt (GBU) com evolução de 55 ± 33 meses e 56 do grupo do balão de Inoue (GBI) com evolução de 33 ± 27 meses (p < 0,0001). Foram utilizados testes do: Qui‑quadrado ou exato de Fischer, t de Student, curvas de Kaplan-Meier e análise multivariada de Cox. Resultados: No GBI e GBU encontrou‑se: sexo feminino 42 (74,5%) e 222 (86,6%), (p = 0,0276) e idade, fibrilação atrial, área valvar mitral (AVM) pré‑VMB e escore ecocardiográfico foram semelhantes, sendo a AVM pós‑VMB respectivamente de 2,00 ± 0,52 (1,00 a 3,30) e 2,02 ± 0,37 (1,10 a 3,30) cm2 (p = 0, 9550) e no final da evolução a AVM de 1,71 ± 0,41 e 1,54 ± 0,51 cm2 (p = 0,0883), nova insuficiência mitral grave 5 (8,9%) e 17 (6,6%), (p = 0,4749), nova VMB 1 (1,8%) e 13 (5,1%), (p = 0,4779), cirurgia valvar mitral 3 (5,4%) e 27 (10,4%), (p = 0,3456), óbitos 2 (3,6%) e 11 (4,3%), (p = 1,000) e EM 5 (8,9%) e 46 (18,0%), (p = 0,1449). A técnica do balão único versus a do balão único não predisse sobrevida ou sobrevida livre de EM. Variáveis que predisseram independentemente sobrevida foram: idade < 50 anos (p = 0,016, HR = 0,233), escore ecocardiográfico ≤ 8 (p < 0,001, HR = 0,105), área efetiva de dilatação (p < 0,001, HR = 16,838) e ausência de cirurgia valvar mitral na evolução (p = 0,001, HR = 0,152) e sobrevida livre de EM: comissurotomia prévia (p = 0,012, HR = 0,390) e AVM pós VMB ≥ 1,50 cm2 (p < 0,001, HR = 7,969). Conclusões: A evolução em longo prazo foi semelhante no GBI e no GBU. Predisseram independentemente sobrevida e/ou sobrevida livre de EM: idade < 50 anos, escore ecocardiográfico ≤8 pontos, área efetiva de dilatação, AVM pós VMB ≥ 1,50 cm2, ausência de comissurotomia prévia e de cirurgia valvar mitral na evolução.

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EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE FITOSTEROL NA EXPRESSÃO DO MIR-33A/B INVITRO E IN VIVO

CELMA MUNIZ MARTINS1, Celma Muniz Martins1, Valeria Arruda Machado1, Fernando Antonio Blandi1, Debora Mendes Boscariol Bertolino3, Margarida Gama de Carvalho2, Maria Cristina de Oliveira Izar1

(1) Universidade Federal de São Paulo, (2) Universidade de Lisboa, (3) Faculdade Anhanguera Os fitosteróis (Ps) são compostos bioativos presentes em alimentos vegetais, não sintetizados pelo corpo humano. Inibem a captação dietética e endógena do colesterol no intestino. MicroRNAs são pequenos RNAs endógenos não codificadores que regulam a expressão gênica pós‑transcricional, e são encontrados em todas as células e nos fluidos corporais na forma livre ou empacotados dentro de exossomos.

O miR‑33‑a e o miR‑ 33‑b e seu produto genético hospedeiro SREBP foram descritos na regulação do metabolismo da HDL e do colesterol. O objetivo do estudo foi avaliar a expressão do miR‑33a e miR33b em linhas celulares Hep G2, Caco‑2 e THP‑1 em resposta ao tratamento com Ps e colesterol; avaliar os efeitos da suplementação de Ps no perfil lipídico e na expressão do miR‑33a e miR‑33b no plasma em participantes normocolesterolêmicos (NC) e hipercolesterolêmicos (HC). Métodos: Células Hep‑G2, Caco‑2 e THP‑1 foram cultivadas e tratadas com beta‑sitosterol (Ps), colesterol (Ch), beta‑sitosterol/colesterol (PsCh), a uma concentração de 25 µM durante 24 horas e, meio de cultura apenas, controle (C). Os níveis de expressão de microRNAs foram analisados por RT‑qPCR, usando um protocolo de Poly‑A tailing para RNA não codificante, com análise por Ct comparativa (2-ΔΔCt). O efeito da suplementação de creme vegetal acrescido de fitosteróis (20 g/dia) no perfil lipídico e na expressão de miR33‑a e miR33‑b foi avaliado em 22 indivíduos NC e HC. Os resultados foram comparados entre os grupos por ANOVA ou teste de Kruskal-Wallis, com nível de significância < 0,05. Resultados: Nas células Hep‑G2 Ch, houve uma menor expressão de miR‑33a (p < 0,001) quando comparada às células Hep‑G2 Ps e, de miR33‑b quando comparada às células Hep‑G2 Ps e Hep‑G2 PsCh (p < 0,001). Nas células THP‑1 Ch, observou‑se maiores níveis de expressão de miR‑33a quando comparada às células THP‑1 Ps (p < 0,005) e THP‑1 PsCh (p < 0,05); a expressão do miR33‑b foi maior em células THP‑1 Ch comparada às THP‑1 Ps (p < 0,01). Na linhagem Caco‑2, o miR‑33b teve maior expressão do que o miR‑33a, não sendo seus níveis influenciados pelo Ch, Ps ou ChPs. A suplementação com Ps, no estudo clínico, promoveu redução do colesterol total, LDL‑c e não‑HDL‑c nos indivíduos hipercolesterolêmicos, mas não nos normocolesterolêmicos. Conclusões: ha expressão dos miR33‑a e miR33‑b in vitro em células Thp‑1 e Hep‑G2, mas não em Caco2, é modulada pelos esteróis (Ch e Ps).

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FATORES ASSOCIADOS A LDL-COLESTEROL AUMENTADA EM ADULTOS BRASILEIROS: PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE

ANA CAROLINA MICHELETTI GOMIDE NOGUEIRA DE SÁ1, Ísis Eloah Machado2, Regina Tomie Ivata Bernal1, Pedro Cisalpino Pinheiro3, Deborah Carvalho Malta1 (1) Programa de Pós‑Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (PPGE/EE‑UFMG), (2) Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (EMED/UFOP), (3) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Introdução e/ou fundamentos: O monitoramento do perfil lipídico em adultos no Brasil é uma importante ferramenta para controle de dislipidemias e prevenção de doença cardiovascular (DCV). A lipoproteína de baixa densidade (LDL‑colesterol) está relacionada à patogênese da aterosclerose e é apontada como o melhor preditor de risco cardíaco.

Visando monitorar indicadores de risco, o mais amplo inquérito epidemiológico em saúde, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizou exames bioquímicos de medidas de colesterol e frações, permitindo de forma inédita analisar a distribuição da LDL‑colesterol no país. Objetivo: Analisar fatores associados à LDL‑colesterol aumentada na população brasileira. Métodos: Estudo transversal com dados laboratoriais da PNS, coletados entre 2014 e 2015. Foram analisadas 8.534 amostras de sangue e calculadas as prevalências de LDL-colesterol <130 e ≥130 mg/dL. Para verificar as associações entre LDL-colesterol aumentada (≥130 mg/dL) e variáveis sociodemográficas, antropométricas, estilos de vida, doenças não transmissíveis e auto avaliação de saúde, aplicou‑se a regressão de Poisson, para estimar as razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança (IC) 95%.

Resultados: A prevalência de LDL‑colesterol aumentada foi 18,58%, mais elevada em mulheres (19,87%), com o avanço da idade, 45 e 59 anos (25,55%) e 60 anos ou mais (24,51%), Regiões Sul (20,02%) e Nordeste (19,79%), baixa escolaridade (21,53%), obesidade (23,30%), pessoas com insuficiência renal (22,67%), hipertensão arterial (23,27%), diabetes (24,72%) e que avaliaram o seu estado de saúde como muito ruim ou ruim (24,24%). Indivíduos com anemia apresentaram menor prevalência de LDL ≥ 130 mg/dL (13,29%). Na análise ajustada, foram identificados sexo feminino, baixa escolaridade, cor da pele preta e parda, hipertensão, diabetes e autoavaliação de saúde. No modelo final multivariado, permaneceram idade, 30 a 44 anos (RP 1,99; IC 1,58–2,54), 45 a 59 anos (RP 2,89; IC 2,29–3,64), 60 anos e mais (RP 2,90; IC 2,29–3,68), região Nordeste (RP 1,16; IC 1,02–1,32), sobrepeso (RP 1,32; IC 1,15–1,51), obesidade (RP 1,41; IC 1,19–1,65) e anemia (RP 0,66; IC 0,54–0,80). Conclusão: A LDL‑colesterol mostrou‑se aumentada em um quinto da população adulta brasileira e associa‑se com envelhecimento, doenças crônicas, obesidade e características socioeconômicas. Conhecer estas associações contribuem para instituir medidas de prevenção de DCV.

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SPIRITUALITY AND SERIOUS ILLNESS: A MIXED-METHOD STUDY IN A MULTICULTURAL INPATIENT SETTING

LAURA DE SIQUEIRA CASTRO1, Laura de Siqueira Castro1, Tracy A. Balboni2, John R. Peteer2, Fatima Cintra1

(1) Universidade Federal de São Paulo, (2) Dana‑Farber Cancer Institute and Harvard Medical School

Introduction: Serious illness and death influence religion and spirituality (R/S) often triggering existential questions and changes in beliefs and behaviors. Whilst many studies focus on how R/S predict clinical outcomes, few evaluate how the illness continuum or different levels of life threating diseases in turn affect R/S. We compared R/S between groups of patients hospitalized for cardiovascular diseases (CVD), cancer, rheumatic disorders, or other conditions including hematological, nephro‑urological, infectious, among other diseases, as well as their association with mortality and other outcomes.

Methods: Patients (18+ years) admitted in two units of the University’s hospital between Dec/2017 and Aug/2019 were invited to participate. Semi‑structured interviews included the Duke Religiousness Index (DUREL), the Belief into Action Scale (BIAC), the Functional Assessment of Chronic Illness Therapy ‑ Spiritual Well‑Being (FACIT‑Sp), and the Profile of Mood States (POMS). Diagnoses were defined by the International Classification of Diseases. The Chi‑square was used to compare proportions and GLzM to compare scales’ scores adjusting for gender, age, education, and the number of hospitalizations in the previous year. Results: 290 patients were included (48 ± 16 yrs., 52% men). CVD patients had the largest proportion of men, older adults, and higher education. Cancer patients were also older compared to those with either rheumatic or other diseases.

CVD patients had the lowest scores for intrinsic religiosity and the highest proportion of individuals without religious affiliation. Cancer patients had the highest scores for life meaning and vigor, particularly among individuals attending religious service 1x/week or more. More comorbidity generally predicted lower R/S and aging was the most important predictor of spiritual peace and better mood states, whereas education also significantly influenced life meaning. Forty‑nine (17%) patients died during hospitalization, were transferred to ICU after inclusion in the study, or readmitted in 30 or less days. We saw no clear association between R/S and these outcomes, and combined they were more frequent among cancer and CVD patients. Conclusion: Clinical diagnostic profiles are associated with different dimensions and levels of R/S. Findings suggest a need for qualitative study of the experience of R/S hospitalized for different reasons, to better inform spiritual care.

J OVEM P ESquISADOR

SBC 2020

Odilson Marcos Silvestre (AC)

Julgador

Fernanda Marciano Consolim Colombo (SP)

Julgador

Denilson Campos de Albuquerque (RJ)

Julgador

COMISSÃO JULGADORA

CONCURSO MELHOR TEMA LIVRE ORAL JOVEM PESQUISADOR

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