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A proliferação do uso intensivo da tecnologia de informação e comunicação e, em especial, das redes de computadores nas várias áreas do conhecimento, leva a sociedade para constantes mudanças, adaptações, quebra ou incorporação de paradigmas. Na área científica e tecnológica, estas mudanças recaem sobre as inúmeras publicações científicas que invadem a disseminação da informação no uso de um novo formato, o on-line.

O Brasil possui, por meio da ABNT, normas que regem a elaboração e disseminação de documentação oficial, entre elas, os periódicos científicos como apresentado no item 3.2. Contudo, com dessa pesquisa, percebe-se que é possível a interação entre os elementos bibliográficos e telemáticos, visando a adequação dos periódicos científicos para o novo formato on-line.

Assim, no capítulo a seguir, propõe-se um modelo de critérios e indicadores para a avaliação de periódicos científicos on-line, unificando os elementos bibliográficos e telemáticos, buscando adequá-los, tanto quanto possível, às normas e padrões, bem como, quanto às recomendações de usabilidade.

É de suma importância destacar a relevância das normas e padrões, considerando a invasão de publicações encontradas na Internet, que vem acarretando sérios problemas no que se refere à recuperação da informação. Comprova-se no discurso de Guedes (1998), Meadows (1999) e no Fórum (2001), a grande dificuldade encontrada, principalmente, pelos cientistas e pesquisadores ao executarem seus levantamentos e pesquisas. Muitas são as respostas encontradas na Internet, porém poucas são, realmente relevantes.

Destaca-se, dessa forma, a importância das técnicas de recuperação de informação e métodos de pesquisa direcionadas com o objetivo de recuperar com mais precisão e eficácia os conteúdos disseminados na Internet, de preferência antecipando as necessidades dos usuários.

4MODELODEAVALIAÇÃOPARAPERIÓDICOSCIENTÍFICOSON-

LINE

4.1 INTRODUÇÃO

Os periódicos científicos atendem a certas características, que os fazem reconhecidos como fonte referencial da comunicação científica de uma nação, de uma determinada área do conhecimento. Entre eles encontram-se:

a) os elementos bibliográficos, que possibilitam ao periódico ser catalogado, processado e recuperado, passando, em seguida, a ser referenciado e indexado, promovendo, de forma nacional e internacional, o seu reconhecimento científico;

b) a participação de comissões editoriais, que promovem editores e consultores e permitem a avaliação crítica de artigos;

c) a qualidade dos artigos apresentados, que após aprovados pelas comissões editoriais, destacam a contribuição e a descoberta, promovendo seus autores; d) a acessibilidade universal, disseminando e conduzindo a evolução do

conhecimento, da ciência, resultando na sua maior utilização e importância; e) o registro permanente do conhecimento, a guarda do aspecto histórico da

evolução das sociedades, das ciências.

Portanto, se os periódicos científicos, indiferentes de seu formato, impresso ou on-

line, não atenderem a estas características de reconhecimento, dificilmente serão aceitos na

academia, entre os pares, no desenvolvimento das ciências.

Nessa transição do formato impresso para o on-line, surgem muitas dúvidas com relação aos elementos que compõem a estrutura e definem a qualidade dos periódicos. Vários autores discutem esta questão, entre eles:

a) Almeida, Paranhos e Florentino (1996), concluem que, se algumas destas características enumeradas acima, estiverem ausentes nos periódicos

científicos, de formato impresso ou on-line, os mesmos não serão reconhecidos pelos pesquisadores, pela comunidade científica nacional e internacionalmente; b) Guedes (1998), que esclarece, no decorrer de seu trabalho, quanto à

importância da comunicação científica e sua adequação aos novos recursos oriundos das tecnologias de informação e comunicação, alertando que os periódicos científicos on-line deveriam atender às normas e padrões existentes; c) Meadows (1999, 2000), que vem publicando sobre a comunicação científica,

discute aspectos relevantes sobre o comportamento dos pesquisadores, consultores e editores e a publicação on-line. Destaca a preocupação dos cientistas com relação às padronizações destas publicações, o teor de seus artigos, o crivo das avaliações quanto ao conteúdo, pela rapidez de edições. Enfim, questionam inclusive o formato de impressão dos artigos on-line, que segundo a maioria dos pesquisadores preferem que se assemelhem ao formato impresso;

d) Martins e Martins (2001), apontam a importância das medidas de segurança e preservação dos dados, relatando que os direitos são salvaguardados, desde que os autores, os responsáveis pela edição destes conteúdos, tomem, também, as devidas providências quanto à segurança dos seus dados disponibilizados na Internet;

e) Chedid (2001) afirma que o documento eletrônico é igual ao impresso em papel, principalmente quanto às publicações ditas oficiais, como as revistas científicas. Chama a atenção para os recursos tecnológicos de segurança e preservação dos dados;

f) complementando, acrescentam-se as recomendações de usabilidade, respaldadas no trabalho do Labiutil, que trabalha e disponibiliza informações e estudos sobre as questões de ergonomia e recomendações sobre os recursos telemáticos usados em páginas Web.

Assim, considerando estas preocupações, é importante ressaltar que o presente estudo aborda os critérios de padronização, considerando os aspectos físicos dos periódicos, ou seja, os elementos bibliográficos que deverão constar em cada edição, sem entrar no mérito

de conteúdo, de cobertura, de precisão e de qualidade dos assuntos abordados, bem como, a questão da indexação destes periódicos em bibliografias da área, visto que estes aspectos requerem estudos mais específicos, envolvendo outros critérios de avaliação. Ressalta-se, também, que a padronização dos elementos bibliográficos e telemáticos contribui, de forma prioritária, para a aceitação do mesmo, em bibliografias e demais serviços de resumos e de indexação, nacionais e internacionais.