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Consequências no âmbito psicológico do menor

Diante de um assunto considerado bem complicado de resolver, os aspectos jurídicos de uma intervenção social e psicológica no processo de adoção, são tema que proporcionou muitas críticas e reações negativas em relação de como é tratado o problema do menor.

De acordo com Juliano Giesler Zamperete (2006), várias pessoas escolhem realizar a adoção, pela impossibilidade de gerarem filhos, tanto da parte do homem quanto da mulher, ou mesmo casais do mesmo sexo, dentre outros. Isso acaba gerando certa forma de preconceito, por falta de uma pesquisa sobre o assunto adoção. Daí que surge o preconceito de como é tratada a adoção nos tempos de hoje.

A família que é considerada adotiva, ela mesma tem uma grande tarefa, a de vencer tal preconceito. Todos, não falaremos em maioria, possuem algum tipo de preconceito, seja ele em decorrência de cor, sexualidade, peso, crença, credo, e acabam por achar sempre o outro o diferente.

uma “sindicância” a qual realizava avaliações denominadas sociais, do tipo de um questionário que era preenchido de forma simples e rápida sem aprofundamento ou análise maior das questões levantadas. Além do mais não eram feitas por pessoas que tinham conhecimento mais aprofundado. Eram feitas por oficiais de justiça, voluntários e pessoas leigas, que não tinham o mínimo conhecimento técnico para isso.

Mas hoje a realidade já é outra. Todos os envolvidos no processo de adoção têm conhecimento técnico específico, ou uma graduação para desempenhar tal trabalho. Diante de tal entendimento da Justiça viu que esse tipo de trabalho vai além do Direito, e abrangendo áreas como as do serviço social e da psicologia. O Estatuto da Criança e do Adolescente afirma em seu art. 151:

Compete à equipe interprofissional, dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico.

O legislador não especifica em nenhum momento, quais e quem são os que integram os serviços auxiliares da Justiça na área da Infância e Juventude, mas faz referência aos artigos 150 e 151 do ECA. O objetivo principal dos auxiliares da Justiça é assessorar através do fornecimento de laudos escritos, ou verbalmente na audiência. Cabe também a eles auxiliar no aconselhamento, encaminhamento, prevenção, orientação, sempre sob subordinação do juiz.

Quanto à atuação da equipe técnica na área da infância, essa visa assessorar a Justiça da Infância e da Juventude. Pode ocorrer em qualquer situação desde que justificada a elaboração de uma perícia ou estudo para melhor apreciar a situação em que a criança, o adolescente ou a sua família se encontra.

De acordo com Luiz Antônio Miguel Ferreira (2001), a equipe técnica pode interferir, nas seguintes situações: a) elaboração do cadastro para a adoção, b) quando colocada a criança em família substituta; c) quando adolescentes e crianças estão em situação de risco, d) em procedimentos dos atos infracionais e também na questão do acompanhamento e cumprimento das medidas sócioeducativas ou protetivas; e) e em qualquer outra forma que se

mostre necessária, como diz o art. 153 do ECA.

A intervenção da equipe técnica no processo de adoção é considerada um dos mais importantes procedimentos na área da Infância e da Juventude, pois a criança ou adolescente é colocada em uma família substituta, sem possibilidade de retorno à família biológica. Não pode ser analisado de qualquer forma, tem que ter conhecimento mais específico, um trabalho de maior profundidade de conhecimento do processo.

O processo de adoção, na maioria das vezes, exige uma fase preliminar de preparação e inscrição das partes interessadas em adotar e também de como está a situação da criança ou do adolescente que vai ser adotado.

É importante ressaltar que a intervenção técnica é muito importante no processo de adoção. Ela tem como objetivo específico verificar se os que requereram, a adoção reúnem reais condições sociais e psicológicas para assumir uma adoção.

Existe ainda a questão da avaliação do adolescente ou da criança. Da mesma forma também muito importante a avaliação dos interessados, pois existem questões bem relevantes, como a idade do menor que em muitos casos gera um grau de dificuldade bem maior.

De acordo com o artigo do autor Luiz Antônio Miguel Ferreira, (2001, p. 8):

Esta avaliação normalmente se realiza em procedimentos antecedentes (destituição de pátrio poder, pedido de providências, guarda, etc.) para possibilitar a futura adoção da criança ou do adolescente. Posteriormente, quando do processo de adoção, pode ocorrer nova intervenção junto ao adotado, mas com outra conotação, ou seja, para constatação de sua adaptação (estágio de convivência) e das vantagens do processo adotivo.

Até passar por todo esse processo, e a criança ou o adolescente ser colocado à disposição para adoção, é um caminho bem longo. Nesse tempo, deve-se manter vínculo com a sua família de origem, com medidas de proteção dispostas nos arts. 101 e 129 do ECA. Depois de tomadas todas as providências cabíveis e a criança ou do adolescente não sofrer nenhum risco, elas ficam disponíveis para a adoção.

processos anteriores da adoção. Na intervenção prévia podem ter ocorrido erros que vão produzir efeitos não desejados, e, consequentemente problemas posteriores decorrentes na nova relação que for estabelecida.

Quando adotada, a criança ou o adolescente corre o risco de a família enfrentar problemas, como preconceito, insegurança, pois quando analisadas no relatório, percebiam que estavam sendo avaliados e tinham medo dessa possibilidade. Por isso em muitos casos, faz-se necessário acompanhamento posterior à adoção, visando ao sucesso de tal medida e principalmente ao bem-estar da criança ou adolescente adotado.

Sobre essa questão, Ferreira (2001, p. 10) assevera que:

Este acompanhamento pode ser individualizado com a família e a criança ou adolescente adotado ou em grupos de apoio, como já mencionado. A vinculação dos interessados é de suma relevância e ocorrerá naturalmente, principalmente se os pretendentes participaram anteriormente de grupos de apoio e orientação, quando da elaboração do cadastro dos interessados à adoção. Porém, pode também ser necessário tal acompanhamento, como decorrência de medida judicial aplicada aos pais adotivos ou ao filho adotado, conforme estabelece o ECA nos artigos 129, IV e 101, II.

Com o fim do processo de adoção, a criança ou o adolescente não vai mais deixar de ser filho do adotante, pois a adoção é irrevogável, com a exceção das nulidades processuais. Mesmo assim, ocorrendo a morte do adotante no decurso do processo de adoção, não será reestabelecido o vínculo com a família de origem, nesse caso, a biológica. Nesse caso, os efeitos da sentença dada serão retroativos à data do óbito, pois, em regra, a adoção em si só produz efeitos depois de transitado em julgado a sentença.

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