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POBREZA: UM PROBLEMA PARA A PSICOLOGIA COMUNITÁRIA?

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Psicologia Comunitária tem um compromisso social com as pessoas em situação de opressão e pobreza. Diante disso, há a ne- cessidade de se criarem teorias e metodologias que cumpram com esse compromisso. Desenvolver estudos e pesquisas que ponham a temá- tica da pobreza a partir da Psicologia Comunitária, como problema social e não apenas descrição de uma determinada realidade, exige uma articulação de conceitos, inclusive de áreas distintas do saber, que propiciem base para a construção de conhecimentos e práticas que desnaturalizem os processos de culpabilização da pobreza por parte dos que a vivem.

No seu processo histórico, a Psicologia Comunitária sempre trilhou caminhos que buscassem os processos de libertação das situa- ções de opressão e, no caso da América Latina, de pobreza também. Diante dessa realidade injusta, é preciso problematizar o papel que a Psicologia Comunitária desempenha, no sentido de explicitar e de- nunciar os processos de opressão, como, também, de atuar a partir de metodologias que favoreçam o fortalecimento dos sujeitos comuni- tários. A leitura da realidade de pobreza e de desigualdade social no sistema capitalista é fundamental para a compreensão das implicações psicossociais da pobreza a fi m de que a Psicologia Comunitária seja considerada uma área que possa contribuir com essas discussões, além de trazer subsídios para a atuação dos psicólogos nas políticas públicas de enfrentamento à pobreza.

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