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Considerações Finais

No documento Cristina Martins de Figueira Gonçalves (páginas 115-121)

“A fase de formação inicial é o período durante o qual o futuro professor adquire os conhecimentos científicos e pedagógicos e as competências necessárias para enfrentar adequadamente a carreira docente” (Costa, 1996, p. 10).

Esta referência de Costa (1998) sintetiza de uma forma muito simples o que sinto ao terminar este meu percurso académico e que vou tentar resumir neste capítulo. Efetivamente ao longo da licenciatura e posteriormente no mestrado foram-me sendo transmitidos conhecimentos científicos e pedagógicos e várias competências que me prepararam e deram confiança para abordar a carreira docente de uma forma adequada. Embora sabendo que o processo pedagógico é um processo de contínua evolução, senti que tinha as bases necessárias para iniciar este processo. Tarefas como: planear, organizar, controlar, avaliar, adaptar, readaptar e refletir sobre as nossas atuações serão sempre tarefas de grande complexidade e que irão requerer alguma experiência prática. Nesta ótica, o EP, e concretamente a prática letiva, permitiram desenvolver competências para podermos ultrapassar as tarefas de maior complexidade.

Ao longo da EP fomos adequando a nossa intervenção pedagógica à realidade das turmas e da escola de forma ponderada, determinada e o mais eficiente possível, seguindo as indicações do PNEF. Relativamente à prática letiva, tendo sido um processo bastante árduo e trabalhoso, foi sem dúvida uma das áreas onde pudemos colocar em prática muitos dos conceitos e estratégias apreendidos ao longo do nosso percurso académico. Uma vez que em todas as aulas realizámos o controlo e avaliação das mesmas, esta situação proporcionou-nos um melhor controlo e acompanhamento das aprendizagens dos alunos, verificando desta forma se as atividades idealizadas estavam a surtir os efeitos pretendidos. Isto permitiu que pudéssemos ir ajustando os objetivos e estratégias planeadas ao longo das aulas. A caraterização da turma realizada no início do ano letivo auxiliou-nos ao longo do processo na nossa atuação como docentes, uma vez que nos permitiu melhor adaptar as estratégias no plano curricular.

O professor, como principal responsável do processo de ensino-aprendizagem, “deve ter

tão personalizado quanto possível e não ser ele a principal (e tantas vezes a única) fonte de conhecimento” (Lopes, Vicente, Simões, Barros & Fernando, 2013, p. 56).

Considerámos por isso, que o professor não deve ser um mero transmissor de conhecimento, onde os alunos são meros recetores da informação transmitida. A nossa atuação enquanto Professor Estagiário, foi sendo alterada, e melhorada, no decorrer do ano letivo, procurando sempre seguir as recomendações dos orientadores e investindo, através da pesquisa, nas atividades idealizadas, com o objetivo de promover o desenvolvimento global e harmonioso de cada um dos alunos. A solicitação de comportamentos, onde os alunos fossem capazes de encontrar a resolução dos problemas/obstáculos apresentados, foi uma das nossas estratégias, com o objetivo de desenvolver nos alunos a criatividade, a autonomia e a tomada de decisão.

O facto de termos lecionado duas turmas de ciclos e ensinos diferentes (3º ciclo do ensino regular e secundário dos cursos profissionais) foi um aspeto positivo. Isto permitiu-nos ter a oportunidade de perceber as diferenças que existem, quer no próprio currículo dos ciclos de ensino, quer na forma de trabalhar nos cursos profissionais.

As atividades no âmbito da direção de turma foram muito enriquecedoras do ponto de vista do conhecimento da turma, uma vez que este trabalhou foi o nosso fio condutor ao longo do nosso EP, na elaboração e realização das outras atividades que tivemos de desenvolver, em que se incluía os professores da turma e os encarregados de educação. A Ação de Intervenção na Comunidade, “IV Olimpíadas Brazão de Castro”, contribuiu para desenvolver a interdisciplinaridade e a participação de toda a comunidade escolar nas atividades desenvolvidas pelo núcleo de estágio. Na Atividade de Extensão Curricular existiu uma grande discrepância entre o que tínhamos como objetivos iniciais e os resultados que acabámos por alcançar, o que nos leva a considerar que esta atividade de estágio foi a menos conseguida, uma vez que não conseguimos atingir os objetivos que nos tínhamos propostos para a mesma. Contudo não podemos deixar de referir que esta atividade teve um número considerável de participantes (alunos, professores e funcionários), onde verificámos um elevado interesse, principalmente, nos rastreios que foram realizados. Com a realização destas atividades adquirimos competências a nível de planeamento, organização, controlo e reflexão de atividades, assim como toda a parte logística necessária para a realização de atividades desta natureza.

As atividades de natureza cientifico-pedagógicas contribuíram para apresentarmos os nossos projetos implementados na escola onde realizámos o nosso EP, “Crescer com o Atletismo” e “+Voleibol”. Procurámos com estes projetos promover hábitos de vida saudáveis nos alunos que frequentam a escola, através de atividade física (Coletiva) e a apresentação de alternativas e variantes de abordagem do atletismo na escola (Individual). Consideramos que todas as experiências que vivenciámos no decorrer deste EP, positivas ou menos positivas, foram importantes na conquista de valores importantes, tais como autonomia, capacidade de reflexão, dinamismo, proatividade. Estes resultados pessoais, difíceis de quantificar, permitem-nos neste momento, encarar novos desafios em qualquer contexto do fenómeno desportivo. Acreditamos que todo este processo fez-nos evoluir, não só em termos pedagógicos (conscientes que ainda temos muito a aprender para evoluir cada vez mais) mas também em termos pessoais. Todas as atividades que tivemos de desenvolver na escola, permitiram-nos aprofundar os nossos conhecimentos relativamente às dinâmicas de funcionamento de uma escola, assim como conhecer um pouco melhor o desenrolar do processo pedagógico.

Para concluir, e com o alcançar deste sonho de vida, que mesmo reconhecendo ser de difícil concretização em termos profissionais num futuro próximo, consideramos que realizámos um Estágio Pedagógico responsável e consciente, tendo sido de uma riqueza extrema em termos de aprendizagem. Embora tenha sido um ano difícil, com muitas atividades e objetivos a cumprir, foi, acima de tudo, um acumular de experiências novas, fundamentais para a carreira de profissional de EF.

No documento Cristina Martins de Figueira Gonçalves (páginas 115-121)