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No final de 2006, passou a vigorar no Brasil uma legislação específica para casos de violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006), cujo objetivo era a criação de instrumentos de combate à violência doméstica contra a mulher. Todavia, as pesquisas quantitativas não apresentam evidência de queda nos índices de violência contra a mulher no Brasil após a promulgação da lei. É possível que a ausência de efeitos da Lei Maria Penha, quando analisam-se os dados de violência agregados a nível do país, seja decorrente da aplicação desigual da lei em diferentes municípios.

O objetivo dessa dissertação é a verificação de tal hipótese, olhando especificamente para a distribuição desigual dos Juizados Especializados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher nos municípios brasileiros. A Lei Maria da Penha criou os juizados especializados em casos de violência doméstica, considerados instituições essenciais na aplicação integral da legislação. Apesar de sua importância, o número de juizados disponíveis ainda é muito pequeno. O trabalho investiga se os municípios nos quais foram instalados os JVDFM apresentaram queda no número de agressões de mulheres em relação aos demais municípios, supondo que esses foram os municípios que tiveram acesso pleno à Lei Maria da Penha. Como medida da violência contra mulheres em determinado município foi utilizado o total municipal de internações hospitalares femininas por agressão, cuja base de dados é o Sistema de Informações Hospitalares, do Ministério da Saúde.

A metodologia utilizada na avaliação do impacto dos juizados especializados sobre a violência contra mulheres foi o estimador de diferenças - em - diferenças, combinado ao método de Propensity Score Matching. A combinação de ambos os métodos permite o controle por características observáveis dos municípios que possam ter influenciado a instalação dos juizados, bem como por heterogeneidades municipais não observadas e constantes no tempo.

Os resultados da dissertação sugerem que há um impacto negativo da introdução dos JVDFM sobre os índices municipais de violência contra a mulher. Primeiramente, observou-se que a

criação dos juizados levou a uma queda de 3,92 no número de internações femininas cuja causa é agressão, por 100.000 mulheres. Esse efeito representa um impacto de ampla magnitude, dado que a taxa média de agressões por 100.000 mulheres em 2010 era 7,65. Além disso, as estimativas mostram que o fato do município ter instalado juizados especializados levou a uma redução de 5,45 internações de mulheres por eventos cuja motivação é indeterminada, tudo o mais constante. Por fim, também houve um impacto negativo dos JVDFM sobre o número de óbitos de mulheres por agressão ocorridos no domicílio.

Os resultados encontrados também sugerem a importância de uma rede integrada de serviços especializados no atendimento às mulheres vitimadas, o que potencializaria o efeito da Lei Maria da Penha, via juizados especializados, no combate à violência contra mulheres. Dessa forma, o trabalho nos sugere que uma maior disseminação dos JVDFM, aliada a uma expansão dos demais serviços da malha de assistência às mulheres vitimadas, aumentará a eficácia da Lei Maria da Penha, ajudando o Brasil a evoluir no combate à violência contra a mulher.

Esta dissertação consiste em um primeiro estudo sobre o efeito de políticas públicas de combate à violência contra a mulher no Brasil. Apesar da relevância do tema de violência de gênero na agenda das diferentes esferas do governo, há uma ausência de estudos econométricos rigorosos que avaliem o impacto de tais políticas. Esta dissertação busca começar a preencher tal lacuna na literatura econômica, assim como incentivar o estudo de outras políticas relacionadas. Como sugestões de temas para estudo futuro enfatiza-se a avaliação do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, bem como dos Planos Municipais de Políticas de Gênero. Por fim, ressalta-se a necessidade de bases de dados, consistentemente coletadas ao longo do tempo, sobre as políticas de gênero no país, o que por si só já levaria a uma melhor compreensão acerca do tema.

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APÊNDICES

APÊNDICE 1 - PNAD 2009: AGRESSOR

APÊNDICE 2 - PNAD 2009: LOCAL ONDE OCORREU A AGRESSÃO FÍSICA

APÊNDICE 3 - PNAD 2009: MOTIVO PELO QUAL NÃO PROCUROU A POLÍCIA

DEPOIS DA AGRESSÃO

APÊNDICE 4 - PNAD 2009: MOTIVO PELO QUAL NÃO REGISTROU QUEIXA NA

DELEGACIA

APÊNDICE 5 - GRÁFICO DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES POR FAIXA ETÁRIA APÊNDICE 6 - GRÁFICO DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES POR RAÇA

APÊNDICE 7 - GRÁFICO DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES POR ESCOLARIDADE

APÊNDICE 8 - GRÁFICO DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES POR LOCAL DE AGRESSÃO

APÊNDICE 9 - MODELO DE PARTICIPAÇÃO NO TRATAMENTO APÊNDICE 10 - SPM: CARACTERÍSTICAS INICIAIS DOS MUNICÍPIOS

APÊNDICE 11 – IMPACTO DOS JVDFM SOBRE O NÚMERO DE INTERNAÇÕES

HOSPITALARES POR AGRESSÃO CONTROLANDO PELA TENDÊNCIA ESTADUAL

APÊNDICE 12 – TESTE DE FALSIFICAÇÃO

APÊNDICE 13 – IMPACTO DOS JVDFM SOBRE A TAXA DE AGRESSÕES

APÊNDICE 14 – IMPACTO DOS JVDFM SOBRE ÓBITOS OCORRIDOS NO

DOMICÍLIO DA MULHER

APÊNDICE 15 – EFEITOS DOS JVDFM POR REGIÃO

APÊNDICE 16 – EFEITOS DOS JVDFM SOBRE AGRESSÕES EXCLUINDO CAPITAIS

FEDERAIS

APÊNDICE 17 – BASE SPM: IMPACTO DOS JVDFM SOBRE A TAXA DE

AGRESSÕES FEMININAS

Apêndice 1 – PNAD 2009: Agressor

Fonte: Elaboração própria, utilizando dados da PNAD 2009.

Apêndice 2 – PNAD 2009: Local onde ocorreu a agressão física

Fonte: Elaboração própria, utilizando dados da PNAD 2009.

Apêndice 3 – PNAD 2009: Motivo pelo qual não procurou a polícia depois da agressão

Fonte: Elaboração própria, utilizando dados da PNAD 2009.

Falta de provas 3,24

Não era importante 8,07

Não acreditava na polícia 6,22

Não queria envolver a polícia 27,98

Medo de represália 24,59

Recorreu a terceiros 2,34

Resolveu sozinho 20,60

Outro 6,96

Motivo não ter procurado a polícia (%)

Principal motivo pelo qual não procurou a polícia após a última agressão

Pessoa desconhecida 26,12 Policial 0,97 Segurança privada 0,20 Cônjuge / Ex-cônjuge 29,37 Parente 12,75 Pessoa conhecida 30,59 Relação vítima-agressor

O agressor na última vez foi - Declarado pela vítima

Própria residência 49,19 Residência de terceiros 5,93 Estabelecimento comercial 3,33 Via pública 34,03 Em estabelecimento de ensino 4,60 Transporte coletivo 1,23

Ginásio ou estádios esportivos 0,25

Outro 1,45

O local da última agressão foi:

Apêndice 4 – PNAD 2009: Motivo pelo qual não registrou queixa na delegacia

Fonte: Elaboração própria, utilizando dados da PNAD 2009.

Apêndice 5 – Gráfico de violência contra mulheres por faixa etária

Fonte: Elaboração própria, utilizando dados do SINAN. Porcentagem relativa ao total de casos com resposta, excluindo-se os casos ignorados ou em branco.

Falta de provas 6,37

Não era importante 8,06

Não acreditava na polícia 8,57

Não queria envolver a polícia / desistiu 8,98

Medo de represália 12,15

A polícia não quis fazer o registro 24,02

Recorreu a terceiros 4,07

Resolveu sozinho 16,92

Outro 10,86

Motivo para não ter registrado a agressão (%)

Apêndice 6 – Gráfico de violência contra mulheres por raça

Fonte: Elaboração própria, utilizando dados do SINAN. Porcentagem relativa ao total de casos com resposta, excluindo-se os casos ignorados ou em branco.

Apêndice 7 – Gráfico de violência contra mulheres por escolaridade

Fonte: Elaboração própria, utilizando dados do SINAN. Porcentagem relativa ao total de casos com resposta, excluindo-se os casos ignorados ou em branco.

2% 50% 12% 13% 17% 3% 3%

Violência por escolaridade - SINAN

Analfabeto

Ensino Fundamental Incompleto Ensino Fundamental completo Ensino Médio Incompleto Ensino Médio Completo Educação Superior Incompleta Educação Superior Completa

Apêndice 8 – Gráfico de violência contra mulheres por local da agressão

Fonte: Elaboração própria, utilizando dados do SINAN. Porcentagem relativa ao total de casos com resposta, excluindo-se os casos ignorados ou em branco.

Apêndice 9 – Modelo de participação no tratamento

Fonte: Elaboração própria

Coeficiente P-valor

População 7,86E-07 0,004

Fecundidade média das mulheres -0,218 0,499

Proporção mulheres 0,036 0,530

Proporção pessoas de 20 a 40 anos 0,058 0,147

Proporção pessoas 40 a 60 anos 0,023 0,621

Proporção pessoas acima 60 anos -0,037 0,414

Proporção mulheres chefe de família 0,069 0,240

Proporção população urbana 0,007 0,079

Proporção pessoas brancas -0,007 0,149

Proporção Casados 0,021 0,487

Proporção coabitam e não são casados -0,007 0,833

Taxa analfabetismo (não sabem ler e escrever) 0,017 0,174 Proporção de pessoas que nunca migraram de município 0,008 0,055

Taxa desemprego 0,011 0,348

Proporção população de baixa renda 0,001 0,909

Renda média domiciliar 6,29E-04 0,216

Renda média relativa (mulheres/homens) 0,280 0,231

Dummies UF Número observações Pseudo R-quadrado

Probit - Propensity Score Matching

Variável depedente: Existência de juizados de violência doméstica

Sim 2324 0,138

Apêndice 10 – SPM: Características iniciais municípios

Nota: 1) Legenda: *** - estatisticamente significante a um nível de 1%, **- estatisticamente significante a um nível de 5%; * - estatisticamente significante a um nível de 10%, 2) Fonte da distribuição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher: Secretaria de Políticas para Mulheres; 3) Características dos municípios: Censo 2000, IBGE.

Tratamento Controle Diferença Significância Número de agressões por 100.000 mulheres 10,182 6,371 3,811 -

População 975218 222677 752541 ***

Proporção mulheres 0,517 0,511 0,006 ***

Número de internações causas externas/população 0,072 0,075 -0,003 - Proporção pessoas de 20 a 40 anos 0,337 0,324 0,013 ***

Proporção pessoas 40 a 60 anos 0,173 0,172 0,001 -

Proporção pessoas acima 60 anos 0,066 0,071 -0,005 - Proporção mulheres chefe de família 0,090 0,076 0,013 ***

Proporção população urbana 0,956 0,882 0,074 ***

Proporção pessoas brancas 0,455 0,512 -0,057 -

Proporção Casados 0,276 0,294 -0,018 *

Proporção coabitam e não são casados 0,126 0,119 0,007 - Taxa analfabetismo (não sabem ler e escrever) 0,202 0,237 -0,035 ** Fecundidade média das mulheres 1,971 2,138 -0,168 *** Proporção de pessoas que nunca migraram de município 0,541 0,557 -0,016 -

Taxa desemprego 16,785 14,705 2,080 ***

Proporção população de baixa renda 44,546 49,781 -5,235 -

Renda média domiciliar 666,872 557,004 109,868 **

Renda média relativa (mulheres/homens) 0,637 0,632 0,637 -

Número de observações 48 63

Apêndice 11 – Impacto dos JVDFM sobre o número de internações hospitalares por agressão controlando pela tendência estadual

Notas: 1) Erros-padrão clustered por UF; 2) Fonte da distribuição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher: Pesquisa de Informações Básicas Municipais de 2009, IBGE.

MQO

Variável Coeficiente P-valor Coeficiente P-valor

Dummy anual 2010 0,817 0,360 -1,300 0,529

Juizados de Violência Doméstica 0,187 0,804 0,072 0,940

Juizados de Violência Doméstica*2010 -1,916 0,074 -3,329 0,272

População 0,001 0,091 0,001 0,097

População feminina -0,003 0,002 -0,004 0,002

Número total de internações 0,001 0,031 0,001 0,118

Número total de internações*2010 0,000 0,175 -0,001 0,071

População 20 a 40 anos 0,002 0,000 0,002 0,001

População 40 a 60 anos 0,002 0,029 0,002 0,042

População acima 60 anos 0,001 0,385 0,001 0,078

Mulheres chefe de família 0,001 0,239 0,001 0,182

População urbana 0,000 0,637 0,000 0,967

População branca 0,000 0,078 0,000 0,018

Casados -0,001 0,006 -0,001 0,025

Coabitam e não são casados -0,001 0,001 -0,001 0,010

Analfabetos (não sabem ler e escrever) 0,001 0,021 0,001 0,053

Fecundidade média das mulheres 0,541 0,562 -0,024 0,994

Nunca migraram de município 0,000 0,090 0,000 0,168

Taxa desemprego -0,022 0,695 -0,106 0,506

Proporção população baixa renda 0,025 0,576 -0,106 0,158

Renda média domiciliar 0,004 0,475 -0,005 0,218

Renda média relativa (mulheres/homens) 0,164 0,668 0,314 0,683

Dummies UF

Dummies UF * Dummy temporal Número observações

R-quadrado

Internações hospitalares por agressão - Tendência UF Variável depedente: número internações de mulheres por agressão

Municípios sedes de comarca

Sim Sim 4672 0,656 Amostra pareada Sim Sim 996 0,597

Apêndice 12 – Teste de Falsificação

Notas: 1) Erros-padrão clustered por UF; 2) Na coluna das estimativas de ZIP, o cálculo do efeito marginal é baseado em Puhani (2008) reporta-se o efeito marginal médio; 3) Fonte da distribuição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher: Pesquisa de Informações Básicas Municipais de 2009, IBGE.

Variável

Coeficiente P-valor Efeito Marginal P-valor

Dummy anual 2010 -25,785 0,108 -126,715 0,000

Juizados de Violência Doméstica 12,734 0,261 43,468 0,002

Juizados de Violência Doméstica*2010 10,205 0,551 -73,494 0,773 Controles

Número observações R-quadrado

Variável

Coeficiente P-valor Efeito Marginal P-valor

Dummy anual 2010 -54,965 0,014 -237,417 0,000

Juizados de Violência Doméstica 8,131 0,677 43,683 0,089

Juizados de Violência Doméstica*2010 10,092 0,665 12,630 0,755

Controles Número observações R-quadrado Sim Sim 4672 4672 0,942 -

Teste de falsificação: efeito sobre placebos

Placebo : Doenças respiratórias

Variável depedente: número internações de mulheres por doenças do aparelho respiratório

MQO ZIP

4672 4672

0,902 -

Placebo : Doenças infecciosas e parasitárias

Variável depedente: número internações de mulheres por doenças infecciosas e parasitárias

MQO ZIP

Notas: 1) Erros-padrão “clustered” por UF; 2) Na coluna das estimativas de Tobit, o cálculo do efeito marginal é baseado em Puhani (2008) reporta-se o efeito marginal médio; 3) Fonte da distribuição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher: Pesquisa de Informações Básicas Municipais de 2009, IBGE.

Apêndice 13 - Impacto dos JVDFM sobre a taxa de agressões

Variável

Coeficiente P-valor Efeito Marginal P-valor Coeficiente P-valor Efeito Marginal P-valor

Dummy anual 2010 4,086 0,553 4,354 0,355 -2,837 0,154 11,415 0,043

Juizados de Violência Doméstica -0,245 0,875 1,421 0,247 0,687 0,691 1,909 0,173

Juizados de Violência Doméstica*2010 -0,949 0,522 -1,105 0,009 -5,456 0,240 -3,921 0,024

População 0,000 0,735 0,000 0,363 0,000 0,014 0,000 0,218

Proporção mulheres -29,277 0,516 0,952 0,017 -0,001 0,003 0,809 0,454

Número de internações totais/população 111,718 0,003 0,844 0,000 0,000 0,132 0,618 0,008

(Número de internações totais/população)*2010 -47,323 0,421 -0,366 0,280 0,000 0,312 -0,291 0,347

Proporção pessoas de 20 a 40 anos -81,930 0,056 -0,507 0,126 0,000 0,127 -0,157 0,824

Proporção pessoas 40 a 60 anos -59,945 0,228 -0,739 0,004 0,000 0,355 -0,385 0,540

Proporção pessoas acima 60 anos 3,818 0,898 -0,890 0,009 0,001 0,133 -1,257 0,011

Proporção mulheres chefe de família -64,300 0,236 -0,127 0,720 0,000 0,938 -1,113 0,331

Proporção população urbana 3,549 0,258 0,035 0,213 0,000 0,079 0,168 0,000

Proporção pessoas brancas -4,012 0,393 -0,035 0,568 0,000 0,393 0,072 0,489

Proporção Casados -21,007 0,562 -0,133 0,475 0,000 0,134 -0,098 0,830

Proporção doabitam e não são casados 13,503 0,571 0,080 0,597 0,000 0,011 0,221 0,628

Taxa analfabetismo (não sabem ler e escrever) -0,710 0,958 -0,005 0,963 0,000 0,045 -0,061 0,705

Fecundidade média das mulheres -5,749 0,041 -3,934 0,102 -10,191 0,048 -2,781 0,676

Proporção de pessoas que nunca migraram de município -11,973 0,131 0,005 0,907 0,000 0,178 -0,002 0,971

Taxa desemprego 0,167 0,407 0,262 0,052 -0,089 0,623 0,121 0,430

Proporção população de baixa renda -0,106 0,274 -0,182 0,007 -0,064 0,713 0,016 0,862

Renda média domiciliar 0,006 0,104 0,007 0,008 -0,008 0,026 0,007 0,046

Renda média relativa (mulheres/homens) 0,681 0,543 0,261 0,879 -2,092 0,219 -6,558 0,021

Dummies UF Número observações R-quadrado 996 996 0,091 0,032 4672 4672 0,047 0,027

Agressões femininas por 100.000 mulheres - Municípios sedes de comarca Variável depedente: número internações femininas por agressão por 100.000 mulheres

MQO Tobit

Sim Sim

Municípios sedes de comarca Amostra pareada

MQO Tobit

89

Variável

Coeficiente P-valor Efeito Marginal P-valor Coeficiente P-valor Efeito Marginal P-valor

Dummy anual 2010 0,101 0,082 0,001 0,991 0,260 0,184 0,050 0,864

Juizados de Violência Doméstica 0,120 0,097 0,153 0,006 0,152 0,020 0,191 0,027

Juizados de Violência Doméstica*2010 -0,065 0,505 -0,582 0,670 -0,269 0,029 -0,560 0,622

População 0,000 0,547 0,000 0,000 0,000 0,575 0,000 0,000

População feminina 0,000 0,196 0,000 0,000 0,000 0,553 0,000 0,000

Número total de óbitos 0,000 0,483 0,001 0,000 0,000 0,554 0,001 0,030

Número total de óbitos*2010 0,000 0,910 0,000 0,628 0,001 0,039 0,000 0,377

População 20 a 40 anos 0,000 0,947 0,000 0,044 0,000 0,015 0,000 0,790

População 40 a 60 anos 0,000 0,003 0,000 0,002 0,000 0,028 0,000 0,696

População acima 60 anos 0,000 0,451 0,000 0,132 0,000 0,859 0,000 0,002

Mulheres chefe de família 0,000 0,003 0,000 0,000 0,000 0,017 0,000 0,000

População urbana 0,000 0,086 0,000 0,011 0,000 0,288 0,000 0,119

População branca 0,000 0,470 0,000 0,001 0,000 0,025 0,000 0,782

Casados 0,000 0,219 0,000 0,019 0,000 0,027 0,000 0,140

Coabitam e não são casados 0,000 0,951 0,000 0,368 0,000 0,214 0,000 0,323

Analfabetos (não sabem ler e escrever) 0,000 0,875 0,000 0,316 0,000 0,002 0,000 0,853

Fecundidade média das mulheres 0,057 0,469 -0,086 0,552 0,147 0,593 -0,603 0,264

Nunca migraram de município 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,046 0,000 0,006

Taxa desemprego -0,004 0,241 0,010 0,083 -0,002 0,806 0,002 0,940

Proporção população baixa renda 0,005 0,069 -0,001 0,748 -0,002 0,803 0,004 0,819

Renda média domiciliar 0,001 0,015 0,000 0,001 0,000 0,535 0,001 0,248

Renda média relativa (mulheres/homens) 0,020 0,660 0,031 0,748 0,063 0,385 0,616 0,118

Dummies UF Número observações R-quadrado

Óbitos de mulheres na própria residência

Variável depedente: número óbitos de mulheres por agressão

Municípios sedes de comarca Amostra pareada

MQO ZIP MQO ZIP

0,807 - 0,483 -

Sim Sim Sim Sim

4672 4672 996 996

Notas: 1) Erros-padrão “clustered” por UF; 2) Na coluna das estimativas de ZIP, o cálculo do efeito marginal é baseado em Puhani (2008) reporta-se o efeito marginal médio; 3) Fonte da distribuição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher: Pesquisa de Informações Básicas Municipais de 2009,

– Efeitos dos JVDFM por região

Variável

Coeficiente P-valor Coeficiente P-valor Coeficiente P-valor Coeficiente P-valor Coeficiente P-valor Dummy anual 2010 2,939 0,253 0,494 0,458 1,872 0,131 -0,612 0,168 -0,138 0,856