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Lingüística I – 60h Aspectos Hist E Culturais da África e da Diáspora – 45h

2.6 O FLUXOGRAMA DO NOVO CURSO

As modificações propostas pelo ministério da Educação em 2004 em nível nacional apontaram a necessidade de reformulações na realidade universitária para atenderem ao novo perfil do profissional exigido para os Cursos de Formação de Professores. Estas modificações e adaptações foram expostas no Capítulo 1 – Fundamentação Teórica, onde é feita de maneira minuciosa uma descrição do curso que

estava em vigor no ano de 1997 e é apresentado o arcabouço legal com todos os pareceres e leis que foram utilizados para a construção do projeto do novo curso.

Ressalto, no entanto, que o curso de Letras de 2007 tinha em sua proposta o desenvolvimento das atividades através de quatro eixos, compreendendo o científico- cultural, com os subeixos de linguística e literatura, o pedagógico, o interdisciplinar e o das atividades complementares. Cada eixo é constituído por componentes curriculares que abordam os conteúdos necessários para a formação de professores na área de Letras e também os conteúdos estudados na Educação Básica no ensino de Língua Portuguesa e de Língua Estrangeira.

Para que haja a relação entre os eixos, adotou-se uma metodologia que permite a interação entre os todos eles, de modo a promover a interdisciplinaridade. Para garantir a interdisciplinaridade, agora é proposto que os conteúdos discutidos em linguística e literatura também sejam discutidos tanto na prática pedagógica quanto nos seminários interdisciplinares de pesquisa. Tem-se, então, um eixo interdisciplinar que promove a

relação entre a disciplinaridade e a interdisciplinaridade, conforme o que é disposto no

Parecer CNE/CP 009/2001.

Os temas norteadores do curso de Línguas Estrangeiras são: As Linguagens e as Produções Sócio-Culturais e Históricas, Os Códigos, as Linguagens e as Produções Orais Sociocculturais, A Tradução e as Produções Literárias na Contemporaneidade, Os Estudos e Análises do Processo Político, Histórico e Social das Linguagens, O Processo Sistemático e Comparativo entre as Culturas no Ensino da Língua Estrangeira, As Linguagens e as Novas Tecnologias em Língua Estrangeira, A Interdisciplinaridade e o Ensino da Língua Estrangeira, As Novas Tendências Pedagógicas, Tecnológicas e a Prática Docente – que representam temáticas geradoras das atividades acadêmicas que são articuladas de forma interdisciplinar nos componentes curriculares: Seminários Interdisciplinares de Pesquisa (SIP), no Curso de Letras Vernáculas e Núcleo de Estudos Interdisciplinares (NEI), no Curso de Letras Inglês. Ambos têm a mesma finalidade acadêmica que é inserir o aluno na pesquisa.

O SIP e o NEI, respectivamente, acontecem do primeiro ao sétimo semestre, com o objetivo de fortalecer a prática interdisciplinar entre os componentes curriculares de língua, literatura e da prática pedagógica. Eles são concluídos no final de cada

semestre, onde são apresentados projetos de pesquisa envolvendo os conteúdos estudados e analisados nesses componentes e a relação necessária entre eles. Desse modo, é garantido o trinômio teoria, prática e pesquisa; e é construída aos poucos a autonomia desses profissionais que estão sendo formados para elaboração de seus projetos e pesquisa de assuntos relacionados tanto para o ensino dos conteúdos da Educação Básica quanto para os relacionados à sua formação como profissional. A elaboração desses projetos de pesquisa pode contribuir para estimular a capacidade investigativa desses profissionais e a consciência de que a sala de aula é ambiente constante de pesquisa. Dentro dessa proposta, então, a formação do profissional de Letras envolve associação necessária entre teoria, prática e pesquisa, o que implica, consequentemente, inter-relação da linguística, da linguística aplicada, da literatura e da prática pedagógica.

Ante tantas inovações no curso de Letras - Inglês por causa do novo fluxograma, uma mudança na atuação do professor do curso é inevitável, face à necessidade de desenvolvimento de projetos de pesquisa nas áreas de língua e de literatura envolvendo a prática pedagógica. Assim, o professor deixa de ser apenas transmissor de conteúdos isolados, passando a ser promotor de discussões acerca dos conteúdos, o que conduz ao aprimoramento da reflexão crítica do aluno e, ao mesmo tempo, que é orientador dos projetos de pesquisa. Desse modo, o professor dos componentes curriculares do curso passa a ser responsável pela condução dos projetos de pesquisa e pela promoção da articulação entre a teoria, a prática e a pesquisa. De acordo com essa concepção, todos os professores auxiliam o desenvolvimento desses projetos, acompanham e orientam tecnicamente os trabalhos.

No curso de 1997, a prática pedagógica acontecia apenas nos últimos semestres (ver anexo nº 04 – Fluxograma 1997). O curso de 2007 apresenta um fortalecimento da prática pedagógica, que é oferecida como componente curricular na primeira metade do curso e prossegue com o estágio na segunda metade. Entende-se que a prática pedagógica deve ser um elo fundamental entre a escola e a universidade e que ela deve refletir sobre os procedimentos metodológicos e didáticos, procurando instruir os alunos para o uso de todos recursos didáticos e tecnológicos que possam contribuir para melhor efetivação do processo ensino-aprendizagem dos conteúdos ministrados na Educação Básica. Esses conteúdos, por sua vez, são explorados nos componentes curriculares de

língua e literatura, o que impõe o trabalho articulado da prática pedagógica com esses componentes e, consequentemente, a participação de três ou mais professores (língua, literatura, educação, metodologia) para o desenvolvimento das aulas. A Prática Pedagógica, envolvendo também o estágio, procura, nessa perspectiva, instrumentalizar o novo profissional para a sua atuação como professor de Língua Portuguesa e/ou Língua Estrangeira e, ao mesmo tempo, criar situações problemas que reflitam o dia a dia de uma sala de aula para promover a sua autonomia na tentativa de resolução desses problemas.

O corpo docente que elaborou o projeto do novo curso percebeu que é necessário haver uma flexibilização no oferecimento dos componentes curriculares. Isso significa que a forma de execução dos componentes pode ser como disciplina, seminários, grupos de estudo, laboratório ou com metodologia diversificada de acordo com a natureza de trabalho que o componente exigir. Além disso, a flexibilização é também observada na eliminação de pré-requisitos, o que implica a não consideração de um conteúdo superior a outro, ou ainda a possibilidade de mudar de um semestre para o outro o oferecimento dos componentes curriculares, excetuando Línguas Estrangeiras que apresentam um componente curricular em cada semestre com conteúdo sequencial, dividido basicamente em três níveis: Básico I e II, Intermediário I e II, Avançado I e II.

Outro ponto importante que o novo curso apresenta é o incentivo à participação nas atividades Acadêmico Científicas e Culturais (ACC). O aproveitamento das ACC, que geralmente são atividades extracurriculares, ocorre em dois âmbitos: no estágio e na participação de eventos que acontecem em outras universidades, ou mesmo no campus, e que podem ser aproveitadas por ter relação com o eixo temático do semestre. No primeiro caso, se os alunos forem profissionais atuantes na Educação Básica, determina- se o limite de carga horária de estágio da qual poderão ser dispensados de, no mínimo, 100 horas, e, no máximo, 200 horas, conforme o que é disposto no Regulamento do Estágio. No segundo caso, será aproveitado o máximo de 200 horas das atividades extracurriculares que contribuem para o caráter interdisciplinar do currículo, porque promovem aprofundamento dos conteúdos estudados no curso e estimulam a autonomia do aluno na busca de mais conhecimentos, seja como participante do evento apenas, ou como apresentador de trabalhos de sua autoria.

Para verificar se o curso conseguiu aprimorar a competência dos alunos no que se refere à análise e reflexão dos conteúdos estudados, bem como a conexão entre a teoria, a prática pedagógica e a pesquisa com aplicação nas suas atividades de ensino na Educação Básica, os alunos deverão apresentar ao colegiado do curso um trabalho monográfico conclusivo. A orientação para esse trabalho acontece no último semestre, quando o aluno, depois de ter cursado todos os componentes curriculares e realizado parte do estágio, deve demonstrar competência e habilidade para a sua formação profissional como professor de Língua Portuguesa e/ou Língua Estrangeira que irá atuar na Educação Básica. Em função desse trabalho conclusivo, que envolve as teorias estudadas, avaliação da prática pedagógica e realização de um projeto pesquisa, o SIP ou NEI não ocorrem no último semestre, visto que o Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) resume a função desse componente.

A seguir, descreverei os professores que participaram deste trabalho.