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CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Pensar a diversidade étnico-racial na área educacional é possibilitar inclusões, respeitos, conteúdos e solidariedades às crianças e jovens que carregam o estigma da diferença, seja pela sua cor de pele, seja pela sua religiosidade, seja pela sua orientação sexual, seja pelo seu grupo étnico ou apenas por serem diferentes daquilo que é considerado o ideal ou padrão. É, principalmente, buscar caminhos de emancipação para os excluídos” (Botelho, 2006).

Esperamos com esta trajetória termos sido capazes de apresentar com clareza os objetivos da presente pesquisa, bem como expor os questionamentos iniciais somados aos que surgiram no decorrer do processo de construção de nossa dissertação.

Evidentemente não concebemos este trabalho como concluído, uma vez que temos consciência de que as escolhas realizadas são apenas possibilidades dentre tantas possíveis e igualmente ricas. Apresentamos a possibilidade de analisarmos os resultados sob a perspectiva de gênero, da comparação entre as escolas, das características presentes nas representações que constituem cada modelo organizador, das características presentes na representação de cada sub-modelo, da combinação/ cruzamento entre os modelos, da relação entre as situações, da referência aos sentimentos apresentados pelos (as) participantes, enfim, apontamos disposição para aprofundarmo-nos nas inúmeras possibilidades que surgiram e acabamos optando pela que acreditamos ser capaz de nos levar a compreender o funcionamento psíquico e as implicações do processo educativo neste contexto.

Se tivéssemos que definir com palavras como chegamos até aqui, arriscaríamos dizer que mais maduros, um pouco pelo que passamos, um pouco pelo que descobrimos e muito pelo que nos demos conta do que ainda temos por fazer. O caminho que se abre com a última palavra destas páginas é imenso e dependerá do uso que se fará deste estudo para que mais pessoas possam encontrar seus rumos e ter respeitada a sua integridade.

Doravante, a sociedade continua seu percurso, as escolas estão cheias de seres humanos em construção, sejam estes estudantes ou educadores (as), estão cheias de

conflitos, desejos, sonhos, valores, emoções, tudo num movimento intenso e ininterrupto e, por isso, cheias de possibilidades.

Nosso objetivo com o presente trabalho não tem como proposta afirmar a existência da discriminação racial no interior da escola, pois este é fato conhecido, mas trazer à tona aspectos de uma realidade geralmente ignorada no cotidiano escolar, que é a percepção que estudantes têm da discriminação racial. Dar voz às (aos) estudantes foi um exercício extremamente prazeroso e também incentivador, na medida em que conseguimos colocar em prática o ideal de educação apontado do decorrer deste estudo: a aproximação da ciência com a realidade existente, “nua e crua”, como tinha de ser para ter significado.

Iniciamos o trabalho sem saber onde chegaríamos e a única certeza que obtivemos é a de que a realidade é riquíssima, ela provê a matéria-prima para tecermos nossos projetos.

Esperamos ter tido a sensibilidade necessária para deixar nosso recado e que os elementos e apontamentos presentes possam ter contribuído para que este estudo dê frutos.

Não se pode devolver à população negra o que se tirou durante anos com apenas algumas palavras, entretanto, não se pode reconhecer um direito enquanto se está com os olhos fechados para a realidade que nos cerca. Neste sentido é para isso que serve a ciência e a educação: para a propagação da verdade daquilo que nos pertence, para a promoção da transformação do que exclui e faz sofrer, porém, assim como foi necessário um exército preparado para destruir, é necessário também um exército preparado para construir.

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