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A realização deste trabalho se voltou para a temática do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), trazendo um resgate histórico do atendimento prestado à criança e ao adolescente, as conquistas e os limites de atenção à infância e juventude e a realidade de creches/escolas do município de Palhoça, Santa Catarina, que se constitui como um espaço privilegiado para as capacitações e o exercício da democracia, em que a participação das professoras foi fundamental e se faz presente pela efetivação e luta das políticas públicas de atenção à criança e ao adolescente, no que tange à idealização de um processo participativo.

O projeto de intervenção, que foi realizada “A intervenção do Serviço Social na discussão do Estatuto da Criança e do Adolescente nos centros de educação infantil do município de Palhoça, Santa Catarina”, possibilitou a constatação de que esses profissionais e a comunidade escolar necessitam de recursos e capacitações a respeito do tema que envolve todos os tipos de negligência. A negligência entendida como:

Todo ato de omissão praticada por pais, parentes ou responsáveis contra criança/adolescentes que sendo capaz de causar dano físico, sexual e ou psicológico à vítima, implica de um lado numa transgressão de poder/dever de um adulto protegê-lo e, de outro lado, numa coisificação da infância, isto é, numa negação de direitos que crianças e adolescentes têm de ser tratados como sujeito e pessoas em condições de desenvolvimento (AZEVEDO; GUERRA, 1985, p. 38).

O Serviço Social é fundamental na intervenção em casos de violência ou negligência contra as crianças e os adolescentes e está envolvido num trabalho multiprofissional. A alternativa para a reversão é a ação educativa e comprometida do Assistente Social, de caráter permanente e persistente, que vise à mudança de padrões comportamentais da família, numa luta compartilhada da escola, do posto de saúde, entre outros, que se caracteriza como expressão da questão social.

A partir das capacitações realizadas com 16 professores e 1 profissional do Programa Sentinela do município de Florianópolis e 1 conselheiro tutelar, constatou-se que a creche/escola é fundamental e tem como função a socialização, em primeira instância, do direito tanto na prevenção quanto na identificação dos casos de suspeita de negligência e violência em geral, sendo obrigatória a notificação por parte da direção dos órgãos competentes, conforme art. 245 do ECA.

É preciso empenharmo-nos em ações preventivas, socializando o saber que adquirimos nas capacitações. É necessário também termos esse compromisso ético com a

nossa prática profissional. Portanto, sugere-se que nos diversos campos de atuação do Assistente Social se invistam em mais capacitações ou cursos relacionados com o tema proposto neste trabalho. O Escritório Modelo de Advocacia e a própria universidade (Unisul) são algumas formas acessíveis para os futuros estagiários de Serviço Social darem continuidade a esse trabalho, com temas mais diferenciados ou até mesmo com o aprofundamento do Estatuto da Criança e do Adolescente, tanto para divulgar suas funções e ações, quanto para tornar públicos e esclarecer os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente à comunidade em geral.

Embora cada família deva ser tratada em sua singularidade, a criança e o adolescente são prioridade absoluta em nossas ações. Só assim seremos agentes multiplicadores de conhecimento, em que o exercício da cidadania não seja apenas um ideal, e sim uma possibilidade real inerente ao ser humano.

Destaca-se que o trabalho foi concluído com a participação das creches/escolas Vida Melhor, Estrelinha, Snoppy e Vovó Dolares, as quais reconhecem a importância da continuação das capacitações para a efetivação da garantia de direitos. As creches/escolas foram definidas por meio de um contato com a Secretaria de Educação do município de Palhoça por estarem próximas ao campus da Universidade.

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – Capacitação sobre o ECA CAPACITAÇÃO SOBRE O ECA

DIA: 20 DE OUTUBRO DE 2008 LOCAL: PONTE DO IMARUÍ

AVALIAÇÃO

APRESENTAÇÃO DO TEMA

ITENS SIM EM

PARTES

NÃO

A apresentação do tema atingiu o objetivo da capacitação

A capacitação possibilitou agregar mais conhecimentos sobre o tema

O tempo da fala foi adequado

O tempo de debate e discussão do tema foi suficiente A metodologia utilizada estava adequada

A comunicação da ministrante sobre o tema estava clara

O grupo participou do debate

EVENTO DE FORMA GERAL

ITENS SIM EM

PARTES

NÃO

Os horários foram cumpridos Houve divulgação prévia do evento A carga horária total do evento atendeu as necessidades

O horário de início e término da capacitação foram adequados

O atendimento durante o evento foi satisfatório O local estava adequado – qualidade

O local permitiu acomodar todos os participantes

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