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4.2 MODELO DE AVALIAÇÃO

4.2.1 Critérios para Avaliação de Periódicos Científicos On-Line

O modelo é composto por sete critérios, sendo que os seis primeiros dizem respeito aos elementos bibliográficos, respaldados por normas e/ou indicações da área de normalização, quanto aos itens recomendados. O sétimo critério arrola os indicadores referentes às recomendações ergonômicas e de usabilidade retiradas de estudos apresentados sobre os recursos tecnológicos, principalmente, relativos à Internet.

Dessa forma, apresenta-se, a seguir, a origem de cada um dos critérios considerados, destacando sua relação com as normas bibliográficas desenvolvidas pela ABNT. Destaca-se que os elementos telemáticos são respaldados pelos estudos apresentados no Capítulo 2, itens 2.5 e 2.6, e no Capítulo 3, itens 3.5 e 3.6.

4.2.1.1 Critério Normalização

Este critério é composto por 18 indicadores que são elementos essenciais para a edição de um periódico e são regidos pela norma NBR 6021, da ABNT. Devido a sua importância, vários destes elementos são contemplados com normas específicas, conforme relação apresentada a seguir.

- NBR 5892 – Norma para datar (ago. 1989)

- NBR 6021 – Apresentação de periódicos (nov. 1994)

- NBR 6022 – Apresentação de artigos em publicações periódicas (set. 1994) - NBR 6023 – Referências – Elaboração (ago. 2000)

- NBR 6024 – Numeração progressiva das seções de um documento (ago. 1989) - NBR 6025 – Revisão tipográfica (maio 1980)

- NBR 6026 – Legenda bibliográfica (maio 1994) - NBR 6027 – Sumário (ago. 1989)

- NBR 6028 – Resumos (maio 1990)

- NBR 6032 – Abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas (ago. 1989)

- NBR 6033 – Ordem alfabética (ago. 1989)

- NBR 6034 – Preparação de índice de publicações (ago. 1989) - NBR 10520 – Apresentação de citações em documentos (jul. 2001) - NBR 10522 – Abreviação na descrição bibliográfica (out. 1988)

- NBR 10525 – Numeração internacional para publicações seriadas/ISSN (out. 1988)

- NBR 12225 – Título de lombada (abr. 1992)

- NBR 12256 – Apresentação de originais (abr. 1992)

As questões de traduções (título e sub-título do periódico e dos artigos e descritores) e de contato (endereço, telefone e principalmente o correio eletrônico) são recomendações para a indexação e, principalmente, para a disseminação on-line, pois, a Internet é acessada mundialmente e o correio eletrônico deve estar disponível, com fácil acesso.

Este critério é essencial à estrutura física de um periódico, pois, os indicadores relacionados dão suporte a sua existência, quer no formato impresso, quer no formato on-line. Assim, considerando a universalidade do periódico somado a sua disseminação on-line, o indicador 1.1.8 ISSN é de fundamental importância para a sua recuperação em meio a milhões de informações disponibilizadas na Internet, pois, conforme recomendação do Centro Brasileiro do ISSN, disponível no URL www.ibict.br/issn/, o ISSN é

Um código ISSN é intransferível não podendo ser utilizado por outro título que não aquele ao qual foi atribuído.

Quaisquer mudanças no periódico deverão ser informadas ao Centro Brasileiro do ISSN (CBI) que avaliará a necessidade de atribuição de novo código ISSN ao periódico.

Versões em meios físicos diferentes deverão, cada uma, ter seu próprio código ISSN.

Versões em diferentes idiomas de uma mesma publicação online deverão ter cada uma seu código ISSN próprio.

Já para a questão do indicador do 1.1.10 Direitos Autorais, rege que todo periódico deve conter o copirraite e a identificação da instituição que o respalda.

4.2.1.2 Critério Duração

Para este critério, composto por quatro indicadores, para o qual não existe norma específica, mas, ao analisar cada norma e a literatura específica da área, encontram-se referências sobre a importância em destacar o tempo de existência de cada periódico ou seja, a data de sua origem, pois, a credibilidade, a indexação e o pleno reconhecimento, dá-se pela comprovação de sua existência (GUEDES, 1998), (MEADOWS, 1999).

4.2.1.3 Critério Periodicidade

Este critério, com cinco indicadores, é responsável pelo reconhecimento da publicação como um periódico científico e de qualidade, além de ser ponto referencial do mesmo para o reconhecimento pelas bibliografias da área. Este indicador está referenciado no item 3.4 da norma NBR 6021 – Apresentação de periódicos e deve constar por escrito em cada periódico.

4.2.1.4 Critério Indexação

Este critério contém dois indicadores e é de fundamental relevância para o reconhecimento do periódico, de seu editor, da instituição que o retêm e dos autores que ali publicam.

Não existe norma específica para a indexação, mas somente destaques sobre sua importância. No caso da indexação, os elementos bibliográficos são de suma importância para a aceitação do periódico pelos mecanismos específicos de cada bibliografia, diretório, índice, entre outros, em cada área do conhecimento.

Testa (1998, p. 234), em seu estudo sobre a base de dados Institute for Scientific Information (ISI), relata a importância dos elementos bibliográficos para que os periódicos possam ser indexados, da mesma forma que deve possuir um conteúdo enriquecedor para a base. Afirma que o periódico só será aceito se atender as recomendações existentes e a política de indexação. Assim, se o periódico

[...] segue ou não convenções editoriais internacionais, que otimizam a recuperação dos artigos originais. Essas convenções incluem títulos de revistas comunicativos. Títulos de artigos e resumos inteiramente descritivos, dados bibliográficos completos em todas as referências

citadas e endereço completo para cada autor. Títulos dos artigos em inglês, resumos e palavras-chave são essenciais.

Desta forma, para que o periódico científico seja indexado, é necessário sua padronização, atendendo as recomendações nacionais e internacionais, além de sua adequação às recomendações das bibliografias de sua área de atuação.

4.2.1.5 Critério Estrutura do Periódico

Para este critério foi arrolado oito indicadores que tratam da identificação da autoria do periódico como um todo, ou seja, qual a editora, a instituição, a empresa que o edita e o conteúdo que disponibiliza, ou seja, o tipo de informações disponibilizadas, sendo: artigos técnicos, de revisão, resenhas, comunicações, resumos, e outros. A estrutura do periódico é respaldada pelas seguintes normas:

- NBR 6021 – Apresentação de periódicos (nov. 1994) - NBR 6023 – Referências – Elaboração (jul. 2001)

- NBR 6022 – Apresentação de artigos em publicações periódicas (set. 1994) - NBR 6024 – Numeração progressiva das seções de um documento (ago. 1989) - NBR 6034 – Preparação de índice de publicações (ago. 1989)

- NBR 6028 – Resumos (maio 1990)

- NBR 12256 – Apresentação de originais (abr. 1992)

- NBR 13031 – Apresentação de publicações oficiais (nov. 1993)

- NBR 10719 – Apresentação de relatórios técnico-científicos (ago. 1989) - NBR 10520 – Apresentação de citações em documentos (jul. 2001).

A identificação do periódico como um todo - a instituição, o editor e o conteúdo que disponibiliza regularmente em cada número - são aspectos relevantes na avaliação do mesmo pelos mecanismos de indexação, as bibliografias, portanto, é recomendada a divulgação dos mesmos, de forma clara e acessível, principalmente nos periódicos científicos

on-line.

4.2.1.6 Critério Autoridade

Fazem parte deste critério quatro indicadores, os quais promovem o reconhecimento e a referenciação dos periódicos científicos, ou seja, a formação de sua

Comissão Editorial, além do Editor e a Instituição que o respalda. Assim, a norma NBR 6021 – Apresentação de periódicos, item 3.6, recomenda a existência de uma equipe editorial. Esta recomendação é complementada pelos estudos de Guedes (1998) e Meadows (1999), que condicionam o reconhecimento do periódico e sua indexação, pela formação e interação dos membros da Comissão Editorial. Destaca-se ainda, que os membros atuantes em comissões editoriais são reconhecidos e referenciados pela academia.

Considerando que uma das maiores, senão a maior característica da Internet é a interatividade em tempo real, o instantâneo, recomenda-se que seja disponibilizado junto aos nomes, tanto da instituição, como do editor e membros da Comissão Editorial, o seu endereço eletrônico, visto ser este o elo de ligação com os usuários, permitindo a troca de informações (MEADOWS, 1999; FACHIN, 2000).

4.2.1.7 Critério Elementos Telemáticos

Para a construção deste critério, delimitou-se nove indicadores, os quais foram criados, sendo tomado como base às recomendações ergonômicas e de usabilidade do Labiutil, além dos autores Harter e Kim (1996), Cybis (1997), Heemann (1997), Parizotto (1997), Raabe e Pohlmann Filho (1998), Molin et. al. (2000), e Oliveira (2001), apresentadas e referenciadas no Capítulo 3, especificamente no item 3.5. Assim, a condição de cada um destes elementos esta baseada no “recomendado”, visto que não foi encontrado, no Brasil, uma norma que respalde os elementos telemáticos.

Destaca-se a tendência encontrada na Internet sobre o uso dos formatos .html e .pdf para os artigos e textos, em geral. O uso de ferramentas interativas, facilitando a recuperação de informações em cada sítio, além do uso de logomarcas identificando a instituição, editora, editor, promovendo a disseminação do sítio.

A disponibilização de instruções de uso e de dados estatísticos nos sítios favorece a área científica e tecnológica, que sempre procura informações complementares para pesquisas e levantamentos estatísticos.

As políticas de preservação dos dados on-line, amplamente discutidas em várias instâncias, ainda, necessitam de estudos, regulamentos, normas e leis que as respaldem. Mas, devido a sua extrema importância e urgência, é necessário que passe da condição de “recomendado”, nesse modelo, para a condição de “norma”, ou seja, ser incorporado pelas normas em vigor, a fim de obrigar aos editores de periódicos científicos on-line, mencionar as formas e meios utilizados para a preservação dos documentos on-line.

O mesmo se dá com relação aos direitos autorais, como indicado no critério 1 Normalização que não consta na norma NBR 6021, em vigor; no entanto, este ponto pode ser observado no seu projeto de atualização, no anexo B, item 4.2.1.2.1, passando a fazer parte integrante do periódico.

E, como último indicador deste critério, está a importância de informar outros formatos para o mesmo periódico, visto que o interesse pelo tipo de formato (papel, CD-ROM ou on-line) é inerente a cada pessoa, que busca pelo conforto na hora de ler. Além disto, identifica-se à existência do periódico, bem como, seu reconhecimento científico.

Deste modo, com o modelo pronto e detalhado, passou-se a identificar o universo a ser pesquisado, embora o modelo seja abrangente, podendo ser aplicado a qualquer área do conhecimento.

Como o objetivo desta pesquisa visa a solução da questão apontada “Os Periódicos Científicos On-line Brasileiros estão de acordo com as normas brasileiras?” foi realizada a comparação entre o modelo de indicadores e os periódicos científicos on-line, disponibilizados na Internet, relativos à área de engenharia. Para tanto, são apresentados, a seguir, como ocorreu a escolha dos periódicos a serem analisados, a validação do modelo através da aplicação de um pré-teste, finalizando com o modelo corrigido e disponível para a aplicação.