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CONSIDERAÇÕES FINAIS

No documento Sobre a trajetória afetiva de Psicose (páginas 105-139)

Nessa pesquisa, pudemos entender e apontar algumas emoções e afetos que o filme

Psicose busca estimular. Depois de apresentar o fenômeno que foi a obra,

começamos por uma discussão sobre a experiência cinematográfica a partir do diálogo entre teóricos cognitivistas. Levando em consideração a influência das expectativas para emoções como suspense, surpresa e curiosidade, partimos para uma análise sociocultural do período de lançamento para entendermos o seu impacto e alguns elementos de sua forma. Dessa maneira, investigamos a campanha publicitária e discutimos aspetos de carreira, ao revelarmos quem era Alfred Hitchcock e os astros Janet Leigh e Anthony Perkins até aquele momento.

Entendendo o processo de espectatorialidade como um processo ativo e dinâmico, explicamos outras emoções que podem ser sentidas durante o processo de fruição de um filme. Para tanto, utilizamos o conceito de emoção da teoria cognitivista que entende esses estados através de uma relação com os nossos pensamentos e crenças. Recorrendo aos tipos de emoção mencionados por Carl Plantinga (2009), identificamos que podemos responder a Psicose com uma série de emoções como: culpa, vergonha, fascínio, admiração, entre outras que tomam como objeto tanto os eventos da narrativa como o estado afetivo dos personagens.

Quanto às emoções simpáticas e antipáticas, mesmo que a nossa intensidade de engajamento com os personagens possa se diferenciar em relação a outros filmes hollywoodianos, elas ainda podem se expressar na experiência com o filme diante da avaliação que fazemos destas figuras dentro do próprio contexto narrativo. Nesse sentido, percebemos a frequência com que emoções sentimentais como pena e compaixão podem ser vivenciadas e como elas estão associadas com frequência a processos de simpatia. A esse respeito, ainda evidenciamos como a nossa relação com os personagens não é algo estático e que pode variar ao longo do projeção. Na primeira parte, somos incentivados a simpatizar com Marion e Norman ao ponto de podermos inferir a possibilidade de um caso entre eles. Na segunda, nossa simpatia pode alternar basicamente entre Norman e Lila.

Quanto a esta complexidade na relação com os personagens, a análise apresentada no Capítulo 2 pode ser mais uma comprovação de que o Cinema Clássico de Hollywood não é necessariamente um sistema impositivo, como algumas teorias psicanalíticas parecem considerar. Como vimos, em Psicose, a nossa relação com os personagens pode alternar diversas vezes, dependendo da nossa avaliação a eles e aos eventos que os circulam. Quando o filme se aproxima do clímax, por

exemplo, o enredo nos incentiva a simpatizar mais com Lila do que com Norman, em parte por causa da nossa avaliação sobre este personagem.

Para alguns críticos do cinema, o epílogo de um filme muitas vezes é desnecessário para o fechamento de uma narrativa, pois ele facilita demais a sua interpretação. Pelo menos neste caso, acreditamos que ele tenha sido essencial para que o filme tivesse tamanha repercussão de público. Em primeiro lugar, seria difícil para o espectador comum entender os motivos que levaram Norman a cometer os crimes se não fosse pela explicação do psiquiatra. Sem esse dado, a simpatia com ele ao final seria comprometida, sendo possivelmente substituída por uma antipatia motivada por um sentimento de traição. Além de recuperar tal simpatia, o filme também pode nos estimular a sentir a sensação de fechamento, mencionada por Carroll (2007), por responder todas as perguntas levantadas pelo enredo.

No que diz respeito ao impacto do cinema na sociedade, Plantinga (2009) menciona a importância de atentarmos à relação entre personagens e o tipo de emoção incentivada por eles. Em Psicose, tendemos a simpatizar por personagens socialmente errôneos, como uma ladra e um psicopata, e ter antipatia por figuras relacionadas ao bem estar social, como um policial e um detetive. Para teóricos como Bordwell e Thompson (2013), a maneira com que reagimos aos filmes só diz respeito à própria experiência e não tem grandes efeitos no nosso comportamento cotidiano. Já para Plantinga (2009), essas respostas afetivas são influenciadas por nossas interpretações acerca dos objetos, mas também podem influenciar a maneira pela qual interpretamos este tipo de objeto no mundo “real”, em uma espécie de ciclo. O efeito concreto de Psicose na sociedade pode ser objeto para estudos futuros.

Quanto aos prazeres viscerais, o filme pode, realmente, fazer parcela do público senti-los quando Marion é apresentada com pouca roupa. No entanto, esse tipo de prazer é apenas um dentre vários outros possíveis. Como afirma Plantinga, a própria natureza audiovisual do cinema nos incentiva a sentir algum tipo de prazer. Dessa maneira, ao se falar em prazer na experiência cinematográfica, não significa que se trata de algo essencialmente impositivo ou maléfico.

Sobre respostas automáticas, foi interessante observar como o tratamento de Hitchcock a alguns personagens e atores pode influenciar ainda hoje a maneira com que somos afetados por Psicose. Enquanto Marion e Norman são filmados de maneira tecnicamente mais elaborada, Lila e Sam, no geral, costumam aparecer mais distantes na tela. Como vimos, aqueles primeiros são justamente os personagens que tendemos a nos envolver com mais intensidade ao longo da projeção.

Nesse mesmo capitulo, defendemos ainda a cena 36 como sendo a cena de empatia, quando a personalidade da Sra. Bates domina a mente de Norman. Ainda

que de modo mais ou menos complexo em comparação a outros filmes, acreditamos que essa cena age de forma a recuperar não conscientemente a nossa simpatia por Norman, ao desassociar a sua imagem à voz da antagonista.

No âmbito estilístico, também pudemos perceber que Psicose se distancia de filmes contemporâneos a ele ao mesmo passo que que aproxima de filmes lançados no ano de 1999, um ano em que a Estética de Impacto já era uma marca do estilo hollywoodiano. Embora inserido em um contexto de mudanças estéticas, Hitchcock fragmentava seus filmes muito mais do que outros diretores do mesmo período. Diferente do que temos atualmente, no entanto, o diretor costumava acelerar o ritmo dos cortes conforme os pensamentos e emoções dos personagens, permitindo uma aproximação maior entre a nossa experiência e a vivência sensorial das figuras ficcionais, incentivando assim um maior engajamento com elas.

Para Plantinga, a estética dos filmes contemporâneos pode influenciar os nossos afetos durante a experiência de um filme, em especial o nosso estado de ânimo. No mundo cotidiano, ele não acredita que existam evidências suficientes para entendê-la como um problema. O próprio teórico, no entanto, afirma que o estado de ânimo pode ser mais duradouro que as emoções e que ele também pode influenciar a maneira com que reagimos afetivamente com estas últimas. Dessa maneira, podemos entender que o ritmo de um filme também pode incentivar respostas corporais “a longo prazo”. Quais são e como estas respostas podem nos influenciar de modo duradouro e concreto, também pode ser assunto para futuras pesquisas. Por ora, acreditamos termos cumprido os objetivos propostos inicialmente.

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ANEXOS

Anexo A: O enredo de Psicose

Psicose começa apresentando a personagem Marion Crane (Janet Leigh), uma

secretária que rouba 400 mil dólares do chefe (Vaughn Taylor) para realizar o sonho de casar-se com o namorado, Sam Loomis (John Gavin). Para fugir do seu crime, Marion sai da cidade de Phoenix com destino a Fairvale, cidade em que Sam trabalha e reside. A trajetória para concretização do seu plano não é fácil, pois a personagem se depara com diversos empecilhos, como um policial que a persegue e uma chuva que a faz errar o caminho para seu destino final.

Com esses problemas, somados à escuridão da noite, Marion resolve acomodar-se no Bates Motel, onde conhece Norman Bates (Anthony Perkins). Norman é um jovem solitário que administra o estabelecimento e vive sozinho com a sua “mãe”, em uma casa localizada nas redondezas do motel. O rapaz é gentil e oferece um lanche como cortesia à moça, despertando a fúria e o ciúme de sua mãe. Ultrapassando as vontades desta, Norman leva a refeição para a cliente, e, enquanto assiste ela se alimentar, desabafa a sua história de vida.

Ainda que sem saber, Norman consegue convencer Marion a voltar atrás com seu plano e colocar a vida em ordem. Antes que pudesse fazer isso, no entanto, a moça é assassinada pela Sra. Bates, no banheiro do quarto em que estava hospedada. Convencido de que o assassinato havia sido cometido por causa de uma doença mental de sua mãe, Norman tenta protegê-la, se livrando dos vestígios de Marion e despistando qualquer interessado no sumiço da moça.

Com o desaparecimento de Marion, a busca por ela e pelo dinheiro roubado torna-se o foco de Lila Crane (Vera Miles), de Sam e do detetive Arbogast (Martin Balsam). Lila, a irmã de Marion, vai ao encontro de Sam na esperança de encontrá-los juntos em Fairvale. Enquanto Sam e Lila conversam, surge o detetive Arbogast que, desconfiado de ambos, os interroga para obter informações quanto ao paradeiro de Marion. O detetive chega ao Bates Motel, onde confronta Norman e acaba sendo alvo de outro assassinato da Sra. Bates.

Com mais um sumiço, Sam e Lila resolvem buscar ajuda com o xerife Al Chambers (John McIntire). A contribuição do xerife não é muito grande, mas ele levanta questionamentos quanto à existência da Sra. Bates, quando afirma que ela havia morrido e sido enterrada há mais de dez anos. Por conta própria, o casal segue

para o motel para investigar o desaparecimento de Marion e de Arbogast. Disfarçados de hóspedes, Lila descobre o cadáver da Sra. Bates e Sam desmascara Norman, impedindo-o de cometer mais um assassinato. Dessa vez, tendo Lila como alvo.

Na delegacia, o psiquiatra Fred Richman (Simon Oakland) explica o quadro clínico de Norman: o jovem sofre de transtorno de personalidade dupla. Segundo o relato do médico, Norman vivia isolado com sua mãe quando era mais jovem, até que ela casou-se novamente e teve que dividir a sua atenção entre ele e o novo marido. Enciumado, Norman assassinou o casal e fez-se de inocente até então. Com a culpa somada à falta da mãe, o jovem exumou o cadáver enterrado e adquiriu o transtorno de personalidade, dividindo a sua psique entre a sua própria personalidade e aquela que atribuía à sua mãe.

Por sua vez, os assassinatos eram cometidos por Norman enquanto ele estava dominado pela personalidade da mãe. Com exceção do detetive Arbogast, os crimes eram sempre motivados quando se sentia atraído por alguma mulher, sendo Marion uma das infortunadas. O filme encerra-se com um monólogo da personalidade da mãe, seguido por uma cena em que o carro de Marion é descoberto no lago, manifestando a ideia de que o dinheiro foi recuperado.

Anexo B: Materiais publicitários de Psicose de países diversos Inglaterra Argentina Dinamarca Alemanha Itália

Anexo C: Diferentes escalas de plano

Na ordem do enquadramento mais próximo para o mais distante: XCU – Close-up Extremo (Extreme Close Up); BCU – Close-up Grande (Big Close Up); CU – Close-up; MCU – Close-up Médio (Medium Close Up); MS – Plano Médio (Medium Shot); MLS – Plano de Conjunto Médio ou Plano Americano (Medium Long Shot); FS – Plano de Conjunto (Full Shot); LS – Plano Geral (Long Shot). O Plano Geral Extremo (Extreme

Long Shot – XLS) não pôde ser incluído na imagem, mas se trata do enquadramento

que mostra o/a ator/atriz muito distante da câmera, tomando apenas ¼ da tela ou menos. O esquema foi baseado em Salt (2009a), Bordwell e Thompson (2013).

Anexo D: Planificação de Psicose

Shot Timecode Scene Subscene Seconds Scale POV Marion Norman Sam Lila Arbogast Mother

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No documento Sobre a trajetória afetiva de Psicose (páginas 105-139)

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