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EMDEJA Coordenadoria da Orla

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Constituição Federal de 1988 fortaleceu o papel dos municípios, enfatizando o poder local e suas responsabilidades, tanto na proteção do meio ambiente, quanto no combate à poluição. A Política Nacional de Meio Ambiente e o Sistema Nacional do Meio Ambiente também propõem a criação e implantação de uma política de gestão ambiental tanto no nível federal, como no estadual e municipal, incentivando o envolvimento do poder local em relação às questões ambientais (Lei Federal nº6938/81).

O planejamento urbano-ambiental surge como um instrumento essencial para assegurar a qualidade de vida do homem, principalmente nas grandes cidades. No Brasil, os levantamentos do IBGE mostram um aumento significativo da população urbana, com tendência de um aumento progressivo da malha urbana, levando a conurbações, como é o caso de Jaboatão em relação a Recife.

À medida que a proporção área pública/habitante é diminuída, incentivada cada vez mais por um modelo orientado pela especulação imobiliária, decresce a qualidade de vida do cidadão. Faz-se necessário uma parceria entre o planejamento urbano e a questão ambiental de forma a elevar a proporção entre áreas públicas e privadas, trazendo melhorias de vida ao cidadão.

Há graves problemas ambientais no município, como a poluição nos corpos d'água; os desmatamentos e queimadas de manguezais e de remanescentes de Mata Atlântica; o avanço da mancha urbana sobre a mata, os ecossistemas estuarinos e a faixa de praia; o avanço de áreas agrícolas sobre a mata; a precariedade do serviço de esgoto; a precariedade das residências; agravados pelo recebimento de 2.800 toneladas/dia de resíduos sólidos (PMJG, 2001).

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A existência destes problemas não justifica uma pobreza ambiental no futuro. Faz-se necessário uma intervenção por meio de implementação de uma nova política pública, através de instrumentos como o zoneamento ambiental e o licenciamento, e também da realização de EIA, Estudos de Impacto Ambiental, de forma a evitar o dano ambiental.

A criação de novos instrumentos e práticas administrativas surge para suprir as novas demandas ambientais, como reguladoras. Este planejamento é obrigação do poder público e constitui também seu grande desafio, na tentativa de compatibilizar crescimento econômico, desenvolvimento social e preservação ambiental.

Verifica-se que o acelerado processo de urbanização tem provocado graves problemas ambientais para a orla marítima, inclusive a ocupação desordenada do solo. Essa ocupação causa entre outros problemas, a destruição da vegetação nativa, o crescimento dos processos erosivos, a insuficiência de infra-estrutura de saneamento, de acesso, de transportes e a destruição do patrimônio natural.

Valorizar o patrimônio ambiental, corrigir as estratégias de ocupação e dotar a orla marítima da infra-estrutura necessária podem proporcionar o desenvolvimento sustentável de uma área que ainda apresenta trechos com características preservadas, que a qualificam para investimentos em turismo e lazer.

O zoneamento urbano-ambiental, pode vir a ser um instrumento de gestão para o uso e ocupação da área, valorizando as potencialidades locais e minimizando os impactos ambientais.

Portanto, urge uma revisão da legislação, estrutura e posturas até então adotadas, particularmente pelo poder municipal, com o estabelecimento de critérios, normas e padrões de avaliação e monitoramento, como instrumentos de uma nova política de gestão ambiental integrada com o planejamento urbano, de modo a assegurar o desenvolvimento sustentável de tão importante

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área. Neste sentido, é importante que os urbanistas se apropriem da legislação ambiental (ver em Anexos, lista das legislações).

A criação e implementação de inventários dos recursos naturais presentes no território municipal e de suas áreas mais afetadas possibilitaria melhoria do controle urbano/ambiental e forneceriam subsídios para o planejamento de ações.

O fortalecimento institucional pode reforçar as ações municipais em defesa do meio ambiente, proporcionando melhoria na qualidade de vida de sua população e assegurando seu desenvolvimento sem o comprometimento de seus recursos naturais.

Para tanto são imprescindíveis a capacitação dos funcionários e a

ampliação do quadro funcional, já que grande parte de seu corpo técnico é

formado por pessoas que ocupam apenas cargos de confiança, conferindo-lhe uma conotação passageira, impedindo a consolidação de uma memória técnica.

Torna-se imprescindível o estabelecimento de consórcios com os municípios vizinhos, a fim de articular uma política geral e uniformizar os procedimentos de licenciamento e fiscalização permitindo um gerenciamento integrado, definindo e acompanhando ações que evitem a degradação sócio- ambiental. O Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Jaboatão, COBH-Jaboatão, instalado desde março de 2001, deve ser fortalecido como uma parceria já estabelecida.

A integração com outras instituições públicas ligadas à questão ambiental pode aumentar sua capacidade de atuação, já que o município tem uma maior percepção dos problemas locais, apesar das grandes dificuldades na prática de ações relativas ao meio ambiente. A troca de experiências profissionais enriqueceria o modelo de gestão e o município seria também responsável pela questão ambiental.

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O desenvolvimento de um sistema de gestão ambiental integrado, envolvendo licenciamento, controle e fiscalização, implica numa parceria entre Prefeitura e órgãos estaduais. A estrutura de órgãos do Estado, como CPRH, SECTMA e SRH, dariam suporte ao Município em termos de treinamento e apoio técnico. O município estabeleceria critérios, normas e padrões referentes à qualidade ambiental no seu território, através de um zoneamento ambiental, da emissão de licenças ambientais, de um monitoramento contínuo, da fiscalização e da implementação de incentivos fiscais.

Para que os princípios possam ser efetivamente implementados, torna-se necessário desenvolver, ao mesmo tempo, o conhecimento técnico e o fortalecimento institucional, no âmbito do qual o controle técnico poderá se realizar através de uma gestão urbano-ambiental, valorizando e conservando o patrimônio do Município.

Deseja-se uma gestão que promova a visão de um futuro melhor para as próximas gerações, onde a cidade, áreas livres e edificadas, proporcione prazer e qualidade de vida para seus habitantes. Deseja-se um equilíbrio entre sociedade e natureza que redirecione o habitat da humanidade, as cidades.

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