O estudo dos fenômenos é de importância capital, pois que nele é que se baseia inteiramente o Espiritismo. Muitas vezes, porém, a ausência de método, a falta de continuidade e direção nas experiências tornam estéreis a boavontade dos médiuns e as legítimas aspirações dos investigadores. A essas causas se devem atribuir os resultados pouco decisivos que tantas pessoas obtêm. Experimentam ao acaso desordenadamente, sem preocupação das condições indispensáveis; têm pressa de obter fenômenos transcendentes. Em consequência mesmo do estado de espírito em que fazem as pesquisas, acumulam dificuldades, e se ao fim de algumas sessões não obtêm mais que fatos insignificantes, banalidades ou mistificações, desanimam e abandonam a investigação.
Se, ao contrário, se produzem resultados satisfatórios, determinam eles muitas vezes, com irrefletido entusiasmo, uma tendência prejudicial para a credulidade, uma disposição para atribuir aos Espíritos desencarnados todos os fenômenos obtidos. Em casos tais não se fazem esperar as decepções necessárias, todavia, porque fazem nascer à dúvida e, com ela, restabelecem o equilíbrio mental, o senso crítico, indispensável em todo estudo experimental e, mais que qualquer outro, nesse domínio das investigações psíquicas, em que a sugestão, o inconsciente e a fraude se podem a cada passo misturar com as manifestações do mundo invisível.
Noutros lugares fazemse criticas levianas, são acusados os grupos de má direção, os médiuns de incapacidade e os assistentes de ignorância ou misticismo. Queixamse de não obter senão comunicações destituídas de interesse científico e consistindo de repisadas exortações morais.
Essas críticas nem sempre são infundadas; mas é preciso não esquecer, como geralmente se faz, que nenhum bem se adquire sem trabalho, e que se não deve procurar colher os frutos antes da maturação. Em tudo se requer moderação e paciência. As faculdades mediúnicas, como todas as coisas, estão submetidas à lei de progressão e desenvolvimento. Em lugar de estéreis críticas, mais vale, pelo concurso de boasvontades reunidas, facilitar a tarefa do médium, formando em torno dele uma atmosfera de simpatia que lhe seja ao mesmo tempo sustentáculo, estímulo e proteção.
É indispensável submeter às produções mediúnicas a rigoroso exame e conduzir as investigações com espírito analítico sempre vigilante.
A falta de benevolência, a critica exagerada, a malsinação sistemática podem, entretanto, desanimar o médium, compelido a abandonar tudo, ou pelo menos afastálo das reuniões numerosas, para se incorporar aos grupos familiares, aos círculos restritos, onde encontrará sem dúvida mais favorável ambiente, mas em que os seus trabalhos só aproveitarão a reduzido número de escolhidos.
Há, portanto, antes de tudo um duplo inconveniente a remover. Se demasiado cepticismo é prejudicial, a credulidade excessiva constitui perigo não menor. É preciso evitar um e outra com igual cuidado, e conservarse num prudente meiotermo.
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Entre os homens de ciência é que se encontram os mais inveterados preconceitos e prevenções a respeito dos fatos espíritas.
Querem eles impor a essas investigações as regras da ciência ortodoxa e positiva, que consideram os únicos fundamentos da certeza; e se não são adotadas e seguidas essas regras, rejeitam implacavelmente todos os resultados obtidos.
Entretanto, a experiência nos demonstra que cada ciência tem suas regras próprias. Não se pode estudar com proveito uma nova ordem de fenômenos, socorrendose de leis e condições que regem fatos de uma ordem inteiramente diversa. Só mediante pesquisas pessoais, ou graças à experiência nesse domínio adquirida pelos investigadores conscienciosos, e não em virtude de teoriasa priori, é que se podem determinar as leis que governam os fenômenos ocultos. São das mais sutis e complicadas essas leis. Seu estudo exige espírito refletido e imparcial. Mas como exigir imparcialidade àqueles cujos interesses, nomeada e amorpróprio estão intimamente ligados a teorias ou a crenças que o Espiritismo pode aniquilar?
“Para achar a verdade – disse notável pensador – é preciso procurála com o coração simples”. É, sem dúvida, por isso que certos sábios, imbuídos de teorias preconcebidas, escravizados pelo hábito aos rigores de um método rotineiro, colhem menos resultados nessas investigações do que homens simplesmente inteligentes, mas dotados de senso prático e de espírito independente. Esses se limitam a observar os fatos em si mesmos e lhes deduzir as consequências lógicas, ao passo que o homem de ciência se aferrará principalmente ao método, ainda quando improdutivo. O que nesse domínio importa antes de tudo são os resultados, e o único método que os favorecer, mesmo que pareça defeituoso a alguns, deve ser por nós considerado bom.
Não é necessário ser matemático, astrônomo, médico de talento, para empreender, com probabilidade de êxito, investigações em matéria de 'Espiritismo:
basta conhecer as condições a preencher e submeterse a elas. Nenhuma outra ciência nos pode indicar essas condições.
Só a experimentação assídua e as revelações dos Espíritoguia nolas permitem estabelecer com precisão.
Os sábios tomam muito pouco em consideração as afinidades psíquicas e a orientação dos pensamentos, que, entretanto, constituem um importante fator do problema espírita. Encaram o médium como um aparelho de laboratório, como máquina que deve produzir efeitos à vontade, e procedem a seu respeito com excessiva desatenção. As inteligências invisíveis que o dirigem são por eles equiparadas a forças mecânicas. Nelas recusamse, em geral, a ver seres livres e conscientes, cuja vontade entra numa considerável proporção, nas manifestações – seres que têm suas idéias, seus desígnios, seu objetivo, desconhecidos para nós, e que nem sempre julgam conveniente intervir: uns, porque o desembaraço e os intuitos excessivamente materiais dos experimentadores os afastam; outros, porque, demasiado inferiores, não se preocupam com a necessidade de demonstrar aos homens as realidades da sobrevivência.
Força é, todavia, reconhecer que as exigências e os processos dos sábios podem, num certo limite, ser justificados, em vista de fraudes com que têm sido muitas vezes desfigurados ou simulados os fenômenos.
Não somente hábeis prestidigitadores têm praticado esse gênero de exercícios, mas verdadeiros médiuns têm sido, não raro, surpreendidos em flagrante delito de simulação. Daí a bem legítima prevenção de certos investigadores e a obrigação, que se lhes impõe, de eliminar, nas experiências, tudo o que apresenta caráter suspeito, todo elemento de dúvida, todo motivo de ilusão.
É indubitável que, no fenômeno de transportes, por exemplo, será preciso uma grande acumulação de provas, irrecusável evidência, para acreditarse na desmaterialização e sucessiva reconstituição de objetos, passando através das paredes, de preferência a admitir que tenham sido trazidos por algum dos assistentes. A desconfiança, entretanto, não deve ser levada ao extremo de impor ao fenômeno condições que o tornem impossível, como no caso do Dr. Ferroul e dos professores do Montpellier, que exigiam a leitura à distância, através de placas de vidro.
A interposição desse corpo, criando um obstáculo insuperável à ação do médium, tornava essa experiência equivalente à que, num intuito de verificação, consistisse em inundar de luz intensa a câmara escura de um fotógrafo, no momento de praticar as suas operações peculiares.
A ignorância das causas em ação e das condições em que elas se manifestam explica os frequentes insucessos daqueles mesmos que, supondo dar lições aos outros, só conseguem demonstrar insuficiência das regras de sua própria ciência, quando as querem aplicar a esta ordem de pesquisas.
Além disso, o espírito de suspeita e malevolência em que envolvem o médium atrai as entidades inferiores, que se comprazem em perturbar e impelem o sensitivo à prática de atos fraudulentos. Quando esses elementos fazem irrupção num grupo, o melhor alvitre a adotar é suspender a sessão. É sobretudo nesse caso que a presença e os conselhos de um Espíritoguia são de grande utilidade; e os que, deles privados, se entregam a experiências, ficam expostos a graves decepções.
O médium é um instrumento delicado, repositório de forças que se não renovam indefinidamente, e que é preciso utilizar, com moderação. Os Espíritos esclarecidos, os experimentadores sensatos, aos quais merece cuidado a saúde dos sensitivos, sabem deterse aos primeiros sintomas de esgotamento; os Espíritos levianos e embusteiros, que afluem às reuniões mal dirigidas, em que não reina a harmonia nem a elevação de pensamentos, têm menos escrúpulos. Senhores dos intuitos dos investigadores inexperto, não trepidarão em exceder o limite das forças do médium, para produzirem fenômenos sem interesse, e mesmo para mistificarem os assistentes.
Quase sempre, forças, causas, influências diversas intervêm nas experiências; algumas vezes mesmo se contrariam e hostilizam. Daí uma certa confusão, uma mescla de verdadeiro e falso, de coisas evidentes e duvidosas que nem sempre é fácil distinguir.
Os próprios sábios reconhecem que, na maior parte dos casos, pode a sugestão intervir numa considerável proporção; do que resulta que, para obter fenômenos espíritas verdadeiramente autênticos e espontâneos, se deve evitar com cuidado tudo o que pode influenciar o médium e perturbar a ação dos Espíritos. Ora, é do que parece menos se preocuparem certos homens de ciência 42 . Julgam lícito embaraçar o sensitivo com perguntas inoportunas, pueris, insidiosas. Perturbam as sessões, entretendose em conversas particulares e colóquios. Quando são indispensáveis a calma, o silêncio, a atenção, uns mudam de lugar, entram e saem, interrompem as manifestações em curso, apesar das injunções dos Espíritos; outros, como certo doutor de nosso conhecimento, fumam e tomam cerveja durante as experiências.
Em tais condições tão pouco sérias, tão pouco honestas, como é possível ouso, legitimamente formular conclusões?
Algumas vezes a experiência segue uma direção normal, satisfatória; o fenômeno se desenvolve com feição prometedora. E subitamente age uma nova causa; uma vontade intervém; uma corrente de idéias contrárias entra em jogo; a ação mediúnica se perturba e transvia; já não produz senão efeitos em desacordo com as esperanças do começo. Fatos reais parece ladearem coisas ilusórias; às
42 Ver as experiências do Sr. Flournoy, professor de Psicologia na Universidade de Genebra, e a judiciosa
sessões imponentes sucedem manifestações vulgares. Como destrinçar essa complicação que vos deixa perplexo? Como evitar a sua reprodução?
E aí que a necessidade da disciplina nas sessões se faz vivamente sentir e, mais ainda, a assistência de um Espírito elevado, cuja vontade enérgica exerça império sobre todas as correntes adversas.
Quando a harmonia das condições se estabelece e a força do Alto é suficiente, já se não produzem essas contradições, essas incoerências que provêm, quer das forças inconscientes, quer de Espíritos atrasados, quer mesmo do estado mental dos assistentes. O fenômeno se desenvolve então em sua majestosa grandeza, e o fato probatório se apresenta.
Mas para isso, para obter essa assistência do Alto, fazemse precisas a união, a elevação dos pensamentos e dos corações; são necessários o recolhimento e a prece.
As entidades superiores não se põem de boamente ao serviço dos experimentadores que não são animados do sincero desejo de instruirse, de um amor profundo ao bem e à verdade.
Aqueles que fazem do Espiritismo um passatempo, uma frívola diversão, não têm que contar senão com incoerências e mistificações.
Pode haver mesmo nisso, às vezes, um perigo. Certas pessoas se comprazem em conversas mediúnicas com os Espíritos inferiores, com almas viciosas e degradadas, e isso sem intenção benéfica, sem intuito de regeneração, movidas por sentimento de curiosidade, pelo desejo de divertirse. Ao passo que não teriam suportado a convivência desses seres, na vida terrestre, não receiam atraílos, depois de desencarnados, e com eles entreter palestras de mau gosto, sem reparar em que desse modo se abandonam a perigosas influências magnéticas.
Se entrardes em relação com almas perversas, fazeio com o fim de sua redenção, de sua reabilitação moral, sob o amparo de um guia respeitável; doutro modo vos exporeis à nociva promiscuidade, a obsessões temíveis. Não abordeis essas regiões do Além senão com o propósito firme e elevado, que vos seja como a arma assestada contra o mal.
A mediunidade, esse poder maravilhoso, foi concedida ao homem para um nobre uso. Aviltandoa, aviltareis a vós mesmos, e de um puríssimo eflúvio celeste fareis um sopro envenenado.
O antigo iniciado, como os orientais em nossos dias, só se entregava às evocações depois de se haver purificado pela abstinência, pela prece e pela meditação. A comunicação com o invisível era um ato religioso, que ele executava com sentimento de respeito e de veneração pelos mortos.
Nada há mais diametralmente oposto que o modo de proceder de certos experimentadores atuais. Apresentamse nos lugares de reunião depois de copioso jantar, impregnados do cheiro do fumo, com o desejo intenso de obter manifestações
ruidosas ou indicações favoráveis aos seus interesses materiais. E admiramse, em tais condições, de só se apresentarem Espíritos fraudulentos e mentirosos que os enganam e se divertem em lhes causar inúmeras decepções!
Mau grado à repugnância dos modernos sábios pelos meios com cuja aplicação se realiza a elevada comunhão das almas, será forçoso a eles recorrer, a não ser que se queira fazer do Espiritismo uma nova fonte de abusos e de males.
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O estado de espírito dos assistentes, sua ação fluídica e mental, é por conseguinte, nas sessões, um importante elemento de êxito ou de insucesso. Quanto mais sensível é o médium tanto mais receptivo é à influência magnética dos experimentadores. Em uma assembléia na maioria composta de incrédulos, cujos pensamentos hostis convergem para o sensitivo, o fenômeno dificilmente se produz. A primeira das condições é absterse de toda idéia preconcebida, a fim de deixar ao Espírito a necessária liberdade de ação. Tenho, por minha parte, em certos casos, podido verificar que uma vontade enérgica e persistente pode paralisar o sensitivo, se é fraco, e constituir obstáculo às manifestações.
Os pensamentos divergentes se chocam e formam uma espécie de caos fluídico, que à vontade dos invisíveis nem sempre consegue dominar. É o que torna tão problemáticos os resultados nas assembléias numerosas, de composição heterogênea, nas sessões teatrais, por exemplo, como o tem demonstrado a experiência. As pessoas ávidas de propaganda pública, que, sem cogitar das necessárias precauções, se aventuram nesse terreno, expõemse à bem graves reveses. Aí correm os médiuns grande risco: não somente se acham à mercê dos Espíritos atrasados que se comprazem na permanência entre as turbas, mais ainda ficam à discrição de todo malintencionado que, aparentando de sábio, deles exigirá experiências contrárias às verdadeiras leis do Espiritismo. E quando tiver usado e abusado de suas forças sem resultado prático, persuadirá os espectadores de que, nessa ordem de idéias, não há mais que fraude ou erro.
Compreendese, depois disso, que haja quase sempre afinidade entre os membros de um círculo e as entidades atuantes. As influências humanas atraem inteligências similares, e as manifestações revestem um caráter em harmonia com as disposições, as preferências, as aptidões do meio.
Certos críticos têm pretendido concluir daí que as comunicações espíritas não passam de reflexos dos pensamentos dos assistentes. Fácil de refutar é essa opinião. Basta recordar as revelações de nomes, fatos, datas, desconhecidos de todos, as quais se têm produzido em tantos casos e foram reconhecidas exatas depois de verificação. 43
Têmse obtido palavras, ditadas em línguas ignoradas dos assistentes; a assinatura, o estilo, a maneira de escrever de pessoas falecidas têm sido mecanicamente reproduzidas por médiuns que nunca as haviam conhecido. Às vezes, também, experimentadores instruídos só obtêm coisas vulgares, ao passo que em reuniões de iletrados têm sido transmitidas comunicações notáveis pela elevação e beleza de linguagem.
As analogias que se notam entre os membros de um grupo e os Espíritos que o dirigem não provêm unicamente das simpatias adquiridas e da similitude de opiniões; radicamse também nas exigências da transmissão fluídica.
Nas manifestações intelectuais o Espírito necessita de um agente e de um meio que lhe forneçam os elementos necessários para expor suas idéias e as fazer compreender. Daí a tendência para se aproximar dos homens com quem se acha em comunhão de idéias ou de sentimentos.
É sabido que nos fenômenos de escrita, de incorporação e, às vezes, mesmo, de tiptologia, o pensamento do Espírito se transmite através do cérebro do médium e este não deixa passar senão um certo número de vibrações as que se acham em harmonia com o seu próprio estado psíquico. 44
Do mesmo modo que um raio de luz, atravessando os vidros coloridos de uma janela, se decompõe e não projeta do outro lado senão uma quantidade reduzida de vibrações, assim o ditado do Espírito, seja qual for à opulência dos termos e das imagens que o compõem, será transmitido no restrito limite das formas e das expressões familiares ao médium e contidas em seu cérebro.
Esta regra é geral. Temos, entretanto, observado que um Espírito, poderoso em vontade e energia, consegue fazer um médium transmitir ensinos superiores a seus conhecimentos e indicar fatos que sua memória não registra.
Quanto às lacunas e contradições que entre si apresentam as comunicações, e de que tantas vezes se faz um argumento contra o Espiritismo, convém não esquecer que os Espíritos, como os homens, representam todos os graus da evolução. A morte não lhes confere a ciência integral, e, posto que suas percepções sejam mais extensas que as nossas, não penetram eles senão a pouco e pouco, e na medida do seu adiantamento, os segredos do Universo imensurável. A atmosfera terrestre está povoada de Espíritos inferiores, em inteligência e em moralidade, aos quais o peso específico que lhes é próprio não permite elevarem se mais alto. São os que acodem aos nossos chamados e se comunicam a maior parte das vezes. Os que se elevaram a uma vida superior não volvem até nós senão em missão. Suas manifestações são mais raras. Revestemse de caráter grandioso que não as permite confundir no conjunto das outras comunicações.
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Se os pensamentos divergentes dos circunstantes são uma causa de perturbação e de insucesso, por um efeito contrário, os pensamentos dirigidos para um objetivo comum, sobretudo quando elevado, produzem vibrações harmônicas que difundem no ambiente uma impressão de calma, de serenidade, que penetra o médium e facilita a ação dos Espíritos. Estes, em vez de lutarem, empregando o poder da vontade, não têm mais que associar seus esforços às intenções dos assistentes; e desde logo a diferença dos resultados é considerável.
É por isso que nas reuniões do nosso grupo de estudos reclamamos constantemente o silêncio, o recolhimento, a união dos pensamentos, e, a fim de os facilitar e de orientar a assistência no sentido de elevados assuntos, abrimos sempre as sessões com uma prece coletiva, com uma Invocação improvisada ao Poder Infinito e aos seus invisíveis Agentes, pondo nessa invocação todas as forças de nosso espírito, todos os espontâneos surtos de nosso coração.
Além disso, nas sessões de efeitos físicos, quando se pretende obter fenômenos de transportes, escrita direta, materializações, é conveniente empregar um meio artificial para fixar num ponto os pensamentos dos circunstantes. Podese adotar um signo e colocar imaginariamente acima do médium, como, por exemplo, uma cruz, um triângulo, uma flor, e, de quando em quando, no curso da sessão, lembrar o signo convencional, atrair para ele a atenção oscilante e prestes sempre a desviarse.
Esse processo substitui com vantagem as cantarolas vulgares, pouco edificantes, a que muitos costumam recorrer em certas reuniões e que impressionam desagradavelmente as pessoas de fino gosto e espírito culto, e só tem aplicação na obscuridade. A luz geralmente exerce uma ação dissolvente sobre os fluidos. Em todos os casos em que não seja indispensável, como para obterse a escrita