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Este trabalho se pautou em identificar e avaliar os impactos dos Orçamentos Participativos sobre as variáveis fundamentais que compõem e medem o Bem-Estar Social.

Utilizou-se para medir o referido impacto o modelo Diferenças em Diferenças, com dados em painel com efeitos aleatórios e uma base de dados construída com informações dos gastos públicos municipais dos referidos municípios os quais adotaram essa política no período de 2003 a 2012.

Nos resultados apresentados pela metodologia empregada, constatou-se a partir das estimações a existência de impactos positivo em seus respectivos coeficientes das variáveis explicativas em relação a educação, cultura, habitação, desporto e lazer e assistência social com um aumento em termos per capita em seus gastos. Vale a pena ressaltar que as mesmas também são estatisticamente significantes ao nível de 5%, conforme os seus p- valores a um intervalo de confiança de 95%.

Com relação às variáveis saúde e urbanismo, estas apresentaram um p-valor maior que 0,05. Portanto, nada podemos inferir a respeito do impacto do orçamento participativo nestas modalidades de gastos. Embora ressalte-se o fato de que o repasse de verbas para a saúde são de responsabilidade do governo federal e não faz parte de uma decisão local.

Conclui-se que apesar desses dois gastos municipais não terem sido afetados diretamente pelo Orçamento Participativo, a grande maioria das variáveis que compõem o Bem-Estar Social foram estatisticamente significativas, mostrando, assim, que houve uma correlação positiva do Orçamento Participativo na determinação dos gastos essenciais, tais como: gastos municipais com educação, saúde, cultura, etc., que afetam diretamente o Bem- Estar Social dos cidadãos nos municípios considerado neste estudo.

Sugere-se para trabalhos futuros a inclusão de outras variáveis fundamentais para o Bem-Estar Social, tais como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), bem como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

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