• Nenhum resultado encontrado

CONDUTA PESSOAL DOS PARTICIPANTES FRENTE A UMA GRAVIDEZ

No documento Legalização do aborto no Brasil (páginas 64-92)

5 LEGALIZAÇÃO DO ABORTO NO BRASIL: OPINIÃO DE ESTUDANTES DE

5.3 CONDUTA PESSOAL DOS PARTICIPANTES FRENTE A UMA GRAVIDEZ

Perguntou-se aos pesquisados do sexo feminino do curso de medicina e direito se já haviam tido uma gravidez absolutamente indesejada e em relação a qual sentiram a necessidade de provocar um aborto e o que fizeram nessa ocasião.

Em relação ao curso de medicina, 100% das estudantes responderam que nunca tiveram uma gravidez indesejada. No curso de direito, a maioria (96%) das pesquisadas, também, afirmaram que nunca tiveram uma gravidez indesejada. Contudo, 2% das estudantes responderam que tiveram uma gravidez indesejada e não realizaram o aborto e 2% que tiveram e fizeram o procedimento abortivo.

Gráfico 9 – Opinião dos pesquisados do sexo feminino por curso sobre a experiência de uma gravidez indesejada e qual a reação, em percentual.

Na pesquisa realizada em 2009 por Duarte e outros com promotores e juízes, quando questionado ao sexo feminino se já haviam tido uma gravidez indesejada e o que fez, cerca de 10% referiram já ter passado por essa situação e, desse percentual, 81,2% responderam que diante dessa situação haviam optado por fazer um aborto.

Questionou-se aos participantes do sexo masculino dos dois cursos se a parceira teve uma gravidez absolutamente indesejada na qual sentiu a necessidade de provocar um aborto e o que ela fez na ocasião.

Em relação ao curso de direito, a maioria (93%) respondeu que nunca uma parceira tinha passado por uma gravidez indesejada. Entretanto, 7% responderam que a parceira teve uma gravidez indesejada, porém não realizou o aborto.

Já no curso de medicina, a maioria (96%), também, respondeu que nunca a parceira passou por uma gravidez indesejada. Contudo, 4% responderam que a parceira teve uma gravidez indesejada e realizou o aborto.

Gráfico 10 – Opinião dos pesquisados do sexo masculino por curso sobre a experiência de uma gravidez indesejada da parceira e qual a reação, em percentual.

O aborto provocado, mesmo sendo tipificado pelo Código Penal como crime, ocorre diariamente no Brasil.

Diante dos dados obtidos, conclui-se que essa realidade não ocorre só em grandes cidades e com pessoas de baixa renda, pois na amostra de 132 estudantes de medicina e direito na cidade de Tubarão, dois pesquisados afirmaram ter realizado aborto.

O aborto representa um grave problema de saúde pública e de justiça social em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, de grande amplitude e com complexa cadeia de aspectos que envolvem questões legais, econômicas, sociais, psicológicas e religiosas.

Atualmente, o aborto é responsável por 13% das mortes maternas no mundo e representa, no Brasil, a terceira causa de morte materna. Diante disso, segundo a Rede Feminina de Saúde, o Brasil integra o grupo de países que possuem uma legislação restritiva ao aborto e que na sua totalidade representa 40% dos países do mundo. Em escala mundial, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a legislação punitiva não impede que sejam realizados anualmente entre 42 e 50 milhões de abortos, metade deles ilegais e de risco.

De acordo com pesquisas, mesmo o aborto sendo considerado crime, ele é amplamente praticado no país por meios inadequados e as consequências são quase sempre danos à saúde ou mesmo a morte da mulher.

Os efeitos da legislação repressiva são mínimos: quase nenhuma mulher deixa de praticar o aborto voluntário em razão da proibição legal e a taxa de condenações criminais é absolutamente desprezível. Aliás, se não fosse, seria necessário construir uma imensa prisão

para comportar as milhares de brasileiras que já praticaram abortos fora das hipóteses legalmente permitidas.

Emmerick confirma a ineficácia da criminalização do aborto no mundo e no Brasil através de dados, vejamos:

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, estima-se que a cada dia são realizados 55.000 abortos inseguros em todo o mundo, e que 95% (noventa e cinco por cento) ocorrem em países em desenvolvimento, provocando a morte de mais de 200 mulheres diariamente. Dessa forma, segundo a OMS, pelo menos 70.000 mulheres morrem anualmente em todo o mundo em decorrência de abortos inseguros, o que contribui drasticamente para o aumento de mortes maternas, notadamente em países em desenvolvimento.

[...] No Brasil, de forma semelhante a toda a America Latina, o número de abortos praticados de forma clandestina e insegura são demasiadamente altos. Estima-se que são praticados no Brasil mais de um milhão de abortos anualmente. O The Alan

Guttmacher Institute, em pesquisa realizada em cinco países da America latina entre

os anos de 1986 e 1991, estimou que no Brasil são praticados, aproximadamente, um milhão e quatrocentos mil abortos anualmente. (grifo do autor)5

Neste sentido, pode se concluir que a criminalização do aborto tem produzido como principal consequência ao longo dos anos, a exposição da saúde e da vida das mulheres brasileiras em idade fértil, sobretudo as mais pobres, a riscos gravíssimos que poderiam ser perfeitamente evitados através da adoção de política pública mais racional.

A legislação em vigor não salva a vida potencial de fetos e embriões, mas antes retira a vida e compromete a saúde de muitas mulheres.

Mulheres com maior poder aquisitivo recorrem a serviços prestados por clínicas particulares que mantém um risco de saúde baixo. Fica claro, então, que a criminalização do aborto, além de não evitar sua realização, acaba levando à prática clandestina em péssimas condições de higiene.

Percebe-se que seria bastante razoável adotar no Brasil solução semelhante àquela acolhida por grande parte dos países europeus, que legalizaram a realização do aborto voluntário no trimestre inicial de gestação, mas, por outro lado, criaram mecanismos extra- penais para evitar a banalização desta prática, relacionados à educação sexual, ao planejamento familiar e ao fortalecimento da rede de proteção social voltada para a mulher.

É certo que a interrupção voluntária da gravidez não deve ser tratada como método anticoncepcional. Seria uma providência muito mais grave, não só porque impede o nascimento de uma pessoa, como também por constituir, no geral, motivo de profunda tristeza para as mulheres que o praticam.

5

6 CONCLUSÃO

O objetivo do presente trabalho foi comparar e analisar a opinião dos estudantes dos cursos de medicina e direito da Universidade do Sul de Santa Catarina em relação à legalização do aborto no Brasil.

Inicialmente, abordou-se sobre o histórico e generalidades do aborto no Brasil e no Mundo, informando as espécies de aborto existente na legislação brasileira e as principais teorias sobre o início da vida. Em seguida, analisou-se os direitos fundamentais estabelecidos na Constituição federal de 1988 e relacionou-os com a problemática do aborto. Após, informou-se a metodologia empregada na pesquisa, bem como o método, tipo de pesquisa, os critérios para inclusão e exclusão para a composição da amostra e os instrumentos e procedimentos utilizados na coleta dos dados. Por fim, apresentou-se os dados obtidos com a pesquisa realizada com os estudantes de medicina e direito da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.

De acordo com os dados alcançados, percebe-se que a opinião dos estudantes dos cursos de medicina e de direito, em relação à legalização do aborto no Brasil, são paritárias, ou seja, em praticamente todas as perguntas dos dois cursos as respostas foram semelhantes. Esta informação corrobora com a hipótese levantada anteriormente, na qual previa que a formação acadêmica não alterava a opinião sobre a legalização do aborto.

Os principais resultados foram em relação a ampliação das circunstâncias em que o aborto não é punido, na qual a maioria dos estudantes foram favoráveis à ampliação. Além disso, a maioria afirmou que, por ser o Brasil um estado laico, argumentos morais e religiosos não deveriam interferir na aprovação de novas leis sobre o aborto. Entretanto, o projeto de lei 1.135 de 1991, que é um dos projetos mais conhecidos e notórios visando à descriminalização do aborto no Brasil, foi proposto em 28 de maio de 1991 e só foi votado (e rejeitado) em 7 de maio de 2008, após um período de discussões que durou 17 anos. Atualmente, encontra-se arquivado na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Portanto, mesmo sendo o Brasil um estado laico, argumentos religiosos e morais interferem na elaboração e aprovação de novas leis sobre o aborto.

Constatou-se, ainda, que a maioria dos estudantes, independentemente do curso, sexo ou religião, são contra a realização do aborto sem restrições legais. Portanto, são favoráveis à ampliação das circunstâncias em que o aborto não é punido, contudo contra a realização sem restrições.

Entende-se que os resultados apresentados não podem ser generalizados a todos os estudantes de medicina e direito da universidade, uma vez que nem todos os alunos dos dois cursos e dos respectivos semestres responderam.

Em que pese às limitações, os resultados observados nesta amostra de estudantes dos cursos de medicina e direto da Unisul de Tubarão, podem ser vistos como incentivo em continuar alimentando a discussão acerca das mudanças na legislação acerca do aborto.

Em que pese à necessidade de aprofundar o estudo sobre o tema, tem-se, a princípio, que a criminalização do aborto viola direitos humanos das mulheres, tais como o direito à liberdade, à dignidade da pessoa humana e à saúde. Percebe-se, ainda, que a criminalização não protege a vida do feto, pois mesmo sendo considerado crime, o aborto ocorre diariamente. De qualquer forma, uma constatação parece inafastável: um sistema tão repressivo como o nosso dá lugar a um número enorme de abortos clandestinos que põem em risco a vida e a saúde da mulher, sem proteger, na prática, a vida do feto.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA JUNIOR, A.; COSTA JUNIOR, J. B. de O. Lições de Medicina Legal. São Paulo: Saraiva. 1996.

ALMEIDA JUNIOR, Antônio Ferreira de. Lições de medicina legal. 7. ed. rev. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1965.

ALVES, Ivanildo Ferreira. Crimes contra a vida. Belém. UNAMA, 1999.

AVILA, Maria Betânia de Melo. Reflexões sobre a laicidade. Recife. Instituto feminista para a democracia. Abril, 2006.

BARROSO, Luís Roberto. O direito constitucional e a efetividade de suas normas. Rio de Janeiro: Renovar, 2000.

BITTENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte especial. 4. ed. rev. e atual. São Paulo. Saraiva, 2004.

BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Malheiros, 1997.

BRASIL. Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 05 out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Constituicao/Constitui

%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 19 abri. 2012.

______. Decreto n°847 de 11 de outubro de 1890. Promulga o Código Penal. Disponível em: <http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=66049>. Acesso em: 20 de ago. 2012.

______. Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm>. Acesso em: 10 ago. 2012.

______. Lei de 16 de dezembro de 1830. Manda Exrcutar o código criminal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim-16-12-1830.htm>. Acesso em: 20 ago. 2012.

______. Lei n° 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 20 ago. 2012.

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional. 6. ed. Coimbra: Almedina, 1993.

CASTRO, Carlos Roberto Siqueira. O devido processo legal e os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005.

COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 1999.

COSTA JUNIOR, Paulo José da. Direito Penal Objetivo. Rio de Janerio: Forense Universitária, 2003.

DELMANTO, Celso et al. Código penal comentado. 6. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2002.

DINIZ, Maria Helena. O estado atual do biodireito. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

DOURADO, Roberto. Ensaio: quando começa a vida? Disponível em: <http://recantodasletras.uol.com.br/ensaios/1347168>. Acesso em: 02 jul. 2012

DUARTE, Graciana Alves; et. al. Aborto e Legislação: opinião de magistrados e promotores de justiça Brasileiros. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102010000300004>. Acesso em: 1 nov. 2012.

EDITOR, Sergio Antonio Fabris. A vida dos direitos humanos bioética médica e jurídica. Porto Alegre. 1999.

EMMERICK, Rulian. Aborto: (des)criminalização, direitos humanos e democracia. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008.

FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de direito penal: parte especial. 3. ed. São Paulo: José Bushatsky, 1976.

FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995.

GARCIA, Basileu. Thalidomide e abortamento. Revista dos Tribunais, v. 324, v.7, p.9, apud MIRABETE, op. cit.

GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GOMES, Hélio. Medicina legal. 10. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1968.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro/ parte geral. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1991.

LIMA, Carolina Alves de Souza. Aborto e anencefalia: direitos fundamentais em colisão. Curitiba: Juruá, 2009.

LOREA, Roberto Arriada. Em defesa do Estado laico. CLAM – Centro Latino-Americano em sexualidade e direitos humanos. Disponível em: <http://www.clam.org.br>. Acesso em: 02 out. 2012.

MAIA, Mônica Bara. Direito de decidir: múltiplos olhares sobre o aborto. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.

MARTINS, Flademir Jerônimo Belinati. Dignidade da pessoa humana: princípio constitucional fundamental. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2008.

MATIELO, Fabrício Zamprogna. Aborto e direito penal. Porto Alegre: Sagra. DC Luzzatto, 1994.

MEIRA, Affonso Renato; FERRAZ, Flávio Roberto Carvalho. Liberação do Aborto: Opinião de Estudantes de medicina e de direito, São Paulo, Brasil. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v23n6/04.pdf>. Acesso em: 02 nov. 2012.

MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. Gilmar Ferreira Mendes, Inocêncio Mártires Coelho, Paulo Gustavo Gonet Branco. 4. Ed. Ver. E atual. – São Paulo: Saraiva, 2009.

MEZZAROBA, Orides; MONTEIRO, Cláudia Servilha. Manual de metodologia da pesquisa no direito. 3. ed. rev. São Paulo: Saraiva, 2006.

MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal: parte especial . 17. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 23. ed. 2. Reimpr. São Paulo: Atlas, 2008.

______. Direitos humanos fundamentais: teoria geral, comentários aos arts. 1 a 5 da Constituição da República Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo:. Atlas. 1998.

PEDROSO, Fernando de A. Homicídio, participação em suicídio, infanticídio e aborto. Rio de janeiro, 1995, p. 255.

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, São Paulo, 2007.

PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro. volume 2: parte especial. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.

SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.

SEMIÃO, Sérgio Abdalla. Os direitos do nascituro: aspectos cíveis, criminais e do biodireito. 2. ed. rev. atual e ampl. Belo Horizonte: Del Rey, 2000.

SILVA, José Afonso da Silva. Curso de Direito Constitucional. 22 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2003.

TORRES, Ricardo Lobo. Os direitos humanos e a tributação. Rio de Janeiro: Renovar, 1995.

VASCONCELOS, Carlos Eduardo de. Mediação de conflitos e práticas restaurativas: modelos, processos, ética e aplicações. São Paulo: Método, 2008.

ZANFERDINI, Flávia de Almeida Montingelli. Tendência universal de sumarização do processo civil e a busca da tutela de urgência proporcional. 2007, 310 f. Tese (Doutorado em Direito) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, São Paulo, 2007.

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Você está sendo convidado a participar, como vo1untário (a), em uma pesquisa que tem como título “Legalização do aborto no Brasil: opinião de estudantes e de profissionais de Direito e Medicina”. A pesquisa tem como objetivo comparar a opinião de estudantes e de profissionais de direito e medicina acerca da legalização do aborto no Brasil.

É importante a pesquisa a respeito desse tema, pois o aborto é um problema de saúde pública. A sua criminalização não reduz sua incidência, mas sim tem contribuído para aumentar a sua prática em condição de risco com impactos graves para a saúde e a vida das mulheres. O aborto está dentre as questões, atualmente, discutidas pelos profissionais de direito, de medicina, sociólogos e religiosos. Portanto, é de fundamental importância saber a opinião de profissionais da área jurídica e da saúde sobre um tema tão polêmico e importante como o aborto.

Esta pesquisa será realizada com profissionais do curso de direito e medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Os pesquisados responderão um questionário acerca de a quem cabe decidir sobre a sua realização, se o aborto poderia ser realizado sem restrições legais e as eventualidades em que se possa admiti-lo. O questionário será entregue aos profissionais nas dependências da universidade todos durante uma semana. Após o preenchimento, serão depositados nas urnas exclusiva para a coleta dos questionários. Você não é obrigado (a) a responder todas as perguntas e poderá desistir de participar da pesquisa a qualquer momento (antes, durante ou depois de já ter aceitado participar dela ou de já ter feito a entrevista), sem ser prejudicado (a) por isso. Como o objetivo da pesquisa é saber a sua opinião acerca da legalização do aborto no Brasil, não são previstos desconfortos durante a entrevista.

Você poderá, quando quiser, pedir informações sobre a pesquisa à pesquisadora. Esse pedido pode ser feito pessoalmente, antes ou durante a entrevista, ou depois dela, por telefone, a partir dos contatos do pesquisador que constam no final deste documento.

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL Cep.contato@unisul.br, (48) 3279.1036

Todos os seus dados de identificação serão mantidos em sigilo e a sua identidade não será revelada em momento algum. Em caso de necessidade, serão adotados códigos de identificação ou nomes fictícios. Dessa forma, os dados que você fornecer serão mantidos em sigilo e, quando utilizados em eventos e artigos científicos, a sua identidade será sempre preservada.

Lembramos que sua participação é voluntária, o que significa que você não poderá ser pago, de nenhuma maneira, por participar desta pesquisa.

Eu, _______________________________, abaixo assinado, concordo em participar desse estudo como sujeito. Fui informado(a) e esclarecido(a) pelo pesquisador ________________________ sobre o tema e o objetivo da pesquisa, assim como a maneira como ela será feita e os benefícios e os possíveis riscos decorrentes de minha participação. Recebi a garantia de que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto me traga qualquer prejuízo.

Nome por extenso: _______________________________________________

RG: _______________________________________________

Local e Data: _______________________________________________

Assinatura: _______________________________________________

Pesquisador Responsável (professor orientador): Denise Silva de Amorin Farias Telefone para contato: (48) 3626-7365 ou (48) 9986-0031

Outros Pesquisadores (aluna orientanda): Denize Colossi Telefone para contato: (48) 3626-0722 / 9613-3074

APÊNDICE B – QUESTONÁRIO SOBRE A LEGALIZAÇÃO DO ABORTO NO BRASIL

Questionário sobre a legalização do aborto no Brasil 1 - Idade:__________.

2 - Sexo:

( ) Feminino ( ) Masculino.

3 - Estado civil

( ) solteiro ( ) casado

( ) vive junto ( ) separado/divorciado ( ) viúvo.

4 - Número de filhos: ____________. 5 – Profissional do curso de:

( ) Direito ( ) Medicina

6 – Tempo: _________. Religião

7 - Qual religião você pratica:

( ) Católica ( ) Evangélica

( ) Protestante ( ) Judaica Israelita ( ) Religiões Orientais ( ) Espírita Kardecista ( ) Umbanda/Candomblé ( ) Nenhuma

( ) Outras ____________________________.

8 - Com que frequência vai aos cultos ou missas de sua igreja? ( ) Pelo menos uma vez por semana.

( ) De uma a duas vezes por mês. ( ) Algumas vezes por ano.

( ) Só em ocasiões especiais (festas, casamentos, velórios, etc.). ( ) Não frequento.

( ) Outro____________________________.

9 - Pensando em sua futura prática profissional, em relação ao aborto e nas suas concepções religiosas, escolha uma das alternativas abaixo.

( ) Não tenho concepções religiosas pessoais.

( ) Minhas concepções religiosas nunca interferem na minha prática profissional. ( ) Minhas concepções religiosas poucas vezes interferem na minha prática profissional. ( ) Minhas concepções religiosas muitas vezes interferem na minha prática profissional. ( ) Minhas concepções religiosas sempre interferem na minha prática profissional.

10 – Em sua opinião, sendo o Brasil um Estado laico, é aceitável que argumentos religiosos e morais interfiram na aprovação de novas leis, como o projeto de lei n°1.135/91 que descriminaliza o aborto?

( ) Sim ( ) Não ( ) Sem opinião

11 - Em sua opinião, as leis brasileiras sobre o aborto: ( ) não deveriam ser modificadas.

( ) deveriam deixar de considerar o aborto como crime, em qualquer circunstância. ( ) deveriam ampliar as circunstâncias em que o aborto não é punido.

( ) deveriam considerar o aborto como crime, em qualquer circunstância. ( )d restringir as circunstâncias em que o aborto não é punido.

( ) não tenho opinião formada.

( ) outra. Qual?_______________________________________________________.

12 - Em sua opinião, independentemente do que trata a legislação em vigor, o aborto poderia ser realizado sem restrições legais?

( ) Sim ( ) Não ( ) Sem opinião

13 – Em sua opinião, em quais eventualidades deveria se admitir o aborto? ( ) Gravidez resultante de ato sexual realizado mediante violência ou grave ameaça. ( ) Gravidez de menores de 14 anos.

( ) Gravidez que apresenta risco de vida ou de saúde para a mulher.

( ) Existência de certeza ou de alta possibilidade de a criança nascer com defeito grave ou doença incurável.

( ) Em qualquer hipótese.

14 - Em sua opinião, a quem cabe decidir sobre a realização do aborto?

( ) À mulher ( ) Ao casal ( ) outros

15 - Em sua opinião, o aborto, em caso de risco de vida e de risco à saúde da gestante, justificaria se o risco fosse:

( ) iminente; ( ) futuro; ( ) ambos;

No documento Legalização do aborto no Brasil (páginas 64-92)

Documentos relacionados