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CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

Cada habilitação correspondendo a recortes dentro do campo geral da Comunicação, organiza conhecimentos e práticas profissionais, aborda questões teóricas, elabora críticas, discute a atualidade e desenvolve práticas sobre linguagens e estruturas.

4. Estágios e Atividades Complementares

O Estágio orientado por objetivos de formação refere-se a estudos e práticas supervisionados em atividades externas à unidade de oferecimento do Curso. As atividades complementares realizadas sob a supervisão de um docente buscam promover o relacionamento do estudante com a realidade social , econômica e cultural, e de iniciação à pesquisa e ao ensino.Tais tipos de ação pedagógica caracterizam mecanismos de interação com o mundo do trabalho, assim como o confronto com possibilidades metodológicas visando a promoção de uma formação complexa.

Assim, além das disciplinas típicas e tradicionais da sala de aula e de práticas ditas laboratoriais, segundo o padrão de turma/docente/horas-aula semanais, podem ser previstas Atividades Complementares, com atribuição de créditos ou computação de horas para efeito de integralização do total previsto para o Curso, tais como:

- programas especiais de capacitação do estudante (tipo CAPES/PET); - atividades de monitoria;

- outras atividades laboratoriais além das já previstas no padrão turma/horas-aula; - atividades de extensão;

- atividades de pesquisa etc.

O que caracteriza este conjunto de atividades é a flexibilidade de carga horária semanal, com controle do tempo total de dedicação do estudante durante o semestre ou ano letivo. Esta flexibilidade horária semanal deverá permitir a:

a) adoção de um sistema de creditação de horas baseada em decisões específicas para cada caso, projeto ou atividade específica, e em função do trabalho desenvolvido;

b) ênfase em procedimentos de orientação e/ou supervisão pelo docente;

c) ampliação da autonomia do estudante para organizar seus horários, objetivos e

direcionamento. O número máximo de horas dedicadas a este tipo de atividades não pode ultrapassar 20% do total do curso, não incluídas nesta porcentagem de 20% as horas dedicadas ao Trabalho de Conclusão de Curso (ou Projetos Experimentais).

5. Estrutura do Curso

O curso de Comunicação Social pode ser oferecido por créditos, havendo, no entanto, atenção para uma seqüência equilibrada de conteúdos curriculares e acompanhamento planejado da formação. Na oferta seriada importa considerar, além de uma seqüência harmônica e lógica, a flexibilidade de caminhos alternativos.

Parecer CES 492/2001 25

Na organização modular, deverá ser esclarecido o seu modo de inserção na estrutura geral do curso.

6. Acompanhamento e Avaliação

A avaliação é peródica e se realiza em articulação com o Projeto Acadêmico do curso sob três ângulos:

a) pertinência da estrutura do Curso, observando o fundamento de suas propostas e a adequação dos meios postos em ação para realizá- las;

b) aplicação dos critérios definidos pelo colegiado de curso, para a sua avaliação;

c) mecanismos de acompanhamento e avaliação externa e interna do próprio curso. 

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ANEXO 07

Parecer CNE – CP 21/2001

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE ENSINO

Diz o Parecer CNE – CP 21/2001, verbis:

“Estágio é o tempo de aprendizagem que, através de um período de permanência, alguém se demora em algum lugar ou ofício para aprender a prática do mesmo e depois poder exercer uma profissão ou ofício. Assim, o estágio supõe uma relação pedagógica entre alguém que já é um profissional reconhecido em um ambiente institucional de trabalho e um aluno estagiário. Por isso é que este momento se chama estágio supervisionado.

O estágio curricular supervisionado é um momento de formação profissional do formando, seja pelo exercício direto in loco, seja pela presença participativa em ambiente próprio de atividades daquela área profissional, sob a responsabilidade de um profissional já habilitado.

O estágio não é uma atividade facultativa, mas uma das condições para obtenção da respectiva licença. Não se trata de uma atividade avulsa, que angarie recursos para a sobrevivência do estudante ou que se aproveite dele com mão-de-obra barata e disfarçada. Ele é necessário, como momento de preparação próxima, em uma unidade de ensino.

Tendo como objetivo, junto com a prática de ensino, a relação teoria e prática

social tal como expressa o Art. 1º, § 2º da LDB, bem como o Art. 3º, XI e tal como

expressa sob o conceito de prática do Parecer CNE – CP 09/01, o estágio é o momento de efetivar, sob a supervisão de um profissional experiente, um processo de ensino/aprendizagem que se tornará concreto e autônomo, quando da profissionalização deste estagiário.

Entre outros objetivos, pode-se dizer que o estágio pretende oferecer ao futuro licenciado um conhecimento do real em situação de trabalho, isto é, diretamente em unidades escolares dos sistemas de ensino. É também um momento para se verificar e provar (em si e no outro) a realização das competências exigidas na prática profissional e exigíveis dos formandos, especialmente quanto à regência. Mas, é também um momento para acompanhar alguns aspectos da vida escolar que não acontecem de forma igualmente distribuída pelo semestre, concentrando-se mais em alguns aspectos que importa vivenciar. É o caso, por exemplo, da elaboração do projeto pedagógico, da matrícula, da organização das turmas e do tempo e espaço escolares.

O estágio é, pois, um modo especial de atividade de capacitação em serviço e que só pode ocorrer em unidades escolares, onde o estagiário assume efetivamente o

papel de professor, de outras exigências do projeto pedagógico e das necessidades próprias do ambiente institucional escolar, testando suas competências por um determinado período. Por outro lado, a preservação da integridade do projeto pedagógico da unidade escolar, que recepciona o estagiário, exige que este tempo supervisionado não seja prolongado, mas seja denso e contínuo. Esta integridade permite uma adequação às peculiaridades das diferentes instituições do ensino básico em termos de tamanho, localização, turno e clientela. Neste sentido, é indispensável que o estágio, de modo similar ao que ocorre no internato da área de saúde, seja, ao final do curso, um momento de coroamento formativo, em que a relação teoria/prática já seja um ato educativo em ação.

Assim, o estágio supervisionado deverá ser um componente obrigatório da organização curricular das licenciaturas, sendo uma atividade intrinsecamente articulada com a prática de ensino e com as atividades de trabalho acadêmico.

Ao mesmo tempo, os sistemas de ensino devem propiciar às instituições formadoras a abertura de suas escolas de educação básica para o estágio. Esta abertura, considerado o regime de colaboração prescrito no Art. 211 da Constituição Federal, pode se dar por meio de um acordo entre instituição formadora, órgão executivo do sistema e unidade escolar acolhedora da presença de estagiários. Em contrapartida, os docentes em atuação nesta escola poderão receber alguma modalidade de formação continuada a partir da instituição formadora. Assim, nada impede que, no seu projeto pedagógico, em elaboração ou revisão, a própria unidade escolar possa combinar com uma instituição formadora uma participação de caráter recíproco, no campo do estágio. Essa conceituação de estágio é vinculante com um tempo definido em lei como já se viu e cujo teor de excelência não se admite nem um aligeiramento e nem uma precarização. Ela pressupõe um tempo mínimo para fazer valer o que está disposto nos artigos 11, 12, e 13 da Resolução, que acompanha o Parecer 009/2001 CNE – CP. Assim, as instituições devem garantir um teor de excelência, inclusive como referência, para a avaliação institucional exigida por Lei. Sendo uma atividade obrigatória, por sua característica já explicitada, ela deve ocorrer dentro de um tempo mais concentrado, mas não necessariamente em dias subsequentes. Com esta pletora de exigências, o estágio supervisionado da licenciatura não poderá ter uma duração inferior a 400 horas, nos 100 dias que a lei estipula.

Cabe aos sistemas de ensino, à luz do Art. 24 da Constituição Federal, do Art. 8º e 9º da LDB e do próprio Art. 82, exercer sua competência suplementar na normatização desta matéria.

Desse modo, estes componentes curriculares próprios do momento do fazer (estágio em articulação com a prática de ensino) implicam em voltar-se às atividades de trabalho acadêmico, sob o princípio ação-reflexão-ação, incentivado no Parecer CNE – CP 009/2001”.

CONTEÚDOS CURRICULARES DE NATUREZA CIENTÍFICO CULTURAL

“Trabalho Acadêmico” Estes conteúdos visam:

- a obtenção de um saber profissional, crítico e competente, que se vale

de conhecimentos e de experiências (Parecer CNE – CP – 21/2001); - propiciar ao licenciando o aprender a ser professor ( Parecer CNE – CP

– 09/2001 );

- alto teor de excelência formativa, face aos objetivos da educação básica

A proposta é de 1.800 horas para esta fase formativa do docente.

ATIVIDADES ACADÊMICO-CIENTÍFICO-CULTURAL

OU Essas atividades visam ao enriquecimento do processo formativo do licenciando.

A proposta é de 200 horas, que na verdade serão somadas às 1.800, fazendo um total de 2.000 horas para execução de atividades científico-acadêmicas (Parecer 21/2001 CNE – CP).

Portanto, a proposta para o curso é de no mínimo 2.800 horas, sendo que a duração não poderá ser inferior a 3 anos de formação, tanto para os cursos de licenciatura, quanto para o normal superior.

É da autonomia da IES ampliar o nº de horas dos componentes, anteriormente citados.

Para o atendimento às diretrizes curriculares nacionais, quanto à formação docente para a Educação Básica, em nível superior, curso de Licenciatura Plena e Normal Superior, propomos a Resolução, em anexo, bem como a alteração, no que couber, da Resolução CEE 442/2001.

O Parecer nº 109/2002 – CNE-CES, de 13 de março de 2002, refere-se a curso em funcionamento aprovado por esse CEE nos termos da Resolução CNE-CP 01/99, que, no âmbito do CEE, corresponde à Resolução CEE nº 442/01, verbis: “Assim o curso de licenciatura plena em funcionamento de acordo com a regra fixada pela Resolução CNE-CP 01/99, que pretende suprimir 400 horas do seu projeto pedagógico inicial, considerando a nova regulamentação homologada pelo Senhor Ministro, terá que obrigatoriamente reformulá-lo de modo a adequá-lo à nova tônica escolhida, resguardando, no entanto, a proporcionalidade da distribuição da carga horária do currículo apreciado por ocasião do processo de autorização. Por outra parte, importa

assegurar a possibilidade de integralização da carga horária de 3200 horas divulgada no Edital de abertura de processo seletivo a todos os alunos que assim o desejarem.

No caso de IES que não gozam da prerrogativa, de autonomia, a proposta de reformulação do projeto pedagógico deve ser submetida à apreciação do Sistema de Ensino, antes de sua efetiva implantação.”

Aplica-se, na visão deste relator, o anteriormente descrito (Parecer 109/2002 – CNE-CES), aos cursos autorizados pelo CEE-MG, nos termos das Resoluções CNE-CP 01/99 e CEE-MG 442/01.

3 - Conclusão

À vista do exposto, propomos à CES e ao plenário o projeto de Resolução que acompanha este parecer.

É o parecer.

Belo Horizonte, 28 de maio de 2002.

a) Adair Ribeiro - Relator